59 DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO | SÉRIE 3 | ANO XVI Nº168 | FORTALEZA, 05 DE SETEMBRO DE 2024 Sabe-se que as desigualdades brasileiras, assim como no Ceará, se mostram de forma acentuada na zona rural 22,8% da população cearense na primeira infância residiam na zona rural conforme mostra a tabela 4. Tabela 4: Número e participação (%) de crianças por área de moradia – Urbana e Rural-Ceará 2021 Fonte: PNAD C/IBGE. Elaboração IPECE. 2.2. Saúde Promover e proteger a saúde da criança deve ser uma prioridade dos governos. Neste sentido, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança – PNAISC traz alguns indicadores da saúde que devem servir de base para nortear políticas públicas na infância. Ver tabela 5. No Ceará, a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) passou de 13,6 óbitos por mil nascidos vivos, em 2011, para 11,7 mortes por mil nascidos vivos, em 2023. O mesmo comportamento de queda da taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) foi observado na mortalidade da infância (menores de 5 anos), que indica a probabilidade de um recém-nascido não completar os 5 anos de idade de 2014 a 2020. Outro indicador importante a ser observado, foi a mortalidade neonatal (0 a 28 dias). Este passou a ser o principal componente da mortalidade infantil em termos proporcionais a partir do final da década de 80. Em 2011 no Ceará foi de 9,36 mortes por 1.000 nascidos, passando para 8,36 mortes por 1.000 nascidos vivos em 2023, correspondendo a uma redução de 10,6%. Tabela 5: Indicadores de saúde, Ceará 2011 a 2023*. ANOS TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL RAZÃO DE MORTALIDADE MATERNA PROPORÇÃO DE NASCIDOS VIVOS DE MÃES ADOLESCENTES (10 A 19 ANOS) TAXA DE MORTALIDADE NEONATAL PERCENTUAL DE CRIANÇAS DE 0 À 5 ANOS OBESAS PERCENTUAL DE CRIANÇAS DE 0 À 5 ANOS COM MAGREZA ACENTUADA 2011 13,6 63,8 20,6 9,36 10,07 4,29 2012 12,7 78,0 20,9 9,02 10,23 4,26 2013 13,8 82,5 20,8 9,95 11,54 4,36 2014 12,3 65,3 20,7 8,57 12,15 4,47 2015 12,1 52,8 19,5 8,63 10,63 3,62 2016 12,6 67,3 19,0 8,78 11,45 3,79 2017 13,2 64,9 17,8 9,19 10,51 3,19 2018 12,1 63,9 16,4 8,62 10,10 2,72 2019 12,2 57,3 15,3 8,34 10,24 3,44 2020 11,6 96,8 14,4 8,33 10,56 2,94 2021 10,7 109,3 13,8 7,29 11,22 3,34 2022 11,7 73,9 12,6 8,03 9,82 3,16 2023* 11,7 57,6 12,0 8,36 8,70 2,52 Fonte: SESA/COVEP/CEVEP / GT Vigilância do Óbito / Sistema de informação sobre Mortalidade – SIM. *Nota: Dados sujeitos à revisão, atualizados em 01/04/2024. Fonte: SESA/COAPS/CEPRI/ Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN ** Nota: Dados atualizados em 07/05/2024. No Ceará, a Razão de Mortalidade Materna (TMM) passou de 63,8 óbitos por mil nascidos vivos, em 2011, para 57,6 mortes por mil nascidos vivos, em 2023. Nos anos de pandemia da Covid-19, TMM aumentou, chegando a 96,8 em 2020 e 109,3 em 2021, contudo, em 2022 tivemos uma queda da razão para 73,9. Sabe-se que diversos fatores podem contribuir para uma gestação não planejada na adolescência, tais como a falta de conhecimento da adolescente sobre sua saúde e sobre as consequências na sua vida, bem como o acesso limitado aos métodos contraceptivos eficazes. Desta forma a prevenção, com educação, é um dos mais importantes fatores para a saúde, tanto individual como coletiva. No Ceará a proporção de nascidos vivos de 10 a 19 anos vem caindo de 20,6 em 2011 para 12,0 em 2023. Em relação às questões de insegurança alimentar, a desnutrição infantil em menores de cinco anos pode comprometer o desen- volvimento físico e mental das crianças. As deficiências no cenário nutricional infantil podem ter início na gestação e passam também pela amamentação. Em 2011, o Ceará teve um registro de 10,07% de criança, com até cinco anos, com obesidade, ela vem caindo segundo os dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Já o percentual de crianças de 0 a 5 anos com magreza acentuada foi de 4,29% e vem caindo. (Ver tabela 5). Conforme a série histórica do Ceará de 2011 a 2023, percebe-se uma redução da proporção de nascidos vivos de mães adolescentes no Estado, passando de 20,6% para 12%, respectivamente, o que representa uma diminuição de 7,4% de acordo com o Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASCI). (Ver tabela 5).] 2.2.1 Saúde bucal de gestantes Estudos ressaltam que a tomada de decisão em relação aos cuidados orais da criança e responsabilidade por passar bons hábitos aos filhos estão eminente- mente ligados à mãe, sendo muitas vezes um gerador de culpa nas mulheres, na presença de dor dentária dos seus filhos (ABREU et al. 2005; ARORA et al. 2021). Estas mesmas pesquisas ainda ressaltam experiências negativas das mães em relação à cárie, além de crenças, comportamentos, afetividade e tipo de assistência odontológica, como destaques influentes no cuidado oral dos filhos. Por exemplo, práticas de higiene oral expressas pelo comportamento da mãe e atraso na primeira consulta odontológica da criança. Tais aspectos, de um cuidado oral direcionado ao feminino pelas sociedades contemporâneas, ainda mais em áreas de vulnerabilidade social como no sertão cearense e nas periferias da região metropolitana de Fortaleza, ressaltam a importância de um monitoramento ativo na geração de ações preventivas, curativas e de promoção da saúde para esta população, inclusive, desde a gestação. Nos gráficos abaixo, indicam a proporção de gestantes com atendimento odontológico no estado do Ceará nos anos de 2022 e 2023 segundo o Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (SISAB). (tabela 6). Tabela 6. Proporção de Gestantes com atendimento odontológico nos anos de 2022/2023. Proporção de gestantes com atendimentos odontológicos realizados.Fechar