DOMCE 22/09/2023 - Diário Oficial dos Municípios do Ceará

                            Ceará , 22 de Setembro de 2023   •   Diário Oficial dos Municípios do Estado do Ceará   •    ANO XIV | Nº 3299 
 
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Esses PEV cumprem um papel de atendimento 24 horas, permitindo que as pessoas possam depositar seus resíduos fora dos dias de coleta, e quando 
do esquecimento de dia da coleta, como alternativa de descarte correto dos resíduos. 
O ideal é que esses PEV sejam distribuídos em toda a cidade, ruas, avenidas e locais de grande circulação, próximo ao comércio, praças, etc., para 
facilitar o acesso das pessoas e a disposição dos resíduos. 
Os estudos apresentam várias versões para a localização desses coletores, dentre os quais, salienta que o distanciamento entre os coletores e as 
residências não deve ser superior a 500 metros, para facilitar o acesso e o deslocamento dos cidadãos até o PEV. Distância superior a essa diminui as 
chances de deslocamento e o descarte adequado dos resíduos. 
Porém, devido às características urbanas do município, com ruas e calçadas muito estreitas, em alguns pontos, essa distribuição deve ser 
minuciosamente planejada e mapeada, optando-se por lugares onde a situação urbana permita sua instalação, sem prejuízos aos pedestres e veículos. 
A localização indevida do equipamento pode acarretar em vandalismo por parte de cidadãos descontentes. 
Comércio, escolas, prédios públicos e logradouros devem ser contemplados na distribuição dos coletores. 
O modelo de PEV que está sendo utilizado atualmente no município é um dos mais indicados, pois não permite que os catadores informais retirem 
os resíduos, sendo permitido somente aos operadores da coleta. 
A identificação visual dos PEV com informações sobre os resíduos recicláveis é uma alternativa educativa que ajuda a informar e educar a 
população. 
Outra necessidade pertinente à logística pública é a instalação de lixeiras educativas nos logradouros públicos praças, parques, jardins, e até mesmo 
nos prédios públicos e escolas. Mediante definição do modelo de coleta que será adotado, o município deve adquirir essas lixeiras tipo “lixeiras de 
poste” que serão úteis no processo de educação e mobilização social. 
d) Lixeiras públicas: 
De acordo com a PNRS inicialmente a separação dos resíduos deverá ser feita em seco e úmido. Porém, a médio e longo prazo o município deverá 
cumprir outra meta estabelecida na Lei nº 12.305/210 com a implantação do sistema municipal de compostagem. Esse processo implica na separação 
dos resíduos em 03 grupos: seco, orgânico e rejeitos. 
  
11. FORTALECIMENTO E ESTRUTURAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES ATUAIS DE CATADORES NA LOGÍSTICA DE DESTINAÇÃO 
DOS RECICLÁVEIS 
Cumprirá papel essencial para os avanços na gestão dos RSD Secos, a organização da oferta de apoio e incentivo às cooperativas ou associações de 
catadores, a formalização e adesão a contratos padronizados, e o investimento na organização de novas cooperativas ou associações. 
Essa realidade precisa ser modificada dentro do prazo imediato de implementação do Plano. Seguindo as orientações da Lei nº 12.305/10 as 
associações deverão ser incluídas na logística de destinação e recebimento dos resíduos recicláveis secos, como um dos pontos de recebimentos 
dentro da setorização da coleta seletiva. 
Nesse sentido, o município necessita o mais breve possível, organizar uma série de intervenções, sendo as principais intervenções de apoio elencados 
a seguir: 
Profissionalizar e estruturar a associação: capacitação e treinamento dos membros; 
Inserir nas capacitações e treinamentos os aspectos de segurança do trabalho e saúde e uso de EPI; 
Transferir gradativamente a coleta para as associações, mediante celebração de contrato ou termo de parceria com as especificações; 
Formalizar a prestação de serviço com a prefeitura através de contato ou Termo de parceria com especificações previstas na Lei Federal nº 
13.019/2014 com estabelecimento de atribuições de ambas as partes; 
Incluir mais catadores para a diminuição da rotatividade; 
Elaborar programa de apoio aos catadores para: alimentação básica, saúde, lazer, educação; 
Orientar com relação ao aumento da escala de comercialização; 
Estabelecer parcerias com grandes geradores; 
Orientar na articulação com as redes de comercialização; 
Incrementar logística para enfrentar competição de catadores autônomos. 
  
PROGRAMAS E AÇÕES PARA PARTICIPAÇÃO DOS GRUPOS DE INTERESSADOS COOPERATIVAS E ASSOCIAÇÕES DE 
CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS. 
  
Os catadores são os parceiros prioritários em um programa de coleta seletiva. Desde o início, é fundamental criar um vínculo entre o poder 
público e eles. Assim sendo, o grupo técnico ou grupo gestor deverá criar estratégias para localizá-los e encontrá-los nas cooperativas, 
associações e ruas, para estabelecer contato, identificá-los para posterior cadastro e apresentação das proposições dos programas/projetos 
que os envolvam. Eles deverão participar ativamente de todo o processo de implantação do programa, devendo passar por várias 
capacitações antes de assumirem a coleta seletiva e as centrais de triagem. 
  
Para o estabelecimento de parceria com os catadores, o poder público poderá seguir as seguintes estratégias: 
  
a) Identificar os catadores em seus setores de atuação; 
b) Realizar um convite público aos catadores, utilizando-se veículos de massa ou mesmo convite pessoal, para efetuarem o cadastro nas 
secretarias de Assistência Social ou Trabalho e Renda; 
c) 1ª Reunião: Mobilização dos Catadores quanto à atividade a ser exercida, à oportunidade de trabalho e renda, os benefícios do trabalho 
organizado em associações e/ou cooperativas. Nesta 1ª reunião já se pode extrair um grupo de interessados; 
d) Iniciar uma sucessão de várias reuniões para capacitação do grupo interessado no exercício das atividades. 
  
Estas capacitações devem ser focadas nos seguintes temas: 
  
Cooperativismo e associativismo, abordando as diferentes formas de trabalho, vantagens e desvantagens dessas formas de trabalho coletivo, 
diferenças do trabalho coletivo e individual, apropriação do produto do trabalho na economia solidária, etc.; 
Gestão de empreendimentos, destacando aspetos da organização do trabalho, gestão financeira do empreendimento, parcerias, negociação 
de preços, pesquisa de mercado, desenvolvimento tecnológico, produtividade, etc.; 
Segurança e medicina no trabalho, abordando os riscos envolvidos na atividade, medidas de prevenção, equipamentos de proteção e sua 
função, saúde do trabalhador, etc.; 
Organização administrativa e financeira do empreendimento, abordando sistema de registro e controle de atividade, de entrada e saída de 
material, de jornada de trabalho e produtividade de cada trabalhador, despesas e receitas, elaboração de orçamentos, etc.; 
Operação e manuseio de equipamentos nas Centrais de Triagem, produtividade na coleta e na triagem, abordando diferentes métodos de 
operação e resultados esperados e obtidos, identificação de problemas e encaminhamento de soluções, etc.; 

                            

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