DOU 21/02/2025 - Diário Oficial da União - Brasil
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Nº 37, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
ISSN 1677-7042
Seção 1
Tensão nominal de operação (1)
Tempo de eliminação (ms)
(operação dos relés + abertura do disjuntor)
(kV)
Sem falha do disjuntor
Com falha do disjuntor
69 (2)
800
1000
(1)
Valor eficaz de tensão pelo qual o sistema é designado.
(2)
Sem teleproteção.
1.3.10.16. Os dispositivos de proteção do banco de capacitores série não devem atuar para faltas externas, exceto para faltas que sejam eliminadas em tempo superior ao tempo máximo de
eliminação da falta sem falha do disjuntor.
1.3.10.17. Para representação adequada da ocorrência de by-pass do banco de capacitores série, devem ser consideradas as características específicas e a atuação da proteção de cada banco,
informadas pelo agente de transmissão.
1.3.10.18. O capacitor série deve ser representado conforme descrito a seguir e detalhado em [4]:
reatância nula: quando há by-pass monofásico com curto-circuito monofásico ou by-pass trifásico; ou
2/3 da reatância nominal: quando há by-pass monofásico sem curto-circuito monofásico próximo.
Premissas para estudos de sistemas de corrente contínua (CC)
1.3.10.19. Os estudos de estabilidade eletromecânica do sistema CC devem:
otimizar os parâmetros de controle sistêmico do elo CC;
verificar o comportamento do elo CC durante faltas e transitórios do sistema CA e CC;
verificar os tempos de recuperação pós-defeito no sistema CC e CA;
verificar a necessidade de controle para amortecimento das oscilações sistêmicas;
verificar a necessidade de controle de tensão;
ajustar a rampa da sobrecarga de corrente ou da potência CC para limitar as variações de tensão e de frequência dos sistemas CA nos lados retificador e inversor; e
ajustar a redução automática da potência ou corrente CC em situações de contingência, simples ou múltipla, caso necessário.
1.3.10.20. As simulações devem permitir a representação dos elos CC em conexões back-to-back ou ponto a ponto.
1.3.10.21. A simulação da influência do comportamento de um elo CC em um sistema CA e vice-versa deve ser realizada. Os controles do elo CC e da rede CA associada devem ser devidamente
representados, pois influenciam os resultados dos estudos.
1.3.10.22. A representação do controle do sistema CC deve considerar:
o modelo de controle deve apresentar duas opções de funcionamento, potência constante ou corrente constante, e deve ter a possibilidade de aplicação de sinal externo para modulação da
potência transmitida pelo elo CC;
os valores de limitação de potência ou de corrente devem ser representados de acordo com o projeto do elo CC;
o bloco estabilizador ou de modulação deve ser representado por uma função de transferência ajustada para permitir a modulação do sinal da corrente ou potência na rede CA. Qualquer variável
ou combinação de variáveis do sistema CA ou CC pode ser utilizada como sinal de entrada para esse bloco;
em relação à dependência entre a corrente de referência e a tensão do lado CC, Voltage Dependent Current Order Limit (VDCOL):
(1) A função do VDCOL é reduzir a ordem da corrente quando a tensão CC é reduzida a menos de um valor preestabelecido, de forma que o sistema CA possa se recuperar da falta.
(2) Os valores Icc x Vcc podem ser alterados dependendo da conveniência do sistema CA, mas devem respeitar as limitações do fabricante, informadas pelo agente.
(3) No caso de conversoras back-to-back, pode ser utilizada uma função AC-VDCL que reduz a ordem da corrente dependendo da tensão CA no lado mais afetado. A curva de dependência deve ser
fornecida pelo agente.
1.3.10.23. A modelagem dos elos CC deve ser aquela fornecida pelo agente responsável pelos equipamentos e, na falta desse modelo, deve ser utilizado um modelo similar que considere os
seguintes aspectos:
em curto-circuito monofásico em elementos CA eletricamente próximos às barras conversoras:
(1) Para curto-circuito próximo à barra inversora, inclusive nesta, deve ser assumida potência zero na linha CC durante o período da falta.
(2) Para curto-circuito próximo à barra retificadora, inclusive nesta, deve ser considerada, durante a falta, uma redução de 80% na potência da linha CC em relação ao seu valor pré-falta.
em curto-circuito monofásico em elementos da rede CA eletricamente distantes das barras conversoras (falta remota):
(1) Para faltas remotas no sistema receptor (lado do inversor):
(i)
se a tensão CA de sequência positiva na barra inversora atingir valores na faixa de 70% a 80% durante a falta, pode-se assumir para fins de simulação que o inversor tem um período de potência
zero de, cerca de, 16 a 32 ms durante a falta;
(ii) após esse período de potência zero, a potência CC deve ser rampeada ao seu valor original; e
(iii) o comportamento para falta remota deve, caso disponível, ser balizado no modelo fornecido pelo agente responsável pelo elo CC.
(2) Para faltas remotas no sistema gerador (lado do retificador): a redução da potência CC pode ser considerada proporcional à redução da tensão na barra retificadora.
em relação à recuperação da potência CC:
(1) Após a eliminação da falta, a recuperação da potência CC pode ser representada, simplificadamente para efeito de estudo, por meio de uma rampa.
(2) O tempo de recuperação (restart), medido desde o instante da eliminação da falta até a potência CC atingir 90% do seu valor de referência pré-falta e estabelecido pelos estudos, deve estar na
faixa de 150 a 400 ms.
(3) Sempre que disponíveis, devem ser utilizados os valores de projeto.
em relação às faltas e contingências no elo CC:
(1) Para faltas monopolares temporárias na linha CC, os curtos-circuitos são eliminados em poucos milissegundos pela atuação do controle.
(i)
as tentativas de religamento, com ou sem sucesso, devem ser simuladas considerando as informações de projeto do elo/linha CC; e
(ii) na falta das informações de projeto, podem ser considerados os valores típicos para os tempos mortos da ordem de 200 ms (1ª tentativa).
(2) Para falta monopolar permanente na linha CC com o bloqueio de um polo:
(i)
deve ser avaliada a possibilidade de outros polos assumirem a potência perdida até o valor limite da sobrecarga de corrente de curta duração, a fim de se obter um desempenho estável para o
sistema de potência; e
(ii) deve ser avaliada a necessidade de desligamentos automáticos da compensação reativa/filtros CA nos lados retificador e inversor, de forma a evitar sobretensões ou riscos de autoexcitação dos
compensadores síncronos ou geradores próximos ao sistema CC.
em relação ao tempo de eliminação das faltas monofásicas no sistema CA: na falta de valores informados pelos agentes, devem ser considerados os valores indicativos da Tabela 2;
em relação à perda intempestiva dos módulos ou conjunto de módulos (ilhas), constituídos por elementos de compensação reativa/filtros do elo CC, deve ser investigada a possibilidade de
ocorrência de falha de comutação.
(1) Sugere-se considerar as condições de mínima potência de curto-circuito do sistema em análise.
1.3.10.24. A linha de transmissão CC, nos casos de sistemas CC ponto a ponto, é expressa pela sua própria constante de tempo τ = L/R, onde L e R são a indutância e a resistência total da linha,
respectivamente, para determinada temperatura de operação.
1.3.10.25. As limitações dos ângulos de disparo e extinção do conversor CA/CC devem ser representadas nos estudos de estabilidade eletromecânica.
1.3.10.26. O controle de disparo é, em geral, simplificado nos estudos de estabilidade eletromecânica, uma vez que são baixas as constantes de tempo envolvidas e a representação da rede CA é
fasorial e de sequência positiva. Entretanto, dependendo do SCR do lado inversor, pode ser necessária uma representação mais elaborada, a ser fornecida pelo agente responsável.
1.3.10.27. O controle de corrente CC visa manter a corrente no valor desejado (I0) e cada estação conversora, retificadora e inversora, tem o seu próprio controle de corrente.
1.3.10.28. Durante os transitórios, o controle da corrente pode passar para o inversor e para que isso seja possível, a corrente (Iordem) para o retificador deve ser maior que a corrente (Iordem) para
o inversor. Essa diferença, denominada “margem de corrente”, pode ser normalmente considerada como 10% da corrente nominal.
Critérios para estudos de estabilidade eletromecânica
1.3.11.1. O sistema de potência deve ser transitória e dinamicamente estável.
1.3.11.2. Em qualquer condição de carga, o sistema deve permanecer estável para aberturas intempestivas com ou sem aplicação de curtos-circuitos monofásicos (maior probabilidade de
ocorrência) sem religamento, ainda que haja perda de algum dos elementos do sistema de transmissão, inclusive transformadores.
1.3.11.3. Nos casos das contingências simples e duplas, caracterizadas nos itens 2.2.2.3 e 2.2.2.4, que provocam aberturas de parte ou da totalidade das interligações elétricas entre as áreas do
SIN, os subsistemas que resultam dessas aberturas devem se manter estáveis. Adicionalmente, o sistema deve ser dinamicamente estável nas pequenas variações de intercâmbio após a abertura
parcial do conjunto de linhas que compõem uma interligação.
1.3.11.4. Além de estável, o sistema não deve estar sujeito a riscos de sobrecargas inadmissíveis em equipamentos, violação de faixas de tensão ou desligamentos indesejáveis dos elementos da
rede ou da carga.
1.3.11.5. O carregamento dos equipamentos principais de transmissão deve ser avaliado em função das suas características e dos seus equipamentos terminais. Com relação aos limites de
carregamento, aplicam-se os itens 2.2.4.4 e 2.2.4.5.
1.3.11.6. Em períodos de simulação que se caracterizem como de regime permanente, devem ser aplicados os critérios descritos no item 2.2.4.
1.3.11.7. Para avaliação da estabilidade eletromecânica, devem ser considerados os seguintes critérios:
a tensão mínima na primeira oscilação pós-distúrbio não pode ser inferior a 60% da tensão nominal de operação ou 63% para 500 kV;
a tensão mínima nas demais oscilações pós-distúrbio não pode ser inferior a 80% da tensão nominal de operação ou 84% para 500 kV;
a máxima variação de tensão entre o instante inicial e final da simulação dinâmica deve ser inferior a 10% da tensão nominal de operação, ou seja, Vfinal ≥ [Vinicial – 10% Vnop]; e
a amplitude máxima das oscilações de tensão eficaz pico a pico deve ser de 2% em valor absoluto, após 10 segundos da eliminação do distúrbio.
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