DOU 30/05/2025 - Diário Oficial da União - Brasil
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41
Nº 101, sexta-feira, 30 de maio de 2025
ISSN 1677-7042
Seção 1
GRUPO I
DI SOLO SEMENTES MELHORADAS LTDA: Carioca Precoce;
EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO - CNPAF: Jalo Precoce;
IAC: IAC Imperador.
GRUPO II
AGRO NORTE PESQUISA E SEMENTES LTDA: ANfp 119;
EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO - CNPAF: Emgopa 201 (Ouro), Princesa, BRS
Campeiro, BRS Pontal, BRS Horizonte, BRS 9435 Cometa, BRS Esplendor, BRS Agreste, BRS
Estilo.
N OT A S :
1. Informações específicas sobre as cultivares indicadas devem ser obtidas junto
aos respectivos obtentores/mantenedores.
2. Devem ser utilizadas no plantio sementes e mudas produzidas em
conformidade com a legislação brasileira sobre sementes e mudas (Lei nº 10.711, de 5 de
agosto de 2003, e Decreto nº 10.586, de 18 de dezembro de 2020).
5. RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS APTOS AO CULTIVO, PERÍODOS INDICADOS PARA
SEMEADURA E PERÍODOS ACEITOS DE EMERGÊNCIA
NOTA: Para culturas anuais, o ZARC faz avaliações de risco para períodos
decendiais (10 dias) de semeadura e assume que a emergência ocorra, majoritariamente,
em até 10 dias após a semeadura. Para os casos excepcionais em que a emergência
ocorrer com 11 ou mais dias de atraso em relação a semeadura, deve-se considerar como
referência o risco do decêndio imediatamente anterior ao da emergência identificada.
A relação dos municípios aptos ao cultivo e os períodos indicados para
implantação da cultura estão disponibilizados no Painel de Indicação de Riscos no site do
Ministério da Agricultura e Pecuária, conforme o Art. 6º da Portaria MAPA nº 412, de 30
de dezembro de 2020.
Para consultar o Zarc Feijão 2ª Safra, deve-se acessar o "Zarc Oficial" e
selecionar os campos obrigatórios para obter o resultado da pesquisa, conforme indicado
abaixo:
1. Safra: "2025/2026";
2. Cultura: "Feijão 2ª Safra";
3. Outros Manejos: "Sequeiro";
4. Clima: "Não se aplica";
5. Grupo: Selecionar o grupo desejado;
6. Solo: Selecionar a classe de AD desejada;
7. UF: "SE".
PORTARIA SPA/MAPA Nº 257, DE 28 DE MAIO DE 2025
Aprova o Zoneamento Agrícola de Risco Climático -
ZARC para a cultura do Feijão 2ª Safra, em sistema
de cultivo de sequeiro, no estado de São Paulo, ano-
safra 2025/2026.
O SECRETÁRIO DE POLÍTICA AGRÍCOLA, no uso de suas atribuições e
competências estabelecidas pelo Decreto nº 11.332, de 1º de janeiro de 2023, e
observado, no que couber, o contido no Decreto nº 9.841 de 18 de junho de 2019, na
Portaria MAPA nº 412 de 30 de dezembro de 2020, na Instrução Normativa nº 16, de 9 de
abril de 2018 e na Instrução Normativa SPA/MAPA nº 1, de 21 de junho de 2022, do
Ministério da Agricultura e Pecuária, resolve:
Art. 1º Fica aprovado o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura
do Feijão 2ª Safra, em sistema de cultivo de sequeiro, no estado de São Paulo, ano-safra
2025/2026, conforme anexo.
Art. 2º Esta Portaria tem vigência específica para o ano-safra definido no art. 1º
e entra em vigor na data da sua publicação no DOU.
GUILHERME CAMPOS JÚNIOR
ANEXO
1. NOTA TÉCNICA
O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) é considerado a leguminosa mais
importante no mundo para consumo humano direto. Entre as espécies de feijoeiro, as do
gênero Phaseolus são as mais cultivadas. O Brasil é o maior produtor e consumidor
mundial de feijão, sendo essa a principal fonte de proteína na dieta da população
brasileira.
É sabido que o rendimento de grãos do feijoeiro é bastante afetado quando a
temperatura do ar, na floração, apresenta valores acima de 35°C. Da mesma forma,
temperaturas do ar abaixo de 12°C podem provocar abortamento de flores, concorrendo
para um decréscimo no rendimento do feijoeiro. Além disto, áreas que apresentem
umidade relativa e temperatura do ar acima de 70% e 35°C, respectivamente, podem
provocar a ocorrência de várias doenças.
Em regiões aptas ao cultivo, o período de semeadura deve ser determinado em
que a floração ocorra, preferencialmente, quando a temperatura do ar for em torno de
21°C. Na fase
de intenso crescimento vegetativo o calor
excessivo aumenta a
fotorrespiração reduzindo a taxa de crescimento, principalmente, se ocorrer, também,
estresse hídrico. No período compreendido entre a diferenciação dos botões florais até o
enchimento dos grãos, as temperaturas elevadas causam redução nos componentes de
rendimento, notadamente no número de vagens por planta, devido a esterilização do grão
de pólen e a consequente queda de flores. A taxa de abscisão de flores e vagens pequenas
é uma das maiores limitações no rendimento do feijoeiro e pode atingir índices elevados
quando a temperatura diurnas e noturnas
forem superiores a 30°C e 25°C,
respectivamente. A ocorrência de temperaturas do ar inferiores a 12°C na fase vegetativa
retarda o crescimento das plantas; quando estas ocorrem na diferenciação das estruturas
reprodutivas, provocam, em alguns casos, redução no número de grãos por vagem.
A cultura do feijoeiro é mais susceptível à deficiência hídrica durante a floração
e o estádio inicial de formação das vagens. O período crítico se situa 15 dias antes da
floração. Ocorrendo déficit hídrico, o feijão apresenta queda no rendimento devido à
redução na área foliar, aumento da resistência estomática, no tamanho e número das
vagens, e de sementes por vagem, que afetam o rendimento da cultura.
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) visou a identificação dos
municípios aptos para o cultivo do feijoeiro de sequeiro para o estado, e os períodos de
semeadura, em três níveis de risco (20%, 30% e 40%).
Nesse
estudo, utilizou-se
o
modelo
de simulação
do
desenvolvimento,
crescimento e produtividade da cultura do feijoeiro denominado CROPGRO-Drybean.
Resultados obtidos com esse modelo indicam que ele é capaz de simular, com níveis
relativamente altos de acurácia, a produtividade do feijoeiro em condições de sequeiro nas
distintas regiões produtoras do Brasil.
A base de dados meteorológicos utilizadas no ZARC é composta por séries
históricas obtidas
a partir das redes
de estações terrestres,
meteorológicas e
pluviométricas, convencionais e automáticas, do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), do sistema HidroWeb, operado pela Agência Nacional de Águas, e aquelas
pertencentes ao Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), além de
redes estaduais mantidas por instituições ou empresas públicas.
Todas as séries de dados e análises são realizadas considerando o período de
30 anos compreendido entre 1992 e 2022.
Para delimitação das áreas aptas ao cultivo do feijão em condições de baixo
risco, foram adotados os seguintes parâmetros e variáveis:
I. Precipitação Pluvial: As séries de chuva reunidas passaram por teste de
homogeneidade e análise de consistência e preenchimento de falhas. Ao final do processo,
foram selecionadas cerca de 3.935 séries de dados distribuídas em todo o território
nacional. Devido à ausência de estações pluviométricas em algumas localidades das
Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, a base de dados foi complementada com 193
séries de chuva
CHIRPS v2.0 (Rainfall Estimates from Rain
Gauge and Satellite
Observations);
II. Temperatura: Os dados de temperatura máxima, mínima e média utilizados
são os da base gerada por interpolação a partir de 735 estações meteorológicas. O modelo
CROPGRO-Drybean calcula um índice de estresse hídrico, em escala diária, baseado na
relação entre a transpiração real e a transpiração potencial, refletindo a capacidade da
planta de realizar fotossíntese em condições de disponibilidade hídrica limitada;
III. Evapotranspiração diária: A evapotranspiração diária (mm/dia) foi estimada
pelo método de Priestley-Taylor com variáveis básicas do "Prediction of Worldwide Energy
Resource (POWER - NASA) Project";
IV. Ciclo e duração das fases fenológicas: O feijoeiro foi agrupado em dois
grupos de cultivares: o Grupo I, classificado como ciclo curto, com uma média de 70 dias
entre a semeadura e a maturidade fisiológica, e o Grupo II, com média maior ou igual a 80
dias entre a semeadura e a maturidade fisiológica;
. .Grupo de cultivares
.Ciclo representativo (dias)
.Inclui as cultivares com ciclo
médio entre (dias)
.
.Grupo I
.70
.65 a 75
.
.Grupo II
.80
.> 75
V. Capacidade de Água Disponível (CAD): A Capacidade de Armazenamento de
Água Disponível (CAD) para a cultura do feijão foi estimada com base na profundidade
efetiva do sistema radicular (Ze), e a Água Disponível (AD) nas diferentes classes.
.
Profundidade efetiva do
sistema radicular (Ze)
considerada (cm)
.CAD (mm)
. .
.AD1
.AD2
.AD3
.AD4
.AD5
.AD6
.
.60
.24
.32
.42
.55
.72
.95
Critérios de avaliação de riscos:
As datas de semeadura e municípios mais apropriados para o cultivo do
feijoeiro no estado foram classificadas de acordo com o nível de risco climático de 20, 30
ou 40% em função dos seguintes critérios:
a) O risco de produtividade baixa, dado pela frequência de anos na série
histórica em que a produtividade é menor do que a produtividade esperada;
b) O risco de ocorrência de temperaturas muito altas e deletérias à cultura, por
meio da probabilidade de ocorrência de valores de temperaturas máximas maiores ou
iguais a 36°C durante o florescimento da cultura;
c) O risco de ocorrência de temperaturas baixas e deletérias ao crescimento e
produtividade da cultura, caracterizado por meio da probabilidade de ocorrência de valores
de temperaturas médias abaixo de 19°C, observadas no abrigo meteorológico, durante o
florescimento da cultura;
d) O risco de ocorrência de excesso hídrico, por meio da probabilidade de
ocorrência
de
valores
da
relação
evapotranspiração
real
da
cultura
sobre
evapotranspiração potencial da cultura (ETr/ETc) permanecer acima de 0,90 nos 30 dias
finais do ciclo de cultivo.
Nota complementar:
Os resultados do Zarc são gerados considerando um manejo agronômico
adequado para o bom desenvolvimento, crescimento e produtividade da cultura,
compatível com as condições de cada localidade. Falhas ou deficiências de manejo de
diversos tipos, desde a fertilidade do solo até o manejo de pragas e doenças ou escolha de
cultivares inadequados para o ambiente edafoclimático, podem resultar em perdas graves
de produtividade ou agravar perdas geradas por eventos meteorológicos adversos.
Portanto, é indispensável utilizar tecnologia de produção adequada para a condição
edafoclimática local, controlar efetivamente as plantas daninhas, pragas e doenças durante
o cultivo e adotar práticas de manejo e conservação de solos.
2. TIPOS DE SOLOS APTOS AO CULTIVO
São aptos ao cultivo da cultura no estado as seis classes de água disponível
AD1,
AD2,
AD3,
AD4,
AD5
e
AD6, que
podem
ser
estimadas
por
função
de
pedotransferência em função dos percentuais granulométricos de areia total, silte e argila,
conforme especificado na Instrução Normativa SPA/MAPA nº 1, de 21 de junho de
2022.
Limite inferior e superior para seis classes de AD a serem utilizadas nas
avaliações de risco de déficit hídrico do Zoneamento Agrícola de Risco Climático.
. .Limite
inferior
(mm cm-1)
Classes de AD
.
.Limite superior
(mm cm-1)
.
.0,34
£
AD1
.<
.0,46
.
.0,46
£
AD2
.<
.0,61
.
.0,61
£
AD3
.<
.0,80
.
.0,80
£
AD4
.<
.1,06
.
.1,06
£
AD5
.<
.1,40
.
.1,40
£
AD6
.£
. 1,84*
* amostras de solo com composição granulométrica que eventualmente resulte
em estimativa de AD acima de 1,84 mm cm-1 serão representadas pela classe AD6.
Não são indicadas para o cultivo:
- áreas de preservação permanente, de acordo com a Lei 12.651, de 25 de maio
de 2012;
- áreas com solos que apresentam profundidade inferior a 0,6 m;
- áreas com solos muito pedregosos, isto é, solos nos quais calhaus e matacões
ocupem mais de 15% da massa e/ou da superfície do terreno.
-
áreas com
solos com
mais de
90%
de areia
na sua
composição
granulométrica;
- áreas que não atendam às determinações da Legislação Ambiental vigente, do
Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) dos estados.
3. TABELA DE PERÍODOS DE SEMEADURA E EMERGÊNCIA ESPERADA
O Zarc indica os períodos de plantio em períodos decendiais (dez dias). Nas
culturas anuais, o intervalo entre a semeadura e a emergência das plântulas têm relevância
para o estabelecimento da cultura no campo e, portanto, para a correta estimativa da
duração do ciclo assim como para o cálculo do risco climático para o ciclo de cultivo como
um todo. O risco do ciclo de cultivo estimado para cada decêndio de semeadura considera
um intervalo médio entre 5 e 10 dias para ocorrência da emergência. A tabela abaixo
indica a data e o mês que corresponde cada período de plantio/semeadura decendial.
.
.Períodos
.1
.2
.3
.4
.5
.6
.7
.8
.9
.10
.11
.12
.
.Datas
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
31
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a 28
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
31
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
30
.
.Meses
.Janeiro
.Fe v e r e i r o
.Março
.Abril
.
.Períodos
.13
.14
.15
.16
.17
.18
.19
.20
.21
.22
.23
.24
.
.Datas
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
31
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
30
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
31
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
31
.
.Meses
.Maio
.Junho
.Julho
.Agosto
.
.Períodos
.25
.26
.27
.28
.29
.30
.31
.32
.33
.34
.35
.36
.
.Datas
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
30
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
31
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
30
.1º
a
10
.11
a
20
.21
a
31
.
.Meses
.Setembro
.Outubro
.Novembro
.Dezembro
4. CULTIVARES INDICADAS
Para efeito de indicação dos períodos de plantio, as cultivares indicadas pelos
obtentores/mantenedores para o
estado, foram agrupadas conforme
a seguir
especificado.
GRUPO I
AGRO NORTE PESQUISA E SEMENTES LTDA: ANFc 5, ANfc 22;
AGROP. TERRA ALTA: TAA Marhe, TAA GOL;
EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO - CNPAF: Jalo Precoce, BRSMG Realce, BRS FC104,
BRS FS228;
IAC: IAC 1849 Polaco, IAC Boreal, IAC Imperador, IAC Nuance, IAC Tigre, IAC
Veloz;
IDR - PARANÁ: IPR CURIÓ, IPR Andorinha.
GRUPO II
AGRO NORTE PESQUISA E SEMENTES LTDA: ANFc 9, ANfp 119;
AGROP. TERRA ALTA: TAA DAMA;
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