DOMCE 13/04/2023 - Diário Oficial dos Municípios do Ceará
Ceará , 13 de Abril de 2023 • Diário Oficial dos Municípios do Estado do Ceará • ANO XIII | Nº 3186
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tecnológicos de operação do trabalho pautados no aprender a aprender, no trabalhar em equipe, na construção de cotidianos como objetos de
aprendizagem, individual, coletiva e institucional.
Entende-se como Educação Permanente em Saúde (EPS) a aprendizagem baseada na problematização no âmbito do cotidiano de trabalho dos
profissionais. Parte de uma perspectiva técnico-político-pedagógica que consiste em analisar os processos de trabalho, qualificando os trabalhadores
ao passo que lhes proporciona uma visão ampla sobre o contexto social ao qual está inserido. A EPS se preocupa em sanar não somente os
problemas que abrangem práticas e técnicas isoladas de trabalho, mas também os determinantes sociais e históricos do trabalho (CECCIM; FERLA,
2009).
A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) foi instituída no ano de 2004, por meio da Portaria GM/MS nº 198/2004 e tem
como objetivo a qualificação e o aperfeiçoamento do processo de trabalho considerando as necessidades dos territórios e seus determinantes sociais
(BRASIL, 2018).
Desta forma, para que a PNEPS fosse materializada, foram criados os polos de educação permanente. Estes por sua vez constituíram um dos
principais instrumentos com vista a direcionar e mobilizar os gestores, usuários e profissionais para uma formação de forma horizontal para melhorar
a qualidade dos serviços ofertados pelo SUS (AQUINO, 2013).
Com o entendimento da necessidade de uma instituição que atuasse como intermediadora entre a formação permanente e o trabalho em saúde, criou-
se no município a Escola de Saúde Pública de Iguatu – ESPI. Esta, por sua vez, foi criada a partir da Lei nº 1.020, de 19 de maio de 2005 e alterada
pela Lei Municipal n° 1.731, de 05 de novembro de 2012. Implementa formações em saúde para as 17ª e 18ª Áreas Descentralizadas de Saúde, tendo
como municípios Polo Icó e Iguatu respectivamente.
A ESPI traz em seu Plano Pedagógico e Regimento Interno, a importância de atuar em consonância com os objetivos propostos pela PEPS, ou seja, o
trabalho pautado na realidade regional, buscando compreender sua totalidade com vista a mudar esta realidade através de uma formação pautada em
suas potencialidades. Salienta-se que para tal execução, faz-se necessário que tais ações não fiquem somente contidas no marco legal, mas sim sejam
de fato materializadas no processo de formação do trabalho.
Diante do exposto, compreende-se a importância da ESPI como principal instituição executora e ordenadora da construção do Plano Municipal de
Educação Permanente em Saúde. Seu empenho ímpar frente a formação em serviço torna-a indispensável na captação de propostas que viabilizem
melhorias no contexto de educação permanente no município de Iguatu-CE.
O Plano Municipal de Educação Permanente atenderá a uma temporalidade de dois (02) anos, compreendendo o intervalo de ano de 2023-2025,
onde suas ações e metas deverão ser contempladas e executadas neste período.
2.1 Objetivo Geral
Elaborar o Plano Municipal de Educação Permanente em Saúde do município de Iguatu-CE.
2.2 Objetivos Específicos
Identificar os principais problemas e necessidades em Educação Permanente em Saúde do Município de Iguatu-CE;
Criar propostas para o enfrentamento dos problemas diagnosticados;
Promover melhoria das condições dos serviços de saúde do município através da integração ensino, serviço e comunidade;
Encorajar a elaboração de estratégias e tecnologias para implementação das ações em Educação Permanente dentro da realidade dos serviços.
3. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IGUATU
3.1 Perfil Socioeconômico e Demográfico
O município de Iguatu está localizado na região centro-sul do Ceará, distante cerca de 365 km de Fortaleza, capital do Estado. Apresenta uma área
territorial de 1.029,214 km² que se divide conforme ponto de vista político-administrativo em oito distritos: Iguatu, Barreiras, Barro Alto, Baú,
Gadelha, José de Alencar, Riacho Vermelho e Suassurana. Faz limites territoriais com os municípios de Quixelô, Cedro, Orós, Icó, Cariús, Jucás e
Acopiara (IPECE, 2017).
O município é considerado pólo da 18ª Área Descentralizada de Saúde - ADS- nomenclatura atual para a anteriormente denominada 18ª
Coordenadoria Regional de Saúde - CRES - por dispor de um maior número de serviços de média complexidade na área da saúde. A ADS de Iguatu
é composta por dez municípios limítrofes pertencentes à região do Cariri, onde as cidades de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte dispõem de
serviços de alta complexidade cujas referências se dão através das centrais de regulação das regiões de saúde.
A população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2021 era de 103.633 habitantes e a densidade demográfica de
93,76 habitantes por km². Quanto à distribuição populacional (Tabela 1), há predomínio de população feminina e concentração na faixa etária da
população em idade ativa de 15 a 59 anos (63,59%) (IBGE, 2019).
Tabela 1. População estimada por sexo e faixa etária, 2017.
Faixa Etária
Masculino
Feminino
Total
0 a 4 anos
3.788
3.550
7.338
5 a 9 anos
3.808
3.702
7.510
10 a 14 anos
4.252
4.116
8.368
15 a 19 anos
4.316
4.511
8.827
20 a 29 anos
8.608
9.373
17.981
30 a 39 anos
6.967
7.526
14.493
40 a 49 anos
5.906
6.461
12.367
50 a 59 anos
3.997
4.741
8.738
60 a 69 anos
2.895
3.500
6.395
70 a 79 anos
1.739
2.205
3.944
80 anos e mais
941
1.236
2.177
Total
47.217
50.921
98.138
Fonte: IBGE (2019)
Considerando a distribuição da população por idade, observa-se estreitamento da base da pirâmide etária, caracterizando avanço no processo de
transição demográfica. O índice de envelhecimento apresentou crescimento expressivo no município. Elevou-se de 35,9 em 2000 para 53,9 em 2010,
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