DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS Manaus, quarta-feira, 12 de abril de 2023 2 U m encontro entre a musicalidade formal aprendida no Massachussets Institute of Technology (MIT), considerado por vá- rios rankings a melhor universidade do mundo há mais de 10 anos, e a musicalidade amazô- nica inspirada nos sons da floresta, aconteceu na manhã desta no dia 28 de março no Centro Cultural Palácio Rio Negro, avenida Sete de Se- tembro, no Centro de Manaus. Aproximadamente 80 músicos pesquisado- res do MIT participaram de um workshop espe- cial sobre bioinstrumentos nativos da Amazô- nia, fabricados a partir de produtos da floresta pelo instrumentista amazonense Eliberto Bar- roncas. A atividade tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. O workshop incluiu também o acesso aos instrumentos amazônicos por meio de realida- de virtual, com tecnologia desenvolvida pelo músico amazonense César Lima, pesquisador e idealizador do projeto “The Roots VR”. A ferramenta que deriva de um extenso processo de pesquisa e que reúne diversos instrumen- tos nativos da Amazônia. A experiência culminou em uma jam session com os universi- tários norte-americanos, reunindo os sons dos bioinstrumentos com os sons dos instrumentos tradicionais que es- tão acostumados a tocar, mais as vozes dos grupos vocais que acompanham a comitiva de estudantes do MIT. Tendo Física e Engenharia Nuclear como foco principal de sua formação, a universitária Charlotte Wyckert escolheu também estudar música em sua jornada no MIT. Para ela, a ex- periência no Amazonas tem sido surreal, desde que o grupo chegou a Manaus. “Essa experiência de hoje foi incrível. Foi mi- nha experiência favorita desde que chegamos. O que é realmente especial é que a música que tocamos, os clássicos ocidentais, é ensaiado muito e muito planejado. É com isso que estou acostumada e me sinto confortável. Mas fazer algo no momento, de forma espontânea, como fizemos aqui, é uma sensação totalmente di- ferente e muito especial”, disse a universitária. Para Auttumn Geil, a experiên- cia foi impactante desde à chega- da ao prédio histórico do Centro Cultural Palácio Rio Negro. “De- pois de ter visitado a belíssima floresta, vir a Manaus e se deparar com uma arquitetura como esta, é uma experiência da qual estou muito grata de fazer parte”, declarou. Integrante de um grupo vocal de dez pesso- as, Auttumn se encantou com a possibilidade de conhecer a experiência de músicos locais e ainda ter a oportunidade de fazer música com um grupo tão grande. “É diferente de qualquer coisa que eu já fiz até hoje. Ouvir como o Eli- berto [Barroncas] produz instrumentos e vê-lo tocar me fez sentir realizada”, disse. Para o próprio Eliberto Barroncas, músico ex- periente e renomado, a experiência foi especial e inusitada. “Para mim realmente foi uma honra. Porque nasci e me criei na beira do rio. E poder falar para pessoas que vêm de outros lugares, com interesse em música e valores da vida ama- zônica, no sentido maior da questão, daquilo que é mais profundo, é uma honra”, afirmou. Workshop terminou com jam session com fusão de sons de instrumentos tradicionais e bioinstrumentos Marcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa Músicos americanos se encantam com sons amazônicos em oficina no Palácio Rio Negro A iniciativa teve como objetivo levar para a escola diálogos sobre a diversidade étnica, cultural, religiosa e de pensamento VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃOFechar