DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS Manaus, terça-feira, 12 de setembro de 2023 4 U ma pesquisa inédita que será desenvol- vida na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Es- tado de Saúde (SES-AM), avaliará a estratégia de vigilância ativa (AV) em 50 pacientes com câncer de próstata. A vigilância ativa envolve o acompanhamento de pacientes por meio de exame de PSA (sangue), toque retal semestral e biópsia prostática anualmente. Trata-se de um projeto do Ministério da Saúde (MS), via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), o qual visa impactar positivamente na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH). A coorde- nação nacional é do Hospital Moinhos de Vento (RS), que selecionou 20 cen- tros de tratamento de câncer no país para participar da iniciativa. Denominado “Avaliação de um proto- colo assistencial de vigilância ativa para câncer de próstata no SUS”, o projeto começou na semana passada, terá a du- ração de um ano e contará com recursos financeiros de R$ 4.260.823,62. Na FCe- con, terá a coordenação da pesquisa- dora da Diretoria de Ensino e Pesquisa (DEP), farmacêutica-bioquímica Valquí- ria Martins, e do médico urologista Giu- seppe Figliuolo. Pesquisa inédita Conforme Martins, a avaliação da vi- gilância ativa em pacientes com diag- nóstico de câncer de próstata de bai- xo risco jamais foi validada e avaliada na população brasileira, tão pouco na amazonense. Ela ressalta que as infor- mações sobre a validade da estratégia ativa vêm de pesquisas internacionais. Diminuição de gastos A vigilância ativa é utilizada em paí- ses desenvolvidos em seus sistemas na- cionais de saúde, pontua Martins, para a diminuição de gastos, filas para cirur- gias e/ou radioterapia. Ela frisa que a estratégia de vigilância ativa também é usada para minimizar eventos adversos, por exemplo, disfunção erétil, inconti- nência urinária e sequelas intestinais em pacientes. Classificação De acordo com Martins, a vigilância ativa classifica os pacientes em diferen- tes grupos prognósticos – risco favorá- vel, risco intermediário e risco desfa- vorável – e, assim, define se o paciente precisa ser encaminhado para a cirur- gia. “A intenção é reduzir as mortes e se- quelas de tratamentos radicais contra o câncer de próstata. Ao final, será elabo- rado um protocolo clínico nacional para a realização de vigilância ativa”, explica. Tratamento Dados demonstram, informa Giu- seppe Figliuolo, que cerca de 30 a 40% dos pacientes com câncer de próstata localizado não precisam re- alizar de imediato cirurgia, radiote- rapia e/ou hormonioterapia, uma vez que não apresentam risco de progres- são da doença. Segundo ele, durante o acompanhamento, caso apresen- te progressão da doença, o paciente será encaminhado para cirurgia e/ou radioterapia, sem perda das chances de cura. “A pesquisa visa diminuir em 50% o nú- mero de prostatectomias – retirada total da próstata e de alguns tecidos à sua volta – e/ ou radioterapia em pacientes com câncer de próstata de risco favorável, realizar análise de custo-efetividade em relação à cirurgia e ra- dioterapia; qualidade de vida e capacitar uro- logistas, radioterapeutas e oncologistas dos centros participantes do estudo em todas as regiões do país”, afirma Figliuolo. Intenção é reduzir mortes e sequelas de tratamentos radicais. Ao final, será elaborado um protocolo clínico nacional Luís Mansueto/FCecon Na FCecon, pesquisa inédita avaliará evolução do câncer de próstata Urologista da FCecon e um dos coordenadores do projeto, Giuseppe Figliuolo durante atendimento médico VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃOFechar