Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152025052700009 9 Nº 98, terça-feira, 27 de maio de 2025 ISSN 1677-7042 Seção 1 divergência de valores, a faixa de 10oC a 22oC representa a maioria dos resultados obtidos em várias partes do mundo. A maioria das cultivares comerciais tuberiza melhor em temperaturas médias pouco acima de 15oC. Dados mais precisos apontam a faixa ideal entre 15 °C e 18 °C, e que temperaturas noturnas acima de 22 °C reduzem significativamente a produção de tubérculos. Embora a faixa ótima de temperatura para o cultivo de batata esteja entre 15oC e 22oC, em ambientes com maior intensidade luminosa, essas temperaturas podem ser mais elevadas. Deve-se levar em consideração ainda que a alta amplitude térmica, associando temperaturas diurnas elevadas com temperaturas noturnas amenas, podem ser favoráveis à produção. Objetivou-se, com o estudo do Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a batata, identificar as áreas de menor risco climático, classificadas em níveis de risco (20%, 30% e 40%) e definir as regiões e os melhores períodos de plantio no Brasil, visando reduzir perdas de produção e obter rendimentos mais elevados. A base de dados meteorológicos utilizadas no ZARC é composta por séries históricas obtidas a partir das redes de estações terrestres, meteorológicas e pluviométricas, convencionais e automáticas, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do sistema HidroWeb, operado pela Agência Nacional de Águas (ANA), e aquelas pertencentes ao Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), além de redes estaduais mantidas por instituições ou empresas públicas. Todas as séries de dados e análises são realizadas considerando o período de 30 anos compreendido entre 1992 e 2022. Para delimitação das áreas aptas ao cultivo da batata em condições de baixo risco, foram adotados os seguintes parâmetros e variáveis: I. Precipitação Pluvial: As séries de chuva reunidas passaram por teste de homogeneidade e análise de consistência e preenchimento de falhas. Ao final do processo, foram selecionadas cerca de 3.935 séries de dados distribuídas em todo o território nacional. Devido à ausência de estações pluviométricas em algumas localidades das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, a base de dados foi complementada com 193 séries de chuva CHIRPS v2.0 (Rainfall Estimates from Rain Gauge and Satellite Observations). II. Temperatura: Os dados de temperatura máxima, mínima e média utilizados são os da base gerada por interpolação a partir de 735 estações meteorológicas. III. Evapotranspiração: A evapotranspiração de referência (ETo) foi estimada pelo método de Penman Monteith FAO 56 com variáveis básicas do "Prediction of Worldwide Energy Resource (POWER - NASA) Project". IV. Ciclo e duração das fases fenológicas: As cultivares foram classificadas como características homogêneas devido ao sistema de cultivo, e com a duração de ciclo e das fases de interesse para avaliação de riscos. Fase I: Estabelecimento, que inclui plantio e surgimento das primeiras folhas verdadeiras; Fase II: Crescimento Vegetativo, das primeiras folhas e estolonamento e início da tuberização; Fase III: Desenvolvimento e crescimento de tubérculos; e Fase IV: Fim do crescimento de tubérculos e perda de folhas. Ciclo médio do plantio à maturidade fisiológica e duração das fases da cultura - Batata Indústria: . .Ciclo representativo (dias) .Inclui as cultivares com ciclo médio entre (dias) .Fase I (dias) .Fase II (dias) .Fase III (dias) .Fase IV (dias) . .150 .141 e 160 .10 .20 .90 .30 Para a determinação do risco climático nos sistemas de produção da batata indústria, a calibração utilizada para o sistema de produção irrigado, foi considerado a produtividade esperada o valor de 33.000 kg/ha em sistema irrigado. Vale enfatizar que a calibração utilizada não tem o propósito de estimar a produtividade absoluta a ser obtida pelo produtor a cada ano, uma vez que esse parâmetro pode variar amplamente em função de outros fatores não climáticos. Nesse contexto, portanto, o modelo de produtividade com a calibração geral utilizada tem como objetivo medir o efeito relativo da perda de potencial produtivo em função de condições meteorológicas mais ou