estado do amazonas Número 34.880 | Ano CXXX www.imprensaoficial.am.gov.br quarta-feira 07 dez/2022 O monitoramento de quelônios realiza- do na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari e na Reserva Extrativista (Resex) do Médio Juruá, localizadas no município de Carauari (a 788 quilômetros de Manaus), resultou na soltura de 280 mil fi- lhotes ao longo de 2022. O intuito da atividade é promover o aumento da população de que- lônios na região. A última soltura do ano ocorreu durante a tradicional Gincana Ecológica do Médio Juruá, na comunidade do Xibauá, no dia 17 de no- vembro, reunindo cerca de 400 comunitários. O encontro anual tem a presença de comunitá- rios das duas Unidades de Conservação. Neste ano, o evento contou com premiações para os monitores de quelônios, apresenta- ções de escolas, atividades culturais, além de torneios desportivos. Ao final, os ribeirinhos foram até a Praia do Mandioca, localizada na comunidade Vila Medeiros, onde 25 mil quelô- nios (tartaruga, tracajá e iaçá) foram devolvidos à natureza. Para o gestor da RDS Uacari, Gilberto Ola- vo, o alto número de quelônios soltos é fruto do trabalho realizado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) junto a diversas parcerias na região. “Em 2010 tínhamos 12 tabuleiros e 35 monitores, resultando em 120 mil filhotes devolvidos à natureza. Já em 2022, com 19 ta- buleiros e 51 monitores, saltamos para 280 mil filhotes. Estes são indicativos de que estamos no rumo certo na conservação da biodiversida- de”, disse. Monitoramento de quelônios O trabalho começa entre os meses de ju- nho e setembro, quando as fêmeas começam a desovar às margens do rio Juruá. Todo esse período é acompanhado pelos comunitários e por 51 monitores, que realizam a contagem das covas e dos ovos a cada ano, além da vigia dos tabuleiros instalados nas praias, campinas e barrancos da região. Os tabuleiros ficam espalhados pelas duas Unidades de Conservação, sendo 14 na RDS Uacari, de gestão da Sema, e cinco na Resex, de gestão do Governo Federal, por meio do Insti- tuto Chico Mendes de Conservação da Biodi- versidade (ICMBio). Boa parte dos ovos eclodem naturalmente nos lugares onde foram depositados pelas fêmeas. Já os ovos encontrados em locais de vulnerabilidade são coletados e transferi- dos para uma espécie de berçário, que imita as condições encontradas no habitat natural desses animais. Quando esses filhotes nas- cem, são realocados em tanques até atingi- rem tamanho ideal para a última etapa do processo, quando finalmente são soltos com segurança na natureza. Graças à atividade de conservação e o au- mento das espécies na natureza, o Médio Juruá lidera a criação experimental de quelônios, atividade licenciada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). O objetivo é desenvolver uma nova cadeia produtiva sus- tentável na região, promovendo renda para as comunidades a partir do manejo sustentável. O trabalho de monitoramento de quelô- nios na região do Médio Juruá é realizado pela Sema, em parceria com o ICMBio, a Associação de Moradores Extrativistas da Comunidade de São Raimundo (Amecsara) e Associação dos Moradores Agroextrativistas da Reserva de De- senvolvimento Sustentável Uacari (Amaru). A atividade recebe o apoio da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), do Instituto Juruá, do Projeto Pé-de-Pincha da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e da Pre- feitura de Carauari. Divulgação/Sema Projeto de monitoramento na Resex do Médio Juruá e na RDS do Uacari promoveu soltura de mais de 280 mil filhotes em 2022 Em Carauari, milhares de filhotes de quelônios são devolvidos à natureza Última soltura do ano ocorreu durante a tradicional Gincana Ecológica do Médio Juruá, na comunidade do Xibauá, em meados de novembro VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃOFechar