Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. 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No entanto, desde que autorizado pelo Comando Logístico enquadrante, o transporte de baixas pode ser realizado pelo Esc Sau no qual se encontra o doente ou ferido. 3.8.7 Capacidades do sistema de Evacuação Médica 3.8.7.1 A Cadeia de Evacuação deve dispor sempre que possível das seguintes capacidades básicas, de modo a garantir a observância das condicionantes da Evacuação Médica: a) evacuar baixas 24h/dia, sob quaisquer condições climáticas ou de terreno e em todas as situações possíveis; b) provisão de estabilização e de manobras de ressuscitação durante o transporte de pacientes, utilizando-se de equipamentos adequados e de pessoal especializado; e c) realizar a regulação do fluxo de baixas e monitorar todos os feridos em transporte na Cadeia de Evacuação até a sua entrada em uma Inst Sau no TO/A Op/ZD ou na ZI. 3.8.8 Níveis de Planejamento e execução da Evacuação Médica 3.8.8.1 A Evacuação Médica, no contexto do Apoio de Saúde em Operações Conjuntas, engloba três níveis de planejamento e execução: a) Evacuação Médica Tática (Ev Med Tat): corresponde ao transporte realizado entre o Ponto do Trauma e as instalações médicas localizadas na Zona de Combate; normalmente é realizada por intermédio dos meios orgânicos das Forças Componentes. Os tipos mais comuns de Ev Med Tat são as CASEVAC; b) Evacuação Médica Operacional (Ev Med Op): inclui o transporte de feridos realizado entre Instalações de Saúde localizadas na Zona de Combate e aquelas que se localizam na Zona de Administração; são utilizados meios adjudicados ao Comando Operacional Conjunto e outros pertencentes às Forças Componentes para o transporte das baixas; eventualmente, pode ocorrer nesse nível a Evacuação Médica diretamente do Ponto do Trauma a uma instalação médica na Zona da Administração; neste caso, esta também é considerada uma Evacuação Médica Operacional. Os tipos mais comuns de Ev Med Op são as MEDEVAC; e c) Evacuação Médica Estratégica (Ev Med Estrt): é realizada entre o ponto de extração no Teatro de Operações/Área de Operações/Zona de Defesa e a Zona do Interior; eventualmente, pode ocorrer a partir de uma nação anfitriã (operações combinadas ou multinacionais). Os tipos mais comuns de Ev Med Estrt são as M E D E V AC . 3.8.9 Meios de transporte especializados empregados em MEDEVAC 3.8.9.1 Os meios de transporte empregados na Cadeia de Evacuação - também denominados veículos ambulâncias - englobam todos os modais (rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e aéreo). Os seguintes tipos são empregados no Ap Sau nas Op Cj: a) tipo A - Transporte de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo; b) tipo B - Ambulância de Suporte Básico: destinada ao transporte inter- hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não necessitando de intervenção médica no local e/ou durante transporte até a Inst Sau de destino e ser tripulada por técnico de enfermagem; c) tipo C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré- hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas); deve estar mobiliada com pessoal de saúde especializado em APH tático; d) tipo D - Ambulância de Suporte Avançado: destinada ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco, em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos; deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função e ser tripulada por médico; e) tipo E - Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, certificadas por autoridade competente; ambas devem possuir certificações suplementares de tipo emitidas pela autoridade competente, quando operarem com equipamentos aeromédicos integrados à aeronave e ser tripulada por efetivo de saúde treinado; e f) tipo F - Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário destinado ao transporte por via marítima ou fluvial; deve possuir tripulação e os equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade. 3.8.9.2 Dentro da Cadeia de Evacuação e de acordo com o Esc Sau considerado, são utilizados os seguintes tipos de ambulâncias para transporte de pacientes: a) tipo C, sobre rodas ou sobre lagartas, dotadas de proteção blindada, para atuar no 1º Esc Sau, até o PS ou até a UAT/PAA, adaptadas para permitir configuração básica ou avançada; b) tipo D, para a evacuação a partir do PS em direção à retaguarda, conforme necessidade; c) tipo E, para EVAM, conforme o Plano de Evacuação Aeromédica estabelecido pelo C Op; d) tipo F, para evacuações onde o ambiente operacional assim exija; e) as do tipo A e B poderão, eventualmente, serem utilizadas para o caso de feridos estáveis e que não necessitem de cuidados intensivos ou emergenciais; e f) diferentes meios poderão ser adaptados ou convertidos em plataformas para transporte de feridos, incluindo animais de transporte e meios ferroviários, de acordo com a situação tática e o ambiente operacional em questão. 3.8.9.3 Cumpre destacar, que, via de regra, pode ocorrer a conjugação de diferentes meios de transporte, a fim de melhor atender as demandas de Ev Med nas Op Cj. Assim, pode-se, por exemplo, empregar aeronaves de asa rotativa - equipadas com kits de Ev Med - para o transporte de feridos no 1º Esc Sau, desde que as condições de segurança o permitam. Ademais, pode-se empregar helicópteros e navios para transporte do TO/A Op/ZD até a ZI, embora o meio mais apropriado seja a aeronave de asa fixa, equipada para este fim. 3.8.9.4 Os meios de Ev Med devem estar equipados com equipamentos de comunicação que permitam: a) o rápido direcionamento do meio mais apropriado aos locais dos incidentes ou às Inst Sau; b) diminuição do tempo de resposta pelo aumento da flexibilidade nas comunicações; c) comunicação direta entre os meios de Ev Med, tropas e os locais onde ocorrem os ferimentos permitindo consciência situacional e tática; e d) comunicação direta entre os profissionais de saúde atuando nas plataformas de transporte e as equipes médicas que receberão os pacientes nas Inst Sau, permitindo o assessoramento médico durante o percurso e uma melhor preparação das instalações pela constante atualização do estado clínico dos evacuados. 3.8.10 A interdependência entre a Ev Med e o tratamento 3.8.10.1 A disponibilidade e as características dos meios de Ev Med utilizados, as distâncias envolvidas, o ambiente operacional e as capacidades médicas existentes influenciam no dimensionamento da estrutura de apoio em cada Esc Sau. Desta forma, as limitações do sistema de Ev Med impactam diretamente os critérios para a manutenção de pacientes em tratamento nas Inst Sau. De modo geral, quanto maior a disponibilidade de meios de Ev Med no TO/A Op/ZD, menor será a N Ev e vice-versa. 3.8.10.2 Sendo estabelecida pelo Cmt Op, a N Ev é, portanto, fundamental para o balanceamento entre as capacidades médicas disponíveis em cada Esc Sau e os meios de Ev Med necessários. 3.8.10.3 Os fatores de decisão, a disponibilidade de meios, as restrições aos movimentos e condições das rotas de evacuação são aspectos que influenciam a N Ev. Esta deve ser flexível para atender às mudanças de situação durante as fases de uma Op Cj. Normalmente, as fases iniciais requerem N Ev mais longas, sendo reduzidas com o desenvolvimento do Ap Sau no TO/A Op/ZD e, por fim, dilatada novamente, durante a fase da reversão. 3.8.11 Responsabilidades pela Evacuação Médica 3.8.11.1 Do Ponto do Trauma ou do Posto de Coleta de Feridos, para as instalações médicas do 1º Escalão de Saúde (Posto de Socorro) ficará a cargo das Forças Componentes, com o emprego de ambulâncias orgânicas, preferencialmente blindadas, assistidos por profissionais de saúde especializados. Em situações específicas e desde que as condições de segurança o permitam poderão ser empregadas aeronaves de asa rotativa. 3.8.11.2 Entre o 1º e 2º Escalões de Saúde: normalmente as Forças Componentes mantêm a responsabilidade pelas Evacuações Médicas entre os 1º e 2º Escalões de Saúde. No entanto, os meios aéreos para a Evacuação Médica, normalmente fornecidos pela FAB e mantidos sob a responsabilidade do Comandante Operacional, poderão ser solicitados para estas Evacuações Médicas. 3.8.11.3 Entre os 2º Esc Sau e 3º Esc Sau (H Cmp/NH): nos casos em que os pacientes não podem ser recuperados nas instalações do 2º Esc Sau dentro do limite de tempo estabelecido pela N Ev, deverá ser solicitada uma Ev Med ao Esc Sau superior. Normalmente, o transporte de feridos entre tais escalões será realizado por meio de Ev Med programadas ou de rotina (MEDEVAC), sempre que possível em aeronaves (de asa fixa ou rotativa), sob coordenação do 3º Esc Sau. Viaturas operativas ambulâncias dos tipos A e B também poderão ser utilizadas neste transporte, quando as distâncias, as condições das vias e a situação tática permita. 3.8.11.4 Em Op Cj de grande envergadura, poderá existir uma Inst Sau pertencente ao 3º Esc Sau dentro da estrutura de Ap Sau de uma FS e outra operada conjuntamente, subordinada a F Log Cte. 3.8.11.5 Em ambos os casos, a responsabilidade pela Ev Med entre os 2º e 3º Esc Sau caberá às F Cte. Nos casos em que a Ev Med não possa ser realizada no âmbito das respectivas Forças, será acionada uma coordenação externa, por meio da F Log Cte, a qual viabilizará a Ev Med com o emprego de todos os recursos disponíveis no TO/A O p / Z D. 3.8.11.6 Entre o 3º Esc Sau (H Cmp) e a ZI (4º Esc Sau): a Ev Med entre o 3º Esc Sau (H Cmp) e o 4º Esc Sau (ZI) é de responsabilidade do Centro de Coordenação de Logística e Mobilização (CCLM), mediante coordenação com a F Log Cte. Normalmente, são empregadas aeronaves de asa fixa preparadas, orgânicas das Forças ou contratadas/mobilizadas, podendo, em situações particulares e especiais, serem utilizados navios, helicópteros ou voos comerciais. 