DOE 12/11/2020 - Diário Oficial do Estado do Ceará

                            FABRICAL - FÁBRICA DE CAL S.A.
CNPJ 21.443.607/0001-16
(Em recuperação judicial)
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019 E 2018(Valores expressos em milhares de Reais)
ATIVO
Notas 31/12/2019
31/12/2018
CIRCULANTE
Caixa e equivalentes de caixa
5
              82 
              95 
Contas a receber de clientes
6
          3.810           5.823 
Estoques
7
          3.028           3.612 
Despesas antecipadas
9
                 -              302 
Outros ativos circulantes
              16 
                1 
Total do circulante
          6.936           9.833 
NÃO CIRCULANTE
Despesas antecipadas
9
                 -              301 
Depósitos Judiciais
             227 
              74 
Realizável a longo prazo
             227              375 
Imobilizado
10
      140.760       161.968 
Intangível
11
        50.048         50.086 
Total do ativo não circulante
      191.035       212.429 
TOTAL DO ATIVO
      197.971       222.262 
PASSIVO 
Notas 31/12/2019 31/12/2018
CIRCULANTE
Empréstimos e financiamentos
12
156 
118.336 
Fornecedores
13
1.449 
5.678 
Impostos e contribuições a recolher
14
710 
709 
Parcelamentos fiscais
15
574 
- 
Remuneração e encargos sociais
16
648 
3.052 
Outras contas a pagar
17
286 
525 
Total do circulante
3.823 
128.300 
NÃO CIRCULANTE
Empréstimos e financiamentos
12
430 
586 
Parcelamentos fiscais
15
2.083 
- 
Obrigações com Recuperação Judicial
18
143.954 
Provisão para contingências
30
62 
7 
Adiantamento para futuro aumento do 
capital
29
103.990 
99.716 
Total do passivo não circulante
250.519 
100.309 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social
20
56.500 
56.500 
Prejuízos acumulados
(112.871)
(62.847)
(56.371)
(6.347)
TOTAL DO PASSIVO E 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
197.971 
222.262 
DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019 E 2018 (Valores expressos em milhares de Reais)
Capital social
Prejuízos acumulados
Total
SALDOS EM 01 DE JANEIRO DE 2018
56.500 
(49.710)
6.790 
Prejuízo do exercício
- 
(13.137)
(13.137)
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018
56.500 
(62.847)
(6.347)
Prejuízo do exercício
- 
(50.024)
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019
56.500 
(112.871)
(56.371)
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
Relatório da Administração
Fábrical Fábrica de Cal S.A.
Demonstrações Financeiras para o exercício findo em 31 de dezembro de 
2019. A Companhia se destaca pela modernidade de sua planta de britagem 
e calcinação, que conta com equipamentos atualizados e econômicos quanto 
ao consumo energético. Também, ganha destaque sua localização geográfica, 
as margens de uma importante rodovia do Estado, com vantagens logísticas 
e estratégias para atendimento da capital Fortaleza, bem como da CSP - 
Companhia Siderúrgica do PECEM e outros clientes na região nordeste 
do país. O exercício de 2019 foi marcado pela evolução das operações da 
Companhia em sua unidade fabril localizada em Quixeré-CE. As atividades 
da Companhia iniciaram com uma capacidade nominal de produção mensal 
de aproximadamente 70 mil toneladas de calcário britado e 18 mil toneladas 
de cal. No exercício foram vendidas 105,7 mil toneladas de cal (103,0 mil 
em 2018) e 180,9 mil toneladas de calcário (189,8 mil em 2018). A utilização 
desta capacidade continua evoluindo com o desenvolvimento da carteira 
de clientes que incluirá segmentos de siderurgia, alumínios, termoelétricas, 
metalurgia, agronegócios e outros setores da economia com destaque para a 
CSP com a qual a Administração já mantém contratos comerciais vigentes 
para destinação de parte relevante da produção. Outro aspecto relevante, é o 
que diz respeito aos incentivos fiscais aplicáveis as vendas para o Estado do 
Ceará que permitem, em alguns casos, a redução de bases de cálculo para o 
PIS, COFINS e ICMS, representando vantagem competitiva no atendimento 
de clientes, notadamente da CSP. Com receitas líquidas de R$35.248 mil 
no ano (R$32.554 mil em 2018), a Companhia evolui gradativamente seu 
faturamento, mas com a elevação do custo de combustíveis sólidos (coque 
de petróleo) devido ao monopólio da Petrobras, ainda não foi possível 
evoluir com as margens de lucratividade esperada para o negócio, sendo que 
para o exercício a margem bruta já atingiu 5,2% das receitas líquidas (8,4 
% em 2018). Este contexto deve-se ao custo elevado com combustíveis e 
energia, mas também pela escala reduzida de ocupação da planta produtiva 
