DOEAM 25/04/2025 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS
Manaus, sexta-feira, 25 de abril de 2025
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U
m modelo econômico que alia desen-
volvimento regional à preservação am-
biental tem ganhado espaço no Ama-
zonas. É a bioeconomia, conceito que vem se
destacando entre empreendedores locais e
que agora conta com um plano estadual em
fase de construção, sob coordenação da Secre-
taria de Estado de Desenvolvimento Econômi-
co, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).
A proposta do plano é fomentar cadeias pro-
dutivas sustentáveis, valorizando os produtos
regionais e impulsionando a chamada econo-
mia da floresta. A ideia é promover um ciclo
virtuoso de geração de renda, inclusão social
e conservação ambiental — pilares centrais da
bioeconomia.
Desde fevereiro de 2025, a Sedecti, por
meio do seu Departamento de Bioeconomia e
Ações Estratégicas (DBA), realiza os chamados
Diálogos — eventos que reúnem produtores,
empreendedores e representantes do setor
público em torno da construção colaborativa
do plano. Os encontros têm como objetivo
identificar demandas locais e propor soluções
que respeitem as especificidades de cada mu-
nicípio.
“Os Diálogos foram concebidos para coletar
as principais demandas dos diversos setores
em cada município, estruturando um plano
justo e alinhado com as realidades locais. Após
Manaus, os encontros devem acontecer nos
outros 61 municípios entre abril e junho de
2025”, afirma Barker.
Dados da Sedecti, por meio do Departamen-
to de Diversificação Econômica (DDE), revelam
o potencial já existente na região. A cadeia
produtiva do açaí nativo, por exemplo, lidera
com 893.212 sacas de 50 kg produzidas, envol-
vendo 7.557 extrativistas e 83 associações. Em
segundo lugar, está a castanha-da-Amazônia,
com 230.797 hectolitros, 4.910 extrativistas e
43 associações, demonstrando a importância
do extrativismo e da organização comunitária
para a economia regional.
Novas iniciativas
Mas a bioeconomia vai além do extrativismo.
Ela também incorpora tecnologias inovado-
ras e práticas sustentáveis desenvolvidas com
base nos produtos da floresta. Um exemplo
é a startup Agrega+ Eco Amazonya, que atua
como ponte entre a tecnologia e os saberes tra-
dicionais da Amazônia, promovendo produção
sustentável com respeito ao território.
Para a CEO do empreendimento, Jane Maciel
Leão, empreender na bioeconomia do Amazo-
nas é, acima de tudo, um compromisso com o
presente e o futuro da floresta e das pessoas
que vivem nela.
“Nosso papel no fomento à bioeconomia
é facilitar o acesso a tecnologias adaptadas à
realidade amazônica, como automação agrí-
cola, sistemas hidropônicos e plataformas de
gestão, sempre com foco na geração de renda,
na valorização da biodiversidade e na inclusão
produtiva de agricultores familiares e empre-
endedores do setor agrícola”, destacou Jane.
Atualmente a equipe da startup é composta
por dois sócios, cinco profissionais fixos, cinco
profissionais terceirizados atuando nas áreas
de engenharia, agroecologia, gestão ambien-
tal, tecnologia da informação, gestão de proje-
tos e comunicação. Além disso, a empresa con-
ta com uma rede de parceiros e colaboradores
estratégicos.
“Empreender na bioeconomia significa criar
soluções que respeitam os ciclos naturais, valo-
rizam os saberes locais e geram oportunidades
sustentáveis. É também uma forma de mostrar
que a Amazônia é um polo de inovação, capaz
de inspirar o mundo com modelos econômicos
que colocam a vida no centro das decisões”,
completou Jane.
Bioeconomia no Amazonas se destaca como
alternativa
para
um
futuro
sustentável
Bruno Leão/Sedecti
A proposta é fomentar cadeias produtivas
sustentáveis, valorizando os produtos
regionais e impulsionando a chamada
economia da floresta
O setor envolve as áreas
científicas e tecnológicas
em prol da preservação
florestal e do fomento
econômico local
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO
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