DOMCE 03/03/2023 - Diário Oficial dos Municípios do Ceará
Ceará , 03 de Março de 2023 • Diário Oficial dos Municípios do Estado do Ceará • ANO XIII | Nº 3158
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III - em razão de conduta da própria criança e adolescente.
CAPÍTULO III - DOS DEVERES
Art. 8º. É condição indispensável ao exercício das atribuições dos
Conselheiros Tutelares participar do Processo de Formação Básica e
dos Processos de Formação Continuada, nos termos de resolução do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CMDCA.
Art. 9º. O exercício da função de Conselheiro Tutelar exige conduta
compatível com os preceitos desta Lei, do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) e com os princípios da Administração Pública,
sendo seus deveres:
I - quanto à conduta:
a) exercer suas funções com perícia, prudência, diligência, zelo,
dedicação, honestidade, decoro, lealdade e dignidade;
b) manter conduta ética adequada ao exercício da função;
c) não se omitir nem se recusar, injustificadamente, a prestar
atendimento;
d) tratar com civilidade os interlocutores;
e) preservar o sigilo dos casos atendidos;
f)
ser
assíduo
e
pontual,
não
deixando
de
comparecer
injustificadamente ao Conselho Tutelar;
g) zelar pela economia do material do Município e pela conservação
do que for confiado à sua guarda ou utilização;
h) zelar pelo prestígio do órgão de defesa;
i) não atender casos em que tenha interesse ou vínculos com a criança,
o adolescente, seus familiares, responsáveis ou quaisquer outros
implicados;
II - quanto às atividades:
a) participar de cursos de capacitação e formação;
b) utilizar OBRIGATORIAMENTE o Sistema de Informação para
Infância e Adolescência – SIPIA-CT ou outro sistema de que
disponha sobre o registro e acompanhamento de casos de violação de
direitos de crianças e adolescentes;
c) fundamentar suas manifestações, justificando, identificando e
submetendo-as à deliberação do
Colegiado;
d) respeitar os prazos estabelecidos para suas manifestações e
exercício das demais atribuições, justificando por escrito quando não
for possível seu cumprimento;
e) manter atualizados os livros próprios para registro de suas
atividades;
f) comparecer às sessões colegiadas, grupos de trabalho e comissões
instituídas pelo Conselho Tutelar, conforme estabelecido em
regimento, justificando por escrito quando não for possível sua
participação.
g) cumprir os prazos e protocolos definidos pela Secretaria Municipal
de Assistência Social, Trabalho e Habitação órgão, superior e
imediato administrativamente ao qual o Conselho Tutelar é
subordinado.
h) levar ao conhecimento da autoridade competente as irregularidades
que tiver consciência em razão do cargo;
i) representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
CAPÍTULO VI - DAS VEDAÇÕES
Art. 10. É vedado aos Conselheiros Tutelares:
I – Receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, vantagem
pessoal de qualquer natureza em razão do exercício da função;
II - Ausentar-se da sede do Conselho Tutelar durante o expediente,
salvo quando no exercício da sua função;
III - Delegar a pessoa que não seja membro do Conselho Tutelar o
desempenho da atribuição que seja de sua responsabilidade;
VI - Valer-se da função para lograr proveito pessoal ou de outrem;
V - Proceder de forma desidiosa;
VI - divulgar, por qualquer meio, notícia a respeito de fato que possa
identificar a criança, o adolescente ou sua família, salvo autorização
judicial, nos termos da Lei n° 8.069, 13 de julho de 1990;
VII - compor a equipe técnica de programas ou projetos sob a
fiscalização do Conselho Tutelar;
VIII - acumular cargo de conselheiro tutelar com cargos ou funções
públicas mesmo que haja compatibilidade de horário.
IX - Utilizar-se do Conselho Tutelar para o exercício de propaganda
e/ou atividade político-partidária;
X - Receber comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie,
em razão de suas atribuições;
XI - Exceder no exercício da função, abusando de suas atribuições
específicas nos termos da Lei Federal nº 4.898 de 09 de dezembro de
1965;
XII - Deixar de submeter ao Colegiado as decisões individuais
referentes à aplicação de medidas protetivas, a crianças, adolescentes,
pais ou responsáveis, previstas nos artigos 101 e 129, da Lei Federal
nº 8.069/90;
TÍTULO III - DO PROCESSO DE ESCOLHA DOS MEMBROS
DOS CONSELHOS TUTELARES
CAPÍTULO I – DO PROCESSO DE ESCOLHA
Art. 11. Considerando o art. 2º desta Lei, os Conselheiros Tutelares
serão eleitos pelo voto secreto, facultativo e direto dos cidadãos com
domicílio eleitoral no município, cada um composto por 05 (cinco)
membros titulares e ficarão classificados um total de 5 (cinco)
suplentes, de acordo com a ordem decrescente de votação, na forma
estabelecida nesta Lei, e resolução expedida pelo Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA.
§ 1º. O mandato do Conselheiro Tutelar será de 04 (quatro) anos,
permitidas reconduções pela participação em novos processos de
escolha.
§ 2º. Em caso de empate no número de votos, a escolha recairá sobre
o candidato de maior idade, mantendo-se o empate, proceder-se-á
sorteio na presença dos candidatos nesta situação.
Art. 12. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente - CMDCA, é o órgão responsável pelo processo de
escolha do Conselho Tutelar, e terá como atribuição formar a
composição de Comissão Organizacional do Processo de Escolha por
resolução própria, com a antecedência mínima de 6 (seis) meses da
data estabelecida para a votação.
§ 1º. A Comissão Organizacional do Processo de Escolha que
conduzirá o Processo de Escolha será composta por 6 (seis) membros
com a seguinte composição:
I - 4 (quatro) representantes do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente – CMDCA, respeitando-se a paridade entre
sociedade civil e governo;
II - 2 (três) representantes da Secretaria Municipal de Assistência
Social, Trabalho e Habitação;
§ 2º. Compete à Comissão Eleitoral Central:
I - elaborar o Edital do Processo de Escolha Unificado, que deverá ser
aprovado pelo Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA em
plenária específica, até 90 (noventa) dias antes da data estabelecida
para a votação;
II - definir a composição e atribuições das Comissões Eleitorais
Regionais;
III - receber e analisar os pedidos de inscrições e credenciar os
candidatos;
IV - aprovar o material necessário às eleições;
V - apreciar e julgar os recursos de indeferimentos e impugnações;
VI - acompanhar o Processo de Escolha em todas as suas etapas;
VII - homologar e proclamar o resultado do Processo de Escolha.
VIII - diplomação dos conselheiros, e solicitação ao chefe do Poder
Executivo de proceder com a nomeação e posse aos membros do
Conselho Tutelar.
§ 3º. A Comissão Organizadora do Processo de Escolha será mantida
até a diplomação dos conselheiros eleitos e, havendo demandas
decorrentes do Processo de Escolha, após esse período, as atribuições
previstas para a referida comissão serão exercidas pela Mesa Diretora
do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CMDCA.
Art.13. O Poder Executivo poderá celebrar acordo com a Justiça
Eleitoral para utilização de urnas eletrônicas, obtenção de listagem
dos eleitores e apoio técnico necessário.
Parágrafo único: A distribuição das urnas eletrônicas será feita entre
sede e distritos, conforme quantidade de urnas cedidas para o pleito.
Art. 14. O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar
será realizado a cada 04 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês
de outubro do ano subsequente ao da eleição do Presidente da
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