DOEAM 05/02/2024 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS
Manaus, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2024 3
P
acientes que recebem atendimentos no
Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, uni-
dade vinculada à Secretaria de Estado de
Saúde do Amazonas (SES-AM), encontram aco-
lhimento psicológico individual e em grupos,
durante todo o ano, com intervenções voltadas
para a saúde mental, com o objetivo de agre-
gar valor aos atendimentos.
A psicóloga hospitalar Ana Paula Nabero
explica que, além dos serviços oferecidos bei-
ra-leitos, existem as intervenções coletivas que
também fazem parte da rotina do hospital.
“O projeto ‘Re-esperar’ é voltado para pa-
cientes em sala de espera para procedimentos
cirúrgicos, oferecendo exercícios de respiração
e relaxamento com intuito de reduzir o nível
de ansiedade que pode causar alterações nos
sinais vitais, além de tensão muscular. Após o
início do projeto, reduzimos consideravelmen-
te a quantidade de procedimentos suspensos”,
explicou a psicóloga.
O paciente Raimundo Paulo Barros da Silva,
56, que aguardava para realização de cirurgia
oftalmológica, conta que esse trabalho de re-
laxamento momentos antes de passar pelo
procedimento trouxe alívio e segurança para
ele. “Foi ótimo, consegui relaxar, a gente fica
preocupado, nervoso e apreensivo quando
vai chegando a hora da cirurgia, e fazer esses
exercícios ensinados diminuiu o nervosismo e
me deixou mais seguro, é uma coisa muito boa,
muito positiva o que as psicólogas fazem com
a gente”, contou o industriário.
Outro trabalho de cuidado com a saúde
mental, realizado dentro do Hospital Delphi-
na pela equipe de psicologia, é a intervenção
coletiva com pacientes que estão internados
em longos períodos na unidade. Duas vezes na
semana é formado um grupo com pessoas que
estão em tratamento, ou aguardando para pas-
sar por procedimentos.
Segundo a psicóloga hospitalar Isis Gabriela
Lemos, esse tempo de internação mais longo
gera sintomas semelhantes a ansiedade, como
a angústia, estresse, frustração, raiva, humor
deprimido devido ao tempo estendido dentro
do hospital.
“Daí surgiu a ideia de formar um grupo tera-
pêutico para que eles possam compartilhar as
emoções, trocar experiências, receber acolhi-
mento. Uma psicoeducação sobre pensamen-
tos, emoções, comportamentos para apren-
dam a reconhecer essas emoções e as manejar,
tendo assim mais controle das respostas com-
portamentais”, explica Isis Gabriela, ao contar
que essa intervenção também abrange familia-
res e acompanhantes que estão presentes no
momento.
A paciente cardiopata Maria do Socorro Silva
e Silva Caldas, 58, internada na unidade há um
mês, fala do apoio psicológico que recebe na
unidade. Para ela, os encontros trazem conforto
e fazem com que a espera seja mais tranquila.
“Estou com saudade de tudo, da minha
casa, dos meus animais, dos meus filhos, do
meu netinho, e mesmo internada esse tempo
todo, eu me sinto acolhida. A maneira que elas
conversam com a gente, explicam tudo direi-
tinho, como podemos aprender a lidar com a
situação, nos deixa tranquilos. Quando a gen-
te vai para reunião me sinto com a autoestima
melhor. Elas tiram nossas dúvidas, nos dá um
novo fôlego. Nem sei como seria ficar internada
esse tempo todo se não tivesse esse acompa-
nhamento. A gente respira e continua a vida,
aguardando até poder voltar para casa”, disse a
dona de casa, viúva, mãe de quatro filhos.
Janeiro Branco
Com o tema ‘Saúde mental enquanto há
tempo! O que fazer, agora?’, para este ano, a
campanha nacional destaca a importância dos
cuidados com a saúde mental aproveitando o
primeiro mês do ano, que em termos simbóli-
cos e culturais, as pessoas estão mais propen-
sas a pensar em suas vidas, em suas relações
sociais, em suas condições de existência, em
suas emoções e em seus sentidos existenciais.
“Falar sobre cuidar da saúde mental para
essa realidade aqui dentro, é fundamental no
sentido de que, quando se pensa em hospital,
a gente foca muito no adoecimento físico, no
adoecimento fisiológico e, no final das contas,
corpo e mente estão conectados. Se você passa
por um adoecimento físico, muitas vezes grave,
mexe com o emocional”, destaca a psicóloga
Ana Paula.
Saúde mental dos colaboradores
O Complexo Hospitalar Zona Norte (CHZN),
que compreende o Hospital Delphina Aziz e a
UPA Campos Salles, realiza ações relacionadas à
saúde mental com o objetivo de contribuir com
o desenvolvimento das relações humanas no
ambiente de trabalho, oferecendo suporte emo-
cional quando necessário com atendimento in-
dividualizado, além das ações que avaliam riscos
psicossociais, e trabalham o relacionamento in-
terpessoal e gestão de estresse e tempo.
“A saúde mental dos colaboradores é algo de
extrema relevância para a instituição, projetos
como o ‘Qualidade de Vida’ que já faz parte da
rotina e, agora, com o ‘Positivamente’, iniciado
em janeiro, realizamos ações de descompres-
são, estejam eles em momentos estressantes
ou não, com atividades de prevenção, elabo-
radas por toda nossa equipe multiprofissional”,
explica a psicóloga do trabalho Jeane Pimentel.
Adoecimento físico e
psicológico caminham juntos,
a medida em que corpo e
mente estão conectados
Hospital Delphina realiza acolhimento
psicológico a pacientes atendidos na unidade
Divulgação/CHZN
Outro trabalho
de cuidado com
a saúde mental
é a intervenção
coletiva com
pacientes que
estão internados
em longos
períodos na
unidade
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO
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