DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS Manaus, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2024 2 A s frutas são fontes de vitaminas, fi bras, carboidratos, proteínas, sais minerais e outros nutrientes essenciais para a saúde. E para aumentar o incentivo ao plantio de frutíferas nativas da Amazônia pouco co- nhecidas, pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), incentivou a prática do consórcio com uma es- pécie de fruta nativa mais comercial como, por exemplo, o cupuaçu e o açaí. Amparado via Programa de Apoio à Pesqui- sa - Universal Amazonas, o estudo intitulado “Cultivo de Fruteiras Nativas da Amazônia em Sistemas consorciados” contribuiu para a con- servação de espécies de frutíferas nativas da Amazônia, em áreas de produtores, conside- rando o interesse em resgatar frutíferas nativas, que não são tradicionalmente comercializadas. A agrônoma e doutora em Fitotecnia (Pro- dução Vegetal), Aparecida das Graças Claret de Souza, da Embrapa Amazônia Ocidental, confi rmou que as composições nutricionais das frutas são diferentes, sendo assim o plan- tio diversifi cado de espécies frutíferas torna-se necessário, principalmente por causa dos agri- cultores, que se alimentam da sua própria pro- dução agrícola e, com isso, teriam a inserção de novas fontes nutricionais na sua dieta. “O consórcio das fruteiras e culturas alimen- tares consiste no cultivo num mesmo local, de fruteiras nativas perenes compondo as linhas e, nas entrelinhas, o plantio de culturas alimenta- res de ciclo curto, como feijão, milho, abóbora, macaxeira, melancia, maxixe e outros, sempre obedecendo o espaçamento e manejo reco- mendado conforme a cultura”, disse a coorde- nadora da pesquisa. Ela explicou que a fruta escolhida para o con- sórcio foi o cupuaçu e as espécies selecionadas para a continuidade desse processo, foram: o abiu (Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk); o araçá-boi (Eugenia stipitata McVaugh); a cas- tanha-de-cutia (Acioa edulis Prance); o pajurá (Couepia bracteosa Benth); a castanha-de-gali- nha (Acioa longipendula (Pilg.) Sothers & Pran- ce); o mapati (Pourouma cecropiifolia Mart); o biribá (Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.); o puruí de massa (Borojoa sorbilis (Duck) Cuatr); e a mari- rana (Couepia subcordata Benth). Outra realização da pesquisa foi a capacita- ção dos produtores, realizada nas próprias áre- as de plantio. Em cada unidade, foram ministra- dos cursos para capacitação de produtores das comunidades e técnicos em “Boas práticas agrí- colas em consórcio de frutas nativas e culturas alimentares”, com atividades como o preparo de cova, calagem, adubação, compostagem, formação de mudas, enxertia, uso de cultivares recomendadas, plantio e manejo das frutíferas nativas e das culturas alimentares. Durante a coleta de dados e questionário com os agricultores, analisou-se que o cupua- çu, o açaí, o tucumã, o mari-mari e a castanha- -do-Brasil são as frutas nativas mais comuns, na maioria dessas áreas. As duas perguntas reali- zadas, foram: “Gostaria de conhecer e consumir mais frutas nativas da Amazônia? ” e “Por que?”. A resposta de todos os entrevistados foi “sim”. Os motivos citados sobre o consumo dessas frutas foram diversos, mas destaca-se a possibi- lidade de ingestão de novos sabores e a diversi- fi cação no consumo de frutas. A médio e longo prazo, as espécies frutíferas, ainda desconheci- das do mercado consumidor, podem constituir uma importância comercial em diversos seg- mentos da cadeia produtiva da fruticultura. “É importante o apoio para tornar estas es- pécies frutíferas nativas mais conhecidas, ofe- recendo oportunidades para os produtores cultivá-las e também conservá-las para as ge- rações futuras”, completou Aparecida de Souza. Apoio da Fapeam “Os recursos disponibilizados pela Fapeam foram úteis, como as diárias para cobrir as des- pesas de deslocamento até as áreas de pro- dutores e também para realização dos cursos; para aquisição de combustíveis; para aquisição de insumos como adubo, defensivos, sacos para mudas e pequenas ferramentas para plan- tio e manutenção das plantas”, disse Aparecida de Souza. Universal Amazonas O Programa, edital n° 002/2018, fi nanciou atividades de pesquisa científi ca, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas do conhecimento, com con- tribuição signifi cativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Amazonas em instituição de pesquisa ou ensino superior ou centro de pesquisa, públicos ou privados, sem fi ns lucrativos, com sede ou unidade perma- nente no Estado do Amazonas. Com apoio do Governo do Amazonas, pesquisa incentiva o cultivo em consórcio de frutas amazônicas Arquivo/Fapeam e Divulgação/Embrapa O estudo é apoiado pelo Programa Universal Amazonas, da Fapeam VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃOFechar