DOE 13/06/2018 - Diário Oficial do Estado do Ceará

                            Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras da Central Eólica Praias de Parajuru S.A.
gia é reajustado anualmente pelo IGP-M. Em 
31/12/17, o contrato de venda de energia com a 
Eletrobras possui as seguintes condições:
Usina
Quan- 
tidade
Preço
Início do 
Contrato
Fim do 
Contrato
Praias de
 Parajuru
Mwh/ 
Ano
R$/ 
Mwh
73.525 446,01 (*)
Jul./09
Jul./29
(*) Tarifa contratual reajustada pelo IGP-M. O va-
lor por MWh mencionado acima é o valor contratu-
al recebível quando a energia gerada for entre 70% 
e 100% da energia contratada. Quando a energia 
gerada exceder a 100% da energia ou quando ener-
gia gerada for menor do que 70% da energia contra-
tada, o preço é ajustado com base na fórmula con-
tratual, calculada pela diferença entre o produto da 
energia gerada no ano anterior, referida ao centro de 
gravidade, pelo preço ajustado pela curva do fator 
de capacidade e o produto da contratada no ano an-
terior pelo preço unitário definido no contrato, ra-
teada igualmente pelos 12 meses do ano subse-
quente. Em 31/12/17, a energia gerada de 52.721 
MWh foi inferior a energia contratada de 73.525 
MWh em 20.804 MWh, principalmente em decor-
rência da situação operacional dos geradores da 
Sociedade mencionada abaixo (item 1.2). 1.1. Ris-
co de escassez de vento: Esse risco decorre da pos-
sibilidade da falta de vento ocasionada por fatores 
naturais, que poderá acarretar na redução da quan-
tidade de energia gerada e, consequentemente, na 
redução da rentabilidade do negócio. 1.2. Situação 
dos aerogeradores de energia: A parte relaciona-
da, Wind Power Energia S.A. (“WPE”), entrou em 
processo de recuperação judicial em 12/2014. Esta 
é a fornecedora dos aerogeradores e como tal, era 
responsável pela garantia de parte desses ativos. A 
referida parte relacionada era também responsável 
pela operação e manutenção dos equipamentos, 
cujo contrato foi rescindido em 12/11/2014 e desde 
então a própria Sociedade assumiu a manutenção 
do parque eólico. Em 31/12/17, do total de 19 aero-
geradores, o parque possuía 13 aerogeradores para-
dos e alguns aerogeradores com performance infe-
rior desejada em decorrência de falhas em seus 
geradores, o que acarretou em geração de energia 
inferior à contratada no exercício findo naquela 
data. Em decorrência da situação operacional dos 
geradores, a Administração do Projeto Ceará I 
(composto dos parques eólicos Central Eólica Praia 
do Morgado S.A., Central Eólica Praias de Parajuru 
S.A. e Central Eólica Volta do Rio S.A.), contratou 
um novo fornecedor de serviço para recuperação, 
testes operacionais e reparos de seus geradores e, 
em 9/09/2017, foi realizado com sucesso o comis-
sionamento de um gerador do Projeto Ceará I, de-
monstrando a efetividade da solução tecnológica 
apresentada por este fornecedor. Diante da viabili-
dade dessa solução, outros dois contratos de presta-
ção de serviços foram firmados, em 25/09 e 5/12/17, 
respectivamente, com o mesmo fornecedor para 
recuperação de mais 12 geradores, reforçando o 
posicionamento da Administração sobre o plano de 
recuperação de suas máquinas. O plano de negócios 
da administração prevê a utilização destes contra-
tos para o reparo dos geradores da Central Eólica 
Volta do Rio S.A., estando previsto neste plano a 
assinatura de novos contratos para o reparo dos de-
mais geradores do Projeto Ceará I. 1.3. Continui-
dade operacional: Conforme mencionado na nota 
nº 1.2, a Sociedade está operando com uma perfor-
mance inferior à desejada devido à paralisação de 
aerogeradores. A Sociedade possui 19 aerogerado-
res e deste total 12 aerogeradores não estão operan-
do havendo redução do fluxo de caixa em 31/12/17. 
Diante deste cenário, a Sociedade vem executando 
diversas ações com o objetivo de reequilibrar sua 
estrutura de liquidez e de geração de caixa. 
A seguir, 
estão relacionados as ações e o plano da Sociedade: 
a) Negociações em andamento para a repactuação 
da dívida com a Caixa Econômica Federal, incluin-
do as seguintes condições: (i) período de carência 
de 24 meses com a suspensão das amortizações 
mensais; (ii) manutenção das taxas de juros atuais 
ou manutenção das taxas de juros atuais, exceto no 
período de carência adicional, onde as parcelas sus-
pensas deverão ser capitalizadas pela Taxa Selic; 
(iii) liberação dos saldos existentes nas contas re-
serva e reserva especial; (iv) liberação da constitui-
ção das reservas com compromisso de adoção de 
mecanismo de “cash sweep” ou suspensão até ou-
tubro de 2019; (v) anuência prévia da Caixa Econô-
mica Federal para transferência da totalidade das 
ações das SPEs Central Eólica Volta do Rio e Cen-
tral Eólica Praias de Parajuru, pertencentes à Ener-
gimp (51%) e CEMIG (49%), para a acionista CE-
MIG, no âmbito das negociações do processo de 
arbitragem interposto, sendo esta anuência condi-
cionada à manutenção das garantias atualmente 
vigentes no referido contrato de financiamento, em 
relação ao penhor das ações das SPEs; e (vi) Anu-
ência prévia da Caixa Econômica Federal para 
transferência da totalidade das ações da Central 
Eólica Praias de Morgado, pertencente à Energimp 
(51%) e CEMIG (49%), para a acionista Energimp, 
no âmbito das negociações do processo de arbitra-
gem interposto, sendo esta anuência condicionada 
à manutenção das garantias atualmente vigentes no 
referido contrato de financiamento, em relação ao 
penhor das ações da SPE. A Administração consi-
dera elevadas as chances de aprovação da repactu-
ação da dívida, considerando a viabilidade da So-
ciedade e a recente aprovação obtida da Caixa 
Econômica Federal na repactuação da dívida de um 
de seus acionistas, a Energimp S.A., que se encon-
tra em situação similar. 
A Sociedade está adimplen-
te em relação ao pagamento das parcelas dos finan-
ciamentos previstos no contrato. b) Resolução dos 
problemas com os geradores considerando as ações 
em andamento com o novo fornecedor. c) A Socie-
dade fará uso de recursos próprios como contra-
prestação do serviço envolvendo os geradores, 
considerando o plano de repactuação da dívida 
acima descrito. Baseado no histórico de geração de 
energia e considerando o funcionamento da totali-
dade dos aerogeradores, e o fluxo de caixa futuro 
previsto com a retomada da plena capacidade de 
geração e com o sucesso das medidas acima, a Ad-
ministração entende que será possível retomar o 
equilíbrio econômico, financeiro e de liquidez da 
Sociedade. 1.4. Processo de arbitragem e descru-
zamento de ações: Em 2013, foi iniciado um pro-
cesso de arbitragem entre as acionistas da Socieda-
de, 
Energimp 
S.A. 
e 
CEMIG 
Geração 
e 
Transmissão 
S.A., visando resolver conflitos relacionados ao 
ajuste de preço previsto no contrato de compra e 
venda de ações das eólicas Central Eólica Praia do 
Morgado S.A., Central Eólica Praias de Parajuru 
S.A. e Central Eólica Volta do Rio S.A., firmado em 
2009. Em 30/05/17, a sentença final do processo foi 
emitida pelo Tribunal Arbitral, favorável ao acio-
nista CEMIG e o processo de liquidação ocorrerá 
mediante transferência de ações dos investimentos 
da Energimp. O processo de descruzamento de 
ações relativo aos parques Central Eólica Praia do 
Morgado S.A., Central Eólica Praias de Parajuru 
S.A. e Central Eólica Volta do Rio S.A. foi aprova-
do pelo Conselho de Administração da Energimp e 
da CEMIG em 23/10/17 e 21/12/17, respectiva-
mente, visando a quitação de dívida decorrente da 
sentença arbitral mencionada acima. Após conclu-
são do processo de descruzamento, ocorido em 
17/05/2018, 100% das ações de Central Eólica 
Praia do Morgado S.A. pertencem à Energimp e 
100% das ações da Central Eólica Praias de Paraju-
ru S.A. e Central Eólica Volta do Rio S.A. perten-
cem à CEMIG. 2. Apresentação das Demonstra-
ções Financeiras e Base de Elaboração: 
Declaração de conformidade: As demonstrações 
financeiras foram elaboradas e estão apresentadas 
em conformidade com as práticas contábeis adota-
das no Brasil, que compreendem aquelas incluídas 
na legislação societária brasileira e os pronuncia-
mentos, as orientações e as interpretações emitidos 
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC 
e aprovados pelo Conselho Federal de Contabilida-
de - CFC. Base de elaboração: As demonstrações 
financeiras foram elaboradas com base no custo 
histórico, exceto por determinados instrumentos 
financeiros mensurados pelos seus valores justos, 
conforme descrito nas práticas contábeis. O custo 
histórico é baseado no valor justo das contrapresta-
ções pagas em troca de ativos. Moeda funcional e 
de apresentação: As demonstrações financeiras da 
Sociedade são apresentadas em real (R$), que é a 
moeda funcional e de apresentação. Todas as 
 
