DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS Manaus, quinta-feira, 02 de setembro de 2021 3 “E le cavou um buraco para me enter- rar”. Este é um trecho do relato de uma das 4 mil vítimas de casos de violência registrados no Amazonas neste ano. Visando combater esse crime e conscientizar a população, a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) tem a missão de oferecer serviços de atenção e pro- teção à mulher, por meio do projeto Nova Rede Mulher. De acordo com dados da Secretaria de Esta- do de Segurança Pública (SSP-AM), de janeiro a maio deste ano, cerca de 4.816 mulheres foram vítimas de violência no estado. Com isso, o pro- jeto Nova Rede Mulher da Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres da Sejusc oferece serviços de combate e enfrentamento à violên- cia de gênero, bem como direciona as vítimas para os órgãos responsáveis. A secretária Mirtes Sales, titular da Sejusc, destaca que os serviços são fortalecidos pela Lei Maria da Penha, que proporciona todo o suporte a essas vítimas, visando o rompimento do ciclo de violência. “O intuito (é o) de alcançar grandes núme- ros de pessoas, destacando os benefícios que a Lei Maria da Penha oferece para a sociedade. Com a Lei Maria da Penha, muitas conquistas aconteceram durante esses 15 anos, são diver- sas histórias de luta, mas também são muitos ganhos”, disse a gestora. A secretária executiva de Políticas para Mu- lheres da Sejusc, Maricília Costa, relembra a importância do combate à violência contra a mulher, recentemente evidenciada com a cam- panha Agosto Lilás, promovida durante todo aquele mês pela Sejusc. “A Sejusc conta com a Nova Rede Mulher, projeto voltado para for- talecer a rede de proteção. Denuncie, disque 180”, destacou. Assistidas Uma acolhida do Centro, de 36 anos, relata que sofria agressões do ex-companheiro du- rante quatro anos. “Ele me batia com pau, ferro, até cavou um buraco para me enterrar. Nesse dia eu vi que realmente ele iria me matar com uma pernamanca, eu fugi. Procurei ajuda, o Cream (Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher) me acolheu, lá tenho acompanha- mento pedagógico, psicológico e toda assis- tência, não só eu como meus dois filhos. Minha vida mudou muito com o apoio que tive”. Outro depoimento chama a atenção. Uma mulher, de 32 anos, relata que sofria agressões e racismo do ex-companheiro. “Fiquei casada durante seis anos, mas eu co- mecei a ser agredida quando engravidei. Sofria não só agressões, como ra- cismo dele e da família dele, e dizia que se a minha filha nascesse escura, não seria dele. Quando eu estava no período pós-gravidez, ele subiu em cima de mim, em cima da minha ci- rurgia, e batia na minha cabeça sem nenhum motivo. Procurei ajuda na delegacia da mulher, e lá me apresentaram o Cream, que deu todo o apoio que eu precisava, inclusive no divórcio, e hoje eu me libertei desse relacionamento, já faz dois anos”. O vídeo com os relatos destas duas mulheres, que representam milhares de vítimas, está dispo- nível nas redes sociais da Sejusc no Instagram (@ redesejusc) e no Facebook (Sejusc Amazonas). Lucas Silva /Secom Projeto oferece serviços de enfrentamento à violência de gênero, além de direcionar vítimas a órgãos responsáveis De janeiro a maio deste ano, cerca de 4.816 mulheres foram vítimas de violência no estado, de acordo com dados da SSP-AM Nova Rede Mulher da Sejusc apoia mulheres em situação de violência VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃOFechar