DOEAM 18/01/2022 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1

                            estado do amazonas
Número 34.665 | Ano CXXIX
www.imprensaoficial.am.gov.br
terça-feira
18
jan/2022
Í
cone da literatura amazonense e um dos nomes 
mais respeitados das letras no país, com proje-
ção internacional, o poeta Thiago de Mello fale-
ceu aos 95 anos, de causas naturais, no dia 14 de 
janeiro, em Manaus. O Governo do Estado decre-
tou luto oficial de três dias pelo falecimento do ar-
tista, que foi ainda objeto de homenagens de ami-
gos, familiares, artistas e personalidades diversas.
“Todas as vezes que perdemos um artista, vai 
um pedaço da gente. Thiago representou a cultu-
ra do nosso estado no mundo inteiro. Tenho visto 
homenagens de pessoas extremamente concei-
tuadas na cultura nacional e internacional, e isso 
mostra o valor que tinha o nosso poeta”, declarou 
Marcos Apolo Muniz, secretário de Estado de Cul-
tura e Economia Criativa.
Amigo de Thiago, também poeta e escritor, 
Dori Carvalho assinalou a perda e a importância 
do legado deixado pelo amazonense. “Trago o 
Thiago de Mello no meu coração com muito cari-
nho e muita ternura. É muito importante tudo que 
ele deixou, é fundamental, porque talvez seja o 
último poeta da geração dele que nos deixa”, afir-
mou. “É um momento triste e muito melancólico”.
O escritor Elson Farias, um dos fundadores do 
Clube da Madrugada, usou o Instagram para falar 
do poeta. “Hoje os céus recebem Thiago de Mello, 
amigo e grande poeta. Seu olhar sobre a Amazô-
nia era único. Ele morreu, no entanto, sua poesia 
irá renascer na literatura brasileira”, escreveu. 
Homenagens
Thiago de Mello foi ainda objeto de diversas 
homenagens nas redes sociais, onde persona-
lidades e instituições lamentaram a perda do 
poeta e relembraram versos de suas obras. Caso 
do poeta Fabricio Carpinejar, que publicou no 
Instagram trechos dos “Estatutos do Homem”, 
um dos poemas mais famosos de Thiago. “Não se 
morre mais depois de ler um poema de Thiago de 
Mello”, escreveu.
A jornalista Hildegard Angel enfatizou que a pior 
dor, a pior notícia, é a morte de um poeta. “Aquele 
em contato direto com as divindades, as forças da 
natureza, o âmago dos sentimentos. Aquele que 
nos inspira alento, esperanças, entusiasmo e con-
fiança no que há de belo no Homem. Morreu nos-
so grande poeta Thiago de Mello”, lamentou.
O escritor Daniel Munduruku, autor de 56 li-
vros, vencedor dos prêmios Jabuti e Unesco para 
Tolerância, escreveu no Twitter: “Sua ausência 
faz escuro... Sua arte nos traz Luz. Bom descanso, 
Guerreiro”.
Despedida
O corpo de Thiago de Mello foi velado no 
Centro Cultural Palácio Rio Negro e sepultado 
na tarde do dia 15, no Cemitério São João Ba-
tista, em Manaus.
Trajetória
Amadeu Thiago de Mello nasceu em 31 de mar-
ço de 1926, em Barreirinha. Mais tarde, mudou-se 
para o Rio de Janeiro, onde iniciou faculdade de 
Medicina, porém abandonou o curso em favor da 
poesia. Estreou na literatura em 1951, com o livro 
“Silêncio e Palavra”.
Entre as obras de destaque está ainda “Os Esta-
tutos do Homem”, de 1964, em que o poeta traz os 
valores simples da natureza humana, assim como 
“Narciso Cego”, de 1952; “Poesia comprometida 
com a minha e a tua vida”, de 1975; “Horóscopo 
para os que estão Vivos”, de 1984; “Mormaço na 
Floresta”, de 1984; “Num Campo de Margaridas”, 
de 1986; e “De uma Vez por Todas”, de 1996.
Amazonas dá adeus ao 
poeta Thiago de Mello
Michael Dantas/Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Governo do Estado 
decretou luto oficial 
de três dias pela morte 
do poeta, que foi 
homenageado por 
amigos, familiares e 
artistas 
Amazonense 
de Barreirinha, 
Thiago se 
destacou pela 
defesa da 
Amazônia e teve 
obras traduzidas 
para mais de 30 
idiomas
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO

                            

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