informações financeiras apresentadas estão em mi-
lhares de reais (R$), exceto quando indicado de 
outra forma. 3. Sumário das Principais Práticas 
Contábeis: O resumo das principais políticas con-
tábeis adotadas pela Sociedade é como segue: a) 
Caixa e equivalentes de caixa: Compreendem os 
saldos de caixa, depósitos bancários à vista e apli-
cações financeiras cujos saldos não diferem signi-
ficativamente dos valores de mercado, com até 90 
dias da data da aplicação. Essas aplicações finan-
ceiras estão demonstradas ao custo, acrescido dos 
rendimentos auferidos até as datas dos balanços, 
sem prazos fixados para o resgate, com liquidez 
imediata, e estão sujeitas a um insignificante risco 
de mudança de valor. b) Depósitos vinculados: 
Mantidos para atendimento às exigências legais e 
contratuais e, portanto, classificados como manti-
dos até o vencimento. São avaliados pelo custo 
acrescido dos juros e correção monetária, ajustados 
de provisão para perda na realização, quando apli-
cável. c) Contas a receber de cliente: As contas a 
receber são demonstradas pelo custo amortizado, 
menos provisão para créditos de liquidação duvido-
sa, se necessária. Os montantes a receber são regis-
trados com base nos valores nominais e não são 
ajustados a valor presente por apresentarem venci-
mento de curto prazo, e por não apresentarem um 
efeito relevante nas demonstrações financeiras. d) 
Contrato de concessão (autorização): Os ativos 
relacionados aos contratos de concessões, que aten-
dem aos critérios da IFRIC 12 e ICPC 01 estão alo-
cados como direitos de operar os ativos da conces-
são no grupo de ativo intangível. Esse critério segue 
as práticas contábeis utilizadas pelo Grupo contro-
lador. Os bens classificados como ativos intangí-
veis da concessão, são aqueles que o concessioná-
rio de serviço público tem o direito de cobrar dos 
usuários pelo uso do serviço público. A Sociedade 
reconhece e mensurou as receitas provenientes de 
serviços de construção em conformidade com o 
disposto no CPC 17, “Contratos de Construção”, 
enquanto as receitas provenientes de serviços de 
exploração da concessão são reconhecidas e men-
suradas em conformidade com o CPC 30, “Recei-
ta”. A contraprestação a ser recebida pela Socieda-
de para os serviços de construção e operação de 
geração de energia eólica é um direito para operar a 
instalação de geração de energia eólica, que é reco-
nhecido como um intangível. O ativo intangível é 
mensurado pelo valor justo de serviços de constru-
ção no reconhecimento inicial. Esse ativo é amorti-
zado pelo prazo do contrato de venda de energia (20 
anos) a contar da data de início de sua operação. e) 
Ativo intangível: O ativo intangível inclui os direi-
tos de operar, os ativos das concessões tratados 
acima, licenças e custos de desenvolvimento de 
projetos. A Sociedade não possui ativos intangíveis 
decorrentes de gastos com pesquisa ou adquiridos 
em combinações de negócios. A vida útil estimada 
e o método de amortização são revisados no final de 
cada período de reporte, considerando o prazo do 
contrato de venda de energia, com o efeito de quais-
quer alterações nas estimativas sendo contabiliza-
das prospectivamente. Os juros e demais encargos 
financeiros decorrentes de financiamentos foram 
incorporados ao ativo intangível até a entrada em 
operação da Sociedade. Após a data de entrada em 
operação os mesmos são reconhecidos no resultado 
do exercício à medida que são incorridos, em con-
formidade com o princípio da competência. f) Re-
dução ao valor recuperável de ativos tangíveis e 
intangíveis: No fim de cada exercício, a Adminis-
tração revisa o valor contábil de seus ativos tangí-
veis e intangíveis para determinar se há alguma 
indicação de que tais ativos sofreram alguma perda 
por redução ao valor recuperável. Se houver tal in-
dicação, o montante recuperável do ativo é estima-
do com a finalidade de mensurar o montante dessa 
perda, se houver. Quando não for possível estimar 
o montante recuperável de um ativo individual-
mente, a 
Administração calcula o montante recupe-
rável da unidade geradora de caixa à qual pertence 
o ativo. Quando uma base de alocação razoável e 
consistente pode ser identificada, os ativos corpo-
rativos também são alocados às unidades geradoras 
de caixa individuais ou ao menor grupo de unidades 
geradoras de caixa para o qual uma base de 
 
alocação razoável e consistente possa ser 
 
identificada. O montante recuperável é o maior va-
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DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO  |  SÉRIE 3  |  ANO X Nº109  | FORTALEZA, 13 DE JUNHO DE 2018

                            

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