DOE 10/04/2019 - Diário Oficial do Estado do Ceará

                            DASS NORDESTE CALÇADOS E ARTIGOS ESPORTIVOS S.A. CNPJ 01.287.588/0001-79
1. Relatório da Administração 2018
1. MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO: É com grande satisfação que 
reportamos nas próximas páginas o desempenho da Companhia para o ano de 
2018. Nos esforçamos para que a leitura desse relatório permita ao interessado 
capturar quão relevante foi esse ano para a história e experiência do Grupo, 
bem como permitir que, a medida do seu interesse, possa conhecer em nível de 
detalhes o movimento dos principais indicadores da performance alcançada. 
Ao final de 2017 acreditávamos que havia se encerrado um ciclo na história da 
Companhia, onde ao final de muitos anos de contínua melhoria nos resultados 
e nos padrões de gestão e almejando passos mais largos, era chegada a hora 
de acessarmos ao mercado de capitais e passarmos a ser uma Companhia 
Aberta. Éramos a Companhia certa, com o desempenho certo, no país certo, 
mas no momento econômico errado desse país. Trabalhamos intensamente de 
Janeiro a Abril de 2018 na preparação do vasto suporte documental requerido, 
bem como na implementação de alguns mecanismos complementares de 
governança que ainda não possuíamos. Em abril finalmente obtivemos o 
registro de Companhia Aberta.  Nosso objetivo era concretizar uma oferta 
pública (em inglês IPO). Rodamos o Brasil e o exterior mostrando o “case” 
a mais de uma centena de investidores. A medida em que progredíamos 
no processo da oferta, o humor da economia brasileira ia despertando nos 
investidores a convicção de um ano ruim, de esperar para ver. Assim, por esse 
viés, a janela do primeiro trimestre (1T) fechou-se para IPO no Brasil, nossa 
oferta e muitas outras não prosperaram. As janelas seguintes, 2T (trimestre), 
3T e 4T de 2018 foram ainda piores. Subjacente a esse comportamento 
dos investidores estava o pressuposto deles de que as Companhias não 
conseguiriam manter performance naquele ano e estavam ainda sem melhores 
leituras para os seguintes. No Brasil o PIB em 2018 cresceu 1,1% e na 
Argentina foi negativo em 2,5%. Hoje nossa conclusão é de que o mercado 
de capitais, quanto ao caso da DASS, ”atirou no que viu e acertou no que 
não viu”. Vejamos como foram os principais indicadores da performance 
operacional dos negócios do Grupo: Faturamento em Volume cresceu 3,8%; 
Percentagem de Margem Bruta cresceu de 31% para 32%; Margem EBITDA 
mantida em 23%. O temor do mercado residia justamente nesse bloco de 
indicadores. Deveria ter havido queda importante de faturamento, deveria ter 
sido entregue a Margem Bruta em troca de pedidos, deveria ter derretido o 
EBITDA. O mercado errou solenemente esse “tiro”, pelo menos errou em 
relação ao Grupo Dass. Contudo, justamente um elemento externo a nossa 
operação e de impacto universal veio a justificar aquele desalento do mercado 
nos tirando muito do prazer de comemorar o sucesso do primeiro bloco. A 
desvalorização cambial de aproximadamente 100% ocorrida na Argentina, 
acompanhada ainda que de longe por uma desvalorização de 17% no Brasil, 
foram os dois responsáveis por “descontar” aquela performance conquistada, 
antes mencionada, e por linhas tortas, trazer alguma correspondência à falta 
de confiança que enfrentamos naquele 1T de 2018. Temos pouco mais de 
46% dos nossos negócios em território Argentino. Nossa operação brasileira 
é o principal fornecedor de insumos e partes terminadas para a operação 
Argentina. Daí resulta que as operações importadoras de lá, por decorrência 
natural do processo, possuem uma exposição cambial relevante, decorrente 
dessas importações. A variação cambial explosiva na Argentina ocorrida em 
2018, levou a contabilização de uma perda monetária expressiva, lançada 
dentro das despesas financeiras. Chamamos a atenção para o fato de que tal 
evento, no momento do lançamento, não tem correspondente evento de caixa, 
pois somente a medida em que as cambiais devidas forem sendo liquidadas é 
