DOU 19/12/2023 - Diário Oficial da União - Brasil

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Nº 240, terça-feira, 19 de dezembro de 2023
ISSN 1677-7042
Seção 1
realizam a triagem e a estabilização inicial do ferido, antes e muitas vezes durante seu
transporte até o primeiro atendimento médico, no Posto de Socorro ou na Enfermaria de
Combate.
3.5.6.4.4 Com relação aos Oficiais Médicos, presentes preferencialmente em
todos os Escalões, é essencial que possuam capacitação técnico-operativa em protocolos
específicos de Medicina Tática e Suporte Avançado de Vida no Trauma, nos moldes do ATLS
- sigla em inglês do protocolo "Advanced Trauma Life Support" - devidamente adaptados
às especificidades da medicina de combate.
3.5.6.5 Controle da dor
Estudos têm demonstrado que o controle da dor, desde os primeiros
momentos após o ferimento, desempenha um importante papel na prevenção da Síndrome
de Estresse Pós-Traumático e na manutenção da moral da tropa. Sendo assim, as ações
que visam controlar a dor o mais rapidamente possível devem ter início ainda no 1º
Escalão de Saúde, por meio da analgesia adequada e eficaz, através da prescrição tática,
até o paciente alcançar o primeiro atendimento médico.
3.5.6.6 Antibioticoterapia
Estudos têm demonstrado que o início precoce de antibióticos nos ferimentos
de combate diminui a incidência de infecção no pós-operatório, diminuindo o tempo total
de tratamento. Sendo assim, as ações que visam iniciar a antibioticoterapia o mais
rapidamente possível devem ter início ainda no 1º Escalão de Saúde, por meio da
prescrição tática, até o paciente alcançar o primeiro atendimento médico.
3.5.7 2º Escalão de Saúde - 2º Esc Sau
3.5.7.1 Considerada uma Inst Sau intermediária, normalmente atuando em
apoio a forças de nível correspondente a Brigadas, o 2º Esc Sau deverá contar uma maior
capacidade de gerenciamento do trauma, inclusive com capacidade de prover reposição de
sangue e hemoderivados, e intervenções cirúrgicas de controle de danos, a fim de permitir
que os pacientes sejam estabilizados e, na maior brevidade possível, evacuados ao 3º Esc
Sau. Seu tratamento pós-operatório intensivo é bastante limitado e, normalmente, não
superior a doze horas.
3.5.7.2 Em situações específicas, dependendo da missão da tropa apoiada e de
outros fatores, como as distâncias envolvidas no TO/A Op/ZD, o 2º Esc Sau poderá ter sua
capacidade de retenção de pacientes aumentada, não devendo exceder, no entanto,
quarenta e oito horas, tempo recomendado também para o revezamento das equipes
médicas que operam as tarefas de saúde de 2º Escalão.
3.5.7.3 Unidade Avançada de Trauma / Posto de Atendimento Avançado
3.5.7.3.1 A instalação típica inserida no 2º Esc Sau a qual se presta para a
realização da cirurgia de controle de danos é a UAT/PAA. Sua missão é fornecer uma
capacidade cirúrgica imediata, de rápido desdobramento, em áreas mais avançadas da ZC.
Seu emprego permite uma maior sobrevida aos pacientes em espera de uma Ev Med e
realiza uma ponte entre o primeiro atendimento médico e a hospitalização/cirurgia
reparadora.
3.5.7.3.2 Constituída a partir de estruturas modulares montadas em barracas
especiais de fluxo contínuo aerotransportáveis pelos vetores da FAB e passíveis de
lançamento, que garantem maior mobilidade estratégica e tática, por meio dos modais
terrestre, aquaviário e aéreo, a constituição da UAT/PAA será variável, dependendo do tipo
de tropa apoiada e da manobra a ser executada, possibilitando uma maior adequação aos
meios disponíveis.
3.5.7.3.3 Com base nos fatores operacionais, como a missão, o terreno, a
disposição do inimigo e os meios empregados, a UAT/PAA poderá enviar um Destacamento
Avançado de Trauma / Posto Cirúrgico Móvel para reforçar o 1º Escalão prestando o apoio
de cirurgia do trauma mais cerrado às unidades de combate. No entanto, continua
enquadrada no 2º Esc Sau e recebendo apoio logístico deste. Nestes casos, a UAT / P A A
deverá ser planejada para operar ininterruptamente, sem receber apoio logístico
planejado, por até setenta e duas horas.
3.5.7.3.4 Na
estruturação do
Ap Sau às
operações, em
especial no
planejamento dos Esc Sau, esta é a primeira Inst Sau que poderá ser operada
conjuntamente, por meio de equipes integradas das três FS, de acordo com as
características da operação.
3.5.7.4 Além daquelas listadas para o 1º Esc, o 2º Esc Sau deverá ter as
seguintes capacidades mínimas:
a) disponibilidade de dez leitos;
b) um Centro Cirúrgico com duas mesas, apoiado por dois leitos de UTI pós-
cirúrgica;
c) limitada capacidade de Análises Clínicas;
d) capacidade de armazenamento e distribuição de sangue e hemoderivados;
e) limitada capacidade de realizar exames de raios-x; e
f) limitada capacidade de atendimento ortopédico.
3.5.7.5 2º Escalão de Saúde Ampliado - 2º Esc Sau (Amp)
3.5.7.5.1 De acordo com a missão, as capacidades do 2º Escalão de Saúde
poderão ser ampliadas de acordo com a necessidade, com os seguintes serviços:
a) exames de imagem;
b) odontologia;
c) unidades transfusionais;
d) controle do estresse de combate;
e) medicina veterinária; e
f) enfermarias especializadas.
3.5.7.5.2 Nas Operações Anfíbias (OpAnf) e Operações Ribeirinhas (OpRib)
conduzidas pela Marinha do Brasil, de forma singular ou como parte de uma Operação
Conjunta, o 2º Escalão de Saúde poderá estar configurado em um NRTB, utilizando-se de
meios de superfície com o perfil adequado ou NASH em Operações Ribeirinhas.
3.5.7.5.3 As equipes de Saúde embarcadas poderão ser guarnecidas pelo
pessoal componente do Sistema de Saúde da Marinha ou de forma conjunta, com pessoal
especializado das Forças Singulares, configurando uma Unidade Avançada de Trauma
embarcada.
3.5.7.5.4 Instalações integradas das FS proporcionarão maior eficiência do
emprego dos recursos disponíveis e na execução do apoio. Instalações em navios ou
embarcações poderão ser limitadas e, neste caso, visarão a restaurar o estado físico do
paciente ou prepará-lo para evacuação para instalações mais à retaguarda.
3.5.8 3º Escalão de Saúde - 3º Esc Sau
3.5.8.1 As instalações do 3º Escalão de Saúde são cruciais para o Apoio de
Saúde em Operações Conjuntas, devendo dispor de capacidades cirúrgicas, para
atendimento de emergências e de internação. Sua localização - na ZC ou na Zona de
Administração (ZA) - estará condicionada às necessidades operativas impostas pela
manobra
associadas 
às
capacidades 
médicas
existentes
(orgânicas 
das
Forças
Componentes, mobilizadas e/ou contratadas), considerando-se as necessidades levantadas
na Análise de Logística, as condições sanitárias da Área de Operações, o estado das vias de
acesso e a disponibilidade de meios de transporte de feridos (particularmente aéreos).
3.5.8.2 As más condições da malha viária local, aliadas à baixa disponibilidade
de meios de transporte de feridos e suprimentos podem, portanto, exigir o desdobramento
das Inst Sau de 3º Esc Sau mais próximas das de 2º Esc Sau, fundamentalmente com
objetivo de se aproximar capacidades de tratamento intensivo e facilitar o abastecimento
de suprimentos médicos.
3.5.8.3 Embora as dimensões das instalações dificultem sua mobilidade, caso a
manobra concebida assim o exija, o 3º Escalão de Saúde poderá ter localizações diferentes
de acordo com as fases planejadas para a operação, podendo ser mobilizado tanto na ZA
como na ZC.
3.5.8.4 A instalação típica do 3º Esc Sau é o H Cmp, montado com o emprego
de contêineres expansíveis, (os quais, entretanto, apresentam dificuldades de transporte),
e barracas de fluxo contínuo conjugadas aerotransportáveis, garantindo a modularidade,
mobilidade e flexibilidade que o Ap Sau nas Op Cj exige.
3.5.8.5 Quando em apoio à Força como um todo, o H Cmp será constituído a
partir dos meios - materiais e de pessoal - das Organizações Militares de Saúde (OMS) das
F Cte, adjudicadas à F Log Cte (FLTO/FLAO/FLZD), sob comando centralizado. Nas situações
que indicarem tal forma de emprego, poderá ser desdobrado nucleado em meios orgânicos
de uma OMS de uma determinada F Cte.
3.5.8.6 O 3º Escalão de Saúde deverá ser o mais completo possível, com
capacidade de assistir pacientes distribuídos em cuidados intensivos, intermediários e
leves, incluindo casos neuropsiquiátricos.
3.5.8.7 Além de incluir as capacidades médicas de 2º Esc, constituem-se as
capacidades mínimas do 3º Esc Sau:
a) duas Salas de Cirurgia;
b) Centro de Imagens;
c) Unidade de Terapia Intensiva (UTI);
d) Laboratório de Análises Clínicas;
e) atendimento avançado em Odontologia;
f) farmácia;
g) serviço de nutrição;
h) fisioterapia;
i) banco de sangue; e
j) enfermaria.
3.5.8.8 Dependendo das características e capacidades do inimigo, o 3º Esc Sau
deverá ter a capacidade de tratar feridos em acidentes ou ataques BNQR. Nestes casos,
atuando conjuntamente com equipes especializadas das três FS, deverá realizar, no próprio
local, a detecção, descontaminação da população e de militares e tratamento inicial para
posterior evacuação, realizada em meios de transporte especialmente preparados para
este tipo de ferido.
3.5.8.9 Deve-se
frisar que
a adição
de capacidades
médicas reduz
a
modularidade das Inst Sau, aumentando suas necessidades em equipamentos, suprimentos
e de pessoal. Um balanceamento entre as capacidades médicas e a mobilidade tática deve
ser buscado à luz das exigências operacionais, ou seja, de acordo com o conceito da
Operação.
3.5.9 4º Escalão de Saúde - 4º Esc Sau
3.5.9.1 O 4º Esc Sau, dentro do sistema de Ap Sau nas Op Cj, prestará o
chamado
Tratamento Definitivo.
Trata-se
da
reabilitação daquelas
baixas
cujas
necessidades de tratamento exigem um tempo de hospitalização maior do que o
estipulado nas N Ev como tempo máximo para tratamento em uma Inst Sau no TO/A
Op/ZD, ou quando as capacidades médicas encontradas no 3º Esc Sau sejam inadequadas
para o tratamento.
3.5.9.2 Normalmente, os cuidados médicos característicos deste Escalão serão
realizados nos hospitais das FA localizados na ZI ou, eventualmente, em Nação Anfitriã,
como no caso de operações combinadas ou multinacionais. Neste caso, devem ser
observadas as diretrizes do Comando Operacional (C Op) e as disposições acordadas pelo
Brasil junto ao organismo internacional sob a égide do qual se desenvolve a Operação.
. Escalão
de
Saúde
Escalão
Operacional
Estrutura
Capacidades
. 1º
OM 
de
Batalhão
Posto 
de
Socorro 
de
OM
a) prover o tratamento médico inicial dos feridos e
iniciar o controle de danos;
b) estar ECD realizar o resgate de feridos
quando necessário, auxiliando as tropas a frente;
c) executar a triagem de feridos; e
d) estabilizar, controlar
e preparar o
paciente para evacuação.
.
2ºBrigada
PAA
L e v e / U AT
a) disponibilidade de dez leitos;
b) um Centro Cirúrgico com duas mesas,
apoiado por dois leitos de UTI pós-cirúrgica;
c) limitada capacidade de análises clínicas;
d) 
capacidade 
de 
armazenamento 
e
distribuição de sangue e hemoderivados;
.
e) limitada capacidade de realizar exames de raio
x;
f) limitada
capacidade de
atendimento
ortopédico; e
g) capacidade de enviar Destacamento de
Trauma / Posto Cirúrgico Móvel para reforçar o 1º
Escalão.
.
3ºDivisão
Hospital 
de
Campanha
a) duas Salas de Cirurgia;
b) Centro de Imagens;
c) Unidade de Terapia Intensiva (UTI);
d) Laboratório de Análises Clínicas;
e) atendimento avançado em Odontologia;
f) farmácia;
.
g) serviço de nutrição;
h) fisioterapia;
i) banco de sangue; e
j) enfermaria.
. 4º
Exército
Hospital
Militar
Atendimento clínico, cirúrgico e reabilitação.
Tabela 2: resumo de capacidades por Escalão de Saúde
3.6 Triagem de feridos
3.6.1 Como visto na alínea b, do subitem 2.4.6, a triagem de feridos se traduz
na classificação dos pacientes segundo sua avaliação clínica e suas priorizações para o
atendimento. A efetividade dessa sistemática no Apoio de Saúde em Operações Conjuntas
é função direta da padronização por meio de protocolos a serem utilizados pelas Forças
Singulares, em atividades operativas.
3.6.2 O protocolo de triagem deve ser empregado no ambiente tático nos
eventos de múltiplas vítimas e em situações nas quais o número de vítimas excede a
capacidade de atendimento disponível, e tem como propósito aumentar as chances de
sobrevida e minimizar o aparecimento de sequelas dentre as vítimas.
3.6.3 O Ap Sau nas Op Cj utiliza para a triagem de feridos a "Simples Triagem
e Rápido Tratamento", conhecida internacionalmente como "Simple Triage and Rapid
Treatment" (START). Nesse algoritmo, a triagem de múltiplos feridos é feita à sua primeira
aproximação, não devendo demorar mais que sessenta segundos, e pode ser realizada por
qualquer profissional de saúde treinado no método.
3.6.4 O "START" tem como base o emprego de um sistema de classificação por
cores, por meio da avaliação de parâmetros fisiológicos, utilizando-se o Cartão de
Identificação de Feridos, de fácil identificação no campo de batalha e no qual há espaço
para a anotação de importantes informações, tais como a identificação do ferido, o tipo de
ferimento, os procedimentos realizados e a evolução dos sinais vitais com o tempo.

                            

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