DOE 17/04/2019 - Diário Oficial do Estado do Ceará

                            Demonstrações dos fluxos de caixas Exercícios findos em 
31 de dezembro de 2018 e 2017  Em milhares de reais
  
Nota 
2018 
2017
Fluxos de caixa de atividades 
operacionais 
 
 
Prejuízo do exercício 
 
(1.794.461) 
(1.631.072)
Ajustes de receitas e despesas 
não envolvendo caixa 
 
 
Depreciação e amortização 
12 e 13 
574.612  
619.048 
Prejuízo na venda do imobilizado 
 
531  
2.635 
Reversão de provisão do valor 
realizável líquido de estoques 
 
-  
(458.252)
Constituição (reversão) de 
outras provisões 
 
747  
102.049 
Despesa com juros 
 
649.061  
465.332 
Variação cambial 
 
    1.810.286 
       162.261 
  
 
    1.240.776  
    (737.999)
Variações nos ativos e passivos  
 
 
 
Contas a receber 
9 
(82.431) 
 (175.415)
Tributos a recuperar 
11 
  47.388 
 (22.468)
Estoques 
10 
 (215.439) 
 605.235 
Despesas antecipadas 
 
 21.580 
(11.005)
Outros contas a receber 
 
25.863  
(10.462)
Fornecedores  
14 
449.695  
 142.768 
Adiantamentos de clientes 
 
 (41.087) 
41.087 
Obrigações trabalhistas 
18 
(1.010) 
 (401)
Obrigações tributárias 
19 
(29.354) 
23.800 
Outros contas a pagar 
 
              106  
           2.072 
  
 
       175.311 
       595.211 
Caixa líquido gerado (aplicado)  
nas atividades operacionais 
 
    1.416.087  
    (142.788)
Fluxos de caixa das atividades 
de investimento 
 
 
 
Aquisição de imobilizado  
12 
(341.867) 
(372.157)
Aquisição de intangíveis 
13 
        (1.911) 
           (945)
Caixa líquido aplicado nas 
atividades de investimento 
 
    (343.778) 
    (373.102)
Fluxos de caixa das atividades 
de financiamento 
 
 
 
Recebimento por financiamento 
15 
1.362.538  
1.233.884 
Amortização do principal de
 financiamentos 
15 
(1.939.078) 
(398.167)
Amortização de juros de 
financiamentos 
15 
    (549.920) 
    (252.268)
Caixa líquido gerado (aplicado) 
nas atividades de financiamento 
 
 (1.126.460) 
      583.449 
Aumento (redução) de caixa e 
equivalentes de caixa  
 
 (54.151) 
67.559 
No início do exercício 
8 
    1.015.008  
      947.449 
No final do exercício  
8 
       960.857  
   1.015.008 
 
As notas explicativas da administração são parte integrante das 
demonstrações financeiras.
CSP - Companhia Siderúrgica do Pecém 
1 Contexto operacional - A CSP - Companhia Siderúrgica do Pecém (a 
“Companhia” ou “CSP”), é uma sociedade anônima de capital fechado 
com sede em São Gonçalo do Amarante, Ceará, foi constituída em 15 de 
fevereiro de 2008 e tem como objeto social: (1) o desenvolvimento de um 
Complexo Siderúrgico Integrado no Estado do Ceará, para a produção e 
comercialização de placas de aço destinadas ao mercado externo, bem como 
todos os produtos secundários relativos a operação da usina, contemplando 
as plantas de sinterização, coqueria, alto-forno, aciaria e termoelétrica; 
(2) exercer, no território nacional ou no exterior, qualquer outra atividade 
direta ou indireta relacionada à consecução do objeto social da Companhia. 
 
A construção do Complexo Siderúrgico Integrado da CSP foi iniciada em 
janeiro de 2012 e tem uma capacidade projetada inicialmente, primeira 
fase, de 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano e possibilidade de 
expansão, na segunda fase, para aproximadamente 6 milhões de toneladas 
de placas de aço por ano (não auditado). O empreendimento siderúrgico é 
a união entre os acionistas Vale S.A. (“Vale”), Dongkuk Steel Mill Co Ltd. 
(“Dongkuk”) e a Posco (“Posco”).
1.1 Continuidade operacional  - As demonstrações financeiras referentes 
ao período findo de 31 de dezembro de 2018 foram elaboradas com base no 
pressuposto da continuidade operacional.  Em 2018, a Companhia obteve 
resultado operacional relevante, devido aos efeitos positivos de seu Plano 
de Competitividade, com uma redução consistente nos custos de produção, 
impulsionada principalmente pelo quase atingimento da capacidade máxima 
de produção de placas, com uma execução de 2,9 milhões de toneladas 
(não auditado). Essa redução de custo, aliada à forte melhora nos preços de 
placas, trouxeram impactos positivos tanto no EBITDA quanto na geração 
de caixa operacional. O prejuízo líquido apresentado na Demonstração de 
Resultado do Exercício e a baixa posição do Patrimônio Líquido, devem-se, 
principalmente, às despesas de variação cambial não realizada da dívida de 
longo prazo, que representam quase 90% do prejuízo líquido do período. Em 
relação à variação cambial realizada é importante mencionar que mesmo 
com a forte exposição cambial a qual a Companhia está sujeita, parte dessa 
exposição tem uma proteção natural quando consideradas as transações 
ativas e passivas em moeda estrangeira. A adoção da Seção 232 nos EUA 
elevou o preço referencial dos semiacabados de aço naquele mercado, 
devido à adoção de tarifas para os importadores americanos, como forma de 
proteção do seu mercado siderúrgico. Nesse contexto, a Companhia tem se 
beneficiado da medida protecionista americana por utilizar a quota brasileira 
ao invés de se submeter às tarifas. Em 2018, a Companhia atingiu 27% da cota 
estabelecida (2,7 milhões de toneladas) e para 2019 a expectativa é atingir 
um terço da mesma. No início de outubro de 2018, foi lançado oficialmente 
o Planejamento Estratégico 2023 da Companhia para os próximos cinco 
anos, definindo objetivos estratégicos, entre os quais se destacam: redução 
de custos administrativos e de produção, aumento das vendas de produtos 
premium, obtenção da certificação IATF (indústria automobilística), 
atingimento do nível de classe mundial em manutenção e desenvolvimento 
sustentável na região. Também em linha com o Planejamento Estratégico, 
os acionistas da Companhia, as agências de crédito de exportação coreanas 
(K-Exim e K-Sure), os bancos comerciais e o BNDES discutem atualmente 
uma nova estrutura de capital para a Companhia, incluindo um plano de 
aportes de capital pelos atuais acionistas a partir de 2019. Como consequência 
de todas essas iniciativas, a Companhia planeja obter melhores margens e 
estrutura financeira adequada para alcançar seus objetivos estratégicos para 
os próximos anos. Com base em todas essas iniciativas, a Administração tem 
uma expectativa razoável de que a Companhia terá recursos suficientes para 
continuar operando no futuro previsível, cumprindo com suas necessidades 
de financiamento, bem como terá estrutura financeira adequada para 
refinanciar ou pagar seus empréstimos bancários à medida que vencem e 
também para alcançar seus objetivos estratégicos para os próximos anos.
2 Base de preparação - Declaração de conformidade (com relação às 
normas IFRS e às normas do CPC) - As demonstrações financeiras foram 
preparadas conforme as práticas contábeis adotadas no Brasil incluindo 
os pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC) e com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) emitidas 
pela International Accounting Standards Board (IASB). 
A emissão destas demonstrações financeiras foi autorizada pela Diretoria em 
3 de abril de 2019. Este é o primeiro conjunto de demonstrações financeiras 
