Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152023121900030 30 Nº 240, terça-feira, 19 de dezembro de 2023 ISSN 1677-7042 Seção 1 4.2.6 A Sistemática de Planejamento de Emprego Conjunto (SisPECFA) é a metodologia aplicada à elaboração de um PEECFA. A Chefia de Operações Conjuntas, por intermédio da Subchefia de Operações é quem coordena essa sistemática. A SisPECFA é desenvolvida em três etapas: a) Etapa 1: Elaboração e Avaliação da Conjuntura; b) Etapa 2: Exame de Situação Estratégico e redação do PEECFA; e c) Etapa 3: Controle da Ação Planejada/Campanha Militar. 4.2.7 Precedendo o planejamento eminentemente militar, a etapa de Avaliação da Conjuntura e Elaboração de Cenários é desenvolvida permanentemente, com o objetivo de identificar ameaças e oportunidades que tornem necessário o emprego das FA. São criadas, então, as HE que, após serem priorizadas, orientam as etapas seguintes do planejamento estratégico. 4.2.8 Segue-se, então, a etapa do exame de situação e planejamento, a qual abrangerá a produção do PEECFA, feito pelo EMCFA, o qual constitui a base para o planejamento dos C Op ativados. 4.2.9 Na área de inteligência, primeiramente, serão realizadas as Reuniões Preliminares de Inteligência (RPI), sob a coordenação da Assessoria de Inteligência de Defesa (AIDef), com a participação de integrantes dos órgãos de inteligência das FS, a fim de produzir a Análise de Inteligência Estratégica, que deverá estar finalizada antes do Exame da Situação Estratégico. 4.2.10 É nesta etapa em que, à luz das HE, é elaborado um extrato atualizado da Avaliação da Conjuntura, com foco na área de conflito, denominado Conjuntura, o qual constitui um Apêndice do Anexo de Inteligência anexo ao PEECFA que deverá conter os dados de inteligência em saúde em nível estratégico, obtidos pela fusão de competências técnicas médicas e de pessoal da área de inteligência estratégica, permitem aos assessores da função logística saúde do C Cj obter uma compreensão inicial das potenciais ameaças sanitárias e identificar opções de resposta, de forma a minimizar possíveis impactos sobre as operações. 4.2.11 No Planejamento Estratégico, mais precisamente na elaboração do Anexo de Logística ao PEECFA, como forma de fornecer orientações iniciais aos planejamentos do C Cj, os seguintes assuntos deverão ser abordados: a) instruções iniciais acerca dos reconhecimentos de saúde a serem realizados no TO/A Op/ZD para a operação e, principalmente, visando ao Ap Sau na concentração estratégica; b) orientações relacionadas às necessidades de meios de transporte e capacidades médicas para o Ap Sau à concentração estratégica; e 4.2.12 No nível estratégico de planejamento e condução das operações, deve- se ter uma visão geral dos seguintes fatores de avaliação sanitária na área de responsabilidade dos C Op ativados: a) fatores socioculturais que possam influenciar o Ap Sau, como costumes locais e religião predominante; b) impacto político do atendimento prestado pelas Inst Sau desdobradas à população local; c) tipos, capacidades e número de Organizações Não Governamentais (ONG) de saúde que atuam na área de operações; d) recursos locais de produção de equipamentos, material médico e fármacos; e) considerações acerca da formação médica dos profissionais locais; e f) capacidade de resposta às pandemias; 4.2.13 A Etapa de Controle das Operações Militares consiste no acompanhamento das operações militares conduzidas pelos C Op ativados, e demais ações estratégicas planejadas, visando à consecução dos objetivos políticos e estratégicos estabelecidos. 