DOMFO 10/11/2021 - Diário Oficial do Município de Fortaleza - CE
PLANO PLURIANUAL 2022/2025 - PREFEITURA DE FORTALEZA
Cenário externo
No início do quadriênio 2017-2020, o cenário externo se apresentava de forma bastante favorável.
Havia uma tendência de aceleração econômica mundial e políticas monetárias expansionistas foram
adotadas por parte dos países desenvolvidos.
Embora as previsões iniciais apontassem que o ano de 2018 superaria o anterior em termos de cres-
cimento, o que se observou de fato foi um arrefecimento dessa tendência. Dentre os fatores que
contribuíram para esse resultado, um de especial relevância foi a disputa comercial deflagrada entre
Estados Unidos e China. Esse entrave foi iniciado com a adoção, por parte do governo norte-ameri-
cano, de tarifas para importações de produtos chineses. A China, por sua vez, ameaçou retaliar caso
a taxação fosse mantida. Durante os anos 2018 e 2019, observou-se um movimento de negociações,
ameaças de retaliação e efetivas medidas de taxação que, entre momentos de tensão e paz relativa,
cessaram com a assinatura de acordo comercial entre os dois países em janeiro de 2020.
Outro fator relevante para o arrefecimento do comércio global foram as incertezas em torno do Brexit.
A saída do Reino Unido da União Europeia foi decidida por um disputado referendo em 2016, mas
as tratativas a respeito de como essa dissolução se daria se arrastaram por anos. Inicialmente, a data
programada para a saída era março de 2019, entretanto, após vários adiamentos que culminaram,
inclusive, com a renúncia da primeira-ministra britânica, a saída foi oficializada em janeiro de 2020.
Em 2018, outro cenário externo adverso gerou impactos diretos para o Brasil, que foi o agravamento
da crise econômica na Argentina. Naquele ano, o país apresentou uma queda de 2,5% no PIB e uma
inflação de 47,6%. Infelizmente, a crise perdurou nos anos seguintes e ainda não há perspectiva de
melhora.
Todos esses fatores contribuíram para que os anos 2018 e 2019 terminassem com um crescimento da
economia global de 3,0% e 2,3%, respectivamente, segundo o Banco Mundial. Ressalte-se que, ao fim
do ano de 2017, projetava-se um crescimento de 3,7% para 2018.
Entretanto, foi no final de 2019 que começou a se delinear o principal evento do quadriênio. No mês
de novembro, surgiu na China uma doença até então desconhecida, que se apresentava bastante
contagiosa e letal e que obrigou várias cidades chinesas a entrarem em quarentena. Em poucos
meses, a doença, identificada como sendo causada por um tipo de coronavírus e nomeada Covid-19,
alastrou-se pelo mundo, tendo a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarado o status de pan-
demia já em 11 de março de 2020.
Desde o início da pandemia até julho de 2021, já foram registrados em todo o mundo mais de 4
milhões de mortes causadas pelo novo coronavírus. Ressalte-se que esse número é possivelmente
subestimado, haja vista a dificuldade na obtenção de testes de diagnóstico no início da pandemia. O
gráfico seguinte mostra o número de óbitos acumulados por continentes por milhão de habitantes.
A situação é crítica na América do Norte, América do Sul e Europa. Considerando apenas países, Es-
tados Unidos e Brasil lideram o número absoluto de mortes. Apenas os dois países somam mais de
800 mil mortes pela doença.
CONJUNTURA ECONÔMICA
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