DOE 23/02/2020 - Diário Oficial do Estado do Ceará

                            terizando Transgressão Disciplinar conforme Art. 12 § 1º Incs. I e II, § 2º 
Incs. I, II e III, c/c Art. 13, § 1º Incs. XVI, XXIV, XXVII, XLI, XLIII, LVII 
e LVIII; § 2º Inc. LIII, tudo do Código Disciplinar PM/BM (Lei nº 
13.407/2003). RESOLVE: I) Instaurar PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR, em conformidade com o art. 71, III, c/c Art. 103, da Lei nº 
13.407/2003, com o fim de apurar as condutas transgressivas atribuídas aos 
policiais militares SD PM 34370 THIAGO FRANCISCO DOS SANTOS 
DE CARVALHO – MF 309.073-7-X, SD PM 33622 COSMO HENRIQUE 
RODRIGUES FREITAS – MF 309.078-3-3, SD PM 34276 MATHEUS DE 
SOUZA FERNANDES – MF 309.048-0-X, SD PM 26873 ALEXSANDRO 
COSTA DA SILVA – MF 588.070-1-X, SD PM 34803 RODRIGO DINIZ 
PEIXOTO – MF 309.175-7-X, SD PM 34002 RENAN FIRMIANO COSTA 
– MF 309.081-8-X, SD PM 37725 JADER AUGUSTO BRUNO DE 
MESQUITA E SILVA – MF 309.162-2-0, bem como a incapacidade destes 
para permanecerem nos quadros da Polícia Militar do Ceará; II) AFASTAR 
PREVENTIVAMENTE, de acordo com o Art. 18, §3º da Lei Complementar 
nº 98/2011, os policiais militares SD PM 34370 THIAGO FRANCISCO 
DOS SANTOS DE CARVALHO – MF 309.073-7-X, SD PM 33622 COSMO 
HENRIQUE RODRIGUES FREITAS – MF 309.078-3-3, SD PM 34276 
MATHEUS DE SOUZA FERNANDES – MF 309.048-0-X, SD PM 26873 
ALEXSANDRO COSTA DA SILVA – MF 588.070-1-X, SD PM 34803 
RODRIGO DINIZ PEIXOTO – MF 309.175-7-X, SD PM 34002 RENAN 
FIRMIANO COSTA – MF 309.081-8-X, SD PM 37725 JADER AUGUSTO 
BRUNO DE MESQUITA E SILVA – MF 309.162-2-0, pelo prazo de 120 
(cento e vinte) dias, em virtude da prática de ato incompatível com a função 
pública, gerando clamor público, tornando os afastamentos necessários à 
garantia da ordem pública, à instrução regular do processo, assim como a 
correta aplicação da sanção disciplinar; III) Com base no poder geral de 
cautela (art. 45, da Lei nº 9.784/99), seja oficiado o Secretário de Planejamento 
e Gestão a fim de dar cumprimento a esta decisão, no que concerne ao desconto 
feito em folha de pagamento; IV) Oficie-se ao Comando-Geral da Polícia 
Militar encaminhando cópia da presente decisão, para fins de imediato cumpri-
mento do afastamento preventivo acima referido, nos termos legais; Os 
militares estaduais deverão ficar à disposição da unidade de Recursos Humanos 
a que estiverem vinculados, órgão este que deverá reter suas identificações 
funcionais, distintivo, armas, algemas e quaisquer outros instrumentos de 
caráter funcional que estejam em posse dos referidos servidores, remetendo 
à Controladoria Geral de Disciplina cópia dos atos de retenção, por meio 
digital, assim como o relatório de suas frequências V) Designar a 3ª Comissão 
de Processo Regular Militar, composta pelos Oficiais: CEL QOBM RR LUIZ 
CARLOS VIANA, M.F. 099.437-1-4 (Presidente), MAJ QOPM CAIO 
LOURENZO SERPA GARRIDO BRAGA, M.F. 117.016-1-2 (Interrogante) 
e CAP QOAPM ERILANE PEREIRA VAZ ROCHA, M.F. 111.553-1-6 
(Relatora e Escrivã), para instruir o processo regular; VI) Cientificar os 
aconselhados e/ou defensor que as decisões da CGD serão publicadas no 
Diário Oficial do Estado, em conformidade com o art. 4º, § 2º do Decreto nº 
30.716, de 21 de outubro de 2011, publicado no D.O.E. de 24 de outubro de 
2011, alterado pelo Decreto nº 30.824, de 03 de fevereiro de 2012, publicado 
no D.O.E. de 07/02/2012. CONTROLADORIA GERAL DE DISCIPLINA 
– CGD, em Fortaleza/CE, 23 de fevereiro de 2020.
Cândida Maria Torres de Melo Bezerra
CONTROLADORA GERAL DE DISCIPLINA DOS ÓRGÃOS DE 
SEGURANÇA PÚBLICA E SISTEMA PENITENCIÁRIO
*** *** ***
PORTARIA Nº111/2020 – CGD - A CONTROLADORA GERAL DE 
DISCIPLINA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 3º, I e IV c/c art. 
5º, I e XV, da Lei Complementar nº 98, de 13 de junho de 2011; CONSIDE-
RANDO os fatos constantes na documentação protocolada sob o SISPROC 
nº 200198014-5, que trata do Ofício nº 259/2020, datado de 22/02/2020, 
oriundo do Subcomandante-Geral da Polícia Militar (fl. 02), encaminhando 
Termo de Deserção Especial de Policiais Militares empregados na Operação 
Carnaval 2020. CONSIDERANDO a formalização do Termo de Deserção 
Especial decorreu do fato de os militares terem deixado de se “apresentar no 
dia 20/02/2020, e embarcarem às 09 horas por ocasião da partida do efetivo 
para diversas cidades no interior do Estado a fim de participar da Operação 
Carnaval 2020, consumando instantaneamente a figura típica incriminadora 
do art. 190 do Código Penal Militar”. Por conta do ocorrido, foi determinado 
o “encaminhamento de expediente Sr. Subcomandante Geral da PMCE para 
conhecimento, publicação e medidas decorrentes para a agregação (praças 
estáveis) ou exclusão (não estáveis) dos desertores, a partir da presente data” 
e a “… atualização dos assentamentos individuais dos desertores com a 
publicação em BCG do presente Termo” (fl. 03); CONSIDERANDO que os 
militares que teriam praticado a conduta criminosa foram identificados no 
anexo do Termo de Deserção, sendo estes ST PM AUGUSTO CÉSAR DE 
FARIAS MAGALHÃES – MF:035.287-1-5, 1º SGT PM ANTÔNIO EDSON 
ALVES DE SOUSA – MF: 125.526-1-0, SD PM EVANDRO SANTOS DA 
SILVA – MF: 300.097-1-1, SD PM JOSIVÂNIO MORAIS DE SOUSA – 
MF: 300.260-1-2, SD PM ROBERTO GARCIA LOURENÇO – MF: 305.571-
1-5; CONSIDERANDO que inicialmente, no que concerne as atribuições da 
Controladoria Geral de Disciplina, esta se dá na esfera administrativa-disci-
linar, fazendo-o por meio da instauração de Conselho de Disciplina e Conselho 
de Justificação, na forma do art. 5º, XV, LC nº 98/2011, os quais objetivam 
“apurar a responsabilidade disciplinar dos (…) policiais militares, bombeiros 
militares” (art. 1º, caput, LC nº 98/2011); CONSIDERANDO que na espécie, 
o elemento a justificar a instauração deste processo regular em face dos 
militares antes referidos, decorre do enquadramento da conduta, segundo o 
Comando da Polícia Militar, como crime de deserção especial. Contudo, é 
preciso consignar que, desde o dia 18/02/2020, uma parcela dos policiais 
militares do Estado do Ceará aderiram a um movimento paredista, podendo 
a conduta desertora, ora apurada, configurar-se como indicativo de sua parti-
cipação no dito evento; CONSIDERANDO que, neste contexto, deve-se 
observar que, na esfera administrativa, os fatos podem ensejar moldura jurí-
dica diversa. Isso se dá por conta do princípio da independência relativa das 
instâncias penal e administrativa (art. 439, do CPPM), de modo que, a conduta 
transgressiva pode ser apurada ainda que não venha a ocorrer a capitulação 
como crime e a consequente condenação na esfera penal. Neste sentido tem 
se posicionado o Superior Tribunal de Justiça: “É firme a jurisprudência desta 
Corte quanto à independência e autonomia das instâncias penal, civil e admi-
nistrativa, razão pela qual o reconhecimento de transgressão disciplinar e a 
aplicação da punição respectiva não dependem do julgamento no âmbito 
criminal, nem obriga a Administração a aguardar o desfecho dos demais 
processos. Somente haverá repercussão, no processo administrativo, quando 
a instância penal manifestar-se pela inexistência material do fato ou pela 
negativa de sua autoria, não sendo o caso dos autos. Precedentes” (STJ, 
Segunda Turma, RMS nº 37.180/PE (2012/0037432-1), Rel. Min. Og 
Fernandes, j. em 08/09/2015, DJe 18/09/2015); CONSIDERANDO que, 
deste modo, o que justificaria a apuração disciplinar é a identificação do 
agente, a comprovação da materialidade e o fato, hipoteticamente, apresen-
tar-se como transgressivo, a partir de quando estará presente a justa causa 
para o processamento; CONSIDERANDO que, no caso sub examine, os 
fatos, em tese, caracterizam-se como transgressão disciplinar grave, na forma 
do art. 13, § 1º, da Lei nº 13.407/2003, por se enquadrarem como: “não 
cumprir, sem justo motivo, a execução de qualquer ordem legal recebida” 
(inciso XXIV), “faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nomi-
nalmente escalado” (inciso XLIII) e “comparecer ou tomar parte de movimento 
reivindicatório, no qual os participantes portem qualquer tipo de armamento, 
ou participar de greve” (inciso LVII); CONSIDERANDO que, quanto ao 
disciplinamento do direito a greve, veja-se que a Constituição Federal asse-
gura-lhe ao servidor público civil, o qual está autorizado, inclusive, a asso-
ciar-se em entidade sindical (art. 37, VI, CF/88). No entanto, questão diversa 
se dá com o militar, posto que, quanto ao mesmo, resta vedada “a sindicali-
zação e a greve” (art. 142, § 3º, IV, CF/88); CONSIDERANDO que, neste 
contexto, o Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade de afirmar que 
não se faz possível aos servidores integrantes das carreiras de segurança 
pública o exercício de greve ante a especial atividade por eles exercida. Sobre 
o tema, tem-se o seguinte precedente: “CONSTITUCIONAL. GARANTIA 
DA SEGURANÇA INTERNA, ORDEM PÚBLICA E PAZ SOCIAL. INTER-
PRETAÇÃO TELEOLÓGICA DOS ART. 9º, § 1º, ART. 37, VII, E ART. 
144, DA CF. VEDAÇÃO ABSOLUTA AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE 
GREVE AOS SERVIDORES PÚBLICOS INTEGRANTES DAS 
CARREIRAS DE SEGURANÇA PÚBLICA. 1.A atividade policial é carreira 
de Estado imprescindível a manutenção da normalidade democrática, sendo 
impossível sua complementação ou substituição pela atividade privada. A 
carreira policial é o braço armado do Estado, responsável pela garantia da 
segurança interna, ordem pública e paz social. E o Estado não faz greve. O 
Estado em greve é anárquico. A Constituição Federal não permite. 2.Aparente 
colisão de direitos. Prevalência do interesse público e social na manutenção 
da segurança interna, da ordem pública e da paz social sobre o interesse 
individual de determinada categoria de servidores públicos. Impossibilidade 
absoluta do exercício do direito de greve às carreiras policiais. Interpretação 
teleológica do texto constitucional, em especial dos artigos 9º, § 1º, 37, VII 
e 144. 3. Recurso provido, com afirmação de tese de repercussão geral: “1 
- O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado 
aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na 
área de segurança pública. 2 - É obrigatória a participação do Poder Público 
em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança 
pública, nos termos do art. 165 do Código de Processo Civil, para vocalização 
dos interesses da categoria.” (STF, Tribunal Pleno, ARE nº 654.432/GO, Rel. 
Min. Edson Fachin, Rel. p/ Acórdão Min. Alexandre de Moraes, j. em 
05/04/2017, DJe-114 div. 08-06-2018 pub. 11-06-2018); CONSIDERANDO 
que uma conduta criminosa, como na hipótese do crime de deserção especial 
(art. 190, CPM), também importa em prática de transgressão disciplinar (art. 
12, § 1º, I, da Lei nº 13.407/2003), podendo esta ser de natureza grave quando 
restar demonstrado que atentou contra os Poderes Constituídos, as instituições, 
o Estado, os direitos humanos fundamentais e forem de natureza desonrosa 
(art. 12, § 2º, da Lei nº 13.407/2003); CONSIDERANDO que os militares, 
por força de previsão constitucional, submetem-se aos valores da hierarquia 
e da disciplina, sendo estes próprios da atividade militar (art. 42, § 1º, c/c art. 
142, CF), objetivando, com isso, resguardar o prestígio da instituição a que 
compõem. Neste contexto, o Código Disciplinar da Polícia Militar Estadual 
(Lei nº 13.407/2003) prescreve que “a ofensa aos valores e aos deveres vulnera 
a disciplina militar, constituindo infração administrativa, penal ou civil, 
isolada ou cumulativamente” (art. 11, Lei nº 13.407/2003); CONSIDERANDO 
a documentação constante dos autos, vê-se que a mesma reuniu indícios de 
materialidade e autoria, demonstrando, em tese, a ocorrência de conduta 
capitulada como infração disciplinar por parte dos militares acima referidos; 
CONSIDERANDO que em havendo elementos a indicar terem os militares 
praticado atos que, a priori, podem configurar-se como de exercício de greve, 
além de outras condutas transgressivas graves como o crime de deserção 
especial, tem-se como justificada a instauração de instrumento processual 
que, na esfera administrativa, sob o crivo do contraditório, apurará possível 
irregularidade funcional por ele praticada; CONSIDERANDO que, no que 
tange ao mecanismo processual adequado, deve-se considerar que os atos 
administrativos devem ser pautados no princípio da proporcionalidade, o qual 
“… radica seu conteúdo na noção segundo o qual deve a sanção disciplinar 
guardar adequação à falta cometida”, de modo que “as sanções disciplinares, 
para que se definam como legais e legítimas, devem ser impostas em direta 
sintonia com o princípio da proporcionalidade. Este assinala que deva haver 
uma necessária correspondência entre a transgressão cometida e a pena a ser 
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DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO  |  SÉRIE 3  |  ANO XII Nº039  | FORTALEZA, 23 DE FEVEREIRO DE 2020

                            

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