DOEAM 20/03/2023 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS
Manaus, segunda-feira, 20 de março de 2023
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H
á seis meses Alexandre Segadilha inicia-
va as atividades de equoterapia. O me-
nino, de 7 anos, tem Síndrome de Down
e Transtorno do Espectro Autista (TEA), e hoje
já consegue interagir com os cavalos e com os
animais domésticos da família. Ele participa
do modelo terapêutico ofertado no Núcleo
de Equoterapia da Polícia Militar do Amazonas
(PMAM), em parceria com a Secretaria de Justi-
ça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc).
A turma de Alexandre foi a primeira a reali-
zar a atividade, iniciada no dia 27 de feverei-
ro. Durante 30 minutos ele faz a equoterapia,
auxiliado pela equipe profi ssional. Cristina Se-
gadilha, mãe de Alexandre, conta que o fi lho
não gosta de contato físico, mas que depois
da terapia com os cavalos passou a aceitar al-
guns contatos.
“Os ganhos que ele teve foi com a acessibi-
lidade tátil. Ele é muito sensível, não gosta de
toque, então hoje em dia ele já aceita, graças a
Deus. Espero que ele ganhe mais [autonomia]
com a equoterapia, já que em seis meses ele
teve esse ganho de acessibilidade, então esse
ano ele vai ganhar muito mais”, refl ete a dona
de casa.
Jussara Pedrosa, titular da Sejusc, diz que
parceria entre as secretarias pos-
sibilita progressos às pessoas com
defi ciência (PcDs).
“Esse modelo terapêutico é rea-
lizado com muita responsabilida-
de pela Cavalaria, e a Sejusc par-
ticipa com cessão de servidores
para o quadro funcional e, tam-
bém, no auxílio das pessoas com
defi ciências, com orientações so-
bre a equoterapia, como ingressar no modelo
terapêutico, tudo para prestar o melhor serviço
de ambas as secretarias”, frisa a secretária.
Como funciona
A equoterapia é um método terapêutico
educacional que utiliza o cavalo entre várias
disciplinas, interdisciplinar e multidisciplinar,
para ajudar pessoas com defi ciência ou ne-
cessidades especiais, a ganhar melhorias psi-
comotoras e sociais. O serviço conta com uma
equipe multidisciplinar, com psicólogos, fono-
audiólogos, fi sioterapeutas e veterinários. O te-
nente Strieder, chefe do Núcleo de Equoterapia
explica que o programa é gratuito e como se
dá a entrada.
“Primeiramente, o responsável tem que vir
com o parecer médico indicando
a criança para a prática da equo-
terapia e, com esse parecer, nos
procura. É um projeto social aber-
to a todos, não tem cobrança de
nenhum tipo de taxa ou de parti-
cipação. O candidato a praticante
passa pelo crivo da equipe multi-
profi ssional e a partir daí ele entra
numa lista de espera. O tempo de
tratamento é de 6 meses a 2 anos”, indicou o
tenente.
“A primeira fase é utilizada mais nas crianças
que têm alguma difi culdade em fi car em cima
do cavalo, vai precisar de mediadores para
apoiar, para segurar a criança, para conduzir.
Na segunda fase, que é a reeducação, a criança
já consegue se manter sozinha sobre o cavalo.
Já na terceira e quarta fase, a pré-esportiva e a
esportiva, o praticante tem condições de con-
duzir o cavalo sozinho, como se fosse um cava-
leiro”, emendou o tenente.
A lista de espera do programa está com um
tempo mais curto. Neste ano, são 132 pratican-
tes entre crianças, jovens e adultos, divididos
nas quatro fases. A cada alta são chamados no-
vos candidatos.
Para a prática da terapia
é preciso que a criança
tenha indicação médica, em
seguida é avaliado por equipe
multiprofissional
O serviço dispõe
de equipe
multidisciplinar,
com psicólogos,
fonoaudiólogos,
fi sioterapeutas,
veterinários, com
tratamentos de 6
meses a 2 anos
Equoterapia: pessoas com defi ciências têm
acesso gratuito à terapia com cavalos
Arthur Castro/Secom
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO
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