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É um acabamento frequente nos materiais com espessuras não inferiores a 3,00 mm, destinados às aplicações industriais. Muitas vezes, na fabricação da peça final, o material é submetido a outros acabamentos, como o lixado, por exemplo; Nº 2D: Laminado a frio, recozido e decapado. Muito menos rugoso que o acabamento No 1, mas mesmo assim apresenta uma superfície fosca, popularmente denominada "mate". Este acabamento não é utilizado, por exemplo, no aço 430, já que com este acabamento, durante a conformação, estes materiais dão lugar ao aparecimento de linhas de Lüder; Nº 2B: Laminado a frio recozido e decapado seguido de um ligeiro passe de laminação em laminador com cilindros brilhantes (skin pass). Apresenta um brilho superior ao acabamento 2D e é o mais utilizado entre os acabamentos da laminação a frio. Como a superfície é mais lisa, o polimento resulta mais fácil que nos acabamentos Nºs 1 e 2D; BA: Laminado a frio com cilindros polidos e recozido em forno de atmosfera inerte. Superfície lisa, brilhante e refletiva, características que são mais evidentes na medida em que a espessura é mais fina. A atmosfera do forno pode ser de hidrogênio ou misturas de hidrogênio e nitrogênio; Nº 3: Material lixado em uma direção. Normalmente o lixamento é feito com abrasivos de grana (tamanho do grão de diamante) de aproximadamente 100 mesh; Nº 4: Material lixado em uma direção com abrasivos de grana de 120 a 150 mesh. É um acabamento com rugosidade menor que a do Nº 3; Nº 6: Material com acabamento Nº 4, acabado com panos embebidos em pastas abrasivas e óleos. O aspecto é fosco, satinado, com refletividade inferior à do acabamento Nº 4. O acabamento não é dado em uma única direção e o aspecto varia a depender do tipo de pano utilizado; Nº 7: Acabamento com alto brilho. A superfície é finamente polida, mas conserva algumas linhas de polido. É um material com alto grau de refletividade obtido com polimentos progressivos cada vez mais finos; Nº 8: Acabamento espelho. A superfície é polida com abrasivos cada vez mais finos até que todas as linhas de polimento desapareçam. É o acabamento mais fino que existe e permite que os aços inoxidáveis sejam usados como espelhos. Também é utilizado em refletores; e Acabamento TR: Acabamento obtido por laminação a frio ou por laminação a frio com recozimento e decapagem de maneira que o material tenha propriedades mecânicas especiais. Geralmente as propriedades mecânicas são mais elevadas que a dos outros acabamentos e a principal utilização é em aplicações estruturais. 32. Há ainda outros tipos de acabamentos de aços inoxidáveis não incluídos na norma acima mencionada, dentre os quais podem ser citados: Nº 0: Laminado a quente e recozido. Apresenta a cor preta dos óxidos produzidos durante o recozimento. Não é realizada decapagem. Às vezes são vendidas desta forma chapas de grande espessura, particularmente de aços inoxidáveis refratários, que serão utilizados em altas temperaturas; Nº 5: O material do acabamento Nº 4 submetido a um ligeiro passe de laminação com cilindros brilhantes (skin pass). Apresenta um brilho maior que o acabamento Nº 4; RF (Rugged Finish): Obtido com lixas, com grana entre 60 e 100 mesh. A aparência é de um lixamento com alta rugosidade. A rugosidade varia de 2,00 a 2,50 microns Ra; SF (Super Finish): Acabamento do material com lixas com grana de 220 a 320 mesh. É um lixamento de baixa rugosidade, variando entre 0,70 e 1,00 microns Ra; ST (Satin Finish): Acabamento com Scotch Brite, sem uso de pastas abrasivas. O material possui uma rugosidade que varia entre 0,10 e 0,15 microns Ra, mesmo que sua aparência seja fosca; HL (Hair Line): Material com acabamento em linhas contínuas, realizado com lixas com grana de até 80 mesh. É também um lixamento de alta rugosidade (2,00 a 2,50 microns Ra); e BB (Buffing Bright): Polimento feito com granas que variam entre 400 e 800 mesh. É um material muito brilhante. A rugosidade é inferior a 0,05 microns Ra. 33. Os laminados a frio objeto do direito antidumping são fabricados e comercializados em diversas formas, dentre essas bobinas, chapas e tiras/fitas. 34. Os laminados a frio tipo 304 são utilizados na fabricação de torres, tubos, tanques, estampagem geral, profunda e de precisão, com aplicações diversas, como em utensílios domésticos, instalações criogênicas, destilarias, fotografia, assim como nas indústrias aeronáutica, ferroviária, naval, petroquímica, de papel e celulose, têxtil, frigorífica, hospitalar, alimentícia, de laticínios, farmacêutica, cosmética, química, dentre outras. 35. Os laminados a frio tipo 430 são utilizados em aplicações diversas, tais como talheres, baixelas, pias de cozinha, fogões, tanques de máquinas de lavar roupa, lava-pratos, fornos micro-ondas, cunhagem de moedas, dentre outras. Esse tipo de aço também é utilizado em revestimentos de balcões e em gabinetes de telefonia. 36. Acerca do processo produtivo do produto objeto do direito antidumping, as principais etapas são as seguintes: redução, aciaria, laminação a quente e laminação a frio. 37. Na etapa da redução, os altos fornos são alimentados com fontes de ferro e coque, formando assim o ferro-gusa líquido. O coque é obtido pelo aquecimento a altas temperaturas do carvão mineral na coqueira. Conforme consta na petição, pode haver diferenças na cesta das fontes de ferro utilizadas, que consistem em minério de ferro, sínter e pelotas. 38. Na etapa seguinte, o ferro-gusa líquido é colocado no carro torpedo e transferido para a aciaria, onde sofre um primeiro pré-tratamento, sendo removidas as impurezas como fósforo, enxofre, carbono e nitrogênio. O teor de carbono é reduzido de 4% para no máximo 0,5%. Na aciaria também é onde a sucata é reintroduzida no processo produtivo, por meio dos fornos a arco. 39. Na aciaria, é definido qual tipo de aço será fabricado através da adição das ferro-ligas. Nesta etapa são adicionados cromo (na forma de ferro-cromo ou sucata de aços inoxidáveis), menores quantidades de nióbio, titânio, ferro silício e ferro manganês, sendo feito um ajuste fino de temperatura e composição química, terminando na solidificação do aço líquido na forma de placas. No caso da fabricação de aço 304, é ainda adicionado níquel (na forma de níquel eletrolítico, ferro-níquel ou sucata de aços inoxidáveis tipo 304). Ao final da etapa da aciaria, o aço, ainda líquido, é enviado aos equipamentos de lingotamento contínuo, que o solidificam no formato de placas. 40. A etapa seguinte é a laminação a quente, que consiste na conformação a quente das placas com redução significativa de espessura. A laminação ocorre da seguinte forma: primeiro, as placas são reaquecidas. Posteriormente, é feito o ajuste preliminar de espessura, para, então, ser iniciada a laminação nos laminadores a fim de se obter bobinas a quente. 