DOMCE 27/11/2024 - Diário Oficial dos Municípios do Ceará

                            Ceará , 27 de Novembro de 2024   •   Diário Oficial dos Municípios do Estado do Ceará   •    ANO XV | Nº 3597 
 
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A fase da primeira infância é o período relevante para o desenvolvimento humano, é onde as crianças aprendem a se comunicar, pensar, expressar-se e interagir com aqueles que estão a seu redor, ou seja é responsável por garantir uma base saudável tanto fisicamente como emocionalmente. É necessário que a criança seja 
estimulada, apoiada e compreendida, para que assim sinta-se segura e autoconfiante. Para que isso seja possível, a família deve estar atenta a cada fase do indivíduo, compreendo e observando a necessidade afim de promover a redução de riscos e uma intervenção precoce, quando necessário. Vale salientar que a 
APROINFA, atuando com as famílias, entende que elas muitas vezes não entendem a real importância da sua presença atuante junto aos filhos e qual percurso deve seguida para alcançar esse objetivo. 
Outro fator que é importante pontuar é o cenário de ―pós-pandemia‖ causado pelo COVID-19, que mesmo depois de quase 04 anos, muitas das consequências ainda podem ser vistas e consideradas atualmente. A APROINFA, se mantêm atenta as situações problemas e sistêmicas, deflagrado e enfrentada no ambiente 
doméstico, que envolve desde as fragilidades emocionais destacada por pais e cuidadores, em relação as crianças e adolescentes, sobretudo a incapacidade de a família lidar com as referidas situações, deixando ainda mais caótico a situação das crianças e adolescentes do ponto de vista de apoio psicossocial e terapêutico, 
além de prejuízos percebidos no desenvolvimento pessoal e educacional dessas crianças e adolescentes. Fato este que pode ser verificado através das diversas partilhas trazidas, especialmente por mães, pais e/ou cuidadores, e com profissionais da educação do distrito de Lagoa Grande, pois compreendemos a Escola como 
porta de entrada de toda essa demanda, por vezes, não encontra soluções dentro do próprio sistema escolar, sendo viável a atuação da OSC (organização da sociedade civil), com parceria e aliada nessa pauta de proteção e atendimento. 
Diante dos pontos destacados, é possível observar, todas as mudanças pertinentes no cenário atual, no que diz respeito ao acesso à informação e as tecnologias, em que crianças e adolescentes estão cada vez mais imersos no mundo digital, gerando assim, entre outros fatores, elevados níveis de adoecimento tanto físico 
como mental. A falta de equilíbrio desse uso, assim como, a falta de orientação familiar a respeito do mesmo tem ocasionado inúmeros prejuízos, como é o caso de índices elevados de ansiedade e depressão, falta de regulação emocional, isolamento social, aumento a agressividade, irritabilidade e hiperatividade, 
dificuldade para se relacionar, bullying e ciberbullying, violências e abusos sexuais, baixo rendimento escolar, este último que tem dificultando a aprendizagem de crianças e adolescentes que necessitam de um acompanhamento especial frente às suas limitações de aprendizagem, dentre muitas outras consequências que 
podem ser percebidas atualmente, como por exemplo a autolesão que tem sido frequente na vida de muitos adolescentes, gerando riscos evidentes para o futuro desses indivíduos. Diante dessas evoluções e mudanças, o ambiente familiar tem sido diretamente impactado, pois em sua grande maioria a família não sabe se 
portar diante desse novo formato social. 
De acordo com OMS (Organização Mundial da Saúde), saúde corresponde é um ―estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças‖, além disso afirma que as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global das doenças entre pessoas de 10 a 19 anos, e que em 
todo o mundo a depressão é uma das principais causas de doenças e incapacidade entre os adolescentes e o suicídio está entre a terceira principal causa de morte entre pessoas de 15 a 19 anos. Outro fator de grande relevância é abordado pelo UNICEF (Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a 
Infância), que afirma que os impactos da pandemia COVID-19 poderão ser sentidos por muitos anos, relatando ainda que de estima-se que mais de um em cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos viva com algum transtorno mental diagnosticado. Diante disso, é possível entender a importância do cuidado 
à garantia de um bem-estar a crianças e adolescente, tanto no que diz respeito a intervenção de demandas pertinentes como na prevenção delas. 
Observando no cotidiano da Associação, situações desafiadoras que incluem relatos de adoecimentos mentais, e até mesmo constatações expressas de autolesões, no corpo das crianças, que necessariamente não podem ser atribuídas unicamente a esse estágio de pandemia vivido, mas antes de tudo precisa ser considerado 
para poder acontecer a intervenção. Esta instituição entende ainda, que a construção de espaços de convivência comunitária, acolhimento, empatia, aprendizagem, orientação famílias através de ações e atividades podem atuar significativamente na redução do adoecimento, isolamento social, autoconhecimento além de 
atuar na prevenção à violência. Além de promover à essas famílias ações de prevenção, através de um olhar cuidadosos para as crianças em seus anos iniciais. 
A APROINFA, vincula suas ações de projetos, ao marco de ação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), aprovados pelas Nações Unidas em setembro de 2015, destacando o objetivo 3. Saúde e bem-estar. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades. Como 
meta, destacamos, item 3.4. Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar. Nessa direção, sustentamos nossa justificativa, para congregarmos as Ações da APROINFA em comunhão com os ODS e acreditando 
que através dessa proposta, possa fortalecer esse caminho. 
Diante do pressuposto nos ODS, a Associação para o Progresso Infantil (APROINFA), localizada na comunidade de Sitio Tapera/Lagoa Grande - Morada Nova - ce, reconhece nessa perspectiva inovadora e originaria, a possibilidade de melhor implementar comunitariamente o viés da prevenção a saúde mental de crianças 
e adolescentes e o fortalecimento das ações preventivas em nível comunitário em um diálogo e intervenção permanente com a escola.  
3. OBJETIVOS DA PROPOSTA  
Objetivo Geral: Contribuir para o desenvolvimento de crianças, adolescentes e famílias das comunidades pertencentes ao distrito de Lagoa Grande, através de ações de desenvolvimento pessoal, mental, emocional, convivência social e redução de violências, fomentando assim transformações na vida de crianças e 
adolescentes, inseridos em um contexto de privações, exclusões e vulnerabilidades. 
Objetivos Específicos:  
Contribuir para o fortalecimento da identidade pessoal e sexual, das crianças e adolescentes participantes do projeto; 
Oferecer atendimentos psicoterapêuticos para crianças, adolescentes e havendo necessidade evidente aos familiares dos mesmos; 
Contribuir para a criação de espaço acolhedores, para crianças e adolescentes; 
Ofertar apoio psicopedagógico clínico a crianças com dificuldades de aprendizagem; 
Sensibilizar e orientar a mães, pais e/ou cuidadores frente a dificuldades no desenvolvimento de seus filhos 
- PÚBLICO ALVO 
- Quem são os beneficiários diretos esperados para esse projeto? 
Crianças e adolescentes do distrito de Lagoa Grande, distribuidos nas comunidades de Sítio Tapera, Bom Sucesso, Juazeiro, Poço da Serra, Barbada e Lagoa Grande. 
- Quantidade prevista de beneficiários diretos:  
0 a 06 anos: 35 
07 a 11 anos: 75 
12 a 15 anos: 70 
4.3- Perfil dos beneficiários diretos do projeto: 
A população atendida e beneficiada pelo projeto, trata-se de crianças, adolescentes e famílias moradores do distrito de Lagoa Grande, localizada na Zona Rural de Morada Nova-Ceará, vinculadas ou não a esta instituição, inseridos em famílias de baixa renda e de baixa escolaridade, que correspondem as faixas etárias 
preestabelecidas, expostas a um contexto de privações, exclusões e vulnerabilidades. A principal ocupação da população atendida é a atividade agrícola no período chuvoso em sistema de meeiros, e o programa do Governo Federal Bolsa Família. 
4.4- Critérios e/ou procedimentos previstos para o ingresso dos beneficiários no projeto. 
Morar no distrito de Lagoa Grande; 
Estar dentro da faixa-etária proposta pelo projeto; 
4.5- Quais órgãos, entidades ou serviços do Sistema de Garantia de Direitos ou da rede de atendimento local poderão encaminhar os beneficiários para o projeto, caso exista essa possibilidade? 
Escola do distrito de Lagoa Grande 
4.6- Quantidade prevista de beneficiários indiretos: 
Cuidadores dos beneficiários 
4.7- Quantidade prevista de beneficiários indiretos: 
Familiares ou responsáveis pelas crianças e adolescentes atendidos: 120 
4.8 - Perfil dos beneficiários indiretos do projeto: 
Pais e/ou cuidadores de beneficiarios do projeto, agricultores de baixa renda, inseridos em um contexto de vulnerabilidades. 
  
ABRANGÊNCIA DA PROPOSTA (DESCRIÇÃO DA REALIDADE) 
Serão atendidos moradores das comunidades do distrio de Lagoa Grande, que tem como principal ocupação a atividade agrícola no período chuvoso em sistema de meeiros, e o programa do Governo Federal Bolsa Família. 
  
METODOLOGIA/ ESTRATÉGIAS DE AÇÃO 
O projeto será executado por meio de ações e atividades, descritas no sub tópico 8, sendo executadas principalmente na sede da APROINFA, salvo na atividade de roda de conversa que caso haja interesse da escola situada no destrito, poderão ser realizadas na sede da mesma. Os beneficiários do projeto serão mobilizadas 
pela entidade a cada encontro marcado. Os assuntos abordados serão escolhidos de acordo com a temática geral do projeto, visando um desenvolvimento saudável de cada beneficiario, além de abordar temáticas de orientações a cuidadores no que diz respeito ao cuidado, proteção e bem-estar das crianças e adolescentes 
atendidos. A cada mês será utilizando temas dentro do contexto do projeto e adaptados a realidade do público alvo, esses que serão estudados e preparados previamente pelos responsáveis de cada atividade, buscando sempre materiais teóricos atualizados e de referência na tematica abordada. 
RESULTADOS ESPERADOS 
Através do projeto conhecer para cuidar, os beneficiários poderão usufruir de um trabalho de prevenção e intervenção, a respeito de si mesmo. Poderá contribuir para o conhecimento de temáticas que oportunizam um desenvolvimento saudavel, além de gerar nas famílias a oportunidade de contribuir mais adequadamente 
frente às dificuldades enfrentadas atualmente para formação do individuo, ressaltando a importância de que cada indivíduo é único, necessitando ser compreendido de uma forma holistíca. Proporcionará acesso a atividades e ações de cunho preventivo, destando também sobre direitos e deveres da criança e do 
adolescentes, buscando garantir que nenhum destes sejam violados. Quando ao impacto social, destaca-se a quebra de paradigma quando à saude mental de forma geral, melhor desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes, construção de vínculos comunitários atraves de grupos, e uma maior diálogo entre 
família, comunidade e entidade, tornando dessa proximidade uma porta de entrada para redução de riscos a violação dos direitos das crianças e adolescentes. 
  
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO 
Utilização de ferramentas de monitoramento (frequências, relatórios e registros fotográficos); relatório parcial de execução. Mensalmente será realizado monitoramento do projeto através do uso de ferramentas de evidências de participação, registrada em planilhas, com intuito de analisar o quantitativo de participação e 
avaliação de resultados. Como avaliação do projeto, tem-se o relatório final de execução e prestação de contas de projetos, a mesma se dará ao final da execução do projeto, com elaboração do relatório final de execução. 
DA EXECUÇÃO FÍSICO-FINANCEIRA 
9.1. Quadro 1- METAS, INDICADORES E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS AÇÕES 
  
  
  
Cronograma de execução 

                            

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