que vão se tornando definitivas aquelas perdas financeiras. A Gestão poderia 
ter evitado tal Despesa Financeira por Perda Cambial? Sim poderíamos não 
a ter na Despesa, mas era contraindicado fazê-lo, do ponto de vista do que é 
melhor para a Companhia. O Grupo poderia ter transformado aquela exposição 
em aporte de Capital nas Empresas Argentinas e com isso, transformaria o 
montante em perda patrimonial em lugar de despesa financeira. Contudo, do 
ponto de vista de planejamento tributário isso traria grandes perdas, pois a 
despesa financeira é dedutível enquanto, ajustes patrimoniais por variação 
de moeda não o são. Assumindo-se que, no fundo, a perda seria a mesma, 
todo o valor do Imposto de Renda implicado dá a medida da contraindicação 
desse caminho. Esse evento representou isoladamente uma despesa financeira 
da ordem de R$ 76,4 milhões. Pelo lado Brasileiro enfrentamos outro 
evento relevante de Despesa Financeira, que reside no confronto da posição 
dos contratos de hedge de exportação contra a taxa atual do mercado, no 
fechamento do exercício. A desvalorização do Real em relação ao Dólar 
projetava, na posição de 31/12/2018 um ajuste negativo dos contratos da 
ordem de R$ 34. milhões. Importante ter em mente, que o estoque de contratos 
de hedge tomados em consideração nesse cálculo tem vencimentos até final 
de 2019 e, portanto, dado a volatilidade do câmbio no Brasil, poderão até 
serem revertidos antes de se transformarem em eventos reais de caixa. A soma 
desses eventos, resultou em uma redução do lucro líquido nesse ano, para 
cerca da metade do lucro do ano anterior, tanto em valor como em percentuais, 
conforme adiante se detalha. A Administração da Companhia entende que o 
conjunto de indicadores de performance que de início apresentamos acima, 
são a demonstração vigorosa da saúde de nossas operações e confirmam a 
resistência e a capacidade de replicação dos nossos resultados. Entendemos 
que os eventos de natureza cambial que impactaram o resultado líquido, 
não são vinculadas ao nosso mercado ou ao nosso negócio, sendo elas uma 
exposição inevitável a todos os entes da economia e nos cumpre, quanto a 
eles,  fazer a melhor gestão para o médio e longo prazos em detrimento de 
trabalhar para o primeiro  “balanço” que tivermos pela frente. Porque esse 
ano teria sido de extrema importância para a experiência e a história da 
Companhia? Porque nos permitiu ter absoluta segurança de que a soma das 
nossas práticas de governança ao nosso modelo de negócios e nossas pessoas, 
se traduzem em um empreendimento preparado para transcender gerações. 
De outro lado, nos deixou a lição de que, como líderes empresariais, temos de 
engrossar as fileiras na busca de influenciar de todas as formas os programas, 
projetos e leis, no sentido de que o país caminhe bem e desperte orgulho e 
confiança, pois percebemos que para confiar nas empresas, naturalmente 
um investidor precisa primeiro, confiar no país onde ela está. No campo do 
aperfeiçoamento da operação, esse ano contratamos duas consultorias de porte 
global, com objetivo, uma, de revisão total na parte de processos e estrutura 
das nossas operações comerciais, produto e marketing no negócio de Gestão 
de Marcas e outra para a dimensão de posicionamento estratégico de marca, 
segmentação e caminhos de crescimento. Estamos trabalhando para 2019 
com uma meta de crescimento físico de faturamento da ordem de 6% na 
soma de nossa região como um todo. Estamos mantendo o ritmo de nossos 
investimentos em modernização e expansão da operação. Neste novo ano, os 
esforços na área de DTC (Direct to Consumer) são a novidade e constituem 
nova frente de negócios que se agrega aos negócios de Gestão de marcas. A 
cada dia mais a palavra Consumidor ganha preponderância sobre a palavra 
Cliente. Registre-se que em Setembro de 2018, solicitamos o cancelamento do 
registro de Companhia Aberta junto a CVM, pelo fato de não termos previsão 
quanto uma data para eventualmente voltarmos a buscar esse mercado. 
J.Batista - CFO.
2. SITUAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA. (valores em R$ 1.000,00)
2.1 FATURAMENTO LIQUIDO: A receita operacional líquida passou de 
R$ 1.715.443 mil no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017, 
com um volume de vendas de 24.057 mil peças (entenda-se peças ou pares), 
para R$ 1.590.500 mil no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 
2018, com um volume de vendas de 24.980 mil peças, representando uma 
redução de 7,3%, em nossa receita operacional líquida apesar de um aumento 
de 3,8% no volume de peças vendidas. Tal fato é explicado pelo crescimento 
das vendas de confecções ante a redução das vendas de calçados, reduzindo 
assim o preço médio dos produtos vendidos no período. Como percentual de 
nossa receita operacional líquida, a receita obtida no Brasil representava 48,9% 
no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017, enquanto que, no 
exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2018, representou 51,5%. 
As nossas receitas vindas da Argentina por sua vez representavam 49,3% no 
exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017, enquanto que, no 
exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2018, representou 46,1%. 
Já receitas de Outros Mercados em 31 de dezembro de 2017 representava 
1,8% aumentando para 2,4% em 31 de dezembro de 2018. O aumento da 
representatividade do Brasil no resultado consolidado está relacionado a 
considerável desvalorização da moeda Argentina (ARS) ante o Real (BRL) 
reduzindo assim o resultado nas demonstrações consolidadas relativamente 
às operações daquele país. No exercício social encerrado em 31 de dezembro 
de 2017 os nossos segmentos reportáveis representaram 35,4% em Gestão 
de Marcas e 63,0% para Private Labels, respectivamente enquanto Outros 
Segmentos representaram 1,6% de nossa receita operacional líquida ao final 
do período. Em 31 de dezembro de 2018 os nossos segmentos reportáveis 
representaram 34,6% em Gestão de Marcas e 62,7% para Private Labels, 
enquanto Outros Segmentos representaram 2,6% de nossa receita operacional 
líquida ao final do período. Portanto, praticamente não tivemos mudanças na 
representatividade dos segmentos em relação a Receita líquida total. 
2.2 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS: Os custos dos produtos 
vendidos e dos serviços prestados pela Companhia reduziram 8,8%, passando 
de R$ 1.180.826 mil no exercício social encerrado em 31 de dezembro 
de 2017 para R$ 1.076.621 mil no exercício social encerrado em 31 
de dezembro de 2018. Os custos dos produtos vendidos e dos serviços 
prestados representavam 68,8% da nossa receita operacional líquida 
no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017, e 67,7% no 
exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2018. A variação em 
31 de dezembro de 2017 em relação a 31 de dezembro de 2018 foi de 
1.1 p.p. (pontos percentuais) ou R$ 104.205 mil. Essa redução se deve 
a melhora operacional especialmente em custo com pessoal e insumos. 
2.3 LUCRO BRUTO E MARGEM BRUTA: Pelas razões acima 
descritas, nosso lucro bruto reduziu 3,9%, passando de R$ 534.617 
mil no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017 para R$ 
513.879 mil no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2018. 
A margem bruta, porém, representava 31,2% da receita operacional 
líquida no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017, e 
passou a 32,3% no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 
2018, representando melhora de pontos 1.1 p.p, consequência da melhor 
gestão dos custos já mencionados acima. 
2.4 DESPESAS (RECEITAS) OPERACIONAIS: Vendas e marketing 
252
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO  |  SÉRIE 3  |  ANO XI Nº068  | FORTALEZA, 10 DE ABRIL DE 2019

                            

Fechar