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Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152023121900028 28 Nº 240, terça-feira, 19 de dezembro de 2023 ISSN 1677-7042 Seção 1 3.8.15 Evacuação Aeromédica 3.8.15.1 As Ev Med de feridos ou enfermos por via aérea, em aeronaves ambulâncias ou configuradas para este específico transporte, sob supervisão médica de tripulações aeromédicas, e realizada de um local com recursos médicos limitados a Inst Sau com maiores recursos técnicos, atendendo fundamentalmente ao princípio da oportunidade, são chamadas de EVAM. 3.8.15.2 Tendo em mente que no Ap Sau "tempo" é sinônimo de "vida", deve ser dada, sempre que possível, prioridade máxima para o emprego de EVAM por meio de aeronaves de asa rotativa nos casos de CASEVAC, ou seja, quando a evacuação precisa ser feita imediatamente a fim de se evitar a morte ou sequelas definitivas no paciente. 3.8.15.3 De um modo geral, a EVAM fornece: a) rápida e eficiente evacuação em locais onde o acesso por superfície seria praticamente impossível, como o resgate em operações especiais, a grandes distâncias da linha de contato, áreas cercadas por inimigos e áreas isoladas ou de difícil acesso devido às condições das rotas de evacuação; b) maior conforto e rapidez no transporte; aliada a uma correta abordagem inicial dos feridos e à adequada assistência médica a bordo, reduz em muito o índice de mortalidade das baixas; c) N Ev mais flexíveis, permitindo a diminuição dos respectivos prazos; d) redução das necessidades de leitos na ZC; e) aumento da mobilidade das forças em combate, pela rápida retirada de baixas da linha de frente; e f) grande influência no moral da tropa. 3.8.15.4 Embora possua inúmeras vantagens, deve-se ter em mente que existe a possibilidade da interrupção das EVAM por longos períodos de tempo, seja devido às condições meteorológicas adversas, ou pelas possibilidades de atuação do poder aéreo inimigo. Sendo assim, a flexibilidade na Ev Med, com a previsão de meios alternativos, deve ser sempre buscada. 3.8.15.5 Para se pensar, portanto, em um sistema de EV Med altamente voltado para o transporte de pacientes por via aérea, tornam-se imprescindíveis as ações para se obter a superioridade aérea local no TO/A Op, permitindo o cumprimento das missões em segurança. 3.8.15.6 Prioridades na EVAM 3.8.15.6.1 A possibilidade do emprego de um meio bem mais eficiente no transporte de feridos nas EVAM e as condições clínicas dos feridos faz com que, devido à possibilidade da existência de disponibilidade restrita de aeronaves/espaços a bordo, os casos mais urgentes sejam evacuados primeiro. Sendo assim, há uma classificação das baixas exclusivamente para as EVAM, em adição à triagem normalmente realizada no campo de batalha: a) prioridade 1 - Urgente: pacientes que precisam de evacuação imediata, como forma de salvar suas vidas ou diminuir as chances de uma sequela definitiva, principalmente pacientes com necessidade de intervenção cirúrgica, em suporte avançado de vida e/ou choque; b) prioridade 2 - Pronto Atendimento: pacientes que necessitam de um atendimento rápido, devendo ser evacuados num prazo máximo de seis horas; e c) prioridade 3 - Rotina: pacientes que podem aguardar voos programados de transporte de pacientes (MEDEVAC) ou que podem ser transportados em voos logísticos regulares, dentro de no máximo setenta e duas horas. 3.8.15.7 As Inst Sau e os meios de evacuação devem ter suas localizações minuciosamente estudadas, a fim de facilitar o trânsito de pacientes dentro da Cadeia de Ev a c u a ç ã o . 3.8.15.8 Geralmente, as instalações médicas ficam eixadas a rotas de evacuação terrestres e, sempre que possível, nas proximidades de aeródromos utilizados no transporte logístico. No entanto, deve-se considerar que, dependendo do ambiente operacional, tal desdobramento pode efetivamente eliminar a proteção conferida às Inst Sau pela Convenção de Genebra. 3.8.15.9 A situação tática, a disponibilidade de capacidades médicas e a disponibilidade de meios aéreos para EVAM, entre outros fatores, podem levar ao desdobramento de Inst Sau distantes de aeródromos. Nesse caso, ocorre a necessidade de estruturas adicionais de tratamento de pacientes e de meios de transporte terrestre para o trânsito das baixas, bem como a montagem de helipontos. 3.8.15.10 Além disso, como forma de garantir maior flexibilidade ao emprego das aeronaves, deve-se priorizar a utilização de aeronaves configuradas com kits aeromédicos para realização de EVAM, não integrados à sua estrutura, ou seja, equipamentos portáteis em configuração stand alone (autônomo), com baterias de grande autonomia, que necessitem de pouca ou nenhuma alimentação elétrica para o modo stand-by (espera) dos equipamentos, tanto nas EVAM táticas como nas Operacionais, deixando as aeronaves possuidoras do Certificado Suplementar de Tipo para o kit aeromédico a cargo das EVAM estratégicas. 