DOMCE 30/12/2024 - Diário Oficial dos Municípios do Ceará

                            Ceará , 30 de Dezembro de 2024   •   Diário Oficial dos Municípios do Estado do Ceará   •    ANO XV | Nº 3619 
 
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IV - pronunciar-se sobre assuntos que lhe forem submetidos pelo 
órgão diretivo ou pelo órgão deliberativo; 
V - pronunciar-se sobre denúncia que lhe for encaminhada pela 
sociedade, adotando as providências cabíveis; 
VI - executar outras atividades correlatas. 
Art. 11. O mandato dos integrantes do órgão deliberativo e de 
fiscalização será definido no estatuto da entidade. 
Art. 12. A participação nos órgãos deliberativos e de fiscalização não 
será remunerada à conta do Contrato de Gestão. 
Art. 13. O órgão executivo terá sua composição, competências e 
atribuições definidas no seu estatuto. 
SEÇÃO III 
DA DESQUALIFICAÇÃO 
Art. 14. A entidade perderá a sua qualificação como Organização 
Social, a qualquer tempo, quando houver alteração nas condições que 
a ensejaram, ou quando constatado o descumprimento das disposições 
contidas no Contrato de Gestão. 
§ 1º A desqualificação será precedida de processo administrativo, 
assegurado o direito de ampla defesa e ao contraditório, respondendo 
os dirigentes da Organização Social, individual e solidariamente, 
pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão. 
§ 2º A desqualificação importará reversão dos bens cujo uso lhe tenha 
sido permitido pelo Município e dos valores concedidos para a 
utilização da Organização Social - OS, a título de fomento, sem 
prejuízo de outras sanções cabíveis. 
Capítulo III 
DA PROPOSTA DE TRABALHO 
Art. 15. A proposta de trabalho apresentada pela entidade deverá 
conter os meios e os recursos orçamentários necessários à prestação 
dos serviços a serem transferidos, e, ainda: 
I - especificação do programa de trabalho com o detalhamento da 
prestação de serviço; 
II - especificação do orçamento; 
III - definição de metas operacionais, indicativas de melhoria da 
eficiência e qualidade do serviço, do ponto de vista econômico, 
operacional e administrativo, e os respectivos prazos de execução; 
IV - definição de indicadores adequados de avaliação de desempenho 
e de qualidade na prestação dos serviços autorizados; 
V - comprovação da regularidade jurídico-fiscal e da boa situação 
econômico-financeira da entidade; 
VI - comprovação de experiência técnica para desempenho da 
atividade objeto do Contrato de Gestão. 
§ 1º A comprovação da boa situação financeira da entidade, prevista 
no inciso V deste artigo, far-se-á através do cálculo de índices 
contábeis usualmente aceitos. 
§ 2º A exigência do inciso VI deste artigo limitar-se-á à 
demonstração, pela entidade, de sua experiência gerencial na área 
relativa ao serviço a ser transferido, bem como da capacidade técnica 
do seu corpo funcional, podendo ainda ser exigido, conforme 
recomende o interesse público, e considerando a natureza dos serviços 
a serem transferidos e o tempo mínimo de existência prévia da 
entidade. 
§ 3º As entidades com menos de 01 (um) ano de funcionamento 
comprovarão experiência gerencial através da qualificação de seu 
corpo diretivo. 
  
Capítulo IV 
DO CONTRATO DE GESTÃO 
  
Art. 16. Para os efeitos desta Lei, entende-se por Contrato de Gestão 
o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada 
como Organização Social, com vistas à formação de parceria entre as 
partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas 
relacionadas no § 1º do art. 2º desta Lei. 
Parágrafo único. O processo de seleção para a escolha das 
Organizações Sociais será por meio de Chamamento Público, como 
será regulamentado pelo Poder Executivo, observados os princípios da 
Administração Pública, constantes do caput do art. 37 da Constituição 
Federal. 
Art. 17. O Contrato de Gestão será instrumentalizado sempre por 
escrito, com as atribuições, responsabilidades e obrigações a serem 
cumpridas pelo Município e pela Organização Social, observando as 
regras gerais de direito público, e deverá conter cláusulas que 
disponham sobre: 
I - atendimento indiferenciado aos usuários dos serviços objeto do 
Contrato de Gestão; 
II - indicação de que, em caso de extinção da Organização Social ou 
rescisão do Contrato de Gestão, o seu patrimônio, os legados e as 
doações que lhe forem destinados, bem como os excedentes 
financeiros decorrentes de suas atividades, serão incorporados ao 
patrimônio do Município ou ao de outra Organização Social, 
qualificada na forma desta Lei, ressalvados o patrimônio, bens e 
recursos pré-existentes ao Contrato ou adquiridos com recursos a ele 
estranhos; 
III - adoção de práticas de planejamento sistemático das ações da 
Organização Social, 
mediante instrumentos de programação, 
orçamentação, acompanhamento e avaliação de suas atividades, de 
acordo com as metas pactuadas; 
IV - obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial dos 
Municípios do Ceará, de demonstrações financeiras, elaboradas em 
conformidade com osprincípios fundamentais de contabilidade e do 
relatório de execução do contrato de gestão; 
V - obrigatoriedade de especificar o programa de trabalho proposto 
pela Organização Social, estipular as metas a serem atingidas, os 
respectivos prazos de execução, bem como os critérios objetivos de 
avaliação de desempenho, inclusive mediante indicadores de 
qualidade e produtividade; 
VI - estipulação de limites e critérios para remuneração e vantagens, 
de qualquer natureza, a serem pagas aos dirigentes e empregados da 
Organização Social, no exercício de suas funções; 
VII - vinculação dos repasses financeiros que forem realizados pelo 
Poder Público ao cumprimento das metas pactuadas no Contrato de 
Gestão; 
VIII - obrigatoriedade de comprovação de que a entidade possui 
regulamento próprio para contratação de obras e serviço, compras e 
contratação de pessoal com recursos públicos concedidos a titulo de 
fomento, atendendo aos princípios constitucionais da Administração 
Pública. 
§ 1º Em casos excepcionais, e sempre em caráter temporário, visando 
à continuidade da prestação dos serviços e mediante autorização 
prévia e expressa do órgão deliberativo, a Organização Social poderá 
contratar profissional com remuneração superior aos limites de que 
trata o inciso VI deste artigo. 
§ 2º A contratação efetuada nos termos do parágrafo anterior deverá 
ser imediatamente submetida à apreciação do Poder Público, através 
da Secretaria Municipal da área de atuação da entidade, e não 
importará em incremento dos valores do Contrato de Gestão. 
§ 3º A Organização Social deverá dar ampla publicidade ao 
regulamento para contratações com a utilização de recursos públicos, 
referido no inciso VIII, e o manterá no seu endereço eletrônico 
disponível para o acesso público. 
Art. 18. É condição indispensável para a assinatura do Contrato de 
Gestão a prévia qualificação como Organização Social da entidade 
selecionada. 
Art. 19. Os termos dos Contratos de Gestão serão submetidos ao 
Conselho de Gestão das Organizações Sociais. 
Art. 20. O Poder Público Municipal verificará, in loco, a existência e 
a adequação da sede ou filial da Organização Social, para a execução 
dos serviços e atividades a serem transferidos, antes de firmar 
Contrato de Gestão, lavrando-se, então, termo circunstanciado que 
ficará fazendo parte constitutiva do instrumento contratual. 
Art. 21. É vedada a alteração da proposta de trabalho, salvo se por 
expressa autorização do Poder Público, que, em nenhuma hipótese, 
pode resultar em acréscimo no repasse financeiro realizado pelo 
Município. 
SEÇÃO I 
DA FISCALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO CONTRATO DE 
GESTÃO 
  
Art. 22. São responsáveis pela execução, acompanhamento e 
fiscalização do Contrato de Gestão de que trata esta Lei, no âmbito 
das Organizações Sociais: 
I - a Diretoria da entidade, à qual caberá executar o Contrato de 
Gestão e, se for o caso, fiscalizar a execução em relação às suas 
entidades filiadas; 
II - os órgãos deliberativos e de fiscalização da entidade; 
III - a Secretaria Municipal da área do serviço ou atividade objeto do 
contrato. 

                            

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