DOE 05/04/2021 - Diário Oficial do Estado do Ceará

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montantes que poderão ser realizados no mercado de troca corrente. O uso de 
diferentes metodologias de mercado pode ter um efeito material nos valores 
de realização estimados. A Companhia mantém contratos de swap, compra de 
moeda a termo (NDF), opções e futuros registrados pelo valor justo, cujo 
processo de mensuração está classificado no Nível 2, conforme previsto no 
CPC 40 - Instrumentos Financeiros: Evidenciação. c) Critérios, premissas e 
limitações utilizados no cálculo dos valores justos: Aplicações financeiras 
(equivalentes de caixa): Os valores das aplicações financeiras registrados nas 
demonstrações financeiras como equivalentes de caixa se aproximam dos va-
lores de realização, em virtude das operações serem efetuadas a juros pós-fi-
xados e apresentarem disponibilização imediata. Aplicação financeiras (cus-
to amortizado): O valor justo foi determinado com base no valor presente do 
principal e em fluxos de caixa futuros, descontados pela variação de 100% do 
DI futuro apurados na data de apresentação das demonstrações financeiras. 
Empréstimos e financiamentos: O valor justo dos financiamentos de capital 
de giro atrelados à TJLP e IPCA foi determinado pelos fluxos de caixa futu-
ros, descontados pela taxa média das operações vigentes, apresentando 
spreads de 2,17% a.a. e 7,44%a.a. (2,17% a.a. e 7,38% a.a. em 31 de dezem-
bro de 2019), respectivamente. No caso dos financiamentos prefixados, o 
valor justo foi determinado com base no valor presente do principal e dos 
fluxos de caixa futuros, descontados pela taxa de mercado dos juros apurados 
na data de apresentação das demonstrações financeiras. Foi utilizada a taxa de 
5,57% a.a. para as operações de Finame-PSI (5,32% a.a. em 31 de dezembro 
de 2019). O valor justo dos financiamentos de insumos e capital de giro atre-
lados à CDI foi determinado pelos fluxos de caixa futuros descontados pela 
taxa de mercado dos juros apurados na data de apresentação das demonstra-
ções financeiras. Foi utilizado o spread de 1,50% a.a. O valor justo dos finan-
ciamentos de insumos e capital de giro com variação cambial em dólar foi 
determinado pelos fluxos de caixa futuros, descontados pela taxa de mercado 
dos juros apurados na data de apresentação das demonstrações financeiras. 
Foi utilizado o spread de 2,20% a.a. para contratos em dólar (2,50% a.a. 31 de 
dezembro de 2019), respectivamente. Com relação às dívidas decorrentes das 
aquisições da Pilar, Pelágio, Moinho Santa Lúcia e Piraquê que conforme 
contratos são atualizados pela variação do CDI, o valor justo foi determinado 
considerando o mesmo percentual do CDI, de forma a refletir as condições de 
mercado. Contratos derivativos: O valor justo dos instrumentos financeiros 
derivativos é determinado com base nas taxas futuras nas datas dos balanços, 
com o valor resultante descontado ao valor presente. Tais informações tam-
bém são confrontadas com aquelas prestadas pelas instituições envolvidas. 
Arrendamentos: O passivo de arrendamento é inicialmente apurado pelo va-
lor presente dos pagamentos não efetuados, descontado à taxa de empréstimo 
incremental e, subsequentemente, mensurado pelo custo amortizado utilizan-
do o método dos juros efetivos. Contas a receber, outros créditos, fornecedo-
res e contas a pagar de curto prazo: Estima-se que o valor contábil é uma 
aproximação razoável do valor justo, dado o curto prazo das operações reali-
zadas. d) Gerenciamento de riscos financeiros: A Companhia analisa seus 
principais riscos financeiros, define ações para sua mitigação e monitora o 
impacto econômico sobre o desempenho. A abordagem da Companhia frente 
a esses riscos é discutida e definida nas reuniões periódicas do Conselho de 
Administração. No curso das atividades, a Companhia está exposta aos se-
guintes riscos financeiros: risco de crédito, risco de liquidez e risco de merca-
do (incluindo risco de moeda, taxa de juros e preço das commodities). Nesse 
contexto, visando proteger e otimizar o resultado em função de riscos de va-
riação dos preços de moeda e commodities, o Conselho de Administração 
aprovou em 10 de julho de 2020, a política de hedge da Companhia com mis-
são de assegurar o atendimento dos objetivos estratégicos do negócio. Nela 
são destacadas as diretrizes e responsabilidades a serem observadas no pro-
cesso de precificação e acompanhamento de commodities e moedas estran-
geiras, assim como na gestão de efeitos cambiais relacionados às operações 
da Companhia. i. Risco de crédito: Esse risco provém da possibilidade de a 
Companhia não receber valores decorrentes de operações de venda ou de cré-
ditos junto a instituições, tais como depósitos e aplicações financeiras. Para 
minimizar esse risco, as políticas de vendas da Companhia são subordinadas 
às políticas de crédito fixadas por sua Administração e visam minimizar 
eventuais problemas decorrentes da inadimplência de seus clientes. Esse ob-
jetivo é alcançado pela Administração por meio da seleção criteriosa da car-
teira de clientes, que considera a capacidade de pagamento (análise de crédi-
to), e da diversificação de suas vendas (pulverização do risco). Além disso, a 
Companhia possui seguro de crédito para proteção contra a inadimplência de 
clientes específicos, o que possibilita uma indenização de 90% sobre a perda 
líquida dos recebíveis desses clientes. O limite máximo de indenização é de 
R$ 35.000, com vigência no período de 30 de setembro de 2020 a 30 de se-
tembro de 2021. Atualmente, a cobertura do seguro de crédito abrange cerca 
de 159 clientes, no total de R$ 231.997 (R$ 203.056 em 31 de dezembro de 
2019). Além disso, existem cerca de R$ 45.603 de garantias constituídas me-
diante hipoteca e fiança bancária. Adicionalmente, a Companhia possui per-
das estimadas para créditos de liquidação duvidosa, no montante consolidado 
de R$ 76.071 (R$ 81.884 em 31 de dezembro de 2019) representativos de 
7,34% (7,88% em 31 de dezembro de 2019) do saldo de contas a receber em 
aberto, para fazer face ao risco de crédito. Com relação às aplicações finan-
ceiras, a Companhia somente realiza aplicações em instituições financeiras 
com baixo risco de crédito classificado por agências de rating. Além disso, 
cada instituição possui um limite máximo para saldo de aplicação. ii. Risco de 
liquidez: As principais fontes de recursos financeiros utilizados pela Compa-
nhia residem no próprio volume de recursos advindos da comercialização dos 
seus produtos - com a característica de forte geração de caixa e baixa inadim-
plência, além dos valores recebidos a título de subvenções para investimento 
estaduais e federais (associadas à implantação/expansão de unidades indus-
triais). Somam-se a esse montante os rendimentos de aplicações advindas das 
disponibilidades de caixa. As principais necessidades de recursos financeiros 
da Companhia advêm de investimentos para expansão e modernização de sua 
estrutura de produção e logística, para aquisição de outras empresas e para a 
amortização do seu endividamento, pagamento de tributos, distribuição de 
dividendos e outros desembolsos operacionais. Normalmente, a Companhia 
não tem necessidade de capital de giro adicional, mas diante das incertezas no 
ano de 2020, decidiu, no início do ano, realizar algumas captações, com prazo 
de até 360 dias, para fortalecer o caixa. Aproximando-se dos vencimentos 
dessas captações, a Companhia decidiu reperfilar sua dívida, alongando pra-
zo e diminuindo custo. Essas captações são destinadas a aquisições de suas 
principais matérias-primas (trigo e óleo vegetal), prazo esse superior àqueles 
concedidos aos seus clientes para pagamento dos produtos por eles adquiri-
dos. Assim, a administração entende que a Companhia apresenta sólidas con-
dições financeiras e patrimoniais, suficientes para implementar seu plano de 
negócios e cumprir suas obrigações de curto, médio e longo prazo. Os crono-
gramas de pagamento das parcelas de longo prazo dos empréstimos e finan-
ciamentos são apresentados na Nota Explicativa nº 17. Vale ressaltar que a 
Companhia tem limites aprovados em bancos de primeira linha. Entretanto, 
esses limites não são destinados a cobrir deficiência de liquidez, haja vista 
que não têm essa indicação. iii. Risco de mercado: preço das commodities: 
Os preços das matérias-primas e insumos utilizados no processo produtivo 
são voláteis. Caso ocorra uma variação relevante nos preços dos insumos e 
matérias-primas, a Companhia pode não ser capaz de repassar tais aumentos 
aos preços de seus produtos na mesma velocidade dos aumentos dos custos, o 
que poderá vir a impactar a margem de lucro. Adicionalmente, a Companhia 
tem por prática a manutenção de estoques de trigo (incluindo contratos nego-
ciados para entrega futura), principal matéria prima, que pode variar de 2 a 4 
meses de consumo dependendo da época do ano e da sazonalidade de cultivo. 
