DOEAM 19/01/2023 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS
Manaus, quinta-feira, 19 de janeiro de 2023 3
A
qualidade da água de três igarapés lo-
calizados no perímetro urbano de Ma-
naus foi checada com o uso de peixes
da espécie Aequidens pallidus, popularmente
conhecidos como Acará Duas Pintas. A partir
disso, foi possível detectar dados sobre acidez,
temperatura, odor e transparência da água,
além do grau de toxidade dos igarapés estu-
dados e o impacto na saúde dos peixes. O pro-
jeto recebeu apoio do Governo do Estado, via
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Amazonas (Fapeam).
De acordo com a
coordenadora do estu-
do, Fabíola Domingos
Moreira, pesquisadora
do Instituto Nacional
de Pesquisas da Ama-
zônia
(Inpa),
foram
detectadas alterações
estruturais nos peixes
e aumento na quanti-
dade de proteínas que
indicam presença de
metais na água. Com isso, os resultados do pro-
jeto contém informações que podem subsidiar
ações de manejo e conservação dos recursos
aquáticos da cidade.
Na pesquisa, foram checados os parâme-
tros básicos da qualidade da água de três
igarapés de Manaus localizados no conjunto
Nova República, no campus da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam) e no campus do
próprio Inpa.
Conforme destacou a pesquisadora, na pri-
meira fase do projeto foram coletados peixes
no igarapé da Nova República. Os animais
então permaneceram em quarentena em um
laboratório do Inpa. Após isso, cada um dos
igarapés recebeu dez peixes com o objetivo de
usá-los para monitorar e comparar os efeitos
que esses cursos d’água poderiam exercer na
saúde dos Acarás Duas Pintas.
“Fizemos um experimento in situ. Levamos
os peixes para os três igarapés e deixamos lá
por sete dias. Avaliamos a qualidade da água e
percebemos ser nítida a diferença de tempera-
tura. Um igarapé mais preservado geralmente
tem água mais fria. E os que são mais impac-
tados, os que não tem tanta cobertura vegetal,
apresentam temperaturas mais altas. A cor, o
odor, a transparência da água também foi dife-
rente entre os igarapés”, explicou.
Depois desse período, os peixes foram trans-
portados para o Laboratório de Ecotoxicologia
Aquática na Amazônia, do Inpa, para a realiza-
ção das análises a fim de detectar, quantificar e
comparar os dados obtidos por meio da expo-
sição dos animais a águas com diferentes níveis
de degradação.
Contribuição
Segundo a coordenadora, a pesquisa visa
contribuir para a melhoria da qualidade am-
biental já que as alterações observadas podem
ser revertidas se houver a recuperação da con-
dição da água dos igarapés.
As informações geradas
neste projeto também po-
derão ser utilizadas para
comparações futuras.
Iniciada em 2019, a pes-
quisa está em fase de con-
clusão e contou com a par-
ticipação de pesquisadores
do Inpa, da Universidade
do Estado do Amazonas
(UEA),
da
Universidade
Federal do Espírito Santo
(Ufes) e do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio).
Apoio Fapeam
Fabíola Domingos Moreira classificou como
de extrema importância o apoio da Fapeam
para o início, andamento e conclusão da pes-
quisa.
O objetivo do Universal é financiar ativida-
des de pesquisa científica, tecnológica e de
inovação, ou de transferência tecnológica, em
todas as áreas do conhecimento, que represen-
tem contribuição significativa para o desenvol-
vimento socioeconômico e ambiental do Esta-
do do Amazonas em instituição de pesquisa ou
ensino superior ou centro de pesquisa, público
ou privado, sem fins lucrativos, com sede ou
unidade permanente no Estado do Amazonas.
Érico Xavier/Fapeam
Lidia Aguiar/Fapeam
Com apoio do Governo, pesquisa monitora
qualidade da água de igarapés utilizando peixes
O projeto de biomonitoramento,
amparado pela Fapeam, fez a
verificação com o peixe Acará
Duas Pintas em três igarapés de
Manaus
Foi possível
detectar dados
sobre acidez,
temperatura,
odor e
transparência da
água, além do
grau de toxidade
dos igarapés
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO
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