DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS Manaus, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022 3 Amazonas atua para facilitar acesso ao soro antiveneno em áreas rurais O Governo do Amazonas atua para des- centralizar o soro antiveneno, usado no tratamento de acidentes por animais peçonhentos, mais especificamente os ofídicos (surucucu, jararaca e coral-verdadeira). O pro- jeto é destinado às áreas rurais de Careiro da Várzea (distante 25 quilômetros de Manaus) e Ipixuna (a 1.367 quilômetros da capital). A iniciativa conta a parceria do Instituto Butantan, que desti- nou 800 ampolas dos soros à ação integra- da composta por Se- cretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Fundação de Vigilância em Saú- de do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Universi- dade do Estado do Amazonas (UEA). Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), coorde- nado pelo Ministério da Saúde, as ampolas de soro antiveneno são repassadas ao Amazonas, por meio da FVS-RCP, que as distribui para os 62 municípios do estado, conforme a necessidade de cada município e com base no quantitativo de ampolas enviadas pelo Ministério da Saúde. “Solicitamos que a população se mantenha longe das áreas de risco para acidentes com animais peçonhentos, mas, se houver algum incidente, o município estará preparado para oferecer o suporte necessário”, afirma Anoar Samad, secretário de Estado de Saúde. A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que a estratégia busca a dis- tribuição dos soros antiveneno a sete unidades de saúde rurais, sendo cinco em Careiro da Vár- zea e duas em Ipixuna. “Busca-se a redução de tempo de atendimento ao agredido por peço- nhentos, que muitas vezes precisa se deslocar por horas em barcos para obter tratamento”, afirma Tatyana. Para o uso no projeto, a articulação foi reali- zada pela FMT-HVD, que é referência estadual para o tratamento de agredidos por animais peçonhentos, junto ao Instituto Butantan, que produz as ampolas de soro antiveneno. Equi- pes de médicos e enfermeiros de Careiro da Várzea e Ipixuna foram capacitados pela FM- T-HVD para diagnóstico e tratamento de aci- dentes por animais peçonhentos no segundo semestre de 2021. Segundo o diretor de Ensino e Pesquisa da FMT-HVD, Wuelton Marcelo Monteiro, Carei- ro da Várzea e Ipixuna foram escolhidos para o projeto-piloto. “Não é possível, hoje, fazer a descentralização dos soros para a Amazônia inteira. A partir dos resultados encontrados nesses dois municí- pios, vamos propor para o Ministério da Saúde a melhor for- ma de se realizar essa descentralização para reduzir as chances de sequelas e de óbitos”, destaca Wuelton. Próximos passos O gerente de Zoo- noses em exercício da FVS-RCP, o médico veterinário Deugles Cardoso, destaca que o próximo passo para efetivar o projeto é a análise da estrutura e dos recursos humanos (equipes de saúde) das unidades básicas de saúde rurais. “As unidades devem contar com equipe adequada e rede de frio para armazena- mento dos soros 24 horas”, detalha o veterinário. Distribuição A distribuição de soros antivenenos ocorre pela FVS-RCP para os 62 municípios do Amazo- nas, abrangendo 63 hospitais em área urbana; três em área rural; três em área restrita: Coari e Presidente Figueiredo (comunidades de Pitin- ga e de Balbina); dois em área indígena; e nove em pelotões especiais de fronteira do Exército Brasileiro, sendo três deles indígenas. Projeto contempla, inicialmente, comunidades rurais dos municípios de Careiro da Várzea e Ipixuna Iniciativa tem parceria do Instituto Butantan, que destinou 800 ampolas de soros à ação integrada da SES-AM, FVS- RCP, FMT-HVD e UEA VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃOFechar