Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152024051700025 25 Nº 95, sexta-feira, 17 de maio de 2024 ISSN 1677-7042 Seção 1 14.8.1 As garantias de retorno do recurso do financiamento são as previstas na Lei n. 8.036, de 1990, suas alterações e aditamentos e nas resoluções do Conselho Curador do FGTS. 14.8.2 Fica a critério do agente financeiro a definição das garantias a serem aceitas nessas operações, desde que observadas aquelas previstas na legislação indicada. 14.8.3 São admitidas operações estruturadas em que o retorno do financiamento esteja vinculado às próprias receitas futuras a serem geradas pelo projeto, na forma de project finance. 15. Quem pode pleitear recursos para financiamento 15.1 As propostas podem ser apresentadas por representantes do setor público e do setor privado, conforme o item 4 deste Anexo I, denominados proponentes enquanto participam do processo seletivo, até antes da contratação. 15.2 Os representantes do setor privado necessitam de prévia anuência do poder público para seus projetos de intervenção, além de garantir a participação popular efetiva em todas as etapas do processo decisório do projeto de intervenção urbana, como reza a legislação urbana do País, em especial o Estatuto da Cidade. 16. Atribuições das instituições participantes 16.1 O Ministério das Cidades (MCID), na qualidade de gestor da aplicação, sem prejuízo do disposto no art. 66 do Regulamento Consolidado do FGTS, aprovado pelo Decreto nº 99.684, de 1990, é responsável por realizar a gestão dos programas, projetos e atividades, mediante: I - a definição das diretrizes gerais e procedimentos para sua implantação; II - a divulgação de atos normativos e orientações aos proponentes e aos mutuários; III - a análise de enquadramento, hierarquização e seleção das propostas apresentadas pelos proponentes, com vistas à celebração dos contratos de financiamento; e IV - o monitoramento, acompanhamento e avaliação da execução e dos resultados. 16.2 A Caixa Econômica Federal (CAIXA), na qualidade de agente operador, é responsável por: I - definir e divulgar os procedimentos operacionais necessários à execução do programa, observando os atos normativos expedidos pelo gestor da aplicação e demais legislações aplicáveis à operacionalização de contratos de financiamento; II - controlar e acompanhar a execução orçamentária dos programas de aplicação do FGTS; III - cadastrar e habilitar os agentes financeiros para atuar nos programas de aplicação do FGTS; IV - analisar a capacidade de pagamento do tomador, sem prejuízo da análise a ser elaborada pelo agente financeiro; V - analisar, quando for o caso, as propostas de operações de crédito, pronunciando-se quanto à sua viabilidade, sem prejuízo da análise a ser elaborada pelo agente financeiro; VI - autorizar operações de empréstimo com os agentes financeiros, zelando pela correta aplicação dos recursos do FGTS; VII - acompanhar, por intermédio dos agentes financeiros, a atuação dos mutuários, identificando eventuais irregularidades na sua atuação; VIII - acompanhar e orientar a atuação dos agentes financeiros, com vistas à correta aplicação dos recursos do FGTS; IX - acompanhar, supervisionar e avaliar a execução dos empreendimentos, sem prejuízo do desenvolvimento dessa atividade pelos agentes financeiros; X - analisar os relatórios periódicos encaminhados pelos agentes financeiros; XI - avaliar e aperfeiçoar, sistematicamente, os parâmetros operacionais dos programas de aplicação do FGTS; e XII - apresentar os seguintes relatórios gerenciais periódicos ou pontualmente requisitados pelo gestor da aplicação com informações relevantes ao monitoramento do Programa Pró-Cidades: a) evolução física e financeira de contratos de financiamento; b) acompanhamento de metas físicas; c) solicitações, aprovações, utilizações, conclusões e cancelamentos de saldos residuais; e d) demais informações gerenciais solicitadas pelo gestor da aplicação em formato especificado. 16.3 Os agentes financeiros, além das responsabilidades inerentes à concessão de financiamentos, são responsáveis por: I - orientar os proponentes na formulação das propostas de operações de crédito; II - analisar a capacidade de pagamento dos proponentes, emitindo conceito de risco de crédito de acordo com as normas recomendadas pelo Banco Central do Brasil; III - analisar propostas de operações de crédito, em conformidade com as diretrizes definidas nesta Instrução e em normativos aplicáveis, emitindo parecer conclusivo, abordando os aspectos técnicos de engenharia, sociais, ambientais, jurídicos e econômico-financeiros; IV - solicitar a alocação de recursos ao agente operador com vistas à contratação das operações selecionadas pelo gestor da aplicação; V - verificar o atendimento aos atos normativos vigentes relativos ao contingenciamento do crédito ao setor público; VI - contratar com os proponentes as operações de crédito autorizadas pelo agente operador, em conformidade com as propostas selecionadas pelo gestor da aplicação; VII - acompanhar, controlar e avaliar o desenvolvimento das operações, de maneira a garantir o cumprimento das metas na forma contratualmente estabelecida; VIII - realizar o acompanhamento das obras e serviços financiados e das atividades referentes ao desenvolvimento institucional; IX - orientar proponentes e mutuários quanto aos procedimentos previstos de alterações contratuais; X - verificar o atendimento dos requisitos da Política Socioambiental do FGTS; XI - encaminhar, periodicamente ou quando solicitado, ao gestor da aplicação, as informações acerca do acompanhamento das operações em contratação e contratadas; e XII - avaliar o desempenho dos mutuários na execução de obras e serviços, identificando eventuais irregularidades na sua atuação, adotando as providências cabíveis para sua solução. 16.4 O proponente (futuro mutuário) é responsável por: I - observar a regulamentação do Programa Pró-Cidades; II - cadastrar propostas para participar da seleção nos termos definidos nesta Instrução; III - delimitar as áreas de intervenção e identificar os beneficiários (diretos e indiretos), em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo gestor da aplicação, podendo estabelecer outros critérios que busquem refletir situações de vulnerabilidade econômica e social específicas; IV - promover ações necessárias ao planejamento, elaboração, implementação e acompanhamento dos projetos, obras, serviços, na forma que venham a ser aprovados; V - implementar medidas de gestão que visem à promoção de serviços eficientes, eficazes e inclusivos, incorporando metodologias que considerem a participação social no planejamento e execução de obras, serviços e atividades; VI - estimular a participação dos beneficiários na elaboração e implantação do objeto pactuado, na gestão dos recursos financeiros destinados e na manutenção do patrimônio gerado por estes investimentos; VII - atender aos requisitos de qualidade técnica dos projetos e de execução dos produtos e serviços contratados, em conformidade com as normas brasileiras e as normas dos programas, ações e atividades aplicáveis, determinando a correção de vícios que possam comprometer a fruição do benefício pela população beneficiária; VIII - buscar soluções técnicas que contribuam para a sustentabilidade social, ambiental e econômica da intervenção; IX - observar, na elaboração do projeto e na execução das obras e serviços, as diretrizes estabelecidas nesta Instrução e os normativos aplicáveis, bem como a Política Socioambiental do FGTS; X - garantir o aporte de valores referentes à contrapartida, inclusive aqueles oriundos de terceiros, e a alocação de recursos adicionais não previstos no investimento inicial, caso verificada sua necessidade; XI - apresentar ao agente financeiro a documentação necessária à análise de risco de crédito; XII - encaminhar ao agente financeiro os projetos técnicos relacionados ao objeto pactuado, reunindo toda a documentação jurídica e institucional necessária à celebração do contrato de financiamento, de acordo com os normativos do Programa, conforme o caso, e nos termos da legislação aplicável; XIII - executar e fiscalizar os trabalhos necessários à consecução do objeto pactuado no contrato de financiamento, observando prazos e custos e designando profissional habilitado no local da intervenção com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT); XIV - quanto se tratar de mutuário do setor público, realizar sob sua inteira responsabilidade o processo licitatório nos termos da legislação aplicável; XV - quando se tratar de mutuário do setor público, apresentar declaração expressa firmada por representante legal, atestando o atendimento às disposições legais aplicáveis ao procedimento licitatório; XVI - fornecer ao gestor da aplicação, a qualquer tempo, informações sobre as ações desenvolvidas para subsidiar o acompanhamento do programa; XVII - garantir a funcionalidade das obras, serviços e sistemas pactuados, após a sua implantação, e imediato benefício à população; XVIII - operar, manter e conservar adequadamente o patrimônio público gerado pelos investimentos decorrentes do contrato de financiamento, após sua execução; XIX - quando aplicável, informar ao município as famílias beneficiadas com unidade ou melhoria habitacional a fim de que o município possa cadastrá-las no CadÚnico, sendo esta responsabilidade exclusiva dos entes municipais, independente de não atuarem como mutuários; e XX - efetuar o pagamento das prestações e demais encargos referentes aos financiamentos concedidos pelo agente financeiro, na forma contratualmente estabelecida. 16.5 - No caso de o proponente ser do setor privado, esse deve apresentar documento de anuência ao empreendimento assinado pelo chefe do executivo do município beneficiado pela intervenção, ou por quem detenha delegação específica, atestando a convergência da proposta ao planejamento do município e suas normativas legais (Plano Diretor, PPA, LDO e LOA), no qual se compromete a: a) apresentar representante, indicado pelo município, para acompanhar e fiscalizar a implementação do projeto aprovado, sob o ponto de vista do alcance da efetividade dos objetivos e seus benefícios para a melhoria da qualidade da área de intervenção definida, conforme princípios norteadores da proposta aprovada; b) acompanhar a implantação, notificando o agente financeiro sobre qualquer problema de execução que possa comprometer o recebimento e a operação imediata do empreendimento objeto do financiamento; c) receber o empreendimento e responder pela sua operação e manutenção, a partir do estabelecido nos instrumentos contratuais; e d) anuir o projeto, objeto do financiamento, apresentado pelo proponente. 16.6 - Pode ser apresentada, no lugar do documento de anuência de 16.5, anuência específica do titular do serviço municipal para realização da intervenção, na forma de instrumento contratual de concessão de serviço público (contrato de concessão ou edital), quando esse contiver as informações solicitadas nas alíneas a e b de 16.5. 17. Monitoramento de contratos no Programa Pró-Cidades 17.1 As obrigações e responsabilidades contratuais são de responsabilidade de seus signatários (agentes financeiros e mutuários), não se confundindo com as definições contidas nessa regulamentação aplicáveis ao gestor da aplicação e ao agente operador. 17.2 O monitoramento dos contratos de financiamento ocorre pela avaliação periódica dos desembolsos, sem prejuízo de ações adicionais a serem promovidas. 17.3 Na ausência de desembolso por período superior a 6 (seis) meses em contratos firmados com pelo menos uma parcela já desembolsada, o agente financeiro deve verificar se a intervenção está em andamento. 17.3.1 Caso não seja constatado andamento na situação de 17.3, o agente financeiro deve notificar o mutuário para apresentação de estratégia de retomada da execução ou proposta de redução de Metas Físicas. 17.3.2 Se a ausência de desembolso identificada se estender por um período superior a 12 (doze) meses consecutivos, o agente financeiro deve remeter ao agente operador uma proposta de redução das Metas Físicas do contrato de financiamento, preservando os recursos necessários à execução das Metas Físicas mínimas indispensáveis para dar funcionalidade às obras iniciadas, excluindo-se as demais Metas Físicas. 17.3.3 A redução das Metas Físicas pode não ser aplicada, em caráter excepcional, quando constatada pelo agente financeiro a efetiva e adequada evolução da intervenção ou nos casos em que a paralisação da execução do objeto se der por motivo não atribuível ao mutuário, assim entendida pela ocorrência de, ao menos, uma das seguintes situações: I - o resultado da licitação ou chamamento for deserto ou fracassado; II - revogação ou não concessão de licença ambiental, alvará de construção ou outras autorizações ou aprovações de projeto que se situarem na esfera de competência de outro ente da Federação; III - existência de embargo, ação judicial ou apontamento de órgãos de controle que tenha determinado a paralisação da obra; e IV - demais aspectos impeditivos à consecução do objeto não imputáveis ao mutuário. 17.3.4 Após a repactuação do contrato de financiamento de que trata o subitem 17.3.2, o mutuário tem até 12 (doze) meses para a retomada do desembolso. 17.2.5 Os prazos, condições e disposições complementares ao monitoramento dos contratos são objeto de normatização do agente operador. 18. Acompanhamento, supervisão e avaliação do Programa 18.1 O agente financeiro deverá encaminhar relatório mensal ao gestor da aplicação e ao agente operador com a situação das propostas contratadas contendo no mínimo os seguintes itens: I - situação do contrato; II - situação da execução do objeto; III - cronograma atualizado de execução do empreendimento; IV - desembolsos do contrato de financiamento efetuados; e V - eventuais aditivos ao contrato de financiamento. 18.2 - O gestor da aplicação poderá solicitar, a qualquer tempo, ao agente financeiro o envio de relatório ou parecer técnico específico sobre determinado contrato. 19. Glossário Para a aplicação deste Anexo I, são consideradas as seguintes definições: 19.1 Infraestrutura urbana: Define-se infraestrutura urbana a partir da Lei n. 6.766, 19 de dezembro de 1979, como sendo a constituída por equipamentos públicos urbanos (instalações e espaços de infraestrutura urbana destinados aos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de águas pluviais, disposição e tratamento dos resíduos sólidos, transporte público, energia elétrica, rede telefônica, gás canalizado e congêneres). Dada a existência de outros equipamentos e serviços públicos necessários ao funcionamento das cidades e ao bem-estar dos cidadãos, abrange-se na definição a habitação, os equipamentos públicos comunitários (instalações e espaços de infraestrutura urbana destinados aos serviços públicos de educação, saúde, cultura, assistência social, esportes, lazer, segurança pública, abastecimento, serviços funerários e congêneres) e elementos de infraestrutura verde urbana (praças, parques, jardins). 19.2 Mobiliário urbano: Segue-se a definição da Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, em que mobiliário urbano é o conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga. São elementos de urbanização quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico.Fechar