Esse procedimento pode ocasionar algumas variações entre o preço médio 
dos estoques e o valor de mercado em uma data específica. Além disso, a 
Companhia acompanha o mercado mundial de commodities, monitorando os 
fatores que impactam a formação dos preços, tais como períodos de safra, 
eventos climáticos e decisões de política econômica, com o apoio de consul-
torias especializadas e sistemas de informações online com as principais bol-
sas de mercadorias do mundo. Nessas condições, avalia o momento mais 
oportuno para compra dessas commodities, podendo estabelecer contratos de 
compra para entrega futura de matéria-prima, fixando ou não o preço da com-
modity, colocando, assim, a Companhia sujeita ao risco de variação da com-
modity ou de variação cambial ou a ambos. Em 31 de dezembro de 2020, a 
Companhia mantinha contratos firmados de compra de trigo e óleo para paga-
mento e entrega futura, no montante de 290.066 toneladas (437.506 toneladas 
em 31 de dezembro de 2019), onde 92.000 toneladas de óleo estavam com o 
preço a fixar. Assim, considerando o valor de mercado para esses casos e 
preço firmado para os contratos fixados, eles representavam um montante 
equivalente a US$ 43.035 de trigo e US$ 99.125 de óleo (US$ 39.445 de óleo 
e US$ 76.149 de trigo em 31 de dezembro de 2019). Diante do risco de varia-
ção no preço de trigo e óleo, a Companhia preparou uma análise de sensibili-
dade para o montante, cujo preço não estava fixado, de óleo (92.000 tonela-
das), levando em consideração a possibilidade de três cenários de variação no 
preço da commodity, com respectivos resultados futuros que seriam gerados. 
O cenário provável considerou os preços do óleo em US$ 915,91, no mesmo 
patamar do valor de mercado em 30 de dezembro de 2020. Os demais cená-
rios, possível e remoto, consideraram um aumento no preço das commodities 
em 25% e 50% respectivamente.
Descrição
Posição em 
risco 
(toneladas)
Risco
Cenário 
provável
Cenário 
possível 
(US$) (1)
Cenário 
remoto 
(US$) (1)
Contratos de
 aquisição
 de óleo (preço
 a fixar)
92.000
Alta da 
commodity
-
(21.066)
(42.132)
(1) Valor em US$ mil.
Por fim, seguindo a política de hedge aprovada, a Companhia iniciou a con-
tratação de operações futuros para o óleo de palma através da bolsa de Bursa 
(Malásia). Os instrumentos firmados apresentam vencimentos até novembro 
de 2021, com valor justo a receber em 31 de dezembro de 2020 de R$ 773.
Descrição
Objeto de 
proteção
Indexador
Quantidade 
(em ton)
Valor 
justo
Compra Futuro + Opções
 Compra de Put
Preço da 
commodity
Óleo de Palma - 
Bolsa de 
Bursa (Malásia)
2.700
773
Esses instrumentos financeiros foram designados como hedge de fluxo de 
caixa, cujos efeitos estão demonstrados no “item e” desta nota explicativa que 
versa sobre contabilidade de proteção (hedge accounting). iv. Risco de taxa 
continua
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DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO  |  SÉRIE 3  |  ANO XIII Nº078  | FORTALEZA, 05 DE ABRIL DE 2021

                            

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