3.8.15.11 Com relação à integração do kit aeromédico à aeronave, é importante frisar que a configuração stand alone não oferece qualquer garantia de ausência de interferências eletromagnéticas tanto nos equipamentos de bordo como nos próprios equipamentos aeromédicos. Nesse contexto, os Comandantes de unidades aéreas ou Comandantes de F Cte devem receber assessoria especializada das Células de Segurança Operacional, com base nas normas em vigor, a fim de autorizar o emprego da referida configuração. 3.8.15.12 As F Cte possuem meios orgânicos para a realização de EVAM, planejadas dentro do sistema de Ev Med singular. No entanto, em Op Cj, pode existir a necessidade de que uma EVAM seja realizada em direção a uma Inst Sau do 3º Esc Sau, operada de forma conjunta, ou seja, direcionada, por meio da regulação do fluxo de baixas, para uma Inst Sau de outra força componente, na qual exista a disponibilidade de leitos que atenda às necessidades específicas do paciente. 3.8.15.13 Sendo assim, é imprescindível a viabilização das comunicações entre os meios de transporte de pacientes e os Esc Sau de diferentes F Cte, a padronização de procedimentos e de registros de pacientes e equipamentos e, sobretudo, a capacidade de as aeronaves operarem em Inst Sau Conjuntas ou de outras FS. 3.8.15.14 Como existem, em muitas ocasiões, limitações de meios de transporte aéreos nas FA, sobretudo em fases mais agudas das operações, atrasos no transporte de feridos dentro da Cadeia de Evacuação podem fazer com que os Esc Sau retenham pacientes por mais tempo que o planejado. Além disso, uma queda na eficiência no sistema de Ev Med impacta diretamente as condições dos pacientes e, consequentemente, a disponibilidade de leitos no TO/A Op/ZD. 3.8.15.15 Nesse contexto, o emprego de EVAM operacionais sob a responsabilidade do C Op Cj pode aumentar as capacidades de EVAM no TO/A Op/ZD e reverter esta situação. 3.8.15.16 Para tanto, a F Log Cte estabelece o Plano de Evacuação Aeromédica Conjunto, empregando as aeronaves de asa rotativa da Força Aérea Componente (FAC) adjudicadas para esse tipo de missão aérea na ZC, podendo contar, eventualmente, com outras aeronaves das demais F Cte. Para as EVAM planejadas e de rotina - particularmente da ZA em direção à ZI (4º Esc Sau) - emprega, prioritariamente, as aeronaves de asa fixa da FAC ou meios civis contratados/mobilizados, coordenando as ações com o CCLM. 3.8.15.17 Modelo de requisição de EVAM 3.8.15.17.1 A fim de padronizar as requisições de EVAM nas Op Cj, facilitando a coordenação entre as F Cte, e a participação brasileira em operações combinadas, será adotado o modelo internacionalmente conhecido como "9 Linhas", no qual todas as informações necessárias à realização da missão são dispostas de forma padronizada em um modelo com nove campos, a serem preenchidos no momento da solicitação. Essa requisição deve ser preenchida, sempre que possível, eletronicamente, e transmitida por meio eletrônico seguro pela rede logística estabelecida, em canal de dedicação exclusiva. 3.8.15.17.2 Modelos simplificados como o MIST ou o LOCO também podem ser utilizados em situações selecionadas. 1_MD_19_003 3.8.15.17.3 Em situações excepcionais, o protocolo simplificado de 4 linhas (LOCO), utilizado nas Nações Unidas, poderá ser empregado: . Localização Localização da ocorrência de forma que o local possa ser identificado facilmente. . Ocorrência Breve descrição do ocorrido. . Conduta Medidas que já estão sendo adotadas. . O que precisa Recursos necessários. Tabela 3: modelo simplificado 2(LOCO) 1_MD_19_004 Tabela 4: modelo de requisição de EVAM 3.8.16 A coordenação da Ev Med nas Op Cj 3.8.16.1 A coordenação da Ev Med nas Op Cj tem estreita relação com a regulação do fluxo de baixas. Esse sistema possibilita a visibilidade - em tempo real - da disponibilidade de leitos e da situação das capacidades médicas nas instalações de saúde do TO/A Op, permitindo o direcionamento dos pacientes às instalações médicas mais apropriadas e a otimização das plataformas de transporte para cada caso. 3.8.16.2 Para desenvolver tais ações, faz-se necessária a ativação dos Centros de Coordenação de Evacuação Médica (CC Ev Med), tanto nas F Cte, como no C Cj e na ZI, conforme a seguinte distribuição: a) Na ZI 1) Quando não for ativado um Comando de Transporte Conjunto (COMTRAC), a coordenação do fluxo de baixas entre o TO/A Op/ZD e a ZI será realizada pela Célula de Saúde do CCLM no nível estratégico, que trabalhará em estreita ligação com sua Célula de Transporte e de Logística de suprimentos Classe VIII, e se ligará, no TO/A Op/ZD, ao CC Ev Med da F Log Cte; e 2) Neste Centro serão realizadas as coordenações necessárias para o transporte de pacientes somente entre os 3º e 4º Esc S, atuando apenas na Ev Med Estrt.Fechar