que impacta na diluição dos custos fixos de manutenção e mão de obra, o 
que se espera melhorar com a ocupação gradativa de sua capacidade nominal 
ao longo dos próximos exercícios. Adicionalmente para o atendimento 
de práticas contábeis Internacionais foram necessários ajustes quanto a 
recuperabilidade de ativos, com as respectivas despesas lançadas no grupo 
de “outras despesas operacionais” detalhadas em nota explicativa nº 26 das 
Demonstrações Financeiras. Entre estas despesas destacamos R$6.716 mil 
(R$5.611 mil em 2018) relativos a créditos tributários legítimos, mas sem 
previsão de compensação futura e R$19.000 mil (zero em 2018) relativos a 
perdas na recuperação dos investimentos em ativos imobilizados da planta, 
decorrente dos resultados de projeções financeiras elaboradas. Tal condição 
decorre da dificuldade de reajuste de preços com os principais clientes que 
assim não recompõem os custos com combustíveis (coque de petróleo e 
moinhas), energia e outros insumos que se elevaram ao longo do ano. Estas 
condições operacionais, somadas ao efeito financeiro do reconhecimento 
de juros de mora e multas decorrentes de operação de crédito junto ao 
Banco Bradesco no montante de R$16.770 mil, resultaram em prejuízo 
líquido de R$50.024 mil (R$13.137 mil em 2018). Consequentemente 
só foi possível equacionar as necessidades de caixa da Companhia com 
novos aportes de recursos originados da sua Controladora Ical, que no 
exercício somaram novos R$4.274 mil (R$2.108 mil em 2018) em remessas 
líquidas. Os prejuízos acumulados pela Companhia nos primeiros anos de 
operação e as pressões exercidas pelos credores bancários na Companhia e 
na sua controladora exigiram da Administração ações imediatas quanto ao 
protocolo de Pedido de Recuperação Judicial. Conforme destacado nas notas 
explicativas nº 1 das Demonstrações Financeiras, em 26 de março de 2019, 
a Administração da Companhia protocolou na 2ª Vara Cível da Comarca 
de Vespasiano-MG. Processo 5001608-50.2019.8.13-0290 com pedido 
de Recuperação Judicial nos termos da Legislação do país. Neste mesmo 
pedido foram incluídas outras empresas do grupo como: Usibrita, Montreal, 
Cobrascal, Eimcal, Omacil, Pyla, Mineração Pedra Bonita e Mineração 
João Pessoa. Igualmente foi também incluída no mesmo protocolo o pedido 
referente a sua controladora direta Ical Indústria de Calcinação Ltda e 
indireta União Adm. Participações e Investimentos S.A. Com o deferimento 
do processo em 22 de abril de 2019, foi nomeado como administrador 
judicial a empresa Inocêncio de Paula Sociedade de Advogados, CNPJ 
12.849.880/0001-54, com escritório na Rua Tomé de Souza, 830, salas 
401, 403 e 404, Funcionários, Belo Horizonte/MG, endereço eletrônico: 
rogeston@inocenciodepaulaadvogados.com.br, telefones: (31) 2555-3174 
e (31) 2555-3574, indicando por responsável o Dr. Dídimo Inocêncio de 
Paula. Após apresentação do Plano de Recuperação Judicial elaborado 
pela Administração, os créditos já passaram por revisões do Administrador 
Judicial e embora ainda sejam previstos prazos para Impugnações pelas 
partes, uma primeira Assembleia Geral de Credores foi marcada para 11 de 
setembro de 2020, quando o referido plano poderá ser votado. O ajuizamento 
da recuperação judicial representa um novo passo na continuidade do 
processo de reestruturação das dívidas e obrigações da Companhia, que em 
conjunto com seus credores, negociarão uma alternativa ampla e efetiva 
com intuito de solucionar o endividamento da empresa, sendo certo que 
durante a recuperação judicial a Companhia concentrará seus esforços na 
preservação de suas atividades comerciais e operacionais, cumprindo assim 
com seus compromissos e obrigações. As operações da Companhia seguem 
normalmente, inclusive quanto a seu bom relacionamento com clientes 
fornecedores. A evolução da produção e vendas da Companhia, juntamente 
com a obtenção dos necessários ajustes de preços e recomposição das 
margens de lucratividade esperadas são importantes contribuições esperadas 
pelo grupo para a melhora das condições financeiras que levaram ao atual 
processo de recuperação judicial. Deste modo todos os esforços serão 
dedicados pela Administração no sentido de obter melhores resultados nos 
exercícios seguintes.
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DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO  |  SÉRIE 3  |  ANO XII Nº251  | FORTALEZA, 12 DE NOVEMBRO DE 2020

                            

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