DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS Manaus, segunda-feira, 27 de janeiro de 2025 4 M ais de 600 propriedades rurais amazo- nenses foram inspecionadas, em 2024, como parte do trabalho de combate à Monilíase do Cacaueiro e Cupuaçuzeiro desen- volvido pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf). Nas 621 localidades, distribuídas em 29 municípios, foram encontrados 50 focos da praga e realiza- das 52 podas drásticas. O município com maior número de visitas foi Urucurituba (a 208 quilômetros de Manaus), com 131 propriedades inspecionadas, seguido de Barreirinha (a 331 quilômetros da capital), com cem localidades visitadas. Os primeiros focos de monilíase foram de- tectados no Estado no fim de 2022, nos municí- pios de Tabatinga e Benjamin Constant (a 1.108 e 1.121 quilômetros de Manaus, respectiva- mente), o que levou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a pôr todo o Amazonas sob quarentena, proibindo o trânsito de vegetais hospedeiros para o restante do país. Atualmente, no Estado, a praga está presen- te em Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença e Urucurituba. A monilíase é uma doença devastadora, cau- sada por fungo, que afeta vegetais dos gêneros Theobroma e Herrania, como o cacau e o cupua- çu, causando perdas e elevação de custos da produção. Cada fruto infectado pode apresentar aproximadamente 7 bilhões de esporos. Para conter a disseminação da praga, a Adaf realizou, durante todo o ano de 2024, ativida- des de educação sanitária no Alto Solimões, além das inspeções em propriedades produto- ras de cacau e cupuaçu em todo o Estado. Nos locais onde houve detecção de focos, foi reali- zada a poda das árvores. “A necessidade da poda das plantas hos- pedeiras da monilíase se dá devido ao fungo infectar somente o fruto. No momento, o Mi- nistério da Agricultura, que é quem coordena essa ação, recomendou para os locais de foco a poda drástica das plantas”, explica o engenhei- ro agrônomo da Adaf, Claudio Gurgel. Sanidade vegetal As ações da Gerência de Defesa Vegetal da autarquia, em 2024, incluem, ainda, levanta- mentos fitossanitários para detecção de pragas que afetam citros e soja e monitoramento de armadilhas contra a mosca-da-carambola. Nos citros, 57 propriedades foram percorri- das em seis municípios (Canutama, Humaitá, Iranduba, Manacapuru, Manaus e Rio Preto da Eva), sem qualquer detecção de ácaro hindus- tânico, cancro cítrico ou Huanglongbing (HLB). Nas ações voltadas para a soja, as inspe- ções também apontaram ausência das pragas Amaranthus e Ferrugem Asiática, assim como inexistência de plantas vivas de soja nas pro- priedades produtoras durante o vazio sanitá- rio, período em que não se pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento como medida de controle Ferrugem Asiática. Para chegar a essa conclu- são, equipes da Adaf visitaram 51 propriedades em Boca do Acre, Canutama, Humaitá e Lábrea. A Agência também descartou a incidên- cia da mosca-da-carambola no Estado, com o monitoramento das armadilhas para o inseto que, desde 2021, é realizado pela autarquia em Parintins e Nhamundá. Foram feitas 526 veri- ficações de armadilha em Parintins e 200 em Nhamundá, afastando qualquer suspeita de presença da praga. O diretor-presidente da Adaf, José Omena, ressaltou o compromisso da agência em pre- servar o patrimônio vegetal do Amazonas. “Os números refletem o empenho dos nossos ser- vidores, que se deslocam pelo Estado, chegan- do a lugares muitas vezes de difícil acesso, para realizar os levantamentos fitossanitários, ações de educação sanitária e, quando necessário, as podas de árvores”, destacou. Joubert Lima/Adaf No combate à Monilíase, Adaf percorreu 29 municípios e inspecionou mais de 600 propriedades em 2024 Responsável pela garantia da sanidade vegetal do Estado, agência também realizou monitoramento de outras pragas A monilíase é uma doença devastadora, causada por fungo, que afeta vegetais dos gêneros Theobroma e Herrania, como o cacau e o cupuaçu VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃOFechar