DOEAM 17/01/2022 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1

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Manaus, segunda-feira, 17 de janeiro de 2022 3
Q
uarenta professores indígenas de Novo 
Airão, na Região Metropolitana de Ma-
naus, participaram da segunda etapa 
de formação do projeto Pirayawara, da Secre-
taria de Estado de Educação e Desporto. A for-
mação foi realizada no dia 11 de janeiro, por 
professores da Gerência de Educação Escolar 
Indígena da pasta. O investimento na educa-
ção é um dos pilares do Governo do Amazonas.
O “Pirayawara” visa formar professores indí-
genas no Ensino Médio Técnico, para atuar nos 
Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em suas 
comunidades, como professores-pesquisado-
res de seu próprio universo cultural. A forma-
ção dá condições para que eles possam gerir 
seus processos de aprendizagem, fortalecendo 
a identidade étnica. Desde o início do projeto, 
em 1998, 47 municípios foram atendidos e 1,1 
mil professores foram formados.
O gerente de Educação Escolar Indígena, Al-
cilei Vale Neto, do Povo Mura, diz que a forma-
ção vai além do preparo pedagógico. “O curso 
não forma somente a parte pedagógica, mas 
forma também lideranças indígenas, pessoas 
que possam assumir cargos públicos nos muni-
cípios, no estado, nos conselhos, e isso é muito 
importante”, avalia.
Desde o início, o “Pirayawara” já certificou 
indígenas de 38 povos, nos municípios de 
Anamã, Atalaia do Norte, Autazes, Barreirinha, 
Beruri, Boca do Acre, Borba, Carauari, Careiro 
da Várzea, Coari, Eirunepé, Fonte Boa, Humaitá, 
Ipixuna, Itacoatiara, Itamarati, Japurá, Juruá, Ju-
taí, Lábrea, Manacapuru, Manaquiri, Manicoré, 
Maraã, Maués, Nhamundá, Parintins, Pauini, 
Rio Preto da Eva, São Gabriel da Cachoeira, São 
Paulo de Olivença, Tapauá e Tefé.
A formação tem nove etapas, com duração 
de quatro anos e meio. Ela está apoiada em três 
princípios básicos: organização, participação e 
solidariedade, tendo como norteadores a Lín-
gua Indígena, a Economia e o Parentesco.
A metodologia do projeto associa a forma-
ção do professor indígena à construção do ma-
terial didático e do Projeto Político Pedagógico 
Específico da Escola Indígena. Os estágios dos 
participantes acontecem entre a 6ª e 9ª etapas.
Ainda neste ano, os formadores devem vol-
tar a Novo Airão, e aos municípios de Amaturá, 
Maués, Nova Olinda do Norte, Santa Isabel do 
Rio Negro, Santo Antônio do Içá e Tonantins, 
onde 455 professores estão em formação pelo 
“Pirayawara”.
A diretora do Departamento de Política e 
Programas Educacionais, Adriana Antonaccio, 
participou da formação em Novo Airão e ficou 
feliz em ver o envolvimento dos cursistas.
“Tive a oportunidade de ver, presencialmen-
te, estes estudantes acreditando no respeito do 
governo pela formação acadêmica dos profes-
sores indígenas. Durante gerações, estes povos 
tiveram sua cultura e identidade sublimadas 
pela imposição da educação do branco. Atra-
vés do ‘Pirayawara’, o Governo do Estado e a 
Secretaria de Educação corrigem essa dívida 
histórica e dão ao índio a oportunidade de ele 
falar por si mesmo e transmitir os saberes das 
diferentes etnias aos seus povos, através da 
Educação Escolar Indígena”, frisa a diretora.
Professores indígenas de Novo Airão 
recebem formação do projeto Pirayawara
A formação dá condições para 
que eles possam gerir seus 
processos de aprendizagem, 
fortalecendo a identidade étnica
Arquivo Pessoal
Projeto visa formar professores indígenas no Ensino Médio Técnico, para atuar nos Anos Iniciais do 
Ensino Fundamental, em suas comunidades
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO

                            

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