Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152025013000042 42 Nº 21, quinta-feira, 30 de janeiro de 2025 ISSN 1677-7042 Seção 1 4.4 Execução da busca ativa: encontro com o público-alvo/acolhida e cadastramento A Gestão da Assistência Social deve realizar o planejamento junto aos parceiros envolvidos e definir a melhor forma de execução das ações de busca ativa. É importante que toda a equipe da Assistência Social e do Cadastro Único no município esteja ciente das articulações realizadas e dos órgãos e entidades que participarão conjuntamente da ação. As equipes técnicas das unidades públicas da Assistência Social (Equipes de Referência do CRAS, CREAS, CentroPop, e equipes adicionais - Equipes Volantes) que ofertam Serviços de Proteção Social Básica e Especial já têm entre suas atribuições a busca ativa, assim como as equipes do Cadastro Único. Estas ações devem ser desenvolvidas conjuntamente e em consonância com planejamento de atividades do município. Quando a população mobilizada entra em contato com os serviços socioassistenciais, é fundamental que seja realizada a acolhida dessas famílias. A acolhida é compreendida como o contato inicial qualificado da família com o SUAS, e consiste no processo de escuta das necessidades e demandas trazidas pelas famílias, na oferta de informações sobre as ações dos serviços, da rede socioassistencial, em especial do CRAS e demais políticas setoriais. Deve ser realizada considerando o território, possibilidades, criatividade, metodologia e a reflexão crítica na decisão de instrumentais que serão utilizados pelos profissionais. Pode ser realizada em diversos formatos, os mais utilizados são: "Acolhida Particularizada" (com uma família ou um de seus membros) ou "Acolhida em Grupo" (com duas ou mais famílias). O profissional irá buscar a compreensão das expressões da questão social apresentada, e identificar potencialidades e recursos para a superação das vulnerabilidades vivenciadas pelos membros familiares. Algumas sugestões de atividades para a realização da busca ativa são: Descentralização do atendimento do CRAS - instalação de estruturas provisórias de atendimento, como tendas ou veículos (vans e ônibus) do CRAS em localidades e espaços estratégicos na comunidade, como praças, escolas, ginásios, praias, margem de rios, entre outros, com a atuação itinerante ou volante das equipes; Ações comunitárias integradas com outras políticas públicas; Mutirões de cadastramento; Campanhas; Rodas de Conversa; Atividades socioeducativas. No âmbito desta Resolução, os parceiros são entendidos como órgãos e entidades que auxiliam nas ações de busca ativa, com modelos diversos de articulação com a gestão municipal, sendo definidos como tais por realizarem as atividades conjuntamente com a gestão, sem necessidade de estabelecimento de nenhum vínculo jurídico específico. A busca ativa nas comunidades ou localidade onde estão as famílias podem ocorrer de duas formas, sem prejuízo de outras possibilidades a serem acordadas entre os parceiros envolvidos: 1. Parceiro acompanhado pela equipe da Gestão Municipal; 2. Parceiro realizando as ações de inclusão e de atualização cadastral após a devida formalização com a Gestão Municipal e o estabelecimento dos Planos de Ação. a) Parceiro acompanhado pela equipe de entrevistadores do município Neste caso, o parceiro e a Gestão Municipal devem estabelecer um cronograma de visitas, preferencialmente em periodicidade regular (por exemplo: trimestral, mensal, quinzenal etc.), à comunidade ou localidade onde estão as famílias, para que os profissionais do município possam realizar as ações de atendimento da Assistência Social e de inclusão e atualização cadastral: o Gestor Municipal organiza com o parceiro o cronograma e a forma de deslocamento à comunidade ou à localidade onde estão as famílias; na comunidade ou localidade onde estão as famílias, o parceiro identifica as famílias que possuem o perfil para inclusão no Cadastro Único e encaminha ao entrevistador, que estará junto na ação, para que sejam realizadas a inclusão e a atualização cadastral dessas famílias; os entrevistadores do município realizam a inclusão e a atualização cadastral das famílias; e as Equipes Volantes da Assistência Social realizam a oferta de serviços e benefícios socioassistenciais. b) Parceiro no cadastramento Apesar de os municípios serem os responsáveis pelas ações de inclusão e de atualização cadastral, caso não tenham estrutura suficiente para realizá-las, em momentos específicos ou emergenciais, de forma temporária, poderão optar por formalizar parcerias para as ações de cadastramento, conforme os passos estabelecidos no Anexo III. Nesses casos é obrigatório que o município formalize a parceria por meio de instrumento específico, como Acordos de Cooperação Técnica, Termos de Parceria, Termos de Cooperação ou outro instrumento semelhante, conforme a natureza do ente ou do parceiro. Cabe ressaltar que a formalização deverá seguir as normativas e os procedimentos previstos na legislação vigente. Em todos os casos, além das regras obrigatórias específicas para cada tipo de instrumento que irá formalizar a parceria, todos os Acordos deverão contemplar as diretrizes estabelecidas no Anexo III desta Resolução. No Anexo IV é apresentado um modelo de Acordo de Cooperação Técnica que pode ser utilizado pelos municípios para a formalização de parcerias, adaptando os termos e as cláusulas à situação específica e às legislações municipais. É importante lembrar que todos os profissionais envolvidos na realização de entrevistas com as famílias para inclusão ou atualização de cadastros devem ser devidamente capacitados sobre os procedimentos e conceitos do Cadastro Único. ANEXO I . .Exemplos de parcerias governamentais e da sociedade civil para busca ativa de GPTE . GRUPO .PARCEIROS GOVERNAMENTAIS PARCEIROS DA SOCIEDADE CIVIL . . .Fe d e r a i s .Estaduais, Municipais ou DF . . Indígenas .Funai (incluindo unidades descentralizadas) .Organismo estadual/municipal que trata de política indigenista .Movimentos ou ONGs de defesa dos direitos indígenas . SESAI (incluindo unidades descentralizadas) Conselho estadual/municipal de povos indígenas .Organizações e associações indígenas representativas regionais e locais . . . . .Lideranças indígenas locais . Quilombolas .Ministério da Igualdade Racial .Organismo estadual/municipal que trata de políticas de igualdade racial .Movimentos quilombolas ou ONGs de defesa da igualdade racial . Fundação Cultural Palmares Conselho estadual/municipal de igualdade racial .Organizações e associações quilombolas representativas regionais e locais . . . . .Lideranças quilombolas locais . Pessoas em situação de rua .Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania .CREAS ou Centro Pop .Movimento de pessoas em situação de rua . . .Órgãos do Sistema de Justiça .Conselho estadual/municipal de Assistência Social .ONGs ou pastorais religiosas que atuam junto às pessoas em situação de rua . Ciganos Ministério da Igualdade Racial .Organismo estadual/municipal que trata de políticas de igualdade racial ou de Direitos Humanos .Movimentos ciganos ou ONGs de defesa da igualdade racial . Conselho estadual/municipal de igualdade racial .Organizações e associações ciganas representativas regionais e locais . . . . .Lideranças ciganas locais . Comunidades de terreiro Ministério da Igualdade Racial .Organismo estadual/municipal que trata de políticas de igualdade racial ou de Direitos Humanos .Movimentos ou ONGs de defesa da igualdade racial . Conselho estadual/municipal de igualdade racial .Organizações e associações de comunidades de terreiro ou de religiões de matriz atricana regionais e locais . . . . .Lideranças das comunidades de terreiro locais . Extrativistas .Ministério do Meio Ambiente .Organismo estadual/municipal de meio ambiente .Conselho Nacional das Populações Extrativistas . .Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Unidades de Conservação estaduais .Organizações e associações extrativistas representativas regionais e locais . . .Unidades de Conservação federais . .Lideranças extrativistas locais . Pescadores artesanais Ministério da Pesca e Aquicultura Organismo estadual/municipal de meio ambiente .Confederação Nacional dos Pescadores . .Federações Estaduais de Pescadores . .Colônias ou associações de Pescadores locais . . . . .Lideranças de pescadores artesanais locais . Ribeirinhos .Ministério do Meio Ambiente .Organismo estadual/municipal de meio ambiente .Organizações e associações de ribeirinhos regionais e locais . .Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Unidades de Conservação estaduais Lideranças ribeirinhas locais . . .Unidades de Conservação federais . . . Agricultores familiares .Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar .Organismo estadual/municipal de agricultura .Federação dos Trabalhadores na Agricultura . Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural ( A N AT E R ) Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado .Sindicato dos Trabalhadores Rurais . . . . .Organizações e associações de agricultores familiares regionais e locais . Assentadas da Reforma Agrária .Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar .Organismo estadual/municipal de agricultura .Federação dos Trabalhadores na Agricultura . .Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado .Sindicato dos Trabalhadores Rurais . . .Superintendências Regionais do INCRA . .Organizações e associações de famílias assentadas regionais e locais . Acampados .Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar .Organismo estadual/municipal de agricultura .Movimentos ou ONGs de luta pela terra . .Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado .Movimentos ou ONGs de luta por moradia . Superintendências Regionais do INCRA .Lideranças dos acampamentos locaisFechar