anuais da Companhia no qual o CPC 47/IFRS 15 - Receita de Contrato com 
Cliente e o CPC 48/IFRS 9 - Instrumentos Financeiros foram aplicados. 
Todas as informações relevantes próprias das demonstrações financeiras, e 
somente elas, estão sendo evidenciadas, e correspondem àquelas utilizadas 
pela Administração na sua gestão.
3 Moeda funcional e moeda de apresentação - Estas demonstrações 
financeiras estão apresentadas em Reais, que é a moeda funcional da 
Companhia. Todos os saldos foram arredondados para o milhar mais 
próximo, exceto quando indicado de outra forma.
4 Uso de estimativas e julgamentos - A preparação de demonstrações 
financeiras requer o uso de certas estimativas contábeis, críticas e também 
o exercício de julgamento por parte da administração da Companhia no 
processo de aplicação das políticas contábeis. Os temas que requerem maior 
nível de julgamento e possuem maior complexidade, bem como aqueles 
cujas premissas e estimativas são significativas para as demonstrações 
financeiras, estão abaixo divulgados.
a. Estimativas - As estimativas e premissas são revisadas de forma continua. 
As revisões das estimativas são reconhecidas prospectivamente. • Nota 12 - 
Valor residual e a vida útil estimada do ativo imobilizado; • Nota 12 - Teste 
de redução ao valor recuperável: principais premissas em relação aos valores 
recuperáveis; • Nota 17 - Provisões estimadas com base em obrigações 
contratuais e expectativa de pagamento de outras remunerações. • Nota 
26 - Instrumentos financeiros; os valores justos e o acréscimo de quaisquer 
custos de transação diretamente atribuíveis ao ativos e passivos financeiros. 
• Nota 26 - Instrumentos financeiros; a Provisão para Créditos de Liquidação 
Duvidosa (PCLD) quando efetivamente realizadas podem divergir dessas 
estimativas.
b. Julgamentos - A Administração da Companhia não identificou a 
existência de informações sobre julgamentos críticos referentes às políticas 
contábeis adotadas que apresentem efeitos relevantes sobre os valores 
reconhecidos nas demonstrações financeiras.
5 Mudanças nas principais políticas contábeis - A Companhia aplicou 
inicialmente o CPC 47/IFRS 15 Revenue from Contracts with Customers 
(Receita de contratos com clientes) e CPC 48/IFRS 9 Financial Instruments 
(Instrumentos financeiros) a partir de 1º de janeiro de 2018. Devido aos 
métodos de transição escolhidos pela Companha na aplicação dessas 
normas, as informações comparativas dessas demonstrações financeiras não 
foram reapresentadas para refletir os requerimentos das novas normas, pela 
apresentação separada de redução ao valor recuperável de contas a receber.
a. CPC 47/IFRS 15 Revenue from Contracts with Customers (Receita 
de contratos com clientes) - O CPC 47/IFRS 15 introduz uma estrutura 
abrangente para determinar se e quando uma receita é reconhecida e como 
a receita é mensurada. A IFRS 15/ CPC 47 substitui as atuais normas para 
o reconhecimento de receitas, incluindo o CPC 30 (IAS 18) Receitas, CPC 
17 (IAS 11) Contratos de Construção e a CPC 30 Interpretação A (IFRIC 
13) Programas de Fidelidade com o Cliente. De acordo com o CPC 47/
IFRS 15, a receita é reconhecida quando o cliente obtém o controle dos 
bens ou serviços. Determinar o momento da transferência de controle 
- em um momento específico no tempo ou ao longo do tempo - requer 
julgamento. A Companhia adotou o CPC 47 / IFRS 15 usando o método 
de efeito cumulativo, com aplicação inicial da norma na data inicial (ou 
seja, 1º de janeiro de 2018). Como resultado, a Companhia não aplicou os 
requerimentos do CPC 47 / IFRS 15 ao período comparativo apresentado. 
A Companhia não identificou impactos materiais sobre a adoção inicial do 
CPC 47. Desta forma nenhum ajuste foi realizado com efeitos comparativos. 
Notas explicativas às demonstrações financeiras 
(Em milhares de Reais, exceto onde estiver 
especificado de outa forma)
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DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO  |  SÉRIE 3  |  ANO XI Nº073  | FORTALEZA, 17 DE ABRIL DE 2019

                            

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