4.3 Planejamento do Apoio de Saúde no Comando Operacional Conjunto 4.3.1 A identificação das ameaças relacionadas à saúde e o entendimento da concepção da manobra no nível estratégico, permitem ao Cmt Op realizar as estimativas de saúde, particularmente no tocante ao número de baixas diárias e as necessidades de leitos para Ap Sau no nível operacional. Ademais, possibilita o desenvolvimento de políticas de medicina preventiva, atuando na manutenção da higidez física e mental da tropa, bem como de tratamento, possibilitando a recuperação de doentes e feridos com a maior brevidade possível. 4.3.2 O planejamento do Ap Sau no nível operacional viabiliza a adoção de medidas para mitigar as consequências de possíveis acidentes - naturais ou provocados pelo homem - incidentes de trabalho e emprego de Armas de Destruição em Massa (ADM) na A Op. Inclui, ainda, a atuação na prevenção e na resposta aos efeitos causados por agentes BNQR, sob o viés do Ap Sau. 4.3.3 A Logística do Apoio de Saúde em Operações Conjuntas 4.3.3.1 A logística envolvida no Ap Sau em Op Cj engloba a determinação de necessidades, obtenção, distribuição inicial, manutenção e reabastecimento dos suprimentos de saúde - Classe VIII - necessários à garantia do Ap Sau a uma determinada operação. 4.3.3.2 A provisão dos requisitos de material médico necessários a uma operação é um fator-chave na execução dos planejamentos de Ap Sau, particularmente no que diz respeito à aquisição dos suprimentos para o desdobramento inicial das Inst Sau e ao correto planejamento do pré-posicionamento de material suprimentos Classe VIII no TO/A Op/ZD, garantindo a continuidade do apoio logístico. 4.3.3.3 O SISMOMIL deve ser constantemente alimentado com informações, tanto das capacidades de produção de medicamentos dos laboratórios farmacêuticos das FS, capacidade de recursos humanos, materiais e equipamentos, quanto das Empresas de Interesse da Mobilização que possuem as capacidades de produção que permitam suprir as carências de fármacos e, assim, garantir o apoio contínuo de saúde às operações. 4.3.4 Características do emprego dos suprimentos Classe VIII 4.3.4.1 Os suprimentos Classe VIII apresentam algumas características que devem ser cuidadosamente consideradas a fim de se garantir um planejamento de Ap Sau eficiente: a) seu consumo é proporcional aos efetivos, no entanto, sua distribuição pelo campo de batalha não é uniforme; b) o consumo de material de saúde é maior nas áreas de retaguarda, devido aos diferentes dimensionamentos das Inst Sau no TO/A Op/ZD, cuja Cadeia de Evacuação prevê o desdobramento de instalações mais robustas naquelas regiões, e ao processo de Ev Med; c) o consumo dos itens de material é diferenciado na Cadeia de Evacuação; geralmente, quanto mais próximo à linha de frente, são empregados recursos menos especializados, porém de fornecimento mais urgente; ao contrário, quanto mais as Inst Sau se aproximam da área de retaguarda, são exigidos recursos mais especializados, que requerem maiores cuidados de manuseio, manutenção e estocagem, porém com necessidades de fornecimento menos urgentes; d) os materiais empregados no primeiro atendimento ao ferido e os que garantem a capacidade de ressuscitação mais próxima às linhas de frente são os SUPRIMENTOS CLASSE VIII distribuídos com maior dispersão e mais à frente no terreno, possuindo grande permeabilidade no TO/A Op; no entanto, as unidades que os portam possuem pouca capacidade de estocagem e de transporte, sendo autossustentáveis por no máximo setenta e duas horas; nesse sentido, o sistema de apoio logístico de material de saúde depende fortemente de uma eficiente capacidade de distribuição no terreno, fazendo com que este material seja disponibilizado às unidades mais avançadas observando-se o princípio da oportunidade; e) é necessário realizar um acompanhamento permanente dos níveis de consumo de suprimentos Classe VIII e planejar Níveis de Estoque de Segurança e de Reserva diferentes de outros itens de suprimentos, especialmente com relação a itens críticos, como sangue e hemoderivados, e oxigênio hospitalar; f) com