Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152023121900026 26 Nº 240, terça-feira, 19 de dezembro de 2023 ISSN 1677-7042 Seção 1 3.6.5 O Cartão de Baixas de Combate (Tactical Combat Care Card) é utilizado para registar o atendimento no ambiente tático, com o preenchimento de informações do ferido seguindo uma sequência padronizada de eventos (Figura 2). Também pode ser utilizado para triar vítimas de acordo com a sua gravidade, e deve ser preenchido com as informações do próprio militar. São cartões a prova d'água, flexíveis, dobráveis, com dimensões aproximadas de 4.25"x5.5", que sejam passíveis de preenchimento por lápis ou caneta esferográfica, mesmo molhados. 3.6.6 Tais cartões deverão ser preenchidos, dentro das condições do combate, da forma mais precisa e completa possível, e será pendurado no pescoço do ferido, se suas condições assim permitirem, ou colado a seu corpo. As cores são baseadas nas condições gerais do ferido e podem levar em consideração as probabilidades de sobrevivência, de acordo com os recursos disponíveis. 3.6.7 Classificação dos Feridos 3.6.7.1 A triagem pode ser dividida nas seguintes categorias: a) vermelho: Feridos que necessitam de transporte imediato. Classificados como feridos extremamente graves, mas com probabilidade de sobrevivência. Como exemplo, pode-se citar a obstrução de vias aéreas, hemorragias acessíveis e amputações traumáticas. Necessitam procedimentos médicos para prevenir a morte e de remoção imediata. 1) Parâmetros: - Respiração com frequência maior que 30 incursões por minuto; - Enchimento capilar maior que dois segundos (ao apertar a ponta do dedo da vítima, ela muda de cor, ficando sem sangue, ao parar a pressão no local a cor deve retornar em menos de dois segundos. Esse parâmetro pode ser substituído pela ausência do pulso radial na vítima); e - Não responde a ordens verbais simples. b) amarelo: Feridos que podem aguardar o transporte. São as vítimas sem parâmetros para o enquadramento na categoria vermelha, porém que não respondem as ordens verbais simples, como dizer o nome completo ou onde se encontram e tampouco conseguem andar sem auxílio. Os pacientes dessa categoria não possuem risco de morte iminente e podem aguardar pelo tratamento especializado. Por exemplo, pacientes que apresentem queimaduras menores, fraturas ou lesões que não requerem cuidados urgentes. 1) Parâmetros: - Respiração com frequência menor que 30 incursões por minuto; - Enchimento capilar menor que dois segundos (ao apertar a ponta do dedo da vítima, ela muda de cor, ficando sem sangue, ao parar a pressão no local a cor deve retornar em menos de dois segundos. Esse parâmetro pode ser substituído pela presença do pulso radial na vítima); e - Não responde a ordens verbais simples. c) verde: Feridos que conseguem andar sem auxílio. São os feridos sem lesões graves e que em geral podem andar, providenciar cuidados próprios e até mesmo auxiliar o socorro na cena de ação. Em geral necessitam de auxílio simples de pessoal minimamente treinado para seu tratamento. 1) Parâmetro: Conseguem andar sem auxílio. d) preto: Vítimas fatais ou feridos sem possibilidade de auxílio. É a cor empregada para identificar os mortos em combate. São as vítimas que não respiram, mesmo após o reposicionamento das vias aéreas, enquanto que aquelas que voltam a respirar após o reposicionamento, são classificadas imediatamente como vermelhas. Enquadram-se também na cor preta as vítimas que entraram em óbito no local do sinistro, com sinais evidentes de morte. Nesse contexto também se enquadram os casos nos quais o desfecho fatal é inevitável, dada à impossibilidade de recuperação do quadro ou mesmo a indisponibilidade de recursos, nesse caso, todo esforço será voltado para o suporte humanizado da vítima, como por exemplo, oferecer sedação e analgesia para esperar o desfecho do óbito. 1) Parâmetro: não respiram, mesmo após a abertura das vias aéreas e situação de morte óbvia. 1_MD_19_001 1_MD_19_002 3.7 Faseamento do Ap Sau 3.7.1 A fim de garantir o Ap Sau adequado para cada fase da operação, o desdobramento das Inst Sau nas Op Cj será feito, quando necessário, de modo progressivo, com o aumento gradativo das capacidades médicas no TO/A Op/ZD. 3.7.2 Embora dependa da disponibilidade de instalações, equipamentos e profissionais de saúde, além de meios de transporte, estando também sujeito às exigências de cada tipo de operação, normalmente, o desdobramento do Ap Sau nas Op Cj se dará na seguinte sequência: 3.7.2.1 Preparação 3.7.2.1.1 Nesta fase - que ocorre desde a situação de normalidade - são realizadas as análises de logística concernentes aos planejamentos estratégico, operacional e tático. De maneira geral, engloba a determinação das necessidades, obtenção, distribuição inicial e a concepção da arquitetura do Ap Sau às F Cte ativadas. 3.7.2.2 Apoio à concentração estratégica 3.7.2.2.1 Em Op Cj de grande envergadura, principalmente naquelas em que o deslocamento e a concentração estratégica de forças se dão fora do território nacional, muitas vezes a infraestrutura de saúde local não é suficiente para prestar o apoio adequado. Assim, é fundamental que se disponibilize, com a máxima brevidade possível, uma considerável estrutura de Ap Sau, atendendo ao princípio da oportunidade, já nesta fase inicial da operação. 3.7.2.2.2 Dessa forma, o Ap Sau até a conclusão da concentração estratégica é provido pelas instalações do 2º Esc Sau, com sua configuração mínima, desdobradas tão logo as condições de segurança permitam e os reconhecimentos técnicos tenham sido realizados. Para tanto, deve-se explorar ao máximo a modularidade das UAT/PAA e a rapidez do transporte aéreo estratégico. 3.7.2.2.3 É importante ressaltar que, devido à capacidade limitada de retenção de feridos no 2º Esc Sau, o fluxo de Ev Med Estrt, na direção TO/A Op - ZI, deve ser estabelecido com a maior brevidade possível. Os recursos desdobrados ficam sob a coordenação direta da F Log Cte até o final dessa fase. 3.7.2.3 Desdobramento das forças - aumento gradativo das capacidades médicas 3.7.2.3.1 As capacidades médicas no TO/A Op/ZD são ampliadas paulatinamente até a conclusão do desdobramento das F Cte, quando são incorporadas estruturas de Ap Sau adicionais à UAT inicialmente desdobrada, sendo estas adjudicadas à F Log Cte ou pertencentes às F Cte do C Op ativado. 3.7.2.3.2 Normalmente, o Ap Sau nesta fase é prestado pelo 2º Esc Sau (Amp), operado de forma conjunta - coordenado pela F Log Cte - ou singular, coordenado por uma F Cte. Outras estruturas de saúde singulares desdobradas na área de responsabilidade do C Op podem ser empregadas, mediante coordenação entre seus comandos. 3.7.2.3.3 Desde que a situação permita, poderá a UAT ser substituída pelo NH, que se incumbirá do Ap Sau nessa fase, juntamente com outras Inst Sau singulares presentes. Neste caso, a UAT inicialmente desdobrada reverterá à sua (s) respectiva (s) Força (s). 3.7.2.4 Sustentação das Forças - esforço máximo de saúde 3.7.2.4.1 Nessa fase, o Ap Sau conta com uma ou mais estruturas do 3º Esc Sau, com sua configuração mínima ou ampliada, utilizando-se de forma sinérgica as capacidades de saúde de cada F Cte. Emprega-se o H Cmp, operado de forma conjunta ou singular por uma Força, de modo a permitir atender as demandas durante a fase operativa (esforço máximo) até a consecução do EFD. 3.7.2.4.2 Normalmente, todas as instalações previstas no planejamento para prestação do Ap Sau (conjuntas e singulares) estarão desdobradas no TO/A Op/ Z D. Eventualmente, assim como na fase anterior, o NH pode prestar o Ap Sau de 3º Esc às forças desdobradas ou operar integrado aos hospitais (de campanha ou civis contratados/mobilizados), quando for o caso. 3.7.2.5 Apoio à reversão das Forças 3.7.2.5.1 Ao término das operações, o Ap Sau é direcionado para a reversão das forças desdobradas, garantindo o retorno à situação de origem nas melhores condições sanitárias possíveis. 