DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS Manaus, sexta-feira, 01 de abril de 2022 2 Mamíferos aquáticos em risco de extinção são monitorados no AM D uas espécies de mamíferos aquáticos da região amazônica, ameaçadas de extin- ção, são monitoradas por pesquisa am- parada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O estudo “Estratégias para o monitoramento da saúde de mamíferos aquáticos da Amazônia” foi desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa (Uni- versal Amazonas) – Edital nº 006/2019, e moni- torou os parâmetros de saúde do peixe-boi da Amazônia e do boto-vermelho. O estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazô- nia (Inpa) buscou im- plementar protocolos de acompanhamento do estado de saúde desses animais, e as- sim contribuir para a conservação das es- pécies. Os cientistas analisaram espécies mantidas em cativeiro na sede do Inpa, em semicativeiro no mu- nicípio de Manacapu- ru (a 68 quilômetros de Manaus) e em vida livre na Reserva de De- senvolvimento Sustentável de Mamirauá. “A avaliação da saúde de golfinhos de vida livre ocorre em poucos locais do mundo de- vido às dificuldades logísticas e o alto custo para tais operações. Aqui no Brasil, esse tipo de estudo já é feito há mais de 20 anos pela equipe do Laboratório de Mamíferos Aquáti- cos do Inpa no âmbito do Projeto Boto, coor- denado pela Dra. Vera da Silva. Os golfinhos são considerados sentinelas do meio ambien- te e a sua saúde pode estar alterada em am- bientes impactados pelo homem”, explicou Daniela Mello, coordenadora da pesquisa e doutora em Reprodução Animal. Segundo a pesquisadora, o estudo possi- bilitou a análise completa dos parâmetros de saúde físico e fisiológicos dos animais, entre os quais, sangue, urina, fezes, peso e biometria corporal, frequência cardíaca e respiratória, saturação de oxigênio, temperatura, além da presença de bactérias, fungos e doenças com potencial zoonótico ou epizoótico. O diagnóstico das condições de saúde dos animais permitiu ainda conhecer as principais pa- tologias que precisam ser combatidas e tratadas para promover o equilíbrio ecológico de peixes- -bois e botos-vermelhos na natureza. “Foi investigada a ocorrência po- tencial de doenças bacterianas tais como salmonelose, clostridiose, leptospirose e brucelose, além de doenças parasitárias como giardía- se, criptosporidiose e toxoplasmose. Esses exames foram particularmente importantes para os animais sele- cionados que foram devolvidos ao meio ambiente, já que não devem ser vetores de doenças ou parasitas para os mamíferos selvagens de vida livre”, afirmou. Contribuição e parceria Ao todo, 15 cientistas de diferentes especialidades e instituições partici- param projeto, entre os quais, estão pesquisadores da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Facul- dade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). O Aquário de São Paulo e a Faculdade de Medicina Veteriná- ria da Universidade de Santo Amaro (UNISA) também contribuíram para a pesquisa. “O auxílio financeiro da Fapeam foi de fun- damental importância para o desenvolvimento das atividades do projeto, e viabilizou a compra de equipamentos e materiais para que os ex- perimentos pudessem ser realizados”, finalizou. Pesquisa realizada no estado com o apoio do Governo do Amazonas avalia parâmetros de saúde do peixe-boi da Amazônia e do boto-vermelho Daniela Mello/Arquivo pessoal Diagnóstico permitiu conhecer principais patologias a se combater para promover equilíbrio ecológico das duas espécies na natureza VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃOFechar