DOE 12/03/2019 - Diário Oficial do Estado do Ceará

                            M. Dias Branco S.A. 
Indústria e Comércio de Alimentos
(Companhia Aberta)
CNPJ nº 07.206.816/0001-15
continuação
Porque é um PAA
Como o assunto foi conduzido em nossa auditoria
Reconhecimento de receita (Notas 4(e)
 e Nota 25 às demonstrações financeiras)
a. Avaliação do adequado reconhecimento da receita
A Companhia opera na comercialização de seus produtos a partir 
de 14 plantas industriais localizadas em 9 Estados do País, além 
de 38 centros de distribuição em 17 estados.
O processo de reconhecimento de receita envolve um número 
elevado de controles, a fim de assegurar que as receitas de vendas 
sejam reconhecidas no período de competência correto, conforme 
práticas contábeis vigentes.
Esse processo leva em consideração ainda a existência de 
condições e termos contratuais distintos dependendo do tipo de 
transação.
Os riscos observados e que continuaram demandando foco em 
nossa auditoria referem-se ao reconhecimento de receita fora do 
período de competência e/ou estimativas e premissas para estimar 
essas receitas, na medida em que envolve: (a) a análise dos itens 
faturados no final do mês, para cada destino de entrega dos 
produtos acabados, uma vez que a Companhia efetua ajuste de 
corte das vendas levando em consideração o prazo médio de 
entrega de cada uma das suas rotas. Para aquelas rotas em que o 
produto ainda esteja em trânsito em 31 de dezembro, a Companhia 
efetua o ajuste de corte e (b) métrica relevante para avaliação de 
performance das vendas e indicador para cumprimento de metas 
internas.
As evidências de auditoria consideradas apropriadas e suficientes foram obtidas por 
meio de uma combinação de testes de controles e testes de transações, cujos principais 
estão detalhados a seguir:
(i)  
Atualizamos o entendimento e testamos a efetividade dos controles-chave 
implementados pela Companhia para a determinação do momento adequado de 
reconhecimento de receita;
(ii)  
Solicitamos e obtivemos cartas de confirmação de clientes para uma amostra de 
contas a receber, de forma a verificar sua existência. Para os casos em que não 
obtivemos resposta de carta de confirmação, executamos procedimentos alternativos 
de liquidação subsequente de saldos, e de inspeção de comprovação de entrega dos 
produtos vendidos e documentação-suporte que evidencia que a transação de venda 
ocorreu;
(iii)  
Selecionamos, em base amostral, transações de vendas ocorridas antes e depois da 
data de encerramento do exercício, de maneira a observar se a receita foi 
reconhecida na competência correta;
(iv)  
Para transações de vendas selecionadas, inspecionamos os canhotos de entrega, a 
fim de confrontar o prazo efetivo da entrega com o prazo médio estimado pela 
Companhia em seu ajuste de corte das vendas;
(v)  
Comparamos, em base de testes, lançamentos contábeis com pedidos de clientes, 
notas fiscais e o efetivo recebimento das vendas, bem como efetuamos análise de 
números sequenciais de emissão de notas fiscais e;
(vi)  
Avaliamos a adequação das divulgações da Companhia em relação a esse assunto.
Consideramos que os critérios e premissas adotados pela Administração para o 
reconhecimento da receita no correto período de competência, são apropriados em 
todos os aspectos relevantes no contexto das demonstrações financeiras individuais e 
consolidadas.
b. Mensuração da receita líquida
A Companhia possui uma variedade de acordos comerciais junto 
aos seus clientes, que resultam na concessão de descontos, e que 
variam de acordo com as quantidades e categorias de mercadorias 
vendidas. A maioria dos descontos está refletida nos preços 
cobrados aos clientes ou são baseados em percentuais fixos, 
ligados à quantidade de mercadorias vendidas.
Há pouca estimativa e julgamento envolvido na determinação do 
período e nos valores a serem reconhecidos. Contudo, devido ao 
elevado número de contratos em vigor e à quantidade de filiais 
existentes, identificamos um risco potencial de erro no 
processamento destas transações, especialmente relacionados à 
valorização dos respectivos descontos e de eventual registro fora 
do período apropriado. Dessa forma, mantivemos esse tema como 
um dos focos em nossa auditoria.
Como resposta a esse assunto, executamos os seguintes procedimentos de auditoria, 
entre outros:
(i)  
Efetuamos atualização do entendimento e testamos a efetividade dos controles 
referentes aos cálculos e registros dos descontos comerciais;
(ii)  
Inspecionamos, por amostragem, contratos para análise das condições contratuais, 
tendo recalculado os descontos comerciais; e
(iii)  
Conferimos registros contábeis selecionados, analisando a adequação dos valores 
registrados, bem como sua respectiva competência, apresentação e divulgação nas 
demonstrações financeiras.
Consideramos que os valores contabilizados de descontos são suportados por 
documentação que fundamentam os registros e as divulgações efetuadas em notas 
explicativas. 
Redução ao valor recuperável de intangíveis de vida útil
 indefinida (Nota 3 e Nota 12 às demonstrações financeiras)
Em decorrência das transações de combinação de negócios 
realizadas, a Companhia apurou ágio e reconheceu determinados 
ativos intangíveis adquiridos cujas vidas úteis foram determinadas 
pela administração como indefinidas, e que representam 
aproximadamente 11% e 19% do total de ativos na Controladora 
e no Consolidado, respectivamente.
A Companhia efetua, no mínimo anualmente, teste de 
recuperabilidade (impairment) do ágio e de outros ativos 
intangíveis com vidas úteis indefinidas, a fim de observar seus 
valores recuperáveis.
Em decorrência da subjetividade e julgamento considerados no 
modelo de valor em uso dos ativos e as premissas adotadas para 
esses testes, além da relevância do valor do ágio e dos ativos de 
vidas úteis indefinidas, adquiridos em virtude de combinações de 
negócios, existe o risco de que eventuais perdas por impairment 
não sejam devidamente capturadas e registradas. Portanto, esse 
tema foi avaliado novamente neste exercício como um dos 
principais assuntos de auditoria.
Como resposta ao risco observado, efetuamos, entre outros, os seguintes procedimentos 
de auditoria:
(i)  
Testamos os cálculos de redução ao valor recuperável elaborados pela Administração, 
especificamente no que se refere à integridade da metodologia de cálculo em relação 
ao modelo utilizado, e, com o envolvimento de nossos especialistas em valuation, 
discutimos com a administração as principais premissas utilizadas, tais como: 
projeções de taxas de crescimento, taxa de desconto, volumes e preços projetados de 
venda;
(ii)  
Comparamos os resultados financeiros recentes e orçamentos aprovados pelo 
Conselho de Administração com os dados imputados nos modelos, bem como 
realizamos nossa própria análise de sensibilidade em relação aos valores apurados;
(iii)  
Efetuamos análises retrospectivas das premissas consideradas no modelo com o 
resultado realizado da Companhia; e
(iv)  
Verificamos também as divulgações da Companhia sobre as premissas mais 
sensíveis utilizadas no teste de recuperação, ou seja, aquelas que tem efeito mais 
significativo na determinação do valor recuperável do ágio.
Nossos procedimentos de auditoria demonstraram que os julgamentos e as premissas 
utilizadas pela administração na projeção do resultado são razoáveis.
continua
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DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO  |  SÉRIE 3  |  ANO XI Nº049  | FORTALEZA, 12 DE MARÇO DE 2019

                            

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