relação aos processos de distribuição de suprimentos, atenção especial deve ser dada aos processos especiais, principalmente na distribuição de sangue e hemoderivados, de acordo com as necessidades específicas de cada operação; g) os suprimentos Classe VIII empregados no 1º e no 2º Escalão diferem do material utilizado em unidades de saúde assistenciais e são denominados Materiais de Emprego Militar Classe VIII (MEM Classe VIII). Estes materiais devem ser robustecidos, com índice de proteção (IP) a poeira, água, vibração e impacto diferenciados de modo a possibilitar o uso operacional; e h) a variedade, diversidade na nomenclatura e características de estocagem, transporte e manutenção dos suprimentos Classe VIII requer o emprego de pessoal especializado em seu manejo. 4.3.5 Classificação dos materiais de saúde 4.3.5.1 Os suprimentos Classe VIII podem ser divididos quanto às suas características e quanto à sua disponibilidade. a) Quanto à característica: 1) equipamentos; 2) medicamentos, material de saúde de consumo e de higiene humana; 3) medicamentos, material de saúde de consumo e de higiene animal; 4) sangue e hemoderivados; e 5) sobressalentes específicos. b) Quanto à disponibilidade: 1) críticos: caracterizados pela capacidade orgânica limitada, urgência de emprego, demanda aleatória e especificidade, como por exemplo o sangue e hemoderivados; estes materiais necessitam de um ciclo de abastecimento especial, com maior rapidez e agilidade; 2) controlados: materiais que requerem um controle mais rígido e específico, de acordo com taxas de consumo planejadas; como exemplo, podem ser citados os psicotrópicos e alguns antibióticos; e 3) livres: aqueles cujo consumo não está sujeito a qualquer regulação especial. 4.3.6 Planejamento das atividades logísticas específicas envolvidas no Apoio de Saúde em Operações Conjuntas 4.3.6.1 Tal como acontece com todas as classes de suprimentos, uma cuidadosa avaliação deve ser realizada no planejamento dos níveis de estoque e distribuição dos suprimentos Classe VIII, particularmente considerando que que a falta deste tipo de material, poderá acarretar a perda de vidas humanas. 4.3.6.2 Nesse sentido, as seguintes informações são essenciais para a elaboração de estimativas referentes ao emprego suprimentos Classe VIII nas operações, de modo a garantir um sistema de abastecimento eficiente: a) efetivos na ZC e na ZA; b) estimativa de baixas, em decorrência do perfil de combate previsto para cada fase da operação, tipo de operação e tropa empregada; c) conceito da operação / esquema de manobra; d) duração da operação; e) características do terreno e condições meteorológicas capazes de afetar o abastecimento de suprimentos Classe VIII; e f) informações de maior relevância contidas no Informe de Inteligência em Saúde, em especial relativas às condições sanitárias no TO/A Op/ZD e epidemiologia. 4.3.6.3 O Ap Sau às operações militares é, normalmente, realizado pelas FS. No entanto, nas Op Cj, muitas tarefas logísticas relacionadas ao Ap Sau podem ser centralizadas, sob coordenação do CCOL da F Log Cte. Dentre tais tarefas destacam-se: a) levantamento de necessidades, obtenção, estocagem e distribuição inicial de suprimentos Classe VIII, incluindo sangue e hemoderivados; b) manutenção em 2º e 3º Escalões, ou contratação e supervisão de serviços terceirizados de manutenção, incluindo os equipamentos portáteis de suporte à vida utilizados nas Ev Med; c) EVAM Operacionais e Estratégicas, estas em coordenação com o CCLM (MD); d) planejamento e coordenação de ações cívico-sociais (ACISO) em parceria com ONG ou órgãos públicos; e) monitoramento centralizado dos estoques de itens críticos, como sangue e hemoderivados e oxigênio hospitalar; e f) operação de Inst Sau conjuntas, com equipes ou profissionais específicos oriundos das três FS sob comando