3.7.2.5.2 De forma inversa às fases anteriores, as capacidades médicas vão sendo subtraídas do TO/A Op/ZD de acordo com os planos de reversão do C Op. Nesse contexto, a estrutura mínima de Ap Sau à força na reversão será o 2º Esc Sau, principalmente com uma UAT integrada. Eventualmente, tal apoio pode ser prestado pelo NH, quando possível e determinado. 3.7.2.5.3 Cumpre destacar que as estruturas de Ap Sau são planejadas para estar entre as primeiras a chegar ao TO/A Op/ZD, saindo juntamente com as últimas unidades de tropa. 3.8 Evacuação Médica 3.8.1 Com relação aos tipos de Evacuação Médica, a diferenciação se impõe pelo caráter da evacuação e pelo tipo da plataforma de transporte, podendo ser programada ou não programada: a) CASEVAC: termo internacional ("Casualty Evacuation") empregado para identificar o transporte inopinado de pacientes, realizado em qualquer meio de transporte disponível; este tipo é mais comum na Evacuação Médica Tática e não obriga a presença de elementos especializados em saúde; geralmente é realizado para se garantir o atendimento médico inicial ao ferido no menor espaço de tempo possível; e b) MEDEVAC: termo internacional ("Medical Evacuation") empregado para identificar o transporte programado ou mesmo inopinado, desde que sejam utilizadas ambulâncias ou meios de transporte devidamente adaptados para o deslocamento de feridos, ao receber kits de Evacuação Médica e equipes de saúde especializadas; é, portanto, o tipo com predominância nas Evacuações Médicas Operacionais e Estratégicas. 3.8.2 A existência e a prontidão dos meios de transporte são fundamentais para garantir a efetividade dessa ação, atendendo ao princípio da oportunidade na Ev Med. Nesse contexto, a capacidade de realizar o transporte no tempo e local adequados e de maneira que possibilite a realização de procedimentos de estabilização e ressuscitação de pacientes durante o percurso são determinantes para aumentar a sobrevida, reduzir sequelas permanentes e garantir melhores condições clínicas para o tratamento futuro das baixas. 3.8.3 Normalmente, as F Cte utilizam seus meios orgânicos de transporte de feridos, tais como helicópteros, embarcações, ambulâncias terrestres (viaturas de rodas ou sobre lagartas com proteção blindada) e aeronaves de asa fixa, realizando a Ev Med desde o local de ferimento até a Inst Sau para tratamento inicial no TO/A Op/ZD. A coordenação e a integração desses recursos no Ap Sau nas Op Cj, de forma a otimizar as capacidades de apoio, constituem um grande desafio logístico. 3.8.4 Dessa forma, cada F Cte será responsável pelo seu fluxo de evacuação de baixas, até que suas capacidades de transporte sejam esgotadas, ou que haja a necessidade, de acordo com a situação tática e a gravidade dos ferimentos, do emprego de meios conjuntos, contratados e/ou mobilizados. 3.8.5 Sendo o sistema que nas Op Cj prevê a vital ligação entre os Esc Sau, por meio das diversas plataformas de transporte existentes no TO/A Op/ZD, garantindo a continuidade do tratamento por toda a Cadeia de Evacuação, a Ev Med ocorre tanto no nível tático como nos níveis operacional e estratégico, necessitando de grande integração e coordenação entre as F Cte e, principalmente, de padronização de linguagem, procedimentos e equipamentos. 3.8.6 Condicionantes gerais da Ev Med 3.8.6.1 Os condicionantes gerais nos quais se baseiam a Evacuação Médica são: a) o paciente deverá chegar à Instalação de Saúde mais conveniente ao seu estado clínico pelo meio mais rápido, caminho mais curto e com a máxima segurança possível. Para tal, principalmente para o transporte de baixas entre o Ponto do Trauma e o primeiro atendimento médico, normalmente realizado no Posto de Socorro (1º Escalão de Saúde), deve-se priorizar o emprego de meios aéreos ou ambulâncias dotadas de mobilidade tática adequada e de proteção blindada. Quando se tratar de uma Força Naval Componente, as baixas poderão ser evacuadas para os meios de superfície mais adequados para cada caso, sendo a Enfermaria de Combate pertencente ao 1º Escalão de Saúde e configurada com a presença de Oficial Médico;Fechar