DOU 21/02/2025 - Diário Oficial da União - Brasil
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Nº 37, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
ISSN 1677-7042
Seção 1
1.3.12.9. Os estudos de recomposição definem os procedimentos operacionais para o restabelecimento do sistema após perturbação geral ou parcial e são de responsabilidade do ONS, com
anuência dos agentes envolvidos.
1.3.12.9.1. Os estudos de recomposição estabelecem, para os corredores preferenciais do SIN, os procedimentos a serem observados pela operação das usinas e subestações quando do
restabelecimento da rede de forma fluente ou coordenada com os centros de operação do sistema.
1.3.12.9.2. Nos estudos de recomposição do sistema, devem ser investigados os corredores preferenciais indicados pelos estudos de fluxo de potência e de estabilidade eletromecânica,
responsáveis, inicialmente, pela definição dos montantes máximos de tomada de carga, da configuração mínima de reatores e das tensões máximas pré-energização de regime permanente e
dinâmico.
1.3.12.9.3. Nos estudos de recomposição, os estudos de transitórios eletromagnéticos devem verificar se as condições estabelecidas pelos estudos de regime permanente e estabilidade
eletromecânica não violam as máximas capacidades dos equipamentos durante as manobras de energização das linhas de transmissão, transformadores e nas rejeições de cargas.
1.3.12.10. Os estudos de superação de equipamentos são de caráter cíclico e visam avaliar a suportabilidade dos equipamentos existentes em relação às solicitações impostas pela evolução da
rede. Tais estudos são de responsabilidade dos agentes envolvidos e se prestam a indicar a necessidade da substituição de equipamentos de manobra, superados ou tecnologicamente obsoletos,
por outros adequados às condições atuais de operação do sistema.
Documentos de referência
1.3.13.1. Na execução dos estudos de transitórios eletromagnéticos, devem ser observadas as disposições dos documentos de referência.
1.3.13.2. No caso dos estudos de projeto básico, deve-se referir ao edital de licitação do empreendimento ou, no caso de autorização, aos requisitos mínimos estabelecidos nos Procedimentos de
Rede e documentos específicos das instalações já existentes, quando for o caso. Ressalta-se que a lista de estudos necessários, apresentados nos editais, se referem aos estudos mínimos a serem
executados e, portanto, estudos adicionais poderão ser solicitados pelo ONS, a depender das particularidades da instalação.
1.3.13.3. No caso dos estudos pré-operacionais, o termo de referência do estudo deve ser considerado.
Modelagem dos componentes e equipamentos
1.3.14.1. Nos estudos de transitórios eletromagnéticos, a modelagem dos componentes e equipamentos deve ser adequada à representação dos fenômenos a serem analisados.
1.3.14.2. Nos estudos pré-operacionais e de recomposição, devem-se utilizar, preferencialmente, dados obtidos dos ensaios ou do “como efetivamente implantados”, descritos no Submódulo 7.3.
Na falta desses, dados do projeto básico do empreendimento podem ser utilizados. Se mesmo esses não estiverem disponíveis, dados típicos podem ser utilizados após a sua ratificação pelos
agentes responsáveis.
1.3.14.3. Nos estudos de projeto básico, algumas vezes os parâmetros referentes à modelagem de alguns equipamentos não estão disponíveis, pois a modelagem final somente será obtida a partir
dos testes de fábrica. Exemplo típico desse caso é a característica de magnetização de transformadores. Nessas situações, dados típicos e/ou preliminares do fornecimento podem ser utilizados e
cabe ao agente envolvido a responsabilidade pela comprovação da sua aplicabilidade.
1.3.14.3.1. Para os estudos de projeto básico, a tensão de pré-manobra nos estudos de chaveamento deve ser igual à máxima tensão operativa referente à classe de tensão da rede. Caso as
condições de fluxo de potência não permitam que a tensão do barramento onde a manobra será realizada atinja a máxima tensão operativa, valor inferior a este pode ser utilizado, contanto que
seja respeitado um valor mínimo igual à tensão nominal da rede.
1.3.14.4. Nos estudos pré-operacionais e de recomposição, a tensão pré-manobra deve respeitar os valores convergidos para o caso base de regime permanente ou aqueles definidos pelos estudos
de estabilidade eletromecânica. Caso possível, podem ser utilizados os limites máximos permissíveis na barra de manobra, contanto que esses limites não sejam violados nos demais barramentos
do sistema.
1.3.14.4.1. Para os estudos pré-operacionais e de recomposição, as simulações poderão representar os para-raios dos reatores shunt e dos reatores de neutro, casos existentes, em adição aos
para-raios da própria linha de transmissão, visando evitar que restrições operativas sejam impostas ao sistema. Nessas condições, recomenda-se que não seja excedida 80% da capacidade de
absorção desses para-raios.
1.3.14.4.2. A ferramenta computacional utilizada nesses estudos – Modelo para análise de transitórios eletromagnéticos – está apresentada no documento de metodologia deste submódulo.
Estudos de manobras em equipamentos
2.5.4.1.
Estudos estatísticos
1.3.14.4.3. Os estudos estatísticos devem ser realizados para as situações em que seja necessário quantificar as solicitações transitórias, considerando a simulação dos parâmetros e as
características probabilísticas dos equipamentos de manobra.
1.3.14.4.4. Em função da influência da aleatoriedade nos instantes de operação dos disjuntores, os estudos estatísticos devem ser efetuados por análise probabilística com a execução de, pelo
menos, duzentos casos, de forma a assegurar a representatividade estatística dos estudos.
1.3.14.4.5. O disjuntor manobrado deve ser modelado como chave estatística. Os tempos de operação individuais de cada uma das três fases devem seguir uma distribuição gaussiana de
probabilidades associada à dispersão do instante de fechamento entre os contatos principais (ou contatos auxiliares). Os tempos médios de operação do conjunto das três fases, em cada manobra,
devem ser distribuídos uniformemente ao longo de um ciclo da frequência fundamental.
1.3.14.4.6. Na modelagem de disjuntores dotados de resistores de pré-inserção, tanto os contatos principais quanto os auxiliares devem ser modelados como chaves estatísticas. A operação dos
contatos principais deve ocorrer de forma dependente daquela associada aos contatos auxiliares, após o tempo de inserção dos resistores das três fases, levando-se em conta sua dispersão e tempo
médio.
1.3.14.4.7. Na modelagem de disjuntores dotados de dispositivos sincronizadores (dispositivos de manobra controlada), é necessário definir-se previamente, com auxílio de simulação
determinística, o instante ideal de fechamento de cada polo do disjuntor.
1.3.14.4.8. O instante ideal de fechamento de cada polo do disjuntor é adotado como o tempo médio de operação de cada polo, que deve ser representado por chave estatística com distribuição
gaussiana. As dispersões em torno dos tempos médios de cada polo são representadas pelo desvio padrão do tempo de fechamento do conjunto disjuntor-sincronizador. Essas dispersões são
função da precisão mecânica do disjuntor, da precisão do sincronizador, bem como da variação da taxa de decremento da rigidez dielétrica do gap entre os contatos durante o fechamento do
disjuntor.
1.3.14.4.9. A modelagem de disjuntores com sincronizadores deve seguir as diretrizes do CIGRE, conforme [6][7], que apresentam detalhes relevantes sobre as condições de manobra às quais
usualmente se aplica o chaveamento controlado, considerando as informações garantidas pelo fabricante e fornecidas pelo agente.
1.3.14.4.10. Nos estudos pré-operacionais e de recomposição, adotam-se os parâmetros informados pelos agentes, conforme item 2.5.1.2.
1.3.14.4.11. Energização de linhas de transmissão:
para condição de fechamento mais crítica, determinada pelas simulações probabilísticas, devem ser simuladas manobras com e sem aplicação de curto-circuito fase-terra no terminal remoto da
linha e com e sem reatores para circuitos com compensação em derivação (compensação shunt):
(1) as indisponibilidades dos reatores deverão ser restritas somente aos reatores manobráveis;
(2) no caso dos estudos de projeto básico, a aplicação do defeito também deve ser simulada em ambos os terminais e no meio da linha;
no caso de estudos de surtos de manobra, as linhas de transmissão devem ser modeladas considerando seus parâmetros distribuídos:
(1) no caso particular de linhas curtas, por exemplo, naquelas em que o tempo de tráfego das ondas eletromagnéticas é inferior ao passo de integração, a modelagem pode ser realizada por seções
Pi ();
(2) nos casos em que o amortecimento das sobretensões for crítico para a análise do fenômeno, a dependência dos parâmetros da linha de transmissão com a frequência deve ser representada.
1.3.14.4.12. Energização de transformadores:
a modelagem do equipamento a ser energizado deve ser suficientemente detalhada para reproduzir a característica de saturação e os parâmetros de sequência;
nos estudos pré-operacionais, os transformadores trifásicos devem ser simulados por representação matricial dos acoplamentos entre fases, com o fenômeno da saturação do núcleo ferro-
magnético representado por um elemento não-linear conectado a um dos terminais;
nos estudos pré-operacionais e de recomposição, para os autotransformadores deve ser utilizado o modelo com representação dos enrolamentos série e comum com o fenômeno da saturação do
núcleo ferro-magnético, representado por um elemento não-linear conectado a um dos terminais;
nos estudos pré-operacionais, deve ser utilizado na modelagem da saturação o laço de histerese baseado, preferencialmente, na característica de magnetização proveniente de ensaios no
equipamento ou dos dados de projeto do equipamento:
(1) na falta dessas informações, deve-se obter do agente a ratificação dos dados típicos a serem adotados;
(2) nesse último caso, deve ser realizada uma análise de sensibilidade de forma a avaliar a influência da curva de saturação ou laço de histerese nas solicitações transitórias de tensão e corrente de
inrush produzidas pela manobra.
as simulações estatísticas devem apontar pelo menos os casos mais severos com relação as tensões, correntes de inrush de fase e de neutro e energias dissipadas nos para-raios.
a manobra de energização deve considerar o fluxo magnético residual em seu valor máximo em uma das fases, conforme as seguintes diretrizes:
(1) a definição do valor de fluxo residual máximo deve basear-se nas informações contidas em relatórios de ensaios do fabricante – característica normal de saturação, característica de perda total em
vazio e razão entre perda por histerese e perda total – e deve ser informado pelo agente responsável;
(2) na ausência dessas informações, devem ser adotados os valores típicos de literatura para estimativa do fluxo residual;
(3) caso a energização do transformador seja feita através de um sincronizador padrão, isto é, com estratégia de fechamento no pico da tensão de energização, o pico escolhido deverá ser aquele de
polaridade oposta ao fluxo residual representado na primeira fase a fechar;
(4) a modelagem do disjuntor, quando equipado com um sincronizador padrão, deverá ser realizada conforme item 2.5.4.1.7.
nos estudos do projeto básico, devem ser utilizados os dados referentes ao projeto do transformador em processo de aquisição, mesmo que ainda preliminares, sendo admitidos apenas na ausência
de melhores informações, valores típicos para os parâmetros dos demais transformadores da rede retida de simulação;
nos estudos de energização de transformadores em subestações com mais de um transformador, deve ser analisada a manobra do transformador com pelo menos um dos demais transformadores
em vazio nos estudos de projeto básico; e
(1) Para os estudos pré-operacionais, não será considerada a energização de transformador com outras unidades energizadas em vazio no mesmo barramento.
não se aplicam à manobra de energização de transformadores, os requisitos de desempenho harmônico definidos no Submódulo 2.9 – Requisitos mínimos de qualidade de energia elétrica para
acesso ou integração à Rede Básica, por serem as correntes de inrush um fenômeno transitório/temporário.
1.3.14.4.13. Energização de banco de capacitores em derivação:
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