centralizado, a partir do 2º Esc Sau. 4.3.6.4 A ativação de tarefas logísticas de saúde conjuntas nas Op Cj será uma decisão do Cmt Op, assessorado pelo Comandante da F Log Cte. Os seguintes fatores devem ser especialmente considerados no estudo: a) disponibilidade de meios de Ap Sau orgânicos nas F Cte, incluindo-se instalações físicas, equipamentos, suprimentos Classe VIII, pessoal e capacidades médicas específicas; b) disponibilidade de meios especializados de transporte para a realização de Ev Med, em especial, do tipo C e do tipo E; c) distâncias e velocidades envolvidas no planejamento das Ev Med; d) conceito da operação, faseamento e duração das operações; e) necessidade de desdobramento de estruturas de Ap Sau a civis não- combatentes, como refugiados; f) estimativa de baixas; e g) extensão do TO e distribuição das Inst Sau das F Cte. 4.3.7 Responsabilidades no Planejamento do Apoio de Saúde 4.3.7.1 Os C Op ativados dispõem de um Grupo de Saúde, pertencente ao CCOL da F Log Cte. 4.3.7.2 Principais atribuições do Grupo de Saúde do CCOL: a) assessorar o Ch CCOL no estabelecimento da Norma de Evacuação, que se constitui no período máximo de internação de pacientes em cada escalão de hospitalização; b) coordenar com as demais F Cte a instalação de hospitais de campanha e a determinação do número de leitos necessários para atender o efetivo da ARP; c) coordenar com as demais F Cte e com o CCLM as necessidades de reposição dos estoques de sangue; e d) coordenar com as F Cte o estabelecimento de normas e procedimentos de Saúde Operacional, incluindo as ações profiláticas, inclusive imunização e saneamento em campanha. 4.3.7.3 O planejamento do Ap Sau nas F Cte é realizado pelo Grupo de Saúde do CCOL. A sua composição é variável, de acordo com a missão, as características do ambiente operacional e o modo de atuação de cada Força. Dentre suas atribuições, destacam-se: a) elaborar o Conceito de Operação do Ap Sau da F Cte; b) conduzir, em coordenação com a Célula de Saúde da F Log Cte, as atividades e tarefas de Ap Sau no âmbito conjunto; e c) elaborar as estimativas relativas ao Ap Sau, com destaque para a estimativa de baixas, encaminhando-as à Célula de Saúde da F Log Cte. A estimativa de baixas constitui a base para todo o planejamento do Ap Sau Conjunto, pois seus números configuram o principal fator a ser levado em consideração no dimensionamento das Inst Sau constantes dos diversos Esc Sau e na definição das necessidades dos meios de Ev Med. Para efeito de cálculo, as baixas serão classificadas conforme a Tabela 5 abaixo: . BAIXAS NA OPERAÇÃO . Baixas de Combate Baixas fora do Combate . Mortos e Capturados Feridos em Ação Baixas por Estresse Enfermos Fe r i d o s Tabela 5: baixas em combate d) levantar as capacidades e limitações (pessoal, material e instalações) referentes ao Ap Sau, em especial relativas às atividades de hospitalização e Ev Med, levando-se em consideração a existência e disponibilidade das instalações conjuntas de saúde no TO/A Op/ZD, e apontar suas dificuldades no envio do pessoal e material previstos, de acordo com o princípio do equilíbrio. 4.3.7.4 Sendo a F Log Cte considerada também uma F Cte, além de suas responsabilidades no planejamento do Ap Sau Conjunto como um todo, cabe à sua Célula de Saúde planejar a estrutura do Ap Sau orgânico da F Log Cte. 4.4 Dados de Planejamento para o Ap Sau nas Operações Conjuntas 4.4.1 A fim de se possibilitar um planejamento logístico eficiente em termos de consumo de suprimentos Classe VIII, é fundamental a obtenção de dados de planejamento confiáveis. 4.4.2 Com a inexistência de conflitos armados na história recente do País, torna-se extremamente difícil traçar-se um perfil de consumo fidedigno, principalmente no tocante ao material de saúde, uma vez que estes, seja em termos de consumo por homem,Fechar