3.8.11.7 Do 1º Escalão de Saúde diretamente ao tratamento definitivo, de acordo com o estado clínico e a necessidade de tratamento especializado imediato. Além disso, algumas Operações Conjuntas podem apresentar situações bastante peculiares, sem o desdobramento de qualquer Instalação de Saúde que ofereça hospitalização no TO/A Op/ZD. As baixas estabilizadas serão evacuadas sob a responsabilidade do Comando Operacional Conjunto para uma instalação médica que ofereça o tratamento adequado. 3.8.12 Regulação do fluxo de baixas 3.8.12.1 A regulação do fluxo de baixas é o processo de direcionar, controlar e coordenar o transporte de pacientes no interior ou para fora do TO/A Op/ZD. Tem início a partir do local do ferimento, ou do início da enfermidade, prosseguindo pelas sucessivas Inst Sau até aquela onde se dará o tratamento definitivo à baixa. Esta sistemática visa a permitir o emprego mais eficiente dos meios de Ev Med e que o paciente receba o tratamento que necessita no local e momento oportunos. 3.8.12.2 Essa regulação é realizada por intermédio de Equipes de Regulação do Fluxo de Baixas nos EM das F Cte e nas Inst Sau que possuam estruturas para esse fim. As Equipes de Regulação do Fluxo de Baixas devem dispor de meios de C², integrados por um sistema de informações que forneça, em tempo real, dados sobre a existência e a disponibilidade de instalações médicas, de leitos e de meios de evacuação, aumentando o nível de consciência situacional do Ap Sau. 3.8.12.3 As Equipes de Regulação do Fluxo de Baixas realizam, continuamente, o monitoramento de pacientes, tendo informações da localização de cada ferido, dos procedimentos já realizados e da situação das instalações médicas às quais se destinam. 3.8.12.4 A precisão de tais informações é de crucial importância para o aumento da eficiência do atendimento ao ferido, a manutenção do moral das unidades de origem das baixas e para a atualização das informações repassadas às famílias dos pacientes e à própria mídia. 3.8.12.5 O contínuo monitoramento do transporte de ferido nas Op Cj é um grande desafio, pois envolve a troca de informações entre as F Cte, o C Cj e os diversos Esc Sau. Assim, a capacidade de padronização de procedimentos e equipamentos é fundamental para que diferenças de linguagem e incompatibilidades de sistemas de comunicações e de registro de pacientes, por exemplo, não interfiram na interoperabilidade. 3.8.13 Sistemas de comunicação nas Ev Med 3.8.13.1 Um sistema de comunicações eficiente é um dos pilares da boa condução das atividades de Ev Med. 3.8.13.2 Embora as F Cte sejam responsáveis pela implementação do C² de suas respectivas Inst Sau, meios de transporte de feridos e agências envolvidas na regulação do fluxo de baixas, o C Op Cj, por meio do Centro de Coordenação de Operações Logísticas (CCOL) da F Log Cte, deverá estipular o Conceito de Operação da Ev Med, identificando as necessidades de comunicações para que se consiga a integração das atividades de transporte, hospitalização e regulação de baixas entre as F Cte, integração esta imprescindível para que a Ev Med seja realizada de forma conjunta. 3.8.13.3 A Ev Med deverá, portanto, possuir comunicações confiáveis, em tempo real, e, sempre que possível, redundantes dentro do TO/A Op/ZD e ligando este (a) à ZI, por meio de sistemas dedicados e integrados. Nesse contexto, deve dispor de equipamentos de comunicação do tipo rádio para ligação das plataformas de transporte de feridos e as instalações de saúde no TO/A Op/ZD (por exemplo, rádios High Frequencies - HF e Very High Frequency - VHF), bem como satelitais para ligação com a ZI. 3.8.14 Sistema de controle de equipamentos portáteis de suporte à vida utilizado nas Evacuações Médicas 3.8.14.1 É de vital importância a existência de um sistema de controle dos equipamentos portáteis de suporte à vida utilizados nas Ev Med, como é o caso dos ventiladores, bombas infusoras e monitores, ao longo de toda a Cadeia de Evacuação, uma vez que equipamentos de uma Inst Sau poderão acompanhar os pacientes em seu deslocamento entre os diferentes Escalões de Saúde no TO/A Op/ZD. O objetivo do sistema, portanto, é manter o fluxo de Ev Med sem diminuir as capacidades de suporte à vida nos meios de transporte e nas Instalações de Saúde mais avançadas, em especial do 2º Escalão de Saúde. 3.8.14.2 Nesse contexto e pensando no emprego conjunto de meios de transporte de feridos no TO/A Op, é imprescindível que se adote uma estrita padronização dos equipamentos portáteis de suporte à vida a fim de possibilitar a interoperabilidade nas Ev Med realizadas nas operações. 3.8.14.3 Para consecução desse sistema, o CCOL a F Log Cte coordena e controla a distribuição dos equipamentos portáteis de suporte à vida entre as Inst Sau desdobradas no terreno, providenciando sua redistribuição, a fim de evitar a falta de tais itens em alguma Inst Sau na operação. Ademais, as instalações do 3º Esc Sau contam com equipes de manutenção e controle dos equipamentos portáteis de suporte à vida, realizando a manutenção, quando necessário, desses equipamentos.Fechar