DOEAM 31/05/2021 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS
Manaus, segunda-feira, 31 de maio de 2021
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A
primeira capacitação ofertada no Cen-
tro Feminino de Educação e Capaci-
tação (Cefec), localizado no Km 08 da
BR-174 (Manaus-Boa Vista), trouxe uma nova
perspectiva de vida para 30 internas dos pre-
sídios femininos de Manaus. Almejando a ob-
tenção da qualificação profissional, reinserção
no mercado de trabalho e independência fi-
nanceira, as reeducandas têm se dedicado ao
curso de Panificação, de segunda a sexta-feira,
com três horas e meia por dia, com carga horá-
ria de 100 horas.
A qualificação é uma extensão da oficina
de “Confeitaria de Doces e Salgados”, minis-
trada em novembro do ano passado, para 15
internas da Penitenciária Feminina de Manaus
(PFM), também por meio da parceria da Secre-
taria de Estado de Administração Penitenciária
(Seap) com o Centro de Educação Tecnológica
do Amazonas (Cetam).
A nova capacitação, composta de aulas te-
óricas e práticas, foi dividida em duas turmas,
uma no período da manhã, para 15 internas
do regime provisório, e outra à tarde, para
mais 15 apenadas do fechado. O conteúdo
ministrado nas aulas envolve a produção ma-
nual e maquinária de pães variados, pizzas,
salgados de grande e pequeno porte, biscoi-
tos, tortas e bolos.
Produção local
De acordo com o diretor do Cefec, capitão
Paulo Sérgio Cordeiro, essa nova formação será
fundamental para o retorno das atividades da
confeitaria e panificadora anexa do Cefec. “Es-
tamos planejando colocar pelo menos 20 inter-
nas para trabalhar diariamente na panificação,
entre as que estão qualificadas e fizeram os
dois cursos ofertados”.
Ainda segundo Cordeiro, a meta é chegar a
produzir uma média diária de 3 mil pães, distri-
buídos entre as unidades prisionais da capital
amazonense. “A princípio, como elas ainda es-
tão iniciando a atividade, dá para produzir de
500 a 600 pães por dia. Depois de um tempo
podemos aumentar a nossa produção, tan-
to em quantitativo de internas trabalhadoras
como em máquinas para a panificadora, e as-
sim chegar a uma produção de 2 a 3 mil pães”.
Dom descoberto
A interna Bruna (nome fictício), uma das re-
educandas que participaram de ambos os cur-
sos da área, descobriu durante o cárcere o dom
para a prática. “Eu não tinha nenhuma experi-
ência em panificação lá fora e hoje eu posso
sair daqui com um certificado na área e traba-
lhar em qualquer estabelecimento ou mesmo
de forma autônoma. Está sendo muito gratifi-
cante aprender todas essas técnicas, agora eu
sinto que sou capaz de pegar os ingredientes
necessários, transformá-los em uma massa, e
consequentemente, em alimento”, disse ela.
A participação das reeducandas no curso
de Panificação resulta na remição de um dia
de suas penas a cada 12 horas de estudo,
conforme assegura a Lei de Execução Penal
(LEP), Lei nº 7.210.
Qualificação abrange produção manual
e maquinária de pães variados, pizzas,
salgados diversos, biscoitos, tortas e bolos
Primeiro curso do Centro
Feminino de Educação e
Capacitação conta com 30
internas de unidades prisionais
de Manaus
Divulgação/Seap
Reeducandas encontram oportunidade
de vida na arte da panificação
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO
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