DOMCE 13/04/2023 - Diário Oficial dos Municípios do Ceará

                            Ceará , 13 de Abril de 2023   •   Diário Oficial dos Municípios do Estado do Ceará   •    ANO XIII | Nº 3186 
 
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confirmando o envelhecimento da população (IBGE, 2017). Esse é um resultado da melhoria das condições sociais, econômicas e de saúde na cidade 
e apresenta impacto no aumento da demanda por serviços de saúde. 
O município de Iguatu apresenta predomínio de população urbana. Na década de 1990, seu caráter urbano já estava consolidado, com taxa de 
urbanização de 70,22% em 1991 (IBGE, 2017). 
O município apresentou, em 2016, o 11º maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Ceará (IBGE, 2019). Em 2015, tinha 77,2% do seu 
orçamento proveniente de fontes externas. O setor de serviços contribuiu com 69,95% desse valor, seguido pela indústria (14,30%) e pela 
agropecuária (3,92%). O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-IDHM em 2010 foi 0,677. Em relação aos dados de 1991 (0,394) e 2000 
(0,546), o indicador elevou-se do estrato muito baixo para o médio (IBGE, 2017). 
  
3.1.1 Renda e emprego 
  
Em 2016, o salário médio mensal estipulava-se na renda de até 1,5 salários mínimos, correspondendo a 71% do total da mão-de-obra empregada, 
enquanto que a proporção de formalização no mercado de trabalho era de 14,32% em relação à população total. Analisando o comparativo do 
município de Iguatu com os demais municípios cearenses no ranking de formalização do contingente mão-de-obra empregada, este ocupava a 10º 
posição, ficando atrás apenas dos municípios da região metropolitana de Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral (RAIS, 2016). 
Segundo dados do IBGE (2017), o município apresentava 43,4% da população com domicílios onde a renda per capita mensal variava até meio 
salário mínimo, ocupando a posição 175º de 184º dentre os municípios do Estado que se encontravam nessas condições. Estima-se que metade dos 
iguatuenses sobrevive com renda mensal muito baixa, sendo esperado um impacto adverso dessa situação nas condições de saúde da população, e 
uma grande dependência aos serviços de saúde oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
  
3.1.2 Educação 
  
Em Iguatu, de acordo com censo 2000-2010, a taxa de analfabetismo funcional na população de 15 anos de idade ou mais diminuiu, passando de 
30,79% (2000) para 23,17% (2010). Observa-se, portanto, melhora nesse índice, ainda que não alcance o resultado estadual, que em 2000 foi de 
26,54% e em 2010 passou para 18,78% (IBGE, 2010). A taxa de crianças e adolescentes na escola no município foi de 96,8% em 2010, situando 
Iguatu na posição 127 de 184 dentre as demais cidades do estado (IBGE, 2017). Tais dados podem apresentar mudanças significativas a partir da 
publicação dos dados do último censo. 
Com relação aos indicadores da educação básica no município, em 2017, as escolas da rede pública alcançaram as metas fixadas para o Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), atingindo assim os resultados estabelecidos pelos parâmetros de aprendizagem nacionais. 
Assim, temos que do 4º ao 5º ano Iguatu obteve 5,8 e do 8º ao 9º ano atingiu 4,6. Já no ensino médio, a pontuação do Ideb ficou em 4,0. Em 2021, 
com o cenário pandêmico possivelmente se relacionando com os indicadores da educação, os resultados se mantiveram relativamente estáveis, sendo 
de 5,4 para os anos iniciais e 5,2 para os anos finais do ensino fundamental, com pontuação de 4,7 no ensino médio (IDEB, 2021). 
  
3.1.3 Saneamento 
  
Segundo dados do IPECE (2022), até o ano de 2010 Iguatu apresentava perfil de ocupação predominantemente urbano, caracterizando a facilidade 
do acesso da população aos principais serviços de saneamento básico. 
Em 2016, a taxa urbana de cobertura d'água atingiu 94,80% e a de esgoto 19,71%. Já em relação ao ano de 2020, a taxa urbana de cobertura d'água 
subiu para 99,17%, enquanto que a taxa de cobertura de esgoto urbano diminuiu para 19,37% (IPECE, 2022). Em relação ao município como um 
todo, apenas em 2010, 14,53% dos domicílios estavam sem acesso à rede de abastecimento e 72,2% não possuíam ligação à rede geral de esgoto 
nem fossa séptica. Além disso, ainda nesse ano, 6,72% dos domicílios não tinham banheiros e apenas 76,88% tinham coleta de lixo (IPECE, 2017). 
A situação do abastecimento de água, portanto, apresenta-se muito mais avançada que a do esgotamento sanitário e da coleta de lixo. Fato que traz 
implicações importantes para as condições de saúde, especialmente nas áreas de ocupação desordenada, onde reside a população mais vulnerável. 
Quanto à coleta de lixo, os resíduos sólidos produzidos nos domicílios são dispostos a céu aberto no lixão, poluindo o solo, o lençol freático e o ar. O 
lixão representa um espaço para o trabalho e o sustento de diversas famílias que desenvolvem atividade de catação dos resíduos sólidos ali dispostos. 
Os catadores de lixo trabalham no lixão sem qualquer tipo de equipamento de proteção individual (EPI) e, dessa forma, estão vulneráveis a contrair 
doenças e a sofrer acidentes com materiais perfurocortantes despejados no local. Além da contaminação ambiental, a fumaça produzida 
rotineiramente pela queimada do lixo ocasiona graves problemas alérgicos e respiratórios nos moradores dos bairros localizados próximos ao lixão 
(LUCAS; PEREIRA; SANTO, 2017). 
  
3.2 Perfil Epidemiológico de Morbimortalidade 
  
Em relação à morbidade, conforme dados das internações hospitalares segundo capítulo CID-10 (Tabela 2), as doenças do aparelho respiratório 
correspondem à principal causa de internação no município, seguidas das doenças do aparelho digestivo e doenças infecciosas e parasitárias. 
As doenças infecciosas e parasitárias persistem como importante problema de saúde pública em Iguatu, tendo havido um expressivo aumento no ano 
de 2021 nos índices de morbidade em comparação aos anos anteriores. As doenças do aparelho circulatório são as responsáveis pelo maior número 
de óbitos, contudo sua parcela na morbidade é menos expressiva. Já no que diz respeito à morbidade relacionada a gravidez, parto e puerpério, pode-
se observar oscilações significativas nesse indicador ao longo dos últimos anos. 
Outro dado relevante a ser considerado trata-se dos índices de morbidade por lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas 
externas que demonstram uma elevada elevação no ano de 2021, comparado a todos os anos anteriores. É importante observar que esse índice sofreu 
redução no primeiro ano da crise sanitária aprofundada em alta escala pela pandemia da COVID-19 no município. 
  
Tabela 2. Morbidade hospitalar por grupo de causas, no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2021, em Iguatu-CE. 
  
GRUPOS DE CAUSAS 
2015 
2016 
2017 
2018 
2019 
2020 
2021 
TOTAL 
ALGUMAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
170 
193 
401 
494 
551 
480 
899 
3.188 
NEOPLASIAS (TUMORES) 
56 
98 
86 
81 
70 
62 
72 
525 
DOENÇAS ENDÓCRINAS NUTRICIONAIS E METABÓLICAS 
110 
97 
110 
116 
114 
77 
113 
737 
DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO 
477 
441 
458 
421 
367 
191 
251 
2.606 
DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
426 
353 
825 
968 
882 
381 
593 
4.428 
DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO 
347 
357 
589 
563 
523 
413 
500 
3.292 
DOENÇAS DO APARELHO GENITURINÁRIO 
167 
183 
331 
358 
299 
189 
282 
1.809 
GRAVIDEZ PARTO E PUERPÉRIO 
2.103 
2.021 
2.384 
2.305 
1.845 
1.653 
2.220 
14.531 
ALGUMAS AFEC ORIGINADAS NO PERÍODO PERINATAL 
135 
185 
286 
151 
188 
153 
152 
1.250 
LESÕES ENVEN E ALG OUT CONSEQ CAUSAS EXTERNAS 
656 
412 
639 
436 
321 
354 
1.048 
3.866 
DEMAIS CAUSAS 
253 
255 
833 
648 
367 
236 
364 
2.956 

                            

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