DOEAM 31/01/2023 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1

                            DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS 
Manaus, terça-feira, 31 de janeiro de 2023 3
C
onsiderado um dos nomes de represen-
tatividade do grafismo da região Norte, 
Raiz Campos leva a fusão do grafite-gra-
fismo à exposição “Trama Canoê”, que acontece 
no Centro Sebrae de Referência do Artesanato 
Brasileiro, no Rio de Janeiro. Até o dia 10 de 
fevereiro, a obra de Raiz segue exposta, com-
pondo um conjunto histórico de outros artistas 
brasileiros. 
A obra traz uma foto em homenagem ao 
Cacique Bina, da etnia Matis, pintada com as 
técnicas da arte urbana em sintonia com a arte 
indígena, em uma esteira de tupé, trabalhada 
pelos artesãos da Associação dos Artesãos de 
Novo Airão (AANA). Raiz conta que é a maior 
esteira indígena já pintada por ele, com mais 
de três metros de altura.
“A obra é um tra-
balho que já venho 
desenvolvendo 
com 
artesãos desde 2019, 
que traz a fusão da arte 
indígena e a urbana. 
Fiz um grafite em cima, 
com 
todo 
respeito, 
executando as técnicas 
do grafismo de forma 
transparente”, explicou 
o artista, ao acrescen-
tar que o trabalho valo-
rizando os povos indígenas ocupa uma posição 
de destaque na exposição Trama Canoê. 
“A arte ficou como um guardião, bem na en-
trada, bem valorizada. Para mim é uma honra, 
um sonho que estou realizando, desde 2018, 
pintando esteiras cada vez maiores”, disse Raiz 
Campos. 
 
Carreira artística
A primeira exposição solo de Raiz com estei-
ras indígenas foi em 2019, na Galeria do Largo, 
no Largo de São Sebastião, Centro de Manaus. 
Uma de suas obras, “Grande Cobra Canoa”, de-
senvolvida em tinta spray em esteira de tupé, 
segue exposta no hall de entrada do espaço 
cultural do estado.
Ainda no Centro, outro trabalho do artis-
ta pode ser observado no muro da rua 10 de 
Julho, que foi grafitado em homenagem à li-
derança nacional dos povos indígenas, o caci-
que Raoni Metuktire Kayapo. Diversos muros, 
espalhados pela cidade, levam a assinatura do 
artista, que preconiza assuntos engajados com 
o desenvolvimento sustentável da Amazônia e 
a preservação da cultura indígena. 
Um dos projetos de sua autoria, o “Muralizar: 
do Raiz ao Lana”, foi contemplado no edital 
“Prêmio Feliciano Lana”, do Governo do Estado, 
por meio da Secretaria de Cultura e Economia 
Criativa, como parte das ações da Lei Aldir 
Blanc, em 2020. 
O titular da pasta de cultura, Marcos Apolo 
Muniz, destaca que o trabalho de Raiz valoriza 
a arte urbana. “O grafismo manauara carrega a 
identidade do estado e dos povos originários. 
O Amazonas reserva muitos talentos que, com 
apoio do Governo do Estado, estão ocupando 
um espaço cada vez maior no campo cultural 
nacional e internacional”, revela o secretário.
A iniciativa contemplada pelo edital promo-
veu uma oficina colaborativa para revitalizar o 
Muro do Bispo, no município de São Gabriel da 
Cachoeira (distante 852 quilômetros de Ma-
naus), além de oficinas sobre técnicas do gra-
fite e muralismo. 
Raiz acredita que, com os recursos dos edi-
tais, os trabalhos podem ser desenvolvidos 
prezando pela qualidade e mais abrangência. 
“Podemos chegar a mais pessoas que moram à 
margem da cena cultural. Incentivar as pessoas 
a buscarem o caminho da arte”, disse o artista, 
que nasceu na Bahia, mas ainda criança, morou 
na Vila do Pitinga, dentro da área indígena Wai-
miri Atroari, onde iniciou o grafismo.
A obra traz 
uma foto em 
homenagem ao 
Cacique Bina, 
da etnia Matis, 
pintada com 
as técnicas da 
arte urbana em 
sintonia com a 
arte indígena
Arte indígena de Raiz Campos é exposta 
em centro de artesanato no Rio de Janeiro
Divulgação/Acervo pessoal do artista Raiz Campos
Grafiteiro assina técnicas da 
arte urbana na maior esteira 
indígena já pintada por ele, com 
mais de três metros de altura
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO

                            

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