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Conforme dados expostos, o mercado brasileiro de luvas para procedimentos não cirúrgicos cresceu 29,5% de P1 a P5, saindo de [CONFIDENCIAL] kg para [CONFIDENCIAL] kg. Apesar do crescimento do mercado brasileiro, as vendas da indústria doméstica caíram 23,7% de P1 a P5. No mesmo período houve aumento das importações das origens analisadas da ordem de 39,9%, enquanto as importações de outras origens caíram 56,6%. 348. Ao se considerar dados de mercado brasileiro em mil unidades de luvas, tem-se: Mercado Brasileiro e Evolução das Importações (em mil unidades) Vendas Indústria Doméstica Vendas Outras Empresas Importações Origens Investigadas Importações Outras Origens Mercado Brasileiro P1 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P2 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P3 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P4 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P5 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] 349. Em termos da composição do mercado brasileiro, tem-se o seguinte: Mercado brasileiro (% em kg) Vendas Indústria Doméstica Vendas Outras Empresas Importações Origens Investigadas Importações Outras Origens Mercado Brasileiro P1 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P2 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P3 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P4 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P5 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] 350. A indústria doméstica apresentou crescimento contínuo com a maior participação no mercado brasileiro em P4, com [CONFIDENCIAL]%. De P4 a P5, observou-se queda expressiva dessa participação no mercado brasileiro, atingindo [CONFIDENCIAL]% em P5. Com isso, a indústria doméstica teve seu market share reduzido em [CONFIDENCIAL]p.p. de P1 a P5, sendo que de P4 a P5 a queda foi de [CONFIDENCIAL]p.p. 351. O espaço perdido pelas vendas da indústria doméstica foi ocupado principalmente pelas importações das origens analisadas, que cresceram [CO N F I D E N C I A L ] p . p de participação no mercado brasileiro de P1 a P5. De P4 a P5, o aumento de participação das origens investigadas somou [CONFIDENCIAL]. As importações de outras origens saíram de [CONFIDENCIAL]% em P1 para [CONFIDENCIAL]% em P3 e P4, sendo inexistentes nos demais períodos. 352. Informa-se que a Targa não exportou luvas para procedimento não cirúrgico durante o período de análise. 353. No que tange ao mercado brasileiro, a Abils alegou que os dados considerados poderiam não refletir o mercado brasileiro, por conta dos efeitos da pandemia do Covid-19, que teriam gerado demanda reprimida devido ao desabastecimento observado durante os anos de pandemia. A Associação entende que poderia ter havido não só desvio de finalidade no uso de luvas, mas também a sua utilização para tratamento de COVID, em detrimento da sua destinação para outros serviços de saúde. 354. Nesse sentido, destacou que o consumo brasileiro de P3 e P4, períodos pandêmicos, foi inferior ao consumo brasileiro de P2 e P5. 355. A Supermax Brasil, em seu Questionário de Interesse Público, fez menção ao consumo nacional aparente, à capacidade efetiva e ao modelo de negócios da Targa. Também foi mencionado problema de qualidade de certos lotes de luvas da Targa. 356. No que tange à dinâmica do mercado brasileiro, a Targa também sublinhou: Como é sabido, em P3 e P4, no auge da pandemia, os exportadores se voltaram para o seu próprio mercado interno ou para mercados mais vantajosos, de forma que houve redução das exportações para o Brasil. É crucial ressaltar que, durante esse período crítico, muitos países implementaram proibições e restrições às exportações de produtos médicos para garantir o abastecimento interno e proteger suas próprias populações. Essas medidas refletiram a urgência de cada nação em assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para enfrentar a crise de saúde em seus territórios. Com o retorno à normalidade e consequente estabilização da demanda, os exportadores redirecionaram seus excedentes a preços de dumping para o mercado brasileiro, conforme se verifica diante da notável expansão das importações das origens investigadas em P5, em comparação com P4 em detrimento às vendas da indústria doméstica e das importações de outras origens. Como resultado, verifica-se que parte significativa do aumento do mercado brasileiro se deu em P5, quando o indicador apresentou crescimento anormal de 17,6% após o fim da pandemia [...] 357. Sobre a oferta nacional do produto, a Targa, em manifestação de 14 de novembro de 2023, referiu-se à fatia de mercado da indústria doméstica (incluídas a Mucambo e Látex São Roque) que teria sido reduzida em P5, quando comparado com P1 a P4. Refutou a afirmação de que teria se comportado de maneira oportunista no período da pandemia e afirmou que os exportadores internacionais, em busca de abastecer os próprios mercados ou mercados mais vantajosos teriam deixado de abastecer os hospitais brasileiros e que, nessa oportunidade, a indústria nacional teria honrado seu compromisso com o Ministério da Saúde em manter o mercado abastecido. 358. A Shandong INTCO Medical destacou que a Targa é incapaz de atender a demanda do mercado brasileiro e apresentou tabela comparativa de mercado brasileiro, e vendas e capacidade produtiva da Targa. 359. A Targa, em resposta à manifestação da Shandong INTCO Medical, comentou que houve crescimento de participação da indústria doméstica entre P1 e P4, o que refletiria a capacidade de adaptação e ampliação da capacidade produtiva dessa indústria. A Targa informou que seria possível aumentar sua capacidade produtiva e incluir [CONFIDENCIAL]. Foi comentado que a empresa teria [CONFIDENCIAL], o que demonstraria condições de ampliação da capacidade produtiva. 360. A UG Global também comentou da incapacidade da Targa de abastecer o mercado, destacando conclusões chagadas pelo DECOM no seu parecer preliminar. Com relação a comentários da Targa sobre capacidade da Mucambo e São Roque, foi sublinhado que Se nem durante a pandemia da Covid-19, quando a indústria doméstica contou tanto com expansão assombrosa da demanda e quanto com o alegado desinteresse das demais origens em exportar para o Brasil, houve produção suficiente da indústria doméstica, não há motivos para crer que agora haveria um súbito interesse da Mucambo e da São Roque de efetivamente iniciar a produção de luvas não cirúrgicas. Se a produção desse produto no Brasil fosse competitiva, o cenário seria bastante distinto do que se vê hoje. 361. Ainda sobre a possibilidade de expansão da capacidade, a UG Global comentou "mesmo no período de maior demanda e maior acúmulo de lucro, a Targa aumentou sua capacidade produtiva em apenas 2 mil toneladas, o que não chega a 5% da demanda nacional". 362. A Top Glove apresentou manifestação final, em 26 de junho de 2024, em que afirmou não ter concedido tratamento preferencial para nenhum destino de suas exportações durante a pandemia de Covid-19 e que não recusou nenhum pedido de fornecimento e não fez distinção quanto ao destino da exportação. Esclareceu, no entanto, que durante o ápice da emergência da pandemia, sua capacidade produtiva foi tomada e que, por isso, os prazos de entrega aumentaram para todos os clientes. A Top Glove apresentou cálculos de "leadtime" (período entre o pedido e o embarque da mercadoria) afirmando que o leadtime para o Brasil teria sido inferior ao para a União Europeia e Grã-Bretanha. A Top Glove afirmou que o volume de exportações para o Brasil teria crescido menos no começo da pandemia pois o Brasil não teria iniciado a primeira onda da COVID-19, mas que ulteriormente houve incremento significativo e que não houve recusa de pedidos aos clientes brasileiros nem limitação de oferta, não tendo havido priorização de mercados. 363. Sobre isso, a Targa, em sua manifestação de 16 de julho de 2024, observou que apenas a Top Glove teria refutado o argumento de preferência de exportação para destinos mais relevantes no período da pandemia de Covid-19. 364. Tendo em conta os elementos analisados, é possível concluir que o mercado brasileiro de LNC caracteriza-se por elevada participação das importações do referido produto, uma vez que o produto importado originário dos países investigados representa, na média do período, [CONFIDENCIAL]% desse mercado, enquanto as importações oriundas de outros países representam [CONFIDENCIAL]%. 365. Já a oferta nacional expressa pelo produto fabricado pela indústria doméstica e por outros produtores nacionais, em seu melhor período de participação, P4, atingiu [CONFIDENCIAL]% do mercado brasileiro. 2.3.2 Risco de desabastecimento e de interrupção do fornecimento em termos quantitativos 366. Nesta seção, busca-se analisar o risco de desabastecimento e de interrupção do fornecimento pela indústria doméstica, no contexto de eventual aplicação das medidas de defesa comercial em questão. 367. Para avaliação de eventual risco de desabastecimento e de interrupção do fornecimento no mercado brasileiro de luvas para procedimento não cirúrgico pela indústria doméstica, analisa-se inicialmente o nível de produção e o grau de utilização da capacidade instalada da indústria doméstica (Targa), a partir dos dados fornecidos na petição de investigação de dumping. Capacidade Instalada, Produção e Grau de Ocupação (em kg) Produção Nacional Capacidade Instalada Efetiva ID Produção ID (Produto Similar) Produção ID Grau de ocupação ID (%) Mercado Brasileiro (ID + outras empresas) (Outros Produtos) P1 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P2 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P3 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P4 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] P5 [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] [ CO N F. ] Capacidade Instalada, Produção e Grau de Ocupação (em mil unid) [GRÁFICO CONFIDENCIAL] 368. A produção nacional apresentou crescimento contínuo de P1 a P4, quando teve queda relevante. Informa-se que além do volume produzido da Targa, também foi considerado o volume reportado pela São Roque. Para os demais indicadores (capacidade, produção de outros produtos e grau de ocupação), todavia, foram considerados apenas os dados apresentados pela Targa na investigação da prática de dumping. 369. A capacidade instalada efetiva da indústria doméstica aumentou [CONFIDENCIAL] % de P1 a P5, tendo havido crescimento contínuo ao longo do período. Registra-se que, em P5, a capacidade efetiva de produção da indústria doméstica representou [CONFIDENCIAL]% do mercado brasileiro. 370. A fabricação de outros produtos da indústria doméstica aumentou em todos os períodos com exceção de P5, quando houve queda de [CONFIDENCIAL]%. Apesar dessa queda, observou-se crescimento de [CONFIDENCIAL]% na produção de outros produtos da indústria doméstica de P1 a P5. Informa-se que a participação dos outros produtos sobre o total produzido pela Targa atingiu [CONFIDENCIAL]% em P5. 371. O grau de ocupação manteve-se elevado de P1 a P4. De P4 a P5, observou-se redução expressiva, atingindo [CONFIDENCIAL]% nesse último período. O volume ocioso de P5 representa [CONFIDENCIAL]% do mercado brasileiro desse mesmo último período. 372. Destaque-se que a indústria doméstica não possui vendas no mercado externo para o período analisado. 373. A Abils afirmou serem insuficientes os volumes de produção da indústria doméstica para abastecimento do mercado brasileiro mesmo contando com os aumentos da capacidade produtiva. O estoque da indústria doméstica também seria relativamente baixo quando comparado com a demanda brasileira. No entendimento da Abils, a Targa não teria condições de aumentar a sua capacidade a fim de tornar o mercado brasileiro autossuficiente com produção nacional. Nesse sentido, o mercado seria altamente dependente das importações. 374. Também foi comentado pela Associação que a baixa utilização da capacidade produtiva, percebida nos dados da indústria doméstica em P5, seria tendência mundial, usando como exemplo documento da produtora/exportadora chinesa Top Glove no seu "Integrated Annual Report". 375. Lembrou também que a China teria exportado somente luva vinílica ou nitrílica para o Brasil, pois não teria produção com látex natural. Já a Targa teria implementado a linha de produção de luvas nitrílicas apenas em P5, sendo que o mercado nacional de luvas vinílicas continuaria sem abastecimento nacional. 376. A Associação igualmente comentou do aparente risco de desabastecimento que poderia ocorrer caso uma medida fosse imposta, e citou o contexto de pandemia em que houve escassez de luvas para procedimento não cirúrgico no mercado brasileiro. 377. Por fim, a Abils sublinhou que haveria "inegável aspecto de Interesse Público a ser aprofundado pelo DECOM", pois a luva para procedimento não cirúrgico é item de proteção do setor de saúde, o desabastecimento poderia ocorrer "sob circunstâncias adversas" e o imposto de importação foi zerado por interesse público durante a pandemia do COVID-19. Nessa linha, entende a Abils que "a imposição de sobretaxas às importações das únicas origens capazes de abastecer o mercado nacional tem um potencial danoso imenso" e alto risco de desabastecimento de luvas para procedimento não cirúrgico no mercado brasileiro. 378. Com relação a tal comentário, destaca-se que o imposto de importação já voltou ao patamar prévio à pandemia, havendo pleito na pauta do Gecex para elevação do II para 35%. 379. A Supermax, em seu Questionário de Interesse Público, fez comentários sobre a evolução dos dados de produção doméstica e estoque. Também fez análise entre preço e custo. 380. A Targa, em seu QIP, destacou a evolução de sua capacidade instalada nominal e efetiva, indicando ter havido crescimento relevante quando se compara P1 a P5. Desse modo a empresa sublinhou "os aumentos consecutivos na capacidade instalada ao longo do período de análise de dumping e de dano demonstram o potencial da indústria doméstica de aumentar sua produção como resposta eficaz às demandas do mercado". Foi enfatizado também que a empresa teria capacidade de atender 23% do mercado brasileiro, com base nos dados de P5. Caso seja considerado o volume do mercado de P4, a capacidade de atendimento seria 30%. 381. Segundo a Targa, o risco de desabastecimento seria "extremamente improvável", já que a disponibilidade internacional excederia a demanda atual e mencionou Annual Report da Supermax The Supermax Group has suffered a setback in FY2023, incurring losses for the first time since its listing back in year 2000 as the industry goes through a sustained consolidation phase. The quarters and likely the year ahead are expected to remain extremely challenging owing to the difficult market conditions including the highly over- stocked position of many buyers, the current low demand and over-supply situation as well as the stiff market competition and prevailing low ASPs. 382. Registra-se que, na avaliação preliminar de interesse público, o DECOM ressaltou a necessidade de se aprofundar a respeito da capacidade produtiva dos principais players do mercado.Fechar