DOE 09/04/2021 - Diário Oficial do Estado do Ceará
O número de beneficiários de planos odontológicos apresentou crescimento
de 4,0% no trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior.
De forma orgânica, houve aumento de 70 mil vidas em planos individuais e
de 39 mil vidas em planos coletivos. Também houve a entrada de 2 mil vidas
em planos coletivos com a aquisição da Medical.
6. TICKET MÉDIO - O ticket médio dos beneficiários com cobertura
assistencial de saúde apresentou crescimento de 5,8% na comparação com o
4T19, principalmente em função das vendas novas e dos reajustes dos contratos
existentes que, neste trimestre, também alcançaram os beneficiários de planos
com tipo de contratação individual ou familiar. Houve também a entrada de
beneficiários da Medical e do Grupo São José, que possuem tickets médios
maiores. O ticket médio do GSF apresentou crescimento de 2,8% em relação
ao 4T19. O valor de R$38,1 milhões referente ao reajuste retroativo de maio
a setembro/2020 foi desconsiderado para cálculo do ticket médio.
O ticket médio no segmento odontológico cresceu 0,2% na comparação com
o mesmo período do ano anterior em virtude de um menor ticket médio de
todas as companhias, exceto GSF. O ticket médio do GSF apresentou um
crescimento de 0,7% em relação ao 4T19, com destaque para os planos
individuais que cresceu 6,0%.
7. RECEITA LÍQUIDA - A receita líquida do 4T20 apresentou crescimento
de 27,3% quando comparada ao 4T19 influenciada, principalmente: (i) pelo
aumento orgânico de 215 mil vidas na base de beneficiários de saúde e odonto
ocorrido principalmente nas cidades de Fortaleza, Recife e Joinville. (ii)
aumento de 5,8% no ticket médio de planos médicos, reflexo dos reajustes de
preço implementados nos contratos existentes necessários para o equilíbrio
econômico dos mesmos e das vendas novas; (iii) R$174,5 milhões do Grupo
São Francisco em outubro de 2020 (no 4T19 só foram incluídos os meses de
novembro e dezembro/2019), R$65,6 milhões do Grupo América referente a
outubro e novembro de 2020 (no 4T19 somente a receita de dezembro/2019
foi considerada), por R$31,1 milhões da RN Saúde, R$30,8 milhões da
Medical (novembro e dezembro de 2020) e R$16,9 milhões do Grupo São José
(somente dezembro/2020); e (iv) pelo valor de R$134,8 milhões referente ao
reconhecimento na receita de reajustes de 2020 (R$38,1 milhões retroativos
referentes ao período de maio a setembro/2020 e o restante referente ao
4T20), mas que serão cobrados em 12 parcelas ao longo de 2021, conforme
determinação da ANS. A receita líquida de 2020 foi de R$8,6 bilhões,
apresentando crescimento de 51,8% na comparação com o mesmo período do
ano anterior, influenciada pelos mesmos comentários já mencionados.
8. CUSTOS ASSISTENCIAIS E SINISTRALIDADE - O custo dos serviços
prestados é composto dos custos assistenciais caixa e de alguns itens não-caixa,
como a depreciação e amortização (D&A) com IFRS16, a movimentação das
provisões para eventos ocorridos e não avisados (Peona) e a movimentação das
provisões de Ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (ReSUS).
8.1 Custos assistenciais e sinisralidade
Composição do Custo Assistencial e Sinistralidade
4T20
2020 x
(R$ milhões)
4T20
4T19 x 4T19
2020
2019
2019
Custos Assistenciais
- Caixa
(1.352,1) (1.013,3) 33,4% (4.828,3) (3.235,3)
49,2%
Deprec.e Amortização (47,4)
(28,6) 65,5% (162,7)
(93,0)
74,9%
Variação da Peona
(7,1)
6,9 (203,1%)
(6,1)
50,8 (112,0%)
Variação da provisão
de ReSUS
(105,8)
(69,0) 53,2% (211,9) (122,9)
72,4%
Custos Assistenciais
- Total
(1.512,4) (1.104,1) 37,0% (5.209,0) (3.400,4) 53,2%
Sinistralidade
Caixa (ex-Peona,
ex-SUS, ex D&A)
59,5% 56,8% 2,7 p.p. 56,4% 57,4% -1,0 p.p.
Sinistralidade
(ex-ReSUS)
61,9% 58,0% 3,9 p.p. 58,4% 58,2% 0,2 p.p.
Sinistralidade total 66,5% 61,8% 4,7 p.p. 60,9% 60,4% 0,5 p.p.
A sinistralidade caixa (que exclui D&A, as movimentações da Peona e da
provisão de ressarcimento ao SUS) foi de 59,5% no 4T20 e de 56,4% em
2020, um aumento de 2,7 p.p. e redução de 1,0 p.p. na comparação com os
mesmos períodos do ano anterior. Os principais impactos na sinistralidade
foram: (i) retorno gradual do volume de atendimentos e procedimentos
eletivos e de urgência/emergência. Ao mesmo tempo, houve aumento
gradual de atendimentos e internações referentes à COVID-19 em algumas
regiões, com gastos com pessoal, materiais e medicamentos, localização e
funcionamento e serviços de terceiros da ordem de R$27,8 milhões no 4T20
e que não ocorreu no 4T19. A redução de 1,0 p.p. no ano é explicada pela
suspensão temporária de procedimentos eletivos no 2T20 e 3T20, o que mais
que compensou o maior patamar de sinistralidade de empresas adquiridas
e os aumentos das despesas assistenciais no 4T20. No ano todo de 2020, os
custos nas rubricas mencionadas acima, com o enfrentamento da COVID-
19 totalizaram R$127,2 milhões; (ii) maior patamar de sinistralidade das
empresas adquiridas que compõem o número consolidado Hapvida em 2020,
mas não estão presentes nos períodos comparativos de 2019. A sinistralidade
das empresas recentemente adquiridas está em trajetória descendente devido
às iniciativas de integração e padronização dos procedimentos, respeitada a
sazonalidade entre os trimestres; (iii) dissídio coletivo e contratação de novos
colaboradores, incluindo gastos com pessoal das novas unidades (R$28,2
milhões no 4T20 e R$108,8 milhões em 2020); (iv) incremento em gastos
com materiais das novas unidades em operação, em especial, a nova unidade
de processamento laboratorial - NTO (R$3,2 milhões no 4T20 e R$5,6
milhões em 2020); e (v) reclassificação de valores que estavam registrados
como despesas administrativas referentes a certos serviços prestados nas
operações das empresas São Francisco Resgate (remoção médico-hospitalar)
e Documenta (diagnóstico por imagem) mas que são, por sua natureza,
custos assistenciais (R$4,3 milhões no 4T20 e R$9,6 milhões em 2020). A
sinistralidade total foi de 66,5% no 4T20 e de 60,9% em 2020, um aumento
de 4,7 p.p. e 0,5 p.p. versus o mesmo período comparativo do ano anterior.
Além dos impactos na sinistralidade caixa já mencionados acima, houve:
(i) aumento de depreciação em virtude do aumento do número de unidades
assistenciais advindas tanto de crescimento orgânico como inorgânico (R$18,8
milhões no 4T20 e R$69,7 milhões em 2020); (ii) aumento da provisão de
ressarcimento ao SUS devido a normalização dos envios tanto das ABIs
quanto das cobranças pela ANS (variação R$36,7 milhões no 4T20 e R$88,9
milhões em 2020); e (iii) constituição de Peona (R$7,1 milhões no 4T20 e
R$6,1 milhões em 2020) em contrapartida a uma reversão ocorrida no período
comparativo de 2019 (-R$6,9 milhões no 4T19 e -R$50,8 milhões em 2019).
A sinistralidade ex-ReSUS, índice que melhor representa o desempenho de
nossas operações e que exclui a variação das provisões de ressarcimento ao
SUS, foi de 61,9% no 4T20 e de 58,4% em 2020, um aumento de 3,9 p.p. e de
0,2 p.p. em relação aos mesmos períodos comparativos. A Companhia continua
apresentando ganhos de eficiência operacional em função dos projetos de
gestão de sinistro e de promoção de saúde e bem-estar. Apresentamos, ainda,
aumento da verticalização de sinistro, com acréscimo de 1,8 p.p. e 1,2 p.p.
no volume de atendimentos (consultas, internações e exames) realizados na
rede própria no 4T20 e 2020. A representatividade das despesas assistenciais
em rede própria aumentou em 12,5 p.p. no 4T20 em comparação com 4T19
e em 4,2 p.p. em 2020 versus 2019. 8.2 Ressarcimento ao SUS - De acordo
com a ANS, a Companhia contabiliza nos seus passivos, com contrapartida
no resultado (custo assistencial total), uma provisão referente aos avisos de
beneficiários identificados (ABI) conforme percentual definido pela própria
ANS, o qual é único para cada operadora e varia a cada novo lote de ABI
recepcionado. Posteriormente, os ABI são convertidos em cobranças que
podem, eventualmente, exigir que a Companhia contabilize complementos à
provisão original. As cobranças emitidas pela ANS são enviadas em forma de
GRU (Guia de Recolhimento da União). As GRU incluem, além do principal,
juros e correção monetária. As GRU não pagas também são acrescidas de
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DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO | SÉRIE 3 | ANO XIII Nº082 | FORTALEZA, 09 DE ABRIL DE 2021
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