menos adversas. Critérios de avaliação de riscos: As datas de plantio e municípios favoráveis para o cultivo da batata foram classificadas de acordo com o nível de risco climático de 20, 30 ou 40% em função dos seguintes critérios: a) O risco de ocorrência com condições meteorológicas desfavoráveis que resultem em produtividade abaixo da esperada; b) O risco de ocorrência de temperaturas mínimas ou máximas absolutas deletérias à cultura, por meio da probabilidade de ocorrência de valores de temperaturas mínimas menores ou igual a 2°C ou superiores a 35°C observadas no abrigo meteorológico; c) O risco de ocorrência de temperaturas médias deletérias à cultura, por meio da probabilidade de ocorrência de valores de temperaturas médias menores ou igual a 14°C ou superiores a 22°C observadas no abrigo meteorológico; d) O risco de ocorrência de dias chuvosos e prejudiciais a cultura, por meio da probabilidade de ocorrência de 14 ou mais dias chuvosos nos cultivos em região tropical. Recomendações para a redução de riscos: Os resultados do Zarc são gerados considerando um manejo agronômico adequado para o bom desenvolvimento, crescimento e produtividade da cultura, compatível com as condições de cada região. Falhas ou deficiências de manejo de diversos tipos, relacionadas com a fertilidade do solo, a fitossanidade ou a escolha de cultivares, podem resultar em perdas expressivas de produtividade ou agravar perdas geradas por eventos meteorológicos adversos. Portanto, é indispensável: utilizar tecnologia de produção adequada para a condição edafoclimática; controlar efetivamente as plantas daninhas, pragas e doenças durante o cultivo; adotar práticas de manejo e conservação de solos. 2. TIPOS DE SOLOS APTOS AO CULTIVO São aptos ao cultivo da cultura no país as seis classes de água disponível AD1, AD2, AD3, AD4, AD5 e AD6, que podem ser estimadas por função de pedotransferência em função dos percentuais granulométricos de areia total, silte e argila, conforme especificado na Instrução Normativa SPA/MAPA nº 1, de 21 de junho de 2022. Limite inferior e superior para seis classes de AD a serem utilizadas nas avaliações de risco de déficit hídrico do Zoneamento Agrícola de Risco Climático. . .Limite inferior (mm cm-1) Classes de AD . .Limite superior (mm cm-1) . .0,34 £ AD1 .< .0,46 . .0,46 £ AD2 .< .0,61 . .0,61 £ AD3 .< .0,80 . .0,80 £ AD4 .< .1,06 . .1,06 £ AD5 .< .1,40 . .1,40 £ AD6 .£ . 1,84* * amostras de solo com composição granulométrica que eventualmente resulte em estimativa de AD acima de 1,84 mm cm-1 serão representadas pela classe AD6. Não são indicadas para o cultivo: - áreas com solos que apresentam profundidade inferior a 50 cm para culturas anuais ou inferior a 1,5 m para culturas perenes. - áreas com solos em várzeas inundadas com baixa capacidade de drenagem, ou ainda muito pedregosos, isto é, solos nos quais calhaus e matacões ocupem mais de 15% da massa e/ou da superfície do terreno. - áreas de preservação permanente, de acordo com a Lei 12.651, de 25 de maio de 2012; - áreas que não atendam às determinações da Legislação Ambiental vigente, do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) dos estados. 3. TABELA DE PERÍODOS DE SEMEADURA E EMERGÊNCIA ESPERADA O Zarc indica os períodos de plantio em períodos decendiais (dez dias). Nas culturas anuais, o intervalo entre a semeadura e a emergência das plântulas têm relevância para o estabelecimento da cultura no campo e, portanto, para a correta estimativa da duração do ciclo assim como para o cálculo do risco climático para o ciclo de cultivo como um todo. O risco do ciclo de cultivo estimado para cada decêndio de semeadura considera um intervalo médio entre 5 e 10 dias para ocorrência da emergência. A tabela abaixo indica a data e o mês que corresponde cada período de plantio/semeadura decendial. . .Períodos .1 .2 .3 .4 .5 .6 .7 .8 .9 .10 .11 .12 . .Datas .1º a 10 .11 a 20 .21 a 31 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 28 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 31 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 30 . .Meses .Janeiro .Fe v e r e i r o .Março .Abril . .Períodos .13 .14 .15 .16 .17 .18 .19 .20 .21 .22 .23 .24 . .Datas .1º a 10 .11 a 20 .21 a 31 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 30 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 31 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 31 . .Meses .Maio .Junho .Julho .Agosto . .Períodos .25 .26 .27 .28 .29 .30 .31 .32 .33 .34 .35 .36 . .Datas .1º a 10 .11 a 20 .21 a 30 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 31 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 30 .1º a 10 .11 a 20 .21 a 31 . .Meses .Setembro .Outubro .Novembro .Dezembro 4. CULTIVARES INDICADAS Ficam indicadas no Zoneamento Agrícola de Risco Climático, as cultivares de batata registradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do Ministério da Agricultura e Pecuária, atendidas as indicações das regiões de adaptação, em conformidade com as recomendações dos respectivos obtentores/mantenedores. N OT A S : 1. Informações específicas sobre as cultivares indicadas devem ser obtidas junto aos respectivos obtentores/mantenedores. 2. Devem ser utilizadas no plantio mudas produzidas em viveiros credenciados, em conformidade com a legislação brasileira sobre sementes e mudas (Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e Decreto nº 10.586, de 18 de dezembro de 2020). 5. RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS APTOS AO CULTIVO, PERÍODOS INDICADOS PARA SEMEADURA E PERÍODOS ACEITOS DE EMERGÊNCIA NOTA: Para culturas anuais, o ZARC faz avaliações de risco para períodos decendiais (10 dias) de semeadura e assume que a emergência ocorra, majoritariamente, em até 10 dias após a semeadura. Para os casos excepcionais em que a emergência ocorrer com 11 ou mais dias de atraso em relação a semeadura, deve-se considerar como referência o risco do decêndio imediatamente anterior ao da emergência identificada. A relação dos municípios aptos ao cultivo e os períodos indicados para implantação da cultura estão disponibilizados no Painel de Indicação de Riscos no site do Ministério da Agricultura e Pecuária, conforme o Art. 6º da Portaria MAPA nº 412, de 30 de dezembro de 2020. Para consultar o Zarc Batata, deve-se acessar o "Zarc Oficial" e selecionar os campos obrigatórios para obter o resultado da pesquisa, conforme indicado abaixo: 1. Safra: "OLERÍCOLA"; 2. Cultura: "Batata Indústria"; 3. Cultivo: "Irrigado"; 4. Clima: "Não se aplica"; 5. Grupo: Selecione o grupo desejado; 6. Solo: Selecione a classe de AD desejada; 7. UF: Selecione uma das Unidades da Federação: "BA", "DF", "ES", "GO", "MG", "MS", "MT", "PR", "RJ", "RS", "SC", "SP". PORTARIA SDA/MAPA Nº 1.291, DE 22 DE MAIO DE 2025 Atualiza a lista de Pragas Quarentenárias Ausentes (PQA) para o Brasil. O SECRETÁRIO DE DEFESA AGROPECUÁRIA, DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA, no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 22 e 49, do Anexo I, do Decreto nº 11.332, de 1º de janeiro de 2023, tendo em vista o disposto no Decreto nº 24.114, de 12 de abril de 1934, no Decreto nº 1.355, de 30 de dezembro de 1994, no Decreto nº 5.759, de 17 de abril de 2006, na Instrução Normativa nº 45, de 29 de agosto de 2018 e o que consta do Processo nº 21000.030910/2018-24, resolve: Art. 1º Fica atualizada a lista de Pragas Quarentenárias Ausentes (PQA) para o Brasil na forma do Anexo desta Instrução Normativa. Art. 2º Fica revogada a Portaria SDA/MAPA nº 1.205, de 28 de novembro de 2024, publicada no D.O.U. nº 231, Seção 1, Página 34, de 2 de dezembro de de 2024. Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação. CARLOS GOULART ANEXO I - ACARINA Aceria oleae Amphitetranychus viennensis (Tetranychus viennensis) Brevipalpus chilensis Brevipalpus lewisi Calacarus citrifolii Cenopalpus pulcher Cheiracus sulcatus Eotetranychus carpini Eotetranychus lewisi Eotetranychus sexmaculatus Epitrimerus pyri Eutetranychus africanus Eutetranychus orientalis Halotydeus destructor Oligonychus afrasiaticus Oligonychus bicolor Oligonychus litchii Rhizoglyphus robini Rhizoglyphus setosus Steneotarsonemus spinki Tenuipalpus punicae Tetranychus kanzawai Tetranychus mcdanieli Tetranychus merganser Tetranychus pacificus Tetranychus truncatus Tetranychus turkestani II - BLATTODEA Microtermes spp. III - COLEOPTERA Acalymma vittatum Aegorhinus phaleratus Aegorhinus superciliosus Agrilus sinuatus Agriotes lineatusFechar