DOU 02/07/2024 - Diário Oficial da União - Brasil

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Nº 125, terça-feira, 2 de julho de 2024
ISSN 1677-7042
Seção 1
SEÇÃO V
R ES P O N S A B I L I DA D E
3.27. PLANOS
3.27.1. As informações constantes dos planos, documentos, cálculos e estudos
apresentados são de responsabilidade do engenheiro naval ou construtor naval que
elaborou o projeto e/ou efetuou o levantamento de características, cabendo ao GVI, às
Entidades Certificadoras e às Sociedades Classificadoras a verificação quanto ao
atendimento dos requisitos estabelecidos nestas Normas.
3.27.2. Todos os planos e documentos deverão ser elaborados conforme
previsto no Anexo 3-F.
3.28. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Os planos e documentos deverão vir acompanhados do original da Anotação
de Responsabilidade Técnica (ART), conforme previsto no Anexo 3-F.
3.29. CONSTRUÇÃO NO EXTERIOR
No caso de construção ou aquisição no exterior, o projeto deverá ser
verificado e endossado por engenheiro naval registrado no CREA.
SEÇÃO VI
REQUISITOS OPERACIONAIS E DE PROJETO
3.30. ENSAIO DE TRAÇÃO ESTÁTICA
3.30.1. Definição
Para efeito de aplicação desta Norma é considerada a Tração Estática
Longitudinal de uma embarcação a sua máxima força contínua de empuxo que pode ser
desenvolvida, e mantida no sentido longitudinal, por um período mínimo de 30
minutos.
3.30.2. Aplicação
a)Os rebocadores empregados na navegação de mar aberto somente poderão
efetuar serviços de reboque, mesmo que eventuais ou temporários, caso sejam
submetidos a um teste de tração estática, de acordo com os procedimentos estabelecidos
no Anexo 3-I.
b)Os rebocadores empregados na navegação interior que possuam potência
instalada menor ou igual a 300 HP (224 kW) somente poderão, mesmo que
temporariamente, realizar serviços de reboque na navegação de mar aberto caso sejam
submetidos a um teste de tração estática, de acordo com os procedimentos estabelecidos
no Anexo 3-I.
c)Todas as embarcações, nacionais ou estrangeiras, que sejam empregadas em
atividades de reboque durante serviços de apoio a embarcações ou plataformas
marítimas utilizadas na prospecção, produção, processamento e/ou tancagem de petróleo
ou minerais, também deverão ser previamente submetidas a um teste de tração estática,
de acordo com os procedimentos estabelecidos no Anexo 3-I.
d)As embarcações estrangeiras incluídas no artigo anterior poderão, a critério
da DPC, apresentar em substituição ao Certificado de Tração Estática previsto no Anexo
3-J, um certificado de tração estática emitido pela autoridade governamental do país de
bandeira. Nesses casos, quando a embarcação for continuar operando em águas
brasileiras após o término da validade do certificado estrangeiro, a mesma deverá ser
submetida a um teste de tração estática, de acordo com os procedimentos estabelecidos
no Anexo 3-I.
e)Para embarcações para as quais não exista no país aparelhagem que suporte
o esforço exigido para o teste de tração estática previsto neste artigo, será aceito um
certificado de tração estática emitido no exterior por uma Sociedade Classificadora.
3.27.3. Procedimentos
a)O ensaio deverá ser conduzido por Engenheiro Naval, Entidade Certificadora
ou por Sociedade Classificadora, reconhecida pela DPC, contratada pelo interessado, que
emitirá o Certificado e seus anexos, ficando responsável por todas as informações neles
contidas.
b)O responsável pela embarcação deverá informar à DPC e a CP/DL a data
prevista para a realização do ensaio, com pelo menos 5 (cinco) dias úteis de
antecedência.
c)Sempre que julgado necessário ou conveniente, a DPC e a CP/DL de
jurisdição na área onde será realizado o ensaio poderão enviar representantes para o
acompanhamento.
3.27.4. Certificado de Tração Estática
a)O resultado do teste de tração estática será atestado por intermédio de um
Certificado de Tração Estática, cujo modelo é apresentado no Anexo 3-J.
b)O Certificado de Tração Estática terá validade de 5 (cinco) anos, contados a
partir da data de realização do ensaio.
c)O 
Certificado
perderá 
sua
validade 
caso
ocorram 
alterações
nas
características da embarcação que, a critério da DPC ou do responsável pela sua emissão,
influam no valor da tração estática longitudinal anteriormente atribuída.
d)O Certificado também perderá sua validade sempre que a embarcação seja
submetida a um novo teste, por qualquer motivo, trinta dias após a data da realização
desse novo ensaio.
3.27.5. Riscos
Todos os riscos e eventuais danos decorrentes da realização do ensaio serão
de responsabilidade do interessado e do engenheiro naval, Entidade Certificadora ou
Sociedade Classificadora contratada.
3.27.6. Despesas
Todas as despesas
decorrentes de acompanhamento dos
testes por
representantes da DPC correrão por conta do interessado
3.31. 
UNIDADES 
ESTACIONÁRIAS 
DE
PRODUÇÃO, 
ARMAZENAGEM 
E
TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO (FPSO/FSO)
O processo para obtenção de uma Licença de Construção ou de uma Licença
de Alteração, esta no caso de navios de mar aberto transformados para uma destas
unidades, deverá obedecer ao previsto na Seção II ou na Seção III, respectivamente,
acrescido dos procedimentos mencionados no Capítulo 9.
3.32. HABITABILIDADE E ACESSIBILIDADE
3.32.1. Habitabilidade
a)Os
requisitos
mínimos
de habitabilidade
para
as
embarcações
com
Arqueação Bruta superior a 20 e empregadas na navegação de mar aberto são
apresentados no Anexo 3-L, os quais deverão ser atendidos integralmente por todos os
barcos que solicitarem a Licença de Construção ou a LCEC após a entrada em vigor destas
Normas.
b)Para as embarcações que venha ser solicitada Licença de Alteração,
Reclassificação ou LCEC, que acarrete alteração na lotação de passageiros atribuída após
04/05/97 também deverão atender integralmente às especificações constantes do Anexo
3-L, exceto no que se refere aos subitens (2) (b) e (6) (a) do referido anexo.
c)A lotação de passageiros das embarcações existentes com AB > 20 deverá
ser reavaliada na primeira Vistoria de Renovação que tenha que realizar, a partir de
04/02/1999, em função dos requisitos de habitabilidade apresentados no Anexo 3-L e/ou
dos critérios de estabilidade apresentados no Capítulo 7. Nessa ocasião, deverá ser
seguido o procedimento previsto para a concessão de uma Licença de Alteração.
3.32.2. Acessibilidade em transporte coletivo aquaviário de passageiros
Em cumprimento à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
ao Decreto nº 5.296, de 02/12/2004, que regulamenta as Leis nº 10.048, de 8/11/2000
e nº 10.098, de 19/12/2000 e ao Acordo de Cooperação Técnica n.º 13, de 10/09/2010,
celebrado entre a Marinha do Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Inmetro), a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa
com Deficiência (SNPD) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade para as
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, as embarcações empregadas no
transporte aquaviário coletivo de passageiros deverão atender requisitos específicos de
acessibilidade, conforme discriminado a seguir.
Para efeito exclusivo de aplicação dos requisitos de acessibilidade, são
adotadas as seguintes definições:
Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento
para a utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários
e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos,
sistemas e meios de comunicação e informação, por todas as pessoas, inclusive aquelas
com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Embarcações existentes: embarcações de passageiros que até 10/09/2011
estejam:
-inscritas ou em processo de inscrição nas CP, DL ou AG; e
-com Licença de Construção, Licença de Construção para Embarcação já
Construída, Licença de Alteração ou Licença de Reclassificação já emitidas.
Embarcações novas: embarcações de passageiros com AB maior que 20 que
após 10/09/2011:
-venha ser solicitada a inscrição nas CP, DL ou AG; e
-caso ainda não tenha sido solicitada a inscrição, que tenham Licença de
Construção, Licença de Construção para Embarcação já Construída, Licença de Alteração
ou Licença de Reclassificação emitidas após 10/09/2011.
Embarcações de passageiros: são as empregadas no transporte aquaviário
coletivo de passageiros.
Transporte coletivo aquaviário de passageiros: É todo aquele que tenha sido
autorizado, concedido ou permitido, por autoridade competente, para a prestação de
serviço de transporte coletivo de passageiros por via aquática.
As embarcações de transporte de passageiros, empregadas na atividade de
transporte coletivo aquaviário de passageiros deverão cumprir os requisitos:
a)as embarcações novas de transporte de passageiros com AB maior que 20
empregadas na atividade de transporte coletivo aquaviário de passageiros deverão ser
projetadas e construídas de modo a garantir, de maneira segura e autônoma, o acesso,
a permanência e a sua utilização por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;
b)as embarcações novas com AB maior que 20 empregadas na atividade de
transporte coletivo aquaviário de passageiros deverão atender os requisitos de
acessibilidade previstos na ABNT NBR 15450, após a data de 10/09/2011;
c)as embarcações existentes, com AB maior que 50 e empregadas na atividade
de transporte coletivo aquaviário de passageiros deverão ser adequadas, de modo a
garantir a acessibilidade de maneira segura e autônoma às pessoas com necessidades
especiais ou mobilidade reduzida, obedecendo os requisitos previstos no Regulamento
Técnico da Qualidade para Inspeção da Adaptação de Acessibilidade em Embarcações
Existentes Utilizadas no Transporte Coletivo de Passageiros, aprovado pela Portaria nº
232/2008 do Inmetro e suas alterações, do Inmetro, e os demais regulamentos em vigor.
Essas embarcações devem atender ao regulamento mencionado por ocasião da primeira
Vistoria de Renovação do CSN após a data de 31/12/2012;e
d)o atendimento à condição de acessibilidade das embarcações empregadas
na atividade de transporte coletivo aquaviário de passageiros deverá constar no
Certificado de Segurança da Navegação (CSN), conforme Anexo 8-C.
e)as embarcações de transporte coletivo aquaviário de passageiros listadas a
seguir, estão dispensadas dos requisitos de acessibilidade discriminados acima, devendo
ser consignado em seu Certificado de Segurança da Navegação (CSN) que a dispensa é
válida, desde que não seja alterado o emprego da embarcação para qual a dispensa foi
concedida:
I)embarcações empregadas exclusivamente para a realização de turismo
náutico e com arqueação bruta inferior a 300; e
II)embarcações empregadas exclusivamente no transporte de funcionários para
estaleiros, terminais marítimos ou plataformas, que devido à natureza do serviço a ser
executado no local,
não permite
a sua
realização por
pessoas com
mobilidade
reduzida.
3.32.3. Selo de Identificação da Conformidade
Em cumprimento ao Decreto nº 5.296, de 02/12/2004, para as embarcações
empregadas na atividade de transporte coletivo de passageiros, após a obtenção do CSN
e com a condição de acessibilidade atendida conforme inciso anterior, deverá ser
solicitado o registro da embarcação junto ao Inmetro, de acordo com o estabelecido na
Resolução nº 5, de 6/05/2008, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro).
O registro ocorrerá por meio de solicitação específica e formal ao Inmetro
pelo sistema disponível no sítio http://www.inmetro.gov.br/qualidade/regobjetos.asp. A
concessão do registro autoriza o uso do Selo de Identificação da Conformidade do
Inmetro, que indica que a embarcação está em conformidade com os requisitos
estabelecidos para acessibilidade.
As embarcações sujeitas a essa obrigação, dentro do prazo de dois meses, a
partir da data de emissão do CSN, deverão ser registradas junto ao Inmetro. O não
cumprimento no prazo previsto configura infração, passível de penalidade, caso
constatado em vistorias ou inspeções realizadas na embarcação, por descumprimento do
previsto neste inciso.
3.33. INTERPRETAÇÃO DE REQUISITOS TÉCNICOS DA CONVENÇÃO SOLAS
O Anexo 3-M apresenta interpretações relativas ao Cap. II-2 da SOLAS 74 e
Emendas em vigor, que complementam os requisitos estabelecidos nas regras em
referência.
3.34. APLICAÇÃO DE REQUISITOS DO ANEXO I DA CONVENÇÃO MARPOL 73/78
- CASOS ESPECIAIS
3.34.1. Embarcações
de bandeira
brasileira empregadas
no apoio
a
plataformas:
a)Embarcações que transportem diesel marítimo com capacidade inferior a
200 metros cúbicos.
Deverão atender integralmente os requisitos para embarcações que não sejam
petroleiros e, caso possuam Arqueação Bruta igual ou superior a 400, deverão portar um
Certificado IOPP - FORM A, ainda que não realizem viagens entre portos ou terminais sob
jurisdição de outros países contratantes da Convenção, conforme estabelecido na alínea b).
b)Embarcações que transportem diesel marítimo com capacidade igual ou
superior a 200 metros cúbicos
Em relação ao cumprimento da Regra 2 (2) do Anexo I, podem ser
dispensadas do atendimento à Regra 29.1, 29.2.1, 31 e 32, enquanto operarem
exclusivamente em águas jurisdicionais brasileiras (AJB) e, desde que:
I)O sistema de lastro seja totalmente segregado dos sistemas de óleo de carga
e de óleo combustível;
II)A embarcação somente transporte óleo diesel marítimo e não realize
lavagem dos tanques de carga; e
III)Não seja necessário lastrar tanques de carga.
Podem, também, enquanto operarem exclusivamente em águas jurisdicionais
brasileiras, ser dispensadas de atender aos requisitos da Regra 26 (4), desde que os
volumes dos tanques de carga sejam inferiores aos volumes permissíveis de tanques de
navio petroleiro de dimensões semelhantes. Devem, entretanto, atender integralmente os
requisitos das Regras 16, 29, 30, 31, 32, 34 e 36 como navios petroleiros, devendo ser
dotadas das Partes I e II do Livro de Registro de Óleo.
Caso possuam Arqueação Bruta igual ou superior a 400, deverão portar um
Certificado IOPP - FORM B, ainda que não realizem viagens entre portos ou terminais sob
jurisdição de outros países contratantes da Convenção, conforme estabelecido no inciso
3.34.2 a seguir.
Para as embarcações beneficiadas pelas isenções acima, os certificados IOPP
emitidos deverão conter a observação de que não são válidos para viagens internacionais
e devem especificar as dispensas concedidas e respectivas condições.
Entretanto, as embarcações que transportem diesel marítimo com capacidade
inferior a 1.000 metros cúbicos poderão atender os requisitos da Regra 34.6 do Anexo I
em substituição às Regras 29, 31 e 32.
3.34.2. Embarcações de bandeira brasileira não engajadas em viagens entre
portos ou terminais sob jurisdição de outros países participantes da Convenção
Navios petroleiros (oil tankers) com AB igual ou superior a 150 e quaisquer
outros navios com AB igual ou superior a 400, ainda que não realizem viagens
internacionais, deverão portar um Certificado IOPP e atender integralmente aos requisitos
do Anexo I, conforme aplicável.
3.35. REQUISITOS ELÉTRICOS
3.35.1. Os requisitos mínimos para as instalações elétricas das embarcações
com potência elétrica instalada acima de 4 kVA e empregadas na navegação de mar
aberto são apresentados no Anexo 3-O.
3.35.2. Esses requisitos deverão ser atendidos por todas as embarcações
construídas ou que sofram alterações em suas instalações elétricas após a entrada em
vigor da Portaria nº 99/DPC, de 16/12/2004.

                            

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