60 DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO | SÉRIE 3 | ANO XVI Nº168 | FORTALEZA, 05 DE SETEMBRO DE 2024 O atendimento odontológico para gestantes é uma das necessidades de saúde do binômio mãe-filho, sendo um dos indicadores que podem contar positiva- mente para a redução de infecções na gestação e, consequentemente, redução do baixo peso ao nascer e de partos prematuros (IDE, PAPAPANOU, 2013). Uma vez que as alterações sistêmicas que ocorrem durante a gestação, podem ser como uma via de mão dupla em relação a boca, tais como infecções bucais que ocasionam e sustentam um estado pró-inflamatório que pode chegar aos tecidos placentários e hormonais, na proliferação de lesões orais (CARVALHO et al, 2019). Entretanto, o acesso à assistência odontológica pelas mulheres durante o pré-natal apresenta barreiras que precisam ser rompidas. O serviço precisa ser expandido e mais integrado aos serviços de saúde pública. Tendo as ações educativas como uma boa forma de melhorar o indicador, além de contribuir na instituição de bons hábitos. Uma vez que mães que recebem cuidados orais durante o pré-natal tendem a adotar cuidados primários relacionados à sua saúde bucal e da criança. Shihadeh et al. (2020) enumeram que o início dos cuidados bucais da criança deve ser realizado o mais precocemente possível e o pré-natal odontológico com ações de vigilância sistemática e orientações de como a gestante deve cuidar da sua boca e do seu bebê também contribuem para uma visão positiva da saúde bucal. 2.2.2 Taxa de mortalidade infantil. A situação no Ceará acompanha o contexto nacional, destacando-se, no entanto, sua trajetória de mobilização contínua para a redução da mortalidade infantil, traduzida nas ações de governo que têm tratado a questão como uma prioridade. Nos anos de 2011 e 2023 no estado do Ceará foram notificados no Sistema de Informação de Mortalidade(SIM), respectivamente, 1.750 e 1.300 óbitos infantis. No período estudado, observou-se também uma redução na taxa de mortalidade infantil passando de 13,6 óbitos de crianças menores de um ano a cada mil nascidos vivos em 2011, para 11,7 óbitos de crianças menores de um ano a cada mil nascidos vivos em 2023, correspondendo a uma diminuição de 14,0%, sendo a mortalidade neonatal o seu principal componente. Vale ainda ressaltar que entre o ano de 2017 a 2021 houve uma tendência de queda na taxa de mortalidade infantil de forma sequencial, passando de 13,2 óbitos de crianças menores de um ano a cada mil nascidos vivos em 2017, para 10,7 óbitos de crianças menores de um ano a cada mil nascidos vivos em 2021, apresentando-se de forma mais significativa nos anos pandêmicos, e com tendência mínima de elevação já observada nos anos de 2022 e 2023 (gráfico 4 ). Gráfico 4 - Taxa de Mortalidade Infantil por mil nascidos vivos – Ceará, 2011 a 2023* Fonte: SESA/COVEP/CEVEP / GT Vigilância do Óbito – SIM/SINASC *Nota: Dados sujeitos à revisão, atualizados em 01/04/2024. A queda da taxa de mortalidade infantil nos últimos anos, ocorreu em todas as faixas etárias infantis, entretanto, foi mais expressiva no componente pós-neonatal (óbitos de crianças de 28 a 364 dias de vida completos), onde alcançou uma redução de 21,4% entre 2011 a 2023, enquanto que a redução do componente neonatal (óbitos de crianças de O a 27 dias de vida completos) foi de 10,6%. Dentre os óbitos neonatais, destaca-se de maior risco o componente neonatal precoce (óbitos de crianças de 0 a 6 dias de vida completos), considerando que os coeficientes de mortalidade neonatal precoce superaram os coeficientes de mortalidade neonatal tardio (óbitos de crianças de 7 a 27 dias de vida completos) e pós-neonatal em todo o período analisado (Gráfico 4). Portanto, o risco de morte de crianças menores de 28 dias (óbitos neonatais) representa a proporcionalidade de 70,1% dos óbitos infantis da série histórica apresentada, sendo que destes em média 54,1% aconteceram no período neonatal precoce e 16,0% no período neonatal tardio. Ficando os 29,9% restantes representados no período pós-natal (gráficos 5 e 6). Gráfico 5 - Taxa de Mortalidade Neonatal Precoce, Tardia e Pós Neonatal, Ceará, 2011 a 2023* Fonte: SESA/COVEP/CEVEP / GT Vigilância do Óbito – SIM/SINASC *Nota: Dados sujeitos à revisão, atualizados em 01/04/2024.Fechar