DOMCE 13/06/2023 - Diário Oficial dos Municípios do Ceará

                            Ceará , 13 de Junho de 2023   •   Diário Oficial dos Municípios do Estado do Ceará   •    ANO XIV | Nº 3227 
 
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III – queima ao ar livre como forma de descarte de pneus, borrachas, 
plásticos, resíduos comerciais ou industriais, ou outros materiais 
combustíveis assemelhados; 
IV – incluem-se na vedação desse artigo, as áreas urbanas e rurais, as 
marginais de rodovias estaduais e federais, próximas a açudes, rios e 
lagos. 
Art. 107 A fiscalização pertinente as ações descritas no caput do 
artigo anterior, ficará a cargo do Poder Executivo Municipal, por meio 
de parceria entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano 
e Secretaria de Meio Ambiente. 
Parágrafo Único. O Município deverá regulamentar, observadas as 
peculiaridades locais, o serviço de fiscalização com a finalidade de 
receber denúncias sobre a transgressão no disposto desta Lei. 
  
Seção VII 
Do Descarte Irregular de Resíduos Sólidos em Rios, Córregos e 
Açudes 
  
Art. 108 Fica proibido o lançamento de resíduos sólidos ou líquidos, 
caracterizados no momento do descarte como lixo, em rios, córregos e 
açudes onde a extensão percorra território do Município de Fortim, ou 
parte deste, observadas as diretrizes acerca da destinação e disposição 
correta de resíduos sólidos, presente na Lei Federal nº 12.305, 02 de 
agosto de 2010. 
Parágrafo único. Assegurada a devida impermeabilização, as bacias 
de decantação de resíduos ou rejeitos industriais ou de mineração, 
devidamente licenciadas pelos órgãos competentes do SISNAMA, não 
consideradas corpos hídricos para efeito do disposto no caput deste 
artigo. 
Art. 109 Para efeitos desta Lei, a proibição tratada no artigo anterior, 
refere-se não somente ao percurso de rios, córregos e açudes, em áreas 
adjacentes ao trânsito de pessoas do Município, mas também em 
nascentes, leitos, margens e afluentes, sejam elas próximas ou não a 
edificações e espaços urbanos. 
§ 1º A proibição se estende a pequenos afluentes que de uma forma ou 
de outra, façam parte do sistema hídrico natural do município, rios 
perenes e/ou intermitentes. 
§ 2º O disposto no caput não se aplica a rios, córregos e açudes, desde 
que estejam contidas em área registrada como particular. 
Art. 110 Quem, de qualquer forma, concorre para a prática de crimes 
ambientais, incide nas penas a estes cominadas sob a égide da Lei 
Federal nº. 9.605/98, na medida da sua culpabilidade. 
Art. 111 As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, 
civil e penalmente nos termos da Lei, nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, no 
interesse ou benefício da sua entidade. 
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui 
a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 
Art. 112 Os estabelecimentos comerciais localizados nas margens dos 
rios, córregos e açudes que porventura gerem resíduos sólidos 
caracterizados como lixo devem, observado o art. 21 desta Lei, 
apresentar o Plano de gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS, 
quando da solicitação do alvará de funcionamento. 
Parágrafo único. Os locais constantes no caput deverão dispor de 
recipientes para lixo, em quantidade e tamanho adequados e instalados 
em locais visíveis, sendo projetados para receber resíduos separados 
em três fases, a saber: recicláveis orgânicos, recicláveis secos e 
rejeitos. 
Art. 113 A fiscalização ficará a cargo desta Municipalidade e atuará: 
I- nas áreas que tenham algum tipo de comércio e indústrias 
adjacentes a rios, córregos e açudes, podendo estabelecer multa para 
quem descumprir esta Lei, com valores estabelecidos por Decreto do 
Executivo Municipal; 
II – nas áreas identificadas como nascedouro ou com olho d’água, que 
façam parte do sistema vivo onde há extensão dos rios, córregos e 
açudes que cortam ou só perpassam pelo Município, podendo 
estabelecer multa para quem descumprir a Lei. 
Art. 114 Os valores arrecadados com as multas decorrentes da 
fiscalização serão destinados ao Fundo Municipal de Meio Ambiente. 
Art. 115 Ao aplicar as penalidades, desde que disciplinadas em 
regulamento próprio, a autoridade competente observará: 
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas 
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; 
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação 
de interesse do Município e sua relação com a expedição do alvará de 
funcionamento e PGRS. 
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. 
Art. 116 Caberá ao Município decidir por aplicar penas de natureza 
educativa em contraponto a multas, desde que sejam irregularidades 
de natureza leves e não seja reincidência. 
Art. 117 Para os efeitos desta Lei, compreende-se que a manutenção 
da limpeza pública, manejo dos resíduos sólidos recicláveis e 
reutilizáveis, e ainda, a preservação de rios, córregos e açudes livres 
de resíduos descartados, deve ocorrer conjuntamente em parceria com 
três setores: o Poder Público, a Sociedade Civil e a Iniciativa Privada. 
I - O Poder Público, na esfera municipal, deve agir fiscalizando e 
punindo descartes irregulares, como também fornecer orientações, 
informações e os dispositivos necessários para recolher e transportar 
corretamente o material classificado como lixo, limpando as vias 
públicas, promovendo a coleta seletiva e implementando o 
funcionamento da Central Municipal de Resíduos. 
II - A iniciativa privada pode contribuir com a promoção de ações que 
reduzam a geração de resíduos, como a logística reversa, em que há o 
recolhimento de embalagens utilizadas pelos consumidores e as 
reutiliza na produção de novos produtos, ou as encaminha de volta 
para a indústria, conforme sua responsabilidade no sistema. 
III – A sociedade civil pode colaborar e participar de ações 
motivadoras para implantação e implementação de um projeto de 
coleta seletiva, desde que haja canais de interação com esse público, o 
que facilitará a construção de parcerias em prol da educação 
ambiental, com foco em comportamentos e atitudes que visem uma 
população mais envolvida em combater o descarte irregular de 
resíduos. 
Art. 118 O Município poderá implantar uma Comissão Gestora Local, 
com composição paritária governamental e não-governamental, 
objetivando fiscalizar e propor medidas de gerenciamento de resíduos 
sólidos oriundos de atividades comerciais ou não, às margens de rios, 
córregos e açudes na sua área de abrangência. 
Parágrafo único. Para efeitos desta Lei, a supradita fiscalização 
objetiva fazer cumprir o ideal gerenciamento dos resíduos gerados, 
concatenado com o plano municipal de gestão integrada ou outro 
plano de natureza intermunicipal. 
  
CAPÍTULO II 
Seção I 
Da Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares e Outras Providências 
  
Art. 119 A classificação dos resíduos sólidos domiciliares no âmbito 
municipal, para efeito de incidência da Taxa de Resíduos Sólidos 
Domiciliares - TRSD, atenderá o disposto no Anexo III do Contrato 
de Consorcio vigente, desde que o Município seja ente, bem como o 
estabelecido na Lei Federal nº 12.305/10. 
Art. 120 A implementação da TRSD ficará condicionada a eficiência, 
eficácia e efetividade da oferta dos serviços previstos em 
planejamento do Consórcio. 
Art. 121 A TRSD deverá ser regulamentada, observando 
prioritariamente, os artigos 6º, 7º, 8º e 11, do Anexo III do Contrato 
do Consórcio Comares, já ratificado por este ente federativo, 
conforme Lei nº 741, de 19 de novembro de 2019, bem como 
legislação específica. 
  
CAPÍTULO III 
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA A POLÍTICA 
MUNICIPAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
Seção I 
Das Disposições Gerais 
  
Art. 122 Entendem-se por educação ambiental os processos por meio 
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a 
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial 
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. 
Art. 123 A educação ambiental é um componente essencial e 
permanente da educação municipal, devendo estar presente, de forma 
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, 
em caráter formal e não-formal. 

                            

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