41. As bobinas laminadas a quente são, então, direcionadas para a laminação a frio. Até esta etapa, a linha de produção é em geral compartilhada com outros produtos em maior ou menor escala, em cada uma das principais etapas do processo de produção: redução, aciaria a laminação a quente. 42. Na laminação a frio, as bobinas passam pelas preparadoras de bobinas, linhas de recozimento e decapagem, laminadores a frio e equipamentos auxiliares, de modo a se atingir as espessuras conforme especificação desejada. 43. Sabe-se, por fim, que as siderúrgicas podem apresentar algumas diferenças de concepção, sendo que algumas usinas podem realizar o fluxo de produção via ferro-gusa, o qual seria utilizado pela maioria das empresas, e outras podem obter o aço exclusivamente por meio da sucata. Caso a usina utilize exclusivamente a sucata, estas seriam introduzidas no forno a arco no início da etapa seguinte (aciaria). Cumpre esclarecer que as usinas que produzem o aço por meio do ferro-gusa também utilizam a sucata como insumo, mas não de maneira exclusiva. 3.2. Do produto objeto da revisão anticircunvenção 44. Apresenta-se, a seguir, o produto objeto da revisão anticircunvenção. Ressalta-se que, consoante art. 309 da Portaria SECEX nº 171, de 9 de fevereiro de 2022, necessário também se analisar os seguintes aspectos: Art. 309. Na hipótese do inciso III do art. 300, deve-se informar: I - eventuais diferenças entre o produto objeto da revisão e o produto objeto da medida antidumping; II - pequenas modificações introduzidas no produto objeto da revisão, comparativamente ao produto objeto da medida antidumping; III - uso e destinação final do produto modificado; e IV - estimativa do custo adicional para a realização da pequena modificação, se existente. 45. O produto objeto da revisão anticircunvenção compreende os aços comumente classificados como aços do tipo 410 na ASTM-240 e NBR 5601, e os aços da série Cr-NiMn-N que são classificados pela ASTM-240 e pela NBR 5601 como os tipos da série 2xx e pela ASTM conforme UNS (Unified Numbering System) de prefixo S2xxxxx, exportados da China para o Brasil. 46. Conforme dados obtidos a partir da petição inicial e informações complementares submetidas à apreciação do DECOM, os aços das séries 2xx e 410 (objeto de indícios de circunvenção), foram desenvolvidos na China e na Índia, ainda na década de 1930, com o intuito de reduzir o conteúdo de níquel, substituindo-o por manganês. Esses produtos, no entender da peticionária, nunca se tornaram parte do consumo dos mercados tradicionais, como europeus, japonês e norte-americano, e somente passaram a ser introduzidos no mercado brasileiro após a imposição do direito antidumping. 47. Sobre os aços da série 2xx, a peticionária apontou que são aços austeníticos, assim como os AIs 304, não magnéticos, mas seu sistema é diferente da série 3xx por conter menor quantidade de níquel, que é substituído por manganês e/ou nitrogênio. 48. A peticionária acrescentou ainda que estão também sendo exportadas para o Brasil variações de aços da família 2xx que não estão normatizadas na norma brasileira. Nos termos da norma ASTM-240, que também relaciona outras ligas desse tipo de aço que seguem o denominado Unified Numbering System (UNS), o produto sob escopo de circunvenção da família 2xx tem código iniciado com o prefixo S2, conforme apresentado na tabela a seguir: Composição química (%) . Designação UNS Tipo C Mn P S Si Cr Ni Mo N Cu Outros Elementos . S20100 201 0,15 5.50- 7.50 0,060 0,030 1,00 16.0- 18.0 3.5- 5.5 . . . 0,25 . . . . . . . S20103 . . . 0,03 5.50- 7.50 0,045 0,030 0,75 16.0- 18.0 3.5- 5.5 . . . 0,25 . . . . . . . S20153 201LN 0,03 6.40- 7.50 0,045 0,015 0,75 16.0- 17.5 4.0- 5.0 . . . 0.10- 0.25 1,00 . . . . S20161 . . . 0,15 4.00- 6.00 0,040 0,040 3.00- 4.00 15.0- 18.0 4.0- 6.0 . . . 0.08- 0.20 . . . . . . . S20200 202 0,15 7.50- 10.00 0,060 0,030 1,00 17.0- 19.0 4.0- 6.0 . . . 0,25 . . . . . . . S20400 . . . 0,030 7.00- 9.00 0,040 0,030 1,00 15.0- 17.0 1.50- 3.00 . . . 0.15- 0.30 . . . . . . . S20431 . . . 0,12 5.00- 7.00 0,045 0,030 1,00 17.0- 18.0 2.0- 4.0 . . . 0.10- 0.25 1.50- 3.50 . . . . S20432 . . . 0,08 3.00- 5.00 0,045 0,030 1,00 17.0- 18.0 4.0- 6.0 . . . 0.05- 0.20 2.00- 3.00 . . . . S20433 . . . 0,08 5.50- 7.50 0,045 0,030 1,00 17.0- 18.0 3.5- 5.5 . . . 0.10- 0.25 1.50- 3.50 . . . . S20910 XM- 19 0,06 4.00- 6.00 0,040 0,030 0,75 20.5- 23.5 11.5- 13.5 1.50- 3.00 0.20- 0.40 . . . Nb 0.10- 0.30 . S21400 XM- 31 0,12 14.00- 16.00 0,045 0,030 0.30- 1.00 17.0- 18.5 1,00 . . . 0.35 min . . . V 0.10- 0.30 . . . . S21600 XM- 17 0,08 7.50- 9.00 0,045 0,030 0,75 17.5- 22.0 5.0- 7.0 2.00- 3.00 0.25- 0.50 . . . . . . . S21603 XM- 18 0,03 7.50- 9.00 0,045 0,030 0,75 17.5- 22.0 5.0- 7.0 2.00- 3.00 0.25- 0.50 . . . . . . . S21640 . . . 0,08 3.50- 6.50 0,060 0,030 1,00 17.5- 19.5 4.0- 6.5 0.50- 2.00 0.08- 0.30 . . . Nb 0.10- 1.00 . S21800 . . . 0,10 7.00- 9.00 0,060 0,030 3.5- 4.5 16.0- 18.0 8.0- 9.0 . . . 0.08- 0.18 . . . . . . . S21904 XM- 11 0,04 8.00- 10.00 0,060 0,030 0,75 19.0- 21.5 5.5- 7.5 . . . 0.15- 0.40 . . . . . . . S24000 XM- 29 0,08 11.50- 14.50 0,060 0,030 0,75 17.0- 19.0 2.3- 3.7 . . . 0.20- 0.40 . . . . . . . S30400 304 0,08 2,00 0,045 0,030 0,75 18.0- 20.0 8.0- 11.0 . . . 0,10 . . . . . . . S30403 304L 0,030 2,00 0,045 0,030 0,75 18.0- 20.0 8.0- 12.0 . . . 0,10 . . . . . . . S30409 304H 0.04- 0.10 2,00 0,045 0,030 0,75 18.0- 20.0 8.0- 10.5 . . . . . . . . . . . . . S30415 . . . 0.04- 0.06 0,80 0,045 0,030 1.00- 2.00 18.0- 19.0 9.0- 10.0 . . . 0.12- 0.18 . . . Ce 0.03- 0.08 . S30435 . . . 0,08 2,00 0,045 0,030 1,00 16.0- 18.0 7.0- 9.0 . . . . . . 1.50- 3.00 . . . . S30441 . . . 0,08 2,00 0,045 0,030 1.0- 2.0 17.5- 19.5 8.0- 10.5 . . . 0,10 1.5- 2.5 Nb 0.1- 0.5 W 0.2-0.8 . S30451 304N 0,08 2,00 0,045 0,030 0,75 18.0- 20.0 8.0- 10.5 . . . 0.10- 0.16 . . . . . . . S30452 XM- 21 0,08 2,00 0,045 0,030 0,75 18.0- 20.0 8.0- 10.5 . . . 0.16- 0.30 . . . . . . . S30453 304LN 0,030 2,00 0,045 0,030 0,75 18.0- 20.0 8.0- 12.0 . . . 0.10- 0.16 . . . . . . . S41000 410 0.08- 0.15 1,00 0,040 0,030 1,00 11.5- 13.5 0,75 . . . . . . . . . . . . . S41003 . . . 0,030 1,50 0,040 0,030 1,00 10.5- 12.5 1,50 . . . 0,030 . . . . . . . S41008 410S 0,08 1,00 0,040 0,030 1,00 11.5- 13.5 0,60 . . . . . . . . . . . . . S41045 . . . 0,030 1,00 0,040 0,030 1,00 12.0- 13.0 0,50 . . . 0,030 . . . Nb 9×(C+N) min, 0.60 max . S41050 . . . 0,04 1,00 0,045 0,030 1,00 10.5- 12.5 0.60- 1.10 . . . 0,10 . . . . . . . S43000 430 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 16.0- 18.0 0,75 . . . . . . . . . . . . 49. Ponderou ainda a Aperam que a norma chinesa descreve uma série ainda mais ampla de variações dos aços 2xx, que teria indícios de prática de circunvenção: 1_MDICS_27_001Fechar