Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152023121900025 25 Nº 240, terça-feira, 19 de dezembro de 2023 ISSN 1677-7042 Seção 1 realizam a triagem e a estabilização inicial do ferido, antes e muitas vezes durante seu transporte até o primeiro atendimento médico, no Posto de Socorro ou na Enfermaria de Combate. 3.5.6.4.4 Com relação aos Oficiais Médicos, presentes preferencialmente em todos os Escalões, é essencial que possuam capacitação técnico-operativa em protocolos específicos de Medicina Tática e Suporte Avançado de Vida no Trauma, nos moldes do ATLS - sigla em inglês do protocolo "Advanced Trauma Life Support" - devidamente adaptados às especificidades da medicina de combate. 3.5.6.5 Controle da dor Estudos têm demonstrado que o controle da dor, desde os primeiros momentos após o ferimento, desempenha um importante papel na prevenção da Síndrome de Estresse Pós-Traumático e na manutenção da moral da tropa. Sendo assim, as ações que visam controlar a dor o mais rapidamente possível devem ter início ainda no 1º Escalão de Saúde, por meio da analgesia adequada e eficaz, através da prescrição tática, até o paciente alcançar o primeiro atendimento médico. 3.5.6.6 Antibioticoterapia Estudos têm demonstrado que o início precoce de antibióticos nos ferimentos de combate diminui a incidência de infecção no pós-operatório, diminuindo o tempo total de tratamento. Sendo assim, as ações que visam iniciar a antibioticoterapia o mais rapidamente possível devem ter início ainda no 1º Escalão de Saúde, por meio da prescrição tática, até o paciente alcançar o primeiro atendimento médico. 3.5.7 2º Escalão de Saúde - 2º Esc Sau 3.5.7.1 Considerada uma Inst Sau intermediária, normalmente atuando em apoio a forças de nível correspondente a Brigadas, o 2º Esc Sau deverá contar uma maior capacidade de gerenciamento do trauma, inclusive com capacidade de prover reposição de sangue e hemoderivados, e intervenções cirúrgicas de controle de danos, a fim de permitir que os pacientes sejam estabilizados e, na maior brevidade possível, evacuados ao 3º Esc Sau. Seu tratamento pós-operatório intensivo é bastante limitado e, normalmente, não superior a doze horas. 3.5.7.2 Em situações específicas, dependendo da missão da tropa apoiada e de outros fatores, como as distâncias envolvidas no TO/A Op/ZD, o 2º Esc Sau poderá ter sua capacidade de retenção de pacientes aumentada, não devendo exceder, no entanto, quarenta e oito horas, tempo recomendado também para o revezamento das equipes médicas que operam as tarefas de saúde de 2º Escalão. 3.5.7.3 Unidade Avançada de Trauma / Posto de Atendimento Avançado 3.5.7.3.1 A instalação típica inserida no 2º Esc Sau a qual se presta para a realização da cirurgia de controle de danos é a UAT/PAA. Sua missão é fornecer uma capacidade cirúrgica imediata, de rápido desdobramento, em áreas mais avançadas da ZC. Seu emprego permite uma maior sobrevida aos pacientes em espera de uma Ev Med e realiza uma ponte entre o primeiro atendimento médico e a hospitalização/cirurgia reparadora. 3.5.7.3.2 Constituída a partir de estruturas modulares montadas em barracas especiais de fluxo contínuo aerotransportáveis pelos vetores da FAB e passíveis de lançamento, que garantem maior mobilidade estratégica e tática, por meio dos modais terrestre, aquaviário e aéreo, a constituição da UAT/PAA será variável, dependendo do tipo de tropa apoiada e da manobra a ser executada, possibilitando uma maior adequação aos meios disponíveis. 3.5.7.3.3 Com base nos fatores operacionais, como a missão, o terreno, a disposição do inimigo e os meios empregados, a UAT/PAA poderá enviar um Destacamento Avançado de Trauma / Posto Cirúrgico Móvel para reforçar o 1º Escalão prestando o apoio de cirurgia do trauma mais cerrado às unidades de combate. No entanto, continua enquadrada no 2º Esc Sau e recebendo apoio logístico deste. Nestes casos, a UAT / P A A deverá ser planejada para operar ininterruptamente, sem receber apoio logístico planejado, por até setenta e duas horas. 3.5.7.3.4 Na estruturação do Ap Sau às operações, em especial no planejamento dos Esc Sau, esta é a primeira Inst Sau que poderá ser operada conjuntamente, por meio de equipes integradas das três FS, de acordo com as características da operação. 3.5.7.4 Além daquelas listadas para o 1º Esc, o 2º Esc Sau deverá ter as seguintes capacidades mínimas: a) disponibilidade de dez leitos; b) um Centro Cirúrgico com duas mesas, apoiado por dois leitos de UTI pós- cirúrgica; c) limitada capacidade de Análises Clínicas; d) capacidade de armazenamento e distribuição de sangue e hemoderivados; e) limitada capacidade de realizar exames de raios-x; e f) limitada capacidade de atendimento ortopédico. 3.5.7.5 2º Escalão de Saúde Ampliado - 2º Esc Sau (Amp) 3.5.7.5.1 De acordo com a missão, as capacidades do 2º Escalão de Saúde poderão ser ampliadas de acordo com a necessidade, com os seguintes serviços: a) exames de imagem; b) odontologia; c) unidades transfusionais; d) controle do estresse de combate; e) medicina veterinária; e f) enfermarias especializadas. 3.5.7.5.2 Nas Operações Anfíbias (OpAnf) e Operações Ribeirinhas (OpRib) conduzidas pela Marinha do Brasil, de forma singular ou como parte de uma Operação Conjunta, o 2º Escalão de Saúde poderá estar configurado em um NRTB, utilizando-se de meios de superfície com o perfil adequado ou NASH em Operações Ribeirinhas. 3.5.7.5.3 As equipes de Saúde embarcadas poderão ser guarnecidas pelo pessoal componente do Sistema de Saúde da Marinha ou de forma conjunta, com pessoal especializado das Forças Singulares, configurando uma Unidade Avançada de Trauma embarcada. 3.5.7.5.4 Instalações integradas das FS proporcionarão maior eficiência do emprego dos recursos disponíveis e na execução do apoio. Instalações em navios ou embarcações poderão ser limitadas e, neste caso, visarão a restaurar o estado físico do paciente ou prepará-lo para evacuação para instalações mais à retaguarda. 3.5.8 3º Escalão de Saúde - 3º Esc Sau 3.5.8.1 As instalações do 3º Escalão de Saúde são cruciais para o Apoio de Saúde em Operações Conjuntas, devendo dispor de capacidades cirúrgicas, para atendimento de emergências e de internação. Sua localização - na ZC ou na Zona de Administração (ZA) - estará condicionada às necessidades operativas impostas pela manobra associadas às capacidades médicas existentes (orgânicas das Forças Componentes, mobilizadas e/ou contratadas), considerando-se as necessidades levantadas na Análise de Logística, as condições sanitárias da Área de Operações, o estado das vias de acesso e a disponibilidade de meios de transporte de feridos (particularmente aéreos). 3.5.8.2 As más condições da malha viária local, aliadas à baixa disponibilidade de meios de transporte de feridos e suprimentos podem, portanto, exigir o desdobramento das Inst Sau de 3º Esc Sau mais próximas das de 2º Esc Sau, fundamentalmente com objetivo de se aproximar capacidades de tratamento intensivo e facilitar o abastecimento de suprimentos médicos. 3.5.8.3 Embora as dimensões das instalações dificultem sua mobilidade, caso a manobra concebida assim o exija, o 3º Escalão de Saúde poderá ter localizações diferentes de acordo com as fases planejadas para a operação, podendo ser mobilizado tanto na ZA como na ZC. 3.5.8.4 A instalação típica do 3º Esc Sau é o H Cmp, montado com o emprego de contêineres expansíveis, (os quais, entretanto, apresentam dificuldades de transporte), e barracas de fluxo contínuo conjugadas aerotransportáveis, garantindo a modularidade, mobilidade e flexibilidade que o Ap Sau nas Op Cj exige. 3.5.8.5 Quando em apoio à Força como um todo, o H Cmp será constituído a partir dos meios - materiais e de pessoal - das Organizações Militares de Saúde (OMS) das F Cte, adjudicadas à F Log Cte (FLTO/FLAO/FLZD), sob comando centralizado. Nas situações que indicarem tal forma de emprego, poderá ser desdobrado nucleado em meios orgânicos de uma OMS de uma determinada F Cte. 3.5.8.6 O 3º Escalão de Saúde deverá ser o mais completo possível, com capacidade de assistir pacientes distribuídos em cuidados intensivos, intermediários e leves, incluindo casos neuropsiquiátricos. 3.5.8.7 Além de incluir as capacidades médicas de 2º Esc, constituem-se as capacidades mínimas do 3º Esc Sau: a) duas Salas de Cirurgia; b) Centro de Imagens; c) Unidade de Terapia Intensiva (UTI); d) Laboratório de Análises Clínicas; e) atendimento avançado em Odontologia; f) farmácia; g) serviço de nutrição; h) fisioterapia; i) banco de sangue; e j) enfermaria. 3.5.8.8 Dependendo das características e capacidades do inimigo, o 3º Esc Sau deverá ter a capacidade de tratar feridos em acidentes ou ataques BNQR. Nestes casos, atuando conjuntamente com equipes especializadas das três FS, deverá realizar, no próprio local, a detecção, descontaminação da população e de militares e tratamento inicial para posterior evacuação, realizada em meios de transporte especialmente preparados para este tipo de ferido. 3.5.8.9 Deve-se frisar que a adição de capacidades médicas reduz a modularidade das Inst Sau, aumentando suas necessidades em equipamentos, suprimentos e de pessoal. Um balanceamento entre as capacidades médicas e a mobilidade tática deve ser buscado à luz das exigências operacionais, ou seja, de acordo com o conceito da Operação. 3.5.9 4º Escalão de Saúde - 4º Esc Sau 3.5.9.1 O 4º Esc Sau, dentro do sistema de Ap Sau nas Op Cj, prestará o chamado Tratamento Definitivo. Trata-se da reabilitação daquelas baixas cujas necessidades de tratamento exigem um tempo de hospitalização maior do que o estipulado nas N Ev como tempo máximo para tratamento em uma Inst Sau no TO/A Op/ZD, ou quando as capacidades médicas encontradas no 3º Esc Sau sejam inadequadas para o tratamento. 3.5.9.2 Normalmente, os cuidados médicos característicos deste Escalão serão realizados nos hospitais das FA localizados na ZI ou, eventualmente, em Nação Anfitriã, como no caso de operações combinadas ou multinacionais. Neste caso, devem ser observadas as diretrizes do Comando Operacional (C Op) e as disposições acordadas pelo Brasil junto ao organismo internacional sob a égide do qual se desenvolve a Operação. . Escalão de Saúde Escalão Operacional Estrutura Capacidades . 1º OM de Batalhão Posto de Socorro de OM a) prover o tratamento médico inicial dos feridos e iniciar o controle de danos; b) estar ECD realizar o resgate de feridos quando necessário, auxiliando as tropas a frente; c) executar a triagem de feridos; e d) estabilizar, controlar e preparar o paciente para evacuação. . 2ºBrigada PAA L e v e / U AT a) disponibilidade de dez leitos; b) um Centro Cirúrgico com duas mesas, apoiado por dois leitos de UTI pós-cirúrgica; c) limitada capacidade de análises clínicas; d) capacidade de armazenamento e distribuição de sangue e hemoderivados; . e) limitada capacidade de realizar exames de raio x; f) limitada capacidade de atendimento ortopédico; e g) capacidade de enviar Destacamento de Trauma / Posto Cirúrgico Móvel para reforçar o 1º Escalão. . 3ºDivisão Hospital de Campanha a) duas Salas de Cirurgia; b) Centro de Imagens; c) Unidade de Terapia Intensiva (UTI); d) Laboratório de Análises Clínicas; e) atendimento avançado em Odontologia; f) farmácia; . g) serviço de nutrição; h) fisioterapia; i) banco de sangue; e j) enfermaria. . 4º Exército Hospital Militar Atendimento clínico, cirúrgico e reabilitação. Tabela 2: resumo de capacidades por Escalão de Saúde 3.6 Triagem de feridos 3.6.1 Como visto na alínea b, do subitem 2.4.6, a triagem de feridos se traduz na classificação dos pacientes segundo sua avaliação clínica e suas priorizações para o atendimento. A efetividade dessa sistemática no Apoio de Saúde em Operações Conjuntas é função direta da padronização por meio de protocolos a serem utilizados pelas Forças Singulares, em atividades operativas. 3.6.2 O protocolo de triagem deve ser empregado no ambiente tático nos eventos de múltiplas vítimas e em situações nas quais o número de vítimas excede a capacidade de atendimento disponível, e tem como propósito aumentar as chances de sobrevida e minimizar o aparecimento de sequelas dentre as vítimas. 3.6.3 O Ap Sau nas Op Cj utiliza para a triagem de feridos a "Simples Triagem e Rápido Tratamento", conhecida internacionalmente como "Simple Triage and Rapid Treatment" (START). Nesse algoritmo, a triagem de múltiplos feridos é feita à sua primeira aproximação, não devendo demorar mais que sessenta segundos, e pode ser realizada por qualquer profissional de saúde treinado no método. 3.6.4 O "START" tem como base o emprego de um sistema de classificação por cores, por meio da avaliação de parâmetros fisiológicos, utilizando-se o Cartão de Identificação de Feridos, de fácil identificação no campo de batalha e no qual há espaço para a anotação de importantes informações, tais como a identificação do ferido, o tipo de ferimento, os procedimentos realizados e a evolução dos sinais